13 abril, 2018

Árvore que não gera a morte!

É uma árvore que não gera a morte, mas a vida; que não difunde as trevas, mas a luz; que não expulsa do Paraíso, mas nele introduz. A esta árvore subiu Cristo, como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano.


Sobre esta árvore o Senhor, como um valente guerreiro,ferido durante o combate em suas mãos, nos pés e em seu lado divino, curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela serpente venenosa.

Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela árvore, recuperamos a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados, agora, pela árvore, repelimos a astúcia da serpente. Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças! Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, a incorrupção; da vergonha, a glória.


[...] 
Já desde o começo do mundo, houve figuras e alegorias desta árvore que anunciavam e Indicavam realidades verdadeiramente admiráveis. Repara bem, tu que sentes um grande desejo de saber:

Não é verdade que Noé, com seus filhos e esposas, e os animais de toda espécie, escapou da morte do dilúvio, por ordem de Deus, numa frágil arca de madeira?


E o que dizer da vara de Moisés? Não era figura da cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes dos magos, quando separou as águas do mar como poder do seu golpe, quando as fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que eram o povo de Deus?

Símbolo da cruz foi também a vara de Aarão, quando se cobriu de folhas num só dia para indicar quem devia ser o sacerdote legítimo.


Abraão também prenunciou a cruz, quando colocou seu filho amarado sobre o feixe de lenha.

Pela cruz, a morte foi destruída e Adão recuperou a vida. Pela cruz, todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados e todos os que crêem, santificados. Pela cruz, fomos revestidos de Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes."


(Dos Sermões de São Teodoro Estudita, séc. IX)

*detalhes da obra iconográfica de Dom Ruberval Monteiro na Paróquia São Sebastião, de Ponta Grossa-PR


O Espírito Santo nos torna corajosos!


Para o papa o tempo pascal foram para os apóstolos "tempo de alegria" pela Ressurreição de Jesus Cristo. Mas havia duvidas entre eles, mas quando da vinda do Espírito Santo, a alegria se tornou "corajosa".

Francisco ensina que antes da vinda do Espírito Santo, eles "entendiam porque viam o Senhor, mas não entendiam tudo.Foi o Espírito Santo que os fez entender tudo".

Francisco apresenta três característica dos apóstolos:

- Obediência

Atos 5,27-33, nos mostra que os Apóstolos são levados diante do Sinédrio, onde o sumo sacerdote lhes recorda a proibição de ensinar em nome de Jesus.

E Pedro responde; "É preciso obedecer antes a Deus que aos homens". A palavra "obediência" reaparece Evangelho, Jo 3,31-36.

E Francisco, então, aponta para "uma vida de obediência" que é aquela que caracteriza os apóstolos que receberam o Espírito Santo:

Obediência para seguir a estrada de Jesus, que "obedeceu até ao fim" como no Monte das Oliveiras.
Obediência que consiste em fazer a vontade de Deus.
Obediência que é o caminho que o Filho "nos abriu", afirmou ele, para mostrar que o cristão, portanto, "obedece a Deus", assim como fizeram os apóstolos.

- Testemunho

O papa afirma que a segunda característica dos apóstolos, é "o testemunho":

"o testemunho cristão incomoda".

O testemunho cristão não conhece "meio-termo" entre o mundo e nós, mas "Conhece a paciência de acompanhar as pessoas que não compartilham o nosso modo de pensar, a nossa fé, de tolerar, mas jamais de vender a verdade":

"Primeiro, obediência. Segundo, testemunho, que incomoda tanto. E todas as perseguições que existem, daquela época até hoje... Pensem nos cristãos perseguidos na África, no Oriente Médio... Mas existem mais do que nos primeiros tempos, na prisão, degolados, enforcados por confessar Jesus. Testemunho até o fim."

- Concretude

A terceira característica a concretude dos apóstolos - falavam de coisas concretas, "não de fábulas".

Assim como os apóstolos viram e tocaram, cada um de nós, "tocou Jesus na própria vida", disse o papa:

"Acontece que muitas vezes os pecados, os comprometimentos, o medo, nos fazem esquecer este primeiro encontro, do encontro que nos mudou a vida. Eh sim, nos remete a uma lembrança, mas a uma lembrança aguada; nos faz cristãos mas como "colônia de rosas". Aguados, superficiais. Pedir sempre a graça ao Espírito Santo da concretude. Jesus passou pela minha vida, pelo meu coração. O Espírito entrou em mim. Talvez, depois, tenha esquecido, mas a graça da memória do primeiro encontro."