18 maio, 2014

Ano da Paz é aprovado pelos bispos


Os bispos que participam da 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por unanimidade aprovaram a realização do Ano da Paz.

O ano da paz terá início no primeiro domingo do Advento, 30 de novembro deste ano de 2014 e vai até o Natal de 2015. 

De acordo com o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, a paz está relacionada com as relações. “A paz é vital para as relações, a paz nasce de ralações novas, de relações equilibradas", disse.

Para ele, o aumento da violência dá a sensação de relações quebradas. “É preciso ajudar a reconstruir este tecido de elos, de relações”, comentou.

Dom Leonardo explicou que o ano da paz pode contribuir na reflexão sobre os motivos da violência. “Um ano da paz pode nos ajudar muito: refletir sobre o porquê da violência, sobre a necessidade da paz, mas também busca, junto à população, junto às nossas comunidades, momentos onde eles possam expressar que desejam viver em harmonia e em fraternidade”, sinalizou.

Durante a reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), que reúne a presidência da CNBB e os presidentes das Comissões da entidade, serão definidas atividades e propostas de ações para a vivência deste momento.

A Assembleia da CNBB teve início no dia 30 de abril, e se encerra no dia 9 de maio.

Se queres escalar o poder na Igreja, vá fazer alpinismo. "É mais sadio!", diz o Papa

"Na Igreja, há pessoas que seguem Jesus por vaidade, sede de poder ou dinheiro; que o Senhor nos dê a graça de segui-Lo apenas por amor": essa é a oração que o papa fez durante a missa presidida na manhã dessa segunda-feira em Santa Marta.


A reportagem é de Sergio Centofanti, publicada no sítio da Rádio Vaticano, 05-05-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Tomando como ponto de partida o Evangelho do dia, em que Jesus reprova as pessoas por buscá-Lo só porque havia sido saciada depois da multiplicação dos pães e dos peixes, o papa convida a se fazer a pergunta se seguimos o Senhor por amor ou por alguma vantagem.

"Porque nós somos todos pecadores – observou – e sempre há algo de interesseiro que deve ser purificado ao seguir Jesus e devemos trabalhar interiormente para segui-Lo por Ele, para amor."

"Jesus – afirmou o Papa Francisco – menciona três atitudes que não são boas para segui-Lo ou para buscar a Deus. A primeira é a vaidade." Em particular, ele se refere àqueles notáveis, àqueles "dirigentes" que dão esmolas ou jejuam para serem vistos:

"Esses dirigentes queriam ser vistos. Eles gostavam – para dizer a palavra certa – gostavam de se pavonear e se comportavam como verdadeiros pavões! Eram assim. E Jesus diz: 'Não, não, isso não está certo. Não está certo. A vaidade não faz bem'. E, algumas vezes, nós fazemos coisas buscando com que sejamos vistos um pouco, buscando a vaidade. É perigosa, a vaidade, porque nos faz deslizar imediatamente para o orgulho, a soberba, e depois tudo acaba lá. E eu me faço a pergunta: eu, como sigo Jesus? As coisas boas que eu faço, eu as faço às escondidas ou gosto de me exibir?"

"E eu também penso em nós, pastores" – disse o papa – porque "um pastor que é vaidoso não faz bem ao povo de Deus": pode ser padre ou bispo, mas "não segue Jesus" se "a vaidade lhe agrada".

"A outra coisa que Jesus repreende aqueles que o seguem – afirma – é o poder.": "Alguns seguem Jesus, mas um pouco, não de forma totalmente consciente, um pouco inconscientemente, mas buscam o poder, não? O caso mais claro é João e Tiago, os filhos de Zebedeu, que pediam a Jesus a graça de ser primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro, quando viesse o Reino. E na Igreja há escaladores! Há muitos que usam a Igreja para... Mas se você gosta disso, vá para o Norte e faça alpinismo: é mais sadio! Mas não venha à Igreja para escalar! E Jesus repreende esses escaladores que buscam o poder."

"Somente quando veio o Espírito Santo – observou o papa – os discípulos mudaram. Mas o pecado na nossa vida cristã permanece, e nos fará bem nos fazer a pergunta: eu, como sigo Jesus? Por ele somente, inclusive até a Cruz, ou busco o poder e uso a Igreja um pouco, a comunidade cristã, a paróquia, a diocese para ter um pouco de poder?"

"A terceira coisa que nos afasta da retidão das intenções – destacou o papa – é o dinheiro": "Aqueles que seguem Jesus pelo dinheiro, com o dinheiro, buscando se aproveitar economicamente da paróquia, da diocese, da comunidade cristã, do hospital, do colégio... Pensemos na primeira comunidade cristã, que teve essa tentação: Simão, Ananias e Safira... Essa tentação existiu desde o início, e conhecemos tantos bons católicos, bons cristãos, amigos, benfeitores da Igreja, até com várias honrarias, tantos!, que, depois, descobriu-se que fizeram negócios um pouco obscuros: eram verdadeiros homens de negócios e fizeram muito dinheiro! Apresentavam-se como benfeitores da Igreja, mas pegavam muito dinheiro, e nem sempre dinheiro limpo."

"Peçamos ao Senhor a graça – concluiu o papa –, que nos dê o Espírito Santo para ir atrás d'Ele com retidão de intenção: somente Ele. Sem vaidade, sem vontade de poder e sem vontade de dinheiro."

Fonte: IHU