10 janeiro, 2019

Depressão


Excelente reflexão do Pe. Genivaldo Ubinge, sobre a decisão estúpida do presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro de sair do Pacto Global para a Migração


Excelente reflexão do Pe. Genivaldo Ubinge, sobre a decisão estúpida do presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro de sair do  Pacto Global para a Migração.  

"Deliberadamente" significa propositalmente, com intenção; pode ser sinônimo de refletidamente, uma tomada de decisão a partir de uma discussão racional. 

Indeliberadamente, significa sugere algo irrefletido, feito de qualquer modo. 

Ai que está, ninguém, nem a ONU nem o Papa, está propondo uma abertura de fronteiras INDELIBERADAMENTE. Mas justamente o contrário disso. Entendendo a migração como um fenômeno global, propõe um pacto, um plano que, DILIBERADAMENTE, ou seja, discutido e assumido pelas Nações como esforço para lidar com os problemas deste fenômeno por viés humanitário.

Por isso, a decisão mais estúpida (ou anti-humanitária) de um governo e sair deste acordo e considerar o fenômeno da migração, isolando-se do mundo.  


Até 2020, a depressão será a doença mais incapacitante do mundo, diz OMS



Até 2020, a depressão será a doença mais incapacitante do mundo, diz OMS

Ela chega de mansinho, assim como quem não quer nada. Num dia, você acorda triste, desanimado. No outro, bate uma sensação de vazio e uma vontade incontrolável de chorar, sem qualquer motivo aparente. A depressão é assim, um mal silencioso e ainda mal compreendido – até mesmo entre os próprios pacientes.

Considerada um transtorno mental afetivo, ou uma doença psiquiátrica, a depressão é caracterizada pela tristeza constante e outros sintomas negativos que incapacitam o indivíduo para as atividades corriqueiras, como trabalhar, estudar, cuidar da família e até passear.  

De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), até 2020 a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo. Isso significa que quem sofre de depressão tem a sua rotina virada do avesso. Ela deixa de produzir e tem a sua vida pessoal bastante prejudicada.

Atualmente, mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a depressão no mundo – estima-se que só no Brasil, são 17 milhões. E cerca de 850 mil pessoas morrem, por ano, em decorrência da doença.

Descrita pela primeira vez no início do século 20, a depressão ainda hoje é confundida com tristeza, sentimento comum a todas as pessoas em algum momento da vida. Brigar com o namorado, repetir o ano escolar e perder o emprego são motivos para deixar alguém triste, cabisbaixo. Isso não significa, porém, que o sujeito está com depressão. Em alguns dias, ele, certamente, vai estar melhor.

O desconhecimento real do funcionamento desse transtorno afetivo é o principal responsável por um dos maiores problemas para quem sofre com a depressão: o preconceito. Para Marcos Pacheco Ferraz, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ele ainda existe e prejudica muito o paciente.

– Principalmente no ambiente de trabalho, onde há competições e cobranças por bom desempenho, é comum as pessoas nem comentarem sobre a enfermidade. Nesses casos, o melhor é tirar férias ou licença médica.

E não é só isso. A ignorância em torno da doença faz com que familiares e amigos, na tentativa de ajudar, piorem ainda mais a condição do depressivo.

Frases como “tenha um pouco de força de vontade”, “vamos passear no shopping que melhora”, “você tem uma vida tão boa, tá com depressão por que?” e “se ocupe com outras coisas que você não terá tempo de pensar em bobagens”, funcionam como uma bomba na cabeça de quem já se esforça, diariamente, para conseguir sair da cama.

– Isso mostra que as pessoas não conhecem o transtorno. Achar que é frescura ainda é comum. Elas não imaginam que o paciente não consegue reagir. Não depende de força de vontade.

A designer C.N., 35 anos, que passou por uma depressão severa há alguns anos, sabe bem o que é isso. Mesmo trabalhando em um ambiente com pessoas bastante esclarecidas, ela cansou de ouvir esse tipo de comentário. E os efeitos eram devastadores. Ela conta que “até críticas sobre o meu médico eu ouvi. Uma colega disse que ele não devia ser bom, pois depois de um mês de tratamento eu já deveria estar curada.”

– É incrível o poder que algumas palavras tem sobre o doente. A primeira coisa que as pessoas perguntavam era o motivo da minha depressão, pois eu tinha uma vida tão boa, uma família, filha, um casamento bacana, um emprego legal. O fato de não ter uma explicação para a doença me deixava péssima. Era um sentimento de culpa enorme.

Por isso, Ferraz diz que é muito importante a participação da família no tratamento. Eles precisam saber o que devem e o que não devem fazer em relação ao doente. Para ele, “fazer com que todos entendam o mecanismo do transtorno e como agem os remédios é fundamental para o sucesso do tratamento. Ainda existe o mito de que antidepressivo vicia, o que é um grande engano.”


Fonte do texto: Revista Pazes
Fonte da foto: Google Imagem

Um bom livro e um bom vinho são melhores do que muita gente

Por Karen Curi em Crônicas


Um bom livro e um bom vinho são melhores do que muita gente

Por Karen Curi em Crônicas

Estou ficando velha e a cada dia mais medrosa. Tenho medo de tudo. Do escuro, de espíritos, de barata, de montanha-russa, até de manga com leite — melhor evitar. Não me convide para programações radicais, como descer numa tirolesa ou pular de uma cachoeira. Para quê? Já estou velha para algumas emoções. Quanto mais perto dos 40, mais me convenço de que já vivi o bastante para saber, pelo menos, o que eu não quero fazer.

Hoje eu sei que não preciso mais me agarrar à adrenalina para me sentir viva. Ler um livro, assistir a um filme, encontrar um amigo me fazem melhor do que voar de asa delta, por exemplo. Chega uma época em que não precisamos mais de autoafirmação. Nós nos conhecemos tão bem que já não fazemos a menor questão e o mínimo esforço para agradar aos outros. Não temos mais a necessidade de nos sentir aceitas, da mesma forma que também não aceitamos qualquer um e qualquer programa.

Uma coisa é certa: o nível de exigência aumenta impetuosamente com os anos e isso reflete em todos os aspectos. Para sair de casa, só se a companhia for excepcional. Para entrar num relacionamento, nem se fala. Depois dos 30, nós só namoramos se valer muito a pena. Antes só do que mal amada. Se isso é bom? Claro que sim! Fica quem quer ficar e vai embora quem deve ir.

Deixo a pressa para os jovens que têm fôlego para nadar — não sei por que — contra a maré do amanhã. Os anos me ensinaram, e vão ensinar aos afobados, que a vida não pode ser vivida em apenas um dia, e que não se deve beber todos os drinks em uma noite só. O tempo e a ressaca estão aí para provar que o mundo gira igual para todos, mesmo que tenhamos a impressão de que para nós só existem duas velocidades: câmera lenta ou avanço rápido.

Mas não podemos ter medo de envelhecer. Nós não vamos nos transformar em monjas solitárias, apenas nos tornaremos mais seletivas, mais cautelosas e mais reflexivas. É mais ou menos assim; enquanto, antes, nós nos lançávamos ao mar sem pensar, agora observamos as ondas primeiro, sentimos o vento, e molhamos um pé de cada vez.

Apesar de andar medrosa, confesso que eu não temo amadurecer. Sabe por quê? Porque a maturidade me fez enxergar que eu não tenho o controle de nada e de ninguém, senão de mim mesma. Já não ponho a culpa nos outros e nem carrego culpa que não me pertence. Estou mais leve e, ao mesmo tempo, mais forte. Aprendi a me proteger da dor ao invés de apenas curar meus ferimentos. Entendi que perfeição não existe, nem príncipe encantado, e muito menos a felicidade eterna.

Enfim, a mulher madura não tem medo de ficar sozinha. Tem medo de ficar mal acompanhada! É preferível a solidão fiel do que a companhia traiçoeira. Um bom livro e um bom vinho são melhores do que muita gente…