Após a medida judicial que suspendeu a reintegração de posse e solicitou à prefeitura que apresentasse um relatório social das famílias da ocupação Atenas, os documentos foram apresentados juntamente com a proposta da prefeitura de que os moradores da ocupação do Antenas sejam abrigados na escola municipal João Gentilin.
Trata-se de uma escola desativada localizada na área rural da cidade. O prédio que está abandonado há anos fica há cerca de cinco quilômetros do ponto de ônibus mais próximo e boa parte da estrada sequer é asfaltada.
O relatório entregue pela prefeitura à justiça é acompanhado de fotos do local, inclusive sem data de quando foram feitas, e traz a conclusão assinada por um engenheiro da prefeitura atestando o seguinte:
“Considerando que não foi possível uma verificação completa das instalações hidráulicas, instalações elétricas, estrutura e cobertura do imóvel, no momento, podemos atestar o seguinte: aparentemente não existe problemas estruturais que comprometem a segurança da edificação. Para a ocupação do imóvel, como abrigo provisório de pessoas, faz-se necessário uma revisão da cobertura, com o objetivo de sanar eventuais pontos de infiltração de água, como também de uma revisão completa nas instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias da edificação e limpeza interna e externa.”
Nesse domingo moradores da ocupação Atenas visitaram o local. As fotos que estão em preto e branco foram apresentadas pela prefeitura e estão anexas ao documento entregue à justiça. As fotos coloridas foram feitas nesse domingo (10 de fevereiro) e demonstram a total precariedade do local que conta com infiltrações no teto, rachaduras nas paredes, instalações elétricas expostas, muito entulho e sanitários quebrados. As condições precárias do local demonstra o total abandono do poder público que poderia fazer alguma utilidade do prédio. De fato o laudo se refere à necessidade de uma revisão, mas reformas são nitidamente necessárias.
Transferir essas famílias para um abrigo localizado há quase cinco quilômetros do ponto de ônibus mais próximo, mais distante ainda de um posto de saúde e escola demonstra o desrespeito com as necessidades dessas famílias que necessitam ser incluídas e não excluídas socialmente. Mais informações
(Enviado pelo Movimento de Trabalhadores por Moradia)