26 agosto, 2014


Existem discípulos e discípulas? Um olhar diante do espelho da fé a partir das palavras de Jesus conforme Mateus 16,21-28

Penso que para toda pessoa cristã, as palavras de Jesus tornam-se não uma obrigação, mas uma necessidade diária. Mais necessárias ainda são para quem está no papel de liderança, orientador, orientadora, e carrega a tarefa de conduzir a comunidade nos caminhos de fé. Que as duras palavras de Jesus de Nazaré, o Cristo, nos incomodem e nos provoquem, assim como certamente desafiaram os seguidores e as seguidoras de Jesus nas primeiras comunidades primitivas. Leia na íntegra agui

Quatro lições de liderança do Papa Francisco, segundo o Wall Street Journal

Talvez não tenha um MBA, mas o Papa Francisco poderia ensinar uma série de coisas sobre como dirigir uma empresa.
A reportagem é de Adam Rubenfire e publicada no The Wall Street Journal, 21-08-2014. A tradução é de André Langer.
O pontífice, que chegou à Coreia do Sul na quinta-feira, na primeira visita papal à Ásia em 15 anos, foi qualificado como um líder transformador do porte de Steve Jobs, da Apple Inc., e Lou Gerstner, da International Business Machines Corp., pela revista The Economist. Ele conseguiu milagres à frente de uma burocracia inflada e varada de escândalos e que sofria com a perda de fiéis, segundo seus admiradores.
Jeffrey Krames, escritor de Chicago, estava tão inspirado pela liderança do Papa que decidiu escrever um livro sobre o assunto: Lead with Humility: 12 Leadership Lessons from Pope Francis (Liderar pelo exemplo: doze lições de liderança do Papa Francisco), que será publicado na Argentina e no México, em espanhol, em novembro próximo, pelaV&R Editoras. Posteriormente, será publicado no resto da América Latina. A editora não especificou datas.
Como pode alguém dirigir como o Papa? Na sequência, quatro lições do livro:
1. Seja humilde
Papa Francisco escreveu que a humildade é uma das qualidades mais importantes que um verdadeiro líder deve ter. Mas não é suficiente agir com humildade: Francisco diz que deve ser autêntico.
Krames escreve que o Papa colocou-se a si mesmo consistentemente no mesmo nível de seus seguidores, e assinala que líderes empresariais como a ex-presidenta executiva da eBay Inc.Meg Whitman, agora presidenta executiva daHewlett-Packard Co., e a ex-presidenta executiva da Travelocity Michelle Peluso, a atual diretora de moda on-line do minorista Gilt Groupe Inc., fizeram o mesmo ao abandonar o escritório do chefe e sentar-se em cubículos comuns.
“Há bastante margem para que os presidentes executivos cresçam em humildade”, apontou Krames em uma entrevista, indicando que o Papa não é anticapitalista, mas provavelmente acredita que os ricos poderiam ser mais caritativos.
2. Tenha uma mente aberta
O lema do Papa Francisco é “primeiro as pessoas, e tudo o mais vem depois”, segundo Krames, que escreve que a carreira do Papa consistiu muito menos em manter os católicos fiéis às verdades perenes da sua fé e mais em servir às pessoas. Por exemplo, embora papas anteriores tenham lavado cerimoniosamente apenas os pés de homens cristãos, oPapa Francisco lavou os pés tanto de homens como de mulheres de diferentes crenças.
Krames escreve que o Papa negou-se a julgar pessoas que de outra maneira teriam sido rechaçadas pela Igreja, incluindo a comunidade GLBT. Indica que os bons líderes não falam com arrogância com seus seguidores, mas entabulam conversas abertamente:
“É importante, diz Francisco, não transmitir um monólogo ao falar com o seu pessoal e levar em conta a natureza mutante da nossa cultura”, escreve Krames.
3. Não pode fazer tudo do seu escritório
Papa Francisco pensa que a Igreja deveria ser dirigida como um hospital de campanha, o que implica que os líderes não podem permanecer inativos e ditar somente ordens do altar.
“Ele não quer burocratas”, anota Krames. De maneira similar, escreve que os grandes empresários passam tempo no mundo real para conhecer os seus clientes. Além disso, os grandes gerentes descentralizam o processo de tomada de decisões, evitam a microgestão e confiam em que seus empregados farão bem o seu trabalho.
4. Não permita que os fracassos o deprimam
Em um gesto que surpreendeu a muitos, o Papa Francisco fez sua própria confissão este ano antes de ouvir as confissões dos outros, reconhecendo que ele também comete erros. Com respeito à questão dos escândalos de abuso sexual de menores que a Igreja enfrenta, Krames indica que o Papa Francisco aprendeu “que esquivar-se das adversidades, raramente funciona”.
“Ficar obcecado com feridas do passado não o ajudará no futuro. Para ser líder da magnitude do Papa Francisco, deve-se reconhecer que algumas vezes fraquejará, e que os erros são aceitáveis sempre e quando possam contribuir para futuros triunfos”.
Liderar pelo exemplo: doze lições de liderança do Papa Francisco será publicado em setembro em inglês, e em novembro no México e na Argentina.
Fonte: IHU