06 dezembro, 2016

Dois aninhos de minha afilhada

Celebrando dois aninho de minha afilhada e sobrinha Ana Laura.












Para refletir

“Cuidar das pessoas, começando dos pequenos e indefesos, significa cuidar também do ambiente em que eles vivem. Pequenos gestos, ações simples, pequenas faíscas de beleza e caridade podem curar, remendar o tecido humano, urbanístico e ambiental, muitas vezes dilacerado e dividido, sendo uma alternativa concreta à indiferença e ao cinismo.”

Papa Francisco

Mundo vive maior crise humanitária desde 2ª Guerra, alerta ONU


Genebra (RV) – O mundo atravessa sua pior crise humanitária desde a 2ª Guerra e cerca de 128 milhões de pessoas precisam de ajuda em diversos continentes. Nesta segunda-feira, 5, a ONU lançou um apelo para o financiamento de suas operações de resgate e estima que em 2017 precisará de US$ 22,2 bilhões para socorrer a população afetada por guerras e desastres ambientais.

O valor solicitado é inédito e a ONU insiste que nunca, desde o final da 2ª Guerra, tantas pessoas no planeta estiveram sob um risco tão elevado.

Diante da dificuldade em sair ao auxílio de todos, a entidade dará prioridade a 33 países e estabelecerá operações para atender 93 milhões de pessoas consideradas as mais vulneráveis. “O mundo está enfrentando um estado de crise humana jamais visto desde o final da 2.ª Guerra. No total, 128 milhões de pessoas estão sendo afetadas por conflitos, deslocamentos, desastres naturais e profunda vulnerabilidade”, indicou a ONU em seu apelo por recursos.

Solidariedade

“A escala da crise hoje é maior do que em qualquer outro momento desde a criação da ONU”, declarou Stephen O’Brien, sub-secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários. “Em nenhum momento no passado recente tantas pessoas precisaram de nossa ajuda e solidariedade para sobreviver.”

Em seu apelo por recursos, a ONU incluiu ações para lutar contra a fome na bacia do Lago Chade e no Sudão do Sul, atendimento para civis na Síria, Iraque e Iêmen, e educação para crianças em zonas afetadas pelo fenômeno El Niño. A guerra na Síria, porém, estará entre as mais custosas financeiramente. No continente americano, o foco do resgate será o Haiti.

Crise

Se o mundo vive sua pior crise humanitária, a ONU também atravessa uma situação financeira delicada. Para 2016, a entidade recebeu apenas 52% da verba que havia solicitado para sair ao socorro das populações pelo mundo.

Ao final de 2016, o buraco nas contas da entidade chegou a US$ 10,7 bilhões, o maior de sua história. “A vida de milhões de crianças, mulheres e homens estão em nossas mãos”, disse O’Brien, ao lançar o apelo. “Não podemos abandoná-los.” (SP)


Fonte: Rádio Vaticano

STF decide afastar Renan Calheiros da presidência do Senado Federal

Em caráter provisório, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, decidiu afastar Renan Calheiros (PMDB) da presidência do Senado. O pedido acatado por Mello foi solicitado por parlamentares da Rede, após Calheiros se tornar réu no Supremo na última quinta-feira (1º), em investigação por peculato.
"Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do mandato de Senador, outorgado pelo povo alagoano, mas do cargo de Presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência que o caso requer, deem cumprimento, por mandado, sob as penas da Lei, a esta decisão", descreve o despacho do ministro.
O plenário do STF ainda proferirá uma decisão final, em sessão que não tem data para ser realizada. Agora, quem assume a liderança da Casa é o vice-presidente do Senado Jorge Vianna (PT-AC).
A ação, que havia sido instaurada para pedir o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara Federal, seguiu no STF para julgar se réus podem ocupar cargo na linha de sucessão à Presidência da República. Na decisão, seis dos 11 ministros votaram para impedir que réus estivessem na linha de sucessão.
Fonte: Brasil de Fato

O fim do governo Temer e a implosão do golpismo

“O governo Temer acabou”, constata Aldo Fornazieri, diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política, em artigo publicado por Jornal GGN, 05-12-2016.
Segundo ele, “o governo acabou porque, se a agressão aos trabalhadores era coisa sabida de antemão, agora os setores médios percebem que continuarão perdendo e que a indústria terá menos do que teve com Dilma. Tudo somado, comércio e serviços também começam a perceber os rombos da canoa em que embarcaram. Empresas endividadas, sem crédito, além de demitirem, caminham para o desespero do fechamento”.
Fornazieri, doutor em Ciência Política, destaca, por outro lado, que “as esquerdas continuam à deriva e não conseguem perceber a natureza dos tempos e o rumo dos acontecimentos e as suas proposições não conseguem atrair ninguém para além da militância”.
Eis o artigo.
As duas últimas semanas marcaram o fim do governo Temer e a implosão do bloco que patrocinou o golpe parlamentar. O governo Temer continua existindo formalmente. Mas deixou de existir enquanto efetividade, enquanto capacidade de tirar o país da crise. Já se disse que nada tem a oferecer a não ser o agravamento da recessão, o aumento do desemprego, o ataque às políticas sociais e aos direitos e a violência contra o espírito e a letra da Constituição de 1988.
O governo acabou porque as parcas esperanças que uma parte minoritária da sociedade nutria em relação a ele se desfez na percepção de que o núcleo central do Planalto é uma quadrilha e porque as ilusões da retomada do crescimento se afogaram na falta de legitimidade do comando político e econômico do Brasil.
A figura insípida de Temer se move como um fantasma quase imperceptível na Brasília das permissividades. A equipe econômica, cantada em prosa e verso pelos áulicos da agressão à democracia, caminha para a inanição em face da falta de oxigênio, que lhe foi tirado por Temer e sua quadrilha e pelo oportunismo inominável do PSDB. Se essa equipe tem alguma dignidade - pois é de se duvidar de que servidores de golpistas tenham dignidade - deveria entregar os cargos e ir para casa. Não há como servir o Brasil num governo que foi constituído para se servir a si mesmo.
O governo acabou porque, se a agressão aos trabalhadores era coisa sabida de antemão, agora os setores médios percebem que continuarão perdendo e que a indústria terá menos do que teve com Dilma. Tudo somado, comércio e serviços também começam a perceber os rombos da canoa em que embarcaram. Empresas endividadas, sem crédito, além de demitirem, caminham para o desespero do fechamento.
Mas o motivo principal do fim efetivo do governo Temer é porque ele é fruto de uma grande farsa. E aqui vale lembrar as duas primeiras frases de O 18 Brumário de Luiz Bonaparte: "Hegel observou algures que todos os grandes fatos e personagens da história universal aparecem como que duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: uma vez como tragédia e outra como farsa". O impeachment de Collor teve uma dimensão trágica por se tratar do primeiro presidente eleito depois de quase 30 anos sem eleições presidenciais. Aquele movimento uniu a sociedade e o governo que resultou, discorde-se ou não dele, teve propósitos honestos em Itamar Franco. Ele afastou ministros mediante meras denúncias. Constituiu uma equipe econômica competente, que tinha algo a oferecer ao país e que solucionou um dos mais graves problemas que corroia a renda dos brasileiros: a inflação.
O governo Temer emergiu como fruto de uma dupla farsa: a farsa da manipulação da opinião pública em nome do combate à corrupção e a farsa do próprio impeachment, que não passou de um golpe. O golpe, patrocinado por toda espécie de conspiratas e traições, entregou o poder a um governo desonesto, corrupto, a um presidente que agiu para proteger o crime de um ministro em seu próprio gabinete, que mantém em seu ministério vários ministros denunciados e que ele mesmo é depositário de uma série de denúncias e suspeitas. A sua equipe econômica nada tem a remediar, nada tem a oferecer, a não ser a exigência de sacrifícios aos mais pobres. Compare-se as duas situações e a farsa ficará evidente.

A implosão do bloco golpista

Desnudada a inviabilidade do governo Temer, o bloco golpista implodiu. O PSDB, dividido, e sabendo que não pode morrer abraçado a Temer, prepara o desembarque, que não é consensual. Alguns querem salvar o que não pode ser salvo. Outros querem o desembarque, mas aqui também não há consenso: a) deixar que Temer e o PMDB se afundem sozinhos; b) afastar Temer e assumir o poder; c) afastar Temer e aprovar uma emenda para eleições diretas já. Fernando Henrique Cardoso tratou de transformar "A Ponte para o Futuro" do PMDB em uma frágil pinguela, prestes a se despedaçar nas águas turbulentas da crise.
Mas as fissuras do bloco golpistas se apresentam em outras partes: a grande mídia perdeu as mesuras com o governo; na Congresso, a inquietação se alastra, pois a anistia ao caixa 2 e a crimes conexos foi pactuada como moeda de troca no impeachment, mas está inviabilizada pela reação da opinião pública; os protestantes verde-amarelos voltaram às contra o Congresso, Renan e Rodrigo Maia e ameaçam assumir o "Fora Temer"; Gilmar Mendes e Dias Toffoli se aliaram a Renan e congressistas para minar a Lava Jato e enfrentar juízes e procuradores. O maremoto da Odebrecht se aproxima de Brasília e as perguntas de Eduardo Cunha atormentam o sono de Temere da cúpula do PMDB.
O que se vê é o agravamento da crise política e institucional, que já existia à época de Dilma. O Executivo deixou de funcionar desde o início de 2015. Incapacidades e conspirações foram a regra do jogo. Juízes e procuradores formaram o Partido da Moralidade e se apresentam como salvadores da pátria. O Congresso se move ao sabor dos interesses da degradação da política. O STF se tornou parte da crise ao não defender a Constituição. Essa crise é prolongada e, talvez, só uma nova Constituinte, com a mobilização das ruas, poderá remediá-la.

As esquerdas sem rumo

Com exceção do MTST e de um ou outro agrupamento, as esquerdas continuam a deriva. O PT, dividido, não consegue propor nenhuma estratégia. Parte da bancada do partido passou a ser dirigida por Renan Calheiros. Não foram poucos os que se condoeram com as prisões de Cunha e de Sérgio Cabral. Há até aqueles que elogiam Gilmar Mendes.
As esquerdas não conseguem perceber a natureza dos tempos e o rumo dos acontecimentos. Suas proposições não conseguem atrair ninguém para além da militância. Correm o risco de ver a direita tomar-lhe a bandeira do "Fora Temer" e do PSDB propor as "Diretas Já". O fato é que as esquerdas, desde o início de 2015, não conseguem propor uma saída para a crise. Tinham a chance de retomar a bandeira ética sob o governo Temer, mas estão permitindo que a direita a desfraldem novamente nas ruas.
Enquanto as esquerdas político-partidárias permanecem inertes, na base da sociedade ocorrem vários movimentos e mobilizações na defesa de direitos e contra a PEC do teto. Mas, no geral, permanecem fragmentados nos seus particularismos, pois ninguém consegue propor uma agenda geral. Com mais de 12% de desemprego, as centrais sindicais e os sindicatos, paralisados em sua perplexidade, não conseguem propor um movimento contra o desemprego.
As elites, confusas, buscam reposicionar-se em face da crise. Nunca tiveram um projeto para o país e apoiaram qualquer governo que as servisse. Estão percebendo que o governo Temer não consegue servi-las a contento. Tendem a ver no PSDB e em Alckmin uma tábua de salvação. As classes médias, indignadas, porque em parte perdedoras e em parte enganadas, retomam as mobilizações. As periferias, desconfiadas e abandonadas, observam o cenário político à distância enquanto continuam com suas lutas. As esquerdas estão feridas e o sangue que delas jorra alimenta a direita. A incapacidade e a desmoralização das esquerdas vão empurrando a sociedade para a direita. O agrupamento estamental-burocrático do Estado - Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal - procuram conferir um rumo à crise ao seu modo, combinando medidas legais com medidas de exceção.
Em face de tudo isso e das incertezas da crise, faltam líderes. Se as elites se socorrem no PSDB, as classes médias buscam uma nova liderança, um outsider, um empresário, um juiz e, no limite, um Bolsonaro. O estamento burocrático ainda não tem um líder propriamente político como alternativa. Nas esquerdas sobram indefinições, perplexidades e paralisia. O fato é que a sociedade não suportará por muito mais tempo a degradação do país e o clima de conflagração social que vai se instalando. Ela buscará alternativas. Penderá para quem tiver força organizada e mobilização. Fará surgir um líder, mesmo que seja efêmero, pois essa crise não é efêmera.
Fonte: IHU

Para refletir

“Mas o que Jesus fazia não era somente uma mudança da feiura à beleza, do ruim ao bom: Jesus fez uma transformação. Não é um problema de fazer bonito, não é problema de maquiagem, de magia: transformou tudo a partir de dentro! Transformou com uma recriação: Deus tinha criado o mundo; o homem caiu no pecado; chega Jesus para recriar o mundo. E esta é a mensagem; a mensagem do Evangelho, que se vê claramente: antes de curar aquele homem, Jesus perdoa os seus pecados. Vai ali, à recriação, recria aquele homem de pecador a homem justo: o recria como justo. O faz de novo, totalmente novo. E isso escandaliza: isso escandaliza!”
Papa Francisco