30 abril, 2018

Dia da trabalhadora e do Trabalhador



Convite

1º de Maio
Dia da trabalhadora e do Trabalhador
Caminhada - Benção da Carteira de Trabalho e Missa
Paróquia São Mateus Apóstolo de Maringá - Paraná

A paróquia São Mateus Apóstolo - Arquidiocese de Maringá, convida para celebrar o dia da trabalhadora e do trabalhador.

Estamos com carinho esperando por vocês para esse lindo momento.

Local: Paróquia São Mateus Apóstolo
Inicio: 07h30
Concentração para caminhada: Rua Rio Seridó esquina com a Rua Rio São Francisco

História:

Padroeiro das trabalhadoras e trabalhadores, São José foi o pai adotivo de Jesus Cristo e lhe ensinou o ofício de carpinteiro. Ele era considerado modelo ideal de trabalhador, pois sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos e cumpriu sempre seus deveres com a comunidade.

Em 1955, papa Pio XII instituiu a festa de São José Operário no dia primeiro de maio, em sincronia com o Dia da Trabalhadora e do Trabalhador.


28 abril, 2018

A vocês visitantes do blog

Um abençoado e alegre final de semana a todas e a todos!

Sonhar dizem que até que é bom, mais ficar só na imaginação é ruim - lute pelos seus sonhos, alguns irão realizar outros não assim e a vida.

Carlos Drummond de Andrade

27 abril, 2018

Acreditar

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo João 15,1-8, Leia a reflexão do teólogo espanhol José Antonio Pagola sobre a leitura de domingo.



Acreditar 
  
A fé não é uma impressão ou emoção do coração. Sem dúvida, o crente sente a sua fé, experimenta-a e desfruta-a, mas seria um erro reduzi-la a “sentimentalismo”. A fé não é algo que dependa dos sentimentos: “Já não sinto nada; devo estar a perder a fé”. Ser crentes é uma atitude responsável e razoável.
A fé não é tampouco uma opinião pessoal. O crente compromete-se pessoalmente a acreditar em Deus, mas a fé não pode ser reduzida a “subjetivismo”: “Eu tenho as minhas ideias e acredito naquilo que me parece”. A realidade de Deus não depende de mim nem a fé cristã é elaboração própria. Brota da ação de Deus em nós.

A fé não é tampouco um costume ou tradição recebida dos padres. É bom nascer numa família crente e receber desde criança uma orientação cristã da vida, mas seria muito pobre reduzir a fé a “hábitos religiosos”: “Na minha família sempre temos sido muito de Igreja”. A fé é uma decisão pessoal de cada um.

A fé não é tampouco uma receita moral. Acreditar em Deus tem as suas exigências, mas seria um equívoco reduzir tudo a “moralismo”: “Eu respeito a todos e não faço mal a ninguém”. A fé é, além disso, amor a Deus, compromisso por um mundo mais humano, esperança de vida eterna, ação de graças, celebração.

A fé não é tampouco um “tranquilizante”. Acreditar em Deus é, sem dúvida, fonte de paz, consolo e serenidade, mas a fé não é só uma “boia de salvação” para os momentos críticos: “Eu, quando me encontro em apuros, recorro à Virgem”. Acreditar é o melhor estímulo para lutar, trabalhar e viver de forma digna e responsável.

A fé cristã começa a despertar-se em nós quando nos encontramos com Jesus. O cristão é uma pessoa que se encontra com Cristo, e Nele vai descobrindo um Deus Amor que a cada dia o atrai mais. Diz muito bem João:

“Nós conhecemos o amor que Deus tem por nós e temos acreditado Nele. Deus é Amor” (1 João 4,16).

Esta fé cresce e dá frutos só quando permanecemos dia a dia unidos a Cristo, quer dizer, motivados e sustentados pelo Seu Espírito e a Sua Palavra: “O que permanece unido a mim, como eu estou unido a ele, produz muito fruto, porque sem mim não podeis fazer nada”.

Fonte: IHU

Benefícios da alimentação orgânica, artigo de Roberto Naime

A produção de orgânicos otimiza recursos naturais e socioeconômicos, além de respeitar a cultura das comunidades rurais e melhorar a saúde.


O artigo é de Roberto Naime, publicado por EcoDebate. 26/04/2018

A produção de orgânicos otimiza recursos naturais e socioeconômicos, além de respeitar a cultura das comunidades rurais e melhorar a saúde

Alimentos orgânicos são produzidos através de técnicas específicas, buscando otimizar recursos naturais e socioeconômicos, respeitar a cultura das comunidades rurais, objetivando a sustentabilidade econômica e ecológica e a minimização do uso de energias não-renováveis. Sem nunca empregar materiais sintéticos, organismos modificados geneticamente ou radiações ionizantes.

Nas últimas décadas houve um crescimento muito grande com relação à preocupação com a saúde e por isto as pessoas começaram a se mobilizar em busca de dietas alimentares mais saudáveis. Esta mudança de comportamento fez crescer o número de produtores de alimentos orgânicos.

Ao contrário dos alimentos convencionais, os produtos orgânicos utilizam técnicas específicas, que respeitam o meio ambiente durante todo o seu processo de produção e objetivam maximizar os resultados obtidos com as interações sinérgicas dos elementos bióticos e abióticos constituintes dos ecossistemas utilizados.

São alimentos obtidos de maneira mais natural, e por isso são mais saudáveis e até mais saborosos e nutritivos. Além das frutas, verduras, legumes, grãos e ovos, vem sofrendo incremento também o mercado de carnes orgânicas.

Na produção de ovos e carnes, o cuidado com o rebanho ou a granja é grande, já que os animais não sofrem maus-tratos e não passam por estresse. A alimentação deles é feita com grãos, cereais, sementes, verduras e legumes orgânicos e os animais são criados sem a aplicação de hormônios, anabolizantes e antibióticos. Assim, os ovos e as carnes orgânicas são mais saudáveis.

Nos grandes centros urbanos, por exemplo, os alimentos orgânicos são encontrados à venda em “Feiras Orgânicas” ou “Feiras Verdes”, que vendem exclusivamente produtos orgânicos. Já nas “feiras livres”, as barracas de orgânicos ainda são em menor número.

Vale ressaltar que apesar de serem alimentos orgânicos, o cuidado com a higiene deve ser o mesmo que os alimentos convencionais. Os alimentos orgânicos crus, também devem ser bem lavados e em água corrente, pois da mesma forma, há o risco de contaminação por bactérias, fungos e coliformes fecais.

No Brasil, existe produção orgânica ou natural de cana-de-açúcar e açúcar; e de grãos como soja, cacau, arroz, café e gengibre, e frutas como guaraná, manga, morango, uva, pêssego, banana, frutas cítricas. São produzidos ainda rapadura orgânica e hortifrutigranjeiros como tomate orgânico e legumes. Também néctares e sucos de frutas, geleias e cosméticos.

Os orgânicos evitam problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas. Pesquisas e investigações tem demonstrado que os agrotóxicos são prejudiciais ao nosso organismo e os resíduos que permanecem nos alimentos podem provocar reações alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até câncer.

Alimentos orgânicos são mais nutritivos. Solos ricos e balanceados com adubos naturais produzem alimentos com maior valor nutritivo. Alimentos orgânicos também são mais saborosos. Seu sabor e aroma são mais intensos e em sua produção não há agrotóxicos ou produtos químicos que possam produzir alterações e modificações.

Protege as presentes e futuras gerações de contaminação química. A intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas. A agricultura orgânica exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer produto químico; e tem como base de seu trabalho a preservação dos recursos naturais.

A agricultura orgânica evita a erosão do solo. Através das técnicas orgânicas tais como rotação de culturas, plantio consorciado, compostagem e outras, os solos se mantém férteis e permanecem produtivos de forma permanente.

A agricultura e a pecuária orgânicos, protegem a qualidade da água. Os agrotóxicos, ou hormônios, antibióticos e anabolizantes utilizados nas plantações e criações, não contaminam os solos e os recursos hídricos, não poluindo rios e lagos.

A agricultura e a criação orgânicos, restauram a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal. A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis dos quais sinergicamente também se beneficia. A vida silvestre, parte essencial do estabelecimento agrícola é preservada e áreas naturais são conservadas.

Em sua maior parte, a produção orgânica provém de pequenos núcleos familiares que tem na terra a sua única forma de sustento. Mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgânico prende o homem à terra e revitaliza as comunidades rurais.

O cultivo orgânico economiza energia, dispensa os agrotóxicos e adubos químicos, utilizando intensamente a cobertura morta, a incorporação de matéria orgânica ao solo e o trato manual dos canteiros. É o procedimento contrário da agricultura convencional que se apoia no petróleo como insumo de agrotóxicos e fertilizantes e é a base para a intensa mecanização que a caracteriza.

Por fim, o produto orgânico é certificado. A qualidade do produto orgânico é assegurada por um Selo de Certificação. Este Selo é fornecido pelas associações de agricultura orgânica ou por órgãos certificadores independentes, que verificam e fiscalizam a produção de alimentos orgânicos desde a sua produção até a comercialização.

O Selo de Certificação é a garantia do consumidor de adquirir produtos mais saudáveis e isentos de qualquer resíduo tóxico. São com gestos pequenos, concretos e persistentes que se determinam mudanças de paradigmas realmente relevantes.

Referência:

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

26 abril, 2018

Aos 87 anos, Dona Luísa Concluiu Sua Faculdade Com Um TCC Feito à Mão

A caminhada de dona Luísa nem um pouco fácil, mas ela não desistiu. Teve que refazer algumas disciplinas, o que acabou estendendo o período do seu curso para seis longos anos. Além disso, por conta de sua dificuldade com o mundo dos computadores, seu TCC foi totalmente escrito à mão.


Publicado por inspiradornews, 25/04/2018

Talvez seja por vergonha ou pelo medo de fracassar que uma boa parte das pessoas que estão na segunda metade da vida utiliza a frase “meu tempo já passou” para justificar sua inação.

Afortunadamente, existem exemplos que provam que nunca é tarde para aprender. O ser humano sempre pode superar a si mesmo e enfrentar seus medos.

Imagine uma senhora que já havia ultrapassado a casa dos oitenta anos. A irmã e o marido já haviam falecido e ela, com todos os motivos para, segundo a própria, “ficar em casa dormindo” resolveu sair para ocupar sua cabeça.

Filha de imigrantes italianos, Luísa Valencic Ficara veio para a América do Sul ainda no período da segunda grande guerra. E aos oitenta e tantos anos resolveu travar uma batalha contra ela mesma: , se formou em nutrição na faculdade Jundiaí.



Quando ela entrou na sala de aula pela primeira vez, não pôde deixar de notar as expressões de surpresa nas faces de colegas e mestras. Entretanto, a surpresa maior foi quando ela, após ter completado seus 87 anos, recebeu o tão sonhado diploma.

A caminhada de dona Luísa nem um pouco fácil, mas ela não desistiu. Teve que refazer algumas disciplinas, o que acabou estendendo o período do seu curso para seis longos anos. Além disso, por conta de sua dificuldade com o mundo dos computadores, seu TCC foi totalmente escrito à mão.

No fim, com a ajuda de todas as pessoas que contribuíram para a vitória alcançada, dona Luísa pôde, enfim, comemorar sua vitória. E todos aqueles que presenciaram a senhora de cabelos grisalhos levantando seu “canudo” puderam ovacionar este exemplo de perseverança.

1°Mutirão de Comunicação da Arquidiocese de Maringá


A Arquidiocese de Maringá/Pr, através da Pastoral da Comunicação/PasCom, realizará o 1º Mutirão Arquidiocesano de Comunicação (MUTICOM), no dia 27 de maio de 2018. 

Com o tema “Comunicação e Evangelização”, o evento tem como objetivo ajudar na compreensão da comunicação como instrumento de evangelização e desenvolvimento humano, assim como ajudar na compreensão e uso dos meios de comunicação disponíveis na Arquidiocese e paróquias.

O tema coloca em destaque a missão/objetivo da Pastoral da Comunicação, junto aos agentes e lideranças em geral auxiliando na compreensão e consciência do potencial da comunicação como instrumento de evangelização.

O evento também comemora o Dia Mundial das Comunicações Sociais, instituído pelo Papa Paulo VI, em maio de 1967, pós-Concílio Vaticano II, quando a Igreja sentiu a necessidade de chamar a atenção dos fiéis para o vasto e complexo fenômeno dos modernos meios de comunicação. Neste ano, o Dia Mundial das Comunicações será em 13 de Maio, Domingo da Ascensão do Senhor, contudo todo o mês de maio é dedicado à comunicação. 

[PasCom/Arquidiocese de Maringá / pascommaringa@gmail.com]

9º Encontro Anual das Pastorais Sociais do Regional Sul 2.

A Pastoral Social realiza dos dias 4 a 6 de maio o 9º Encontro Anual das Pastorais Sociais do Regional Sul 2. 

O tema será a Encíclica do Papa Francisco Alegrai-vos e Exultai-vos (leia aqui). Devem participar do encontro coordenadores e participantes das pastorais sociais de todas as dioceses do Paraná.

Serviço

9º Encontro Anual das Pastorais Sociais do Regional Sul 2.

Quando: dias 4 a 6 de Maio de 2018.

Onde: Casa de Encontro dos Freis Carmelitas, Rua General Teodorico Guimarães, 48 – Fanny, Curitiba. [Também pode chegar pela Linha Verde, 13.512].

Inscrições: Clique Aqui.

Prazo das inscrições encerram em 30 de abril.

Custos: R$ 130,00 (hospedagem e alimentação)

Contato: jardel.lopes.puc@gmail.com ou celular 41 9843 2459 (Tim/WhatsAapp).

25 abril, 2018

No Brasil, mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação de pobreza


O número representa 17,3 milhões de jovens, aponta estudo da Abrinq.

Mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil, o que representa 17,3 milhões de jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza, o número chega a 5,8 milhões de jovens, ou seja, 13,5%. O que caracteriza a população como pobres e extremamente pobres é rendimento mensal domiciliar per capita de até meio e até um quarto de salário mínimo, respectivamente.

A reportagem é de Camila Boehm, publicada por Agência Brasil, 24-04-2018.

Os dados são da publicação “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, que será divulgado amanhã (24) pela Fundação Abrinq. O estudo relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global para a promoção de metas de desenvolvimento até 2030, do qual o Brasil é signatário junto a outros 192 países.

“Algumas metas [dos ODS] certamente o Brasil não vai conseguir cumprir, a menos que invista mais em políticas públicas voltadas para populações mais vulneráveis. Sem investimento, fica muito difícil cumprir esse acordo”, avaliou Heloisa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq. “Se não houver um investimento maciço em políticas sociais básicas voltadas à infância, ficamos muito distantes de cumprir o acordo”.

Um dos exemplos de metas difíceis de serem cumpridas está relacionada à educação, mais especificamente ao acesso à creche. “Você tem uma meta, que entra no Plano Nacional de Educação [PNE], de oferecer vagas para 50% da população de 0 a 3 anos [até 2024]. Se você não aumentar o investimento e a oferta de vagas em creches – hoje estamos com 27% de cobertura –, não chegaremos em 50% para atender o PNE. Essa é também uma meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável [da ONU]”, explica Heloisa.

Outra meta distante do cumprimento é sobre a erradicação do trabalho infantil. “O acordo [com a ONU] prevê que, até 2025, os países erradiquem todo tipo de trabalho escravo e trabalho infantil. Nós [Brasil] ainda temos 2,5 milhões crianças em situação de trabalho. Se não houver investimento na erradicação do trabalho infantil, essa meta certamente não vai ser alcançada”, avaliou.

Jovens vulneráveis

Segundo Heloisa, o relatório ressalta o quanto os jovens são vulneráveis à pobreza. Ela compara que, enquanto as crianças e adolescentes representam cerca de 33% da população brasileira, entre os mais pobre esse patamar é maior. “Se você fizer um recorte pela pobreza cruzado com a idade, você vai perceber que entre a população mais pobre tem um contingente ainda maior de crianças e adolescentes [40,2%]. Esse é um ponto importante que ressalta o quanto as crianças são vulneráveis à pobreza”, diz.

A representante destaca ainda a importância de analisar os indicadores do ponto de vista regional, uma vez que a média nacional não reflete o que se passa nas regiões mais pobres. Em relação à renda, o Nordeste e o Norte continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo na condição de pobreza, enquanto a média nacional é de 40,2%.

“Quando olhamos para uma média nacional, tendemos a achar que a realidade está um pouco melhor do que de fato ela está. O Brasil é um país muito grande, muito desigual, então se você olhar os dados regionais, vai ver que as regiões mais pobres concentram os piores indicadores de educação, de acesso à água e saneamento, de acesso a creches, por exemplo”.

Violência

O relatório mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade, um total de 10.676. A maioria desses jovens (80,7%) foi assassinada por armas de fogo. O Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo (85%) e supera a proporção nacional, com 19,8% de jovens vítimas de homicídios sobre o total de ocorrências na região.

A violência é a consequência da falta do investimento nas outras políticas sociais básicas, segundo Heloisa. “Os outros índices influenciam diretamente a estatística da violência. Se você investir na manutenção das crianças e adolescentes na escola até completar a educação básica – que está prevista na lei brasileira, que seria até 17 anos –, se investir na proteção das famílias, na disponibilização de atividades e espaços esportivos para crianças e adolescentes, você vai ter um número muito menor de jovens envolvidos com a violência”, conclui

Heloisa destaca que há uma relação direta dos altos índices de violência com as estatísticas de pobreza. “A prova de que isso é uma relação direta é que, entre esses 10,6 mil crianças e adolescentes assassinados [em 2016], a maioria deles, mais de 70%, são jovens negros, pobres e que vivem em periferia. Portanto, são adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social, ou seja, poderia ser evitado com investimento em enfrentamento da pobreza, melhorando a qualidade de moradia, educação e saúde”, acrescenta.

Para reduzir a violência e os homicídios nessa faixa etária, Heloisa alerta que não basta investir em segurança pública. “O melhor indicador da segurança pública é a evasão escolar zero”, diz. Ela cita um estudo, realizado pelo sociólogo Marcos Rolim, do Rio Grande do Sul, com jovens que ficaram na escola e outros que saíram precocemente. “O resultado que ele encontrou é que os jovens que permanecem na escola não se envolvem com violência, portanto, há uma relação direta e o melhor investimento para segurança pública é a escolarização, é a manutenção dessas crianças na escola”.

Os indicadores selecionados para o Cenário da Infância e da Adolescência podem ser encontrados no portal criado pela Fundação Abrinq Observatório da Criança e do Adolescente.

Meditação do evangelho: Eu sou a videira, vocês são os ramos

Confira a reflexão do evangelho para o próximo domingo, dia 29 de abril. O texto fala sobre Jo 15,1-8, e pertence a Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino.



Em seu discurso, Jesus usa a comparação da videira, a planta que dá uva. Para um ramo ou um galho poder dar fruto é necessário que ele fique unido ao tronco e que, de vez em quando, passe por uma boa poda. A comunidade é como uma videira. Por vezes, ela passa por momentos difíceis. É o momento da poda, necessário para que ela produza mais frutos.

Para entender bem todo o alcance desta parábola, é importante estudar bem as palavras que Jesus usou. Igualmente importante é você observar de perto uma videira ou uma planta qualquer para ver como ela cresce e como acontece a ligação entre o tronco e os ramos, e como o fruto nasce do tronco e dos ramos.

João 15,1-2: Jesus apresenta a comparação da videira

No Antigo Testamento, a imagem da videira indicava o povo de Israel (Is 5,1-2). O povo era como uma videira que Deus plantou com muito carinho nas encostas das montanhas da Palestina (Sl 80,9-12). Mas a videira não correspondeu ao que Deus esperava. Em vez de uvas boas deu um fruto azedo que não prestava para nada (Is 5,3-4). Jesus é a nova videira, a verdadeira. Numa única frase ele nos entrega toda a comparação.

Ele diz: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto, ele o corta. E todo ramo que produz fruto, ele o poda!”.

A poda é dolorosa, mas é necessária. Ela purifica a videira, para que cresça e produza mais frutos.

João 15,3-6: Jesus explica e aplica a parábola

Os discípulos já são puros. Já foram podados pela palavra que ouviram de Jesus. Até hoje, Deus faz a poda em nós através da sua Palavra que nos chega pela Bíblia e por tantos outros meios. Jesus alarga a parábola e diz: “Eu sou a videira e vocês são os ramos!” Não se trata de duas coisas distintas: de um lado a videira, do outro, os ramos. Não! Videira sem ramos não existe. Nós somos parte de Jesus. Jesus é o todo. Para que um ramo possa produzir fruto, deve estar unido à videira. Só assim consegue receber a seiva. “Sem mim vocês não podem fazer nada!” Ramo que não produz fruto é cortado. Ele seca e é recolhido para ser queimado. Não serve para mais nada, nem para lenha!

João 15,7-8: Permanecer no amor

Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. Ele diz: “Assim como o Pai me amou, também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!” Ele insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: “Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês o terão!” Pois o que o Pai mais quer é que nos tornemos discípulos e discípulas de Jesus e, assim, produzamos muito fruto.


Texto extraído do Livro Raio-X da Vida- Círculos Bíblicos do Evangelho de João, Coleção A Palavra na Vida 147/148. Autoria de Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino.


Fonte: CEBI

24 abril, 2018

Como sair da bolha? Livro discute a disseminação de notícias falsas nas redes sociais

Pare, reflita, averigue informações: segundo Pollyana Ferrari, a pressa é a maior inimiga da verdade

Pollyana Ferrari é especialista em Comunicação Digital da PUC-SP / Divulgação

A viralização de notícias falsas, ou fake news, em inglês, é um dos grandes problemas dos últimos anos. A professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e jornalista especializada em Comunicação Digital Pollyana Ferrari faz uma reflexão sobre os fenômenos das bolhas de informação e da rapidez com que informações falsas são compartilhadas sem checagem pelas redes sociais no livro "Como Sair das Bolhas", das editoras Educ e Armazém da Cultura, lançado na semana passada.

Para combater essa aceleração tecnológica, Pollyana propõe, em seu livro, uma relação diferente com o excesso de ruído e o silêncio como uma forma de existência. Ela recomenda o uso dos oito passos de Buda (compreensão, pensamento, fala, ação, esforço, atenção, concentração e modo de vida corretos) antes de compartilhar mensagens.

“Primeiramente, devemos reconhecer que as notícias falsas são, na verdade, uma variedade de desinformações que pode variar entre a correta utilização de dados manipulados, a utilização errada de dados verdadeiros, a incorreta utilização de dados falsos e outras combinações possíveis. A sociedade do fluxo informacional, a velocidade das redes sociais, dos aplicativos, tudo nos deixa inquietos, e a inquietude só causa prejuízos: compartilhamos o que não lemos, aceitamos a sedução como verdade, pois ela nos conforta no momento de angústia", diz trecho do livro.

A entrevista é de  Julianna Granjeia, publicada por Brasil de Fato, 23/04/2018.

Confira abaixo a entrevista com Pollyana Ferrari:

Brasil de Fato: Como sair das bolhas?

Polyanna Ferrari: Tendo uma postura de transitar, de perceber que o mundo é diferente, que as pessoas não são iguais. Eu falo no livro que a gente tem mais muros pichados e grafites do que varandas gourmets pasteurizadas, iguais. As pessoas se acostumaram nas redes sociais, se são de esquerda, não ter ninguém que pensa diferente, se são veganos, a mesma coisa. Foram limpando suas timelines e seus convívios nas redes e ficando só com quem pensa igual. E isso é muito ruim. O importante é cultivar democraticamente o debate público. Então, sair das bolhas é uma volta a você conseguir conviver.

Você acha que a tecnologia aumentou a propagação de fake news ou isso já existia antes?

É uma relação de escala. Sempre teve fake news. Eu relato no livro que Roma antiga tinha, mas não era nessa escala grande. Depois das redes sociais e todas essas plataformas do Google, muita gente ganhou voz. As pessoas com smartphone viraram mídia. Isso é muito bacana, mas ao mesmo tempo você tem muita gente propagando muita coisa e a checagem não fez parte dessa década. Não fomos treinados para checar. A eleição do [Donald] Trump [presidente dos Estados Unidos] mostrou para o jornalismo, para nós, um alerta de que era preciso checar as informações recebidas. As pessoas não foram educadas a checar, chega no Whatsapp e as pessoas acreditam. E não é só o jovem que propaga fake news. Então, na questão de escala, a tecnologia propaga muito mais do que antes dessas redes.

E como você acha que seria possível diminuir a propagação das fake news?

Não compartilhando e não curtindo. Primeiro, você checa, joga no Google, tenta ver a procedência do texto, qual a fonte, quando foi publicado, se é uma coisa velha, se a foto foi manipulada. E agora também temos vídeos fakes [falsos]. Então, a gente tem que aprender socialmente a checar. É fundamental ter as agências de checagem, bots e algoritmos de checagem, mas nunca vai ter fim. Vamos pensar em eleições, 140 milhões vão votar e temos três agências de checagem (Aos Fatos, Lupa e Pública), mesmo se tivesse 6.000 agências de checagem, não iam dar conta.

Como você avalia o trabalho dessas agências?

Eu comecei em 2016 essa minha pesquisa, comecei olhando os jornais primeiro e cheguei às agências. São iniciativas fora das grandes redações muito bem-vindas. Acho que avançamos muito com as agências, os códigos de ética, os grupos de checadores. Precisamos ter mais e vão surgir mais. Acho legal, mas sempre pensar na educação de quem dissemina, senão não vai ter fim. Quantas agências de checagem precisariam ter no mundo?

Tem uma discussão de tempo e silêncio no seu livro. Como aplicar isso nas redes?

Isso. Eu volto aos oito passos do Buda, técnica milenar, não numa ideia de doutrinar para religião, mas é sobre ser ético, respirar, pensar. Porque nessa velocidade que as pessoas compartilham, normalmente é porque não leem, tirando os que compartilham porque produziram e ganham dinheiro com isso. As pessoas leem só o título e passam pra frente. Os pensadores de psicologia cognitiva dizem que o cérebro precisa de três a cinco minutos, então se parar pra respirar e pensar e voltar à essa questão do silêncio, desligar o celular pra dormir. Parece dicas holísticas, mas faz todo sentido nessa pressa de compartilhar conteúdo que não está dando certo. Todo mundo virou colunista de tudo, todo mundo dá um palpite, o dedo está o tempo todo ali, as pessoas curtem até marca. A ideia do silêncio é isso, tanta evolução tecnológica e eticamente e moralmente estamos comprometidos. O Whatsapp é o maior propagador de mentiras e o grande perigo nessa eleição vai ser isso.

Sobre eleição, qual a análise que você faz desse cenário?

Fake news em ano de eleição é um perigo. Gostaria de dizer que, infelizmente, acho que vai ter muita barbárie. Até porque o brasileiro está falando sobre isso só agora em 2018. Teve a eleição do Trump, quando os grandes veículos como The Washington Post e BBC falaram disso, alertaram muito sobre esse perigo, mas acho que foi no caso da Marielle [Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março] que a gente conseguiu ver a proporção, como é rápido o desserviço do MBL [Movimento Brasil Livre]. E vão continuar agindo. Então, como a gente faz? Primeiro, desconfie de tudo. Cheque, veja se o perfil existe, quem mandou, explica para seu tio, seu pai, mãe, que compartilha fake news, e respeite o outro. Tem que ser um eterno exercício, checagem de fatos tinha que estar na grade das escolas, os professores tinham que debater, aprender a checar é aprender a conviver e ouvir outras vozes, outras opiniões.

Edição: Diego Sartorato

19 abril, 2018

Coletivo Formigueiro se apresenta nesta sexta


O Teatro Reviver recebe nesta sexta-feira (20) a apresentação do grupo musical maringaense “Formigueiro”, às 20 horas.

Esta será a primeira apresentação do coletivo formado por compositores da região.

Os ingressos serão vendidos na portaria pelo valor de 10 reais e 5 reais (meia entrada).

FORMIGUEIRO
Formado por compositores residentes no município de Maringá, o coletivo tem como objetivo a ampliação e a solidificação da música contemporânea na região.
Os músicos realizam concertos com produção autoral, incluindo intervenções didáticas; a
feitura de um acervo digital com partituras das obras encaminhadas ao grupo e montagens
camerísticas.
O Formigueiro surgiu da necessidade de criar um espaço de atuação para a música
contemporânea na região supracitada no que tange seu relacionamento com a comunidade, a oferta de instrumentistas para trabalhar com este tipo de repertório e a viabilização de eventos na área.
O concerto desta sexta-feira apresentará obras dos compositores Caio Pierangeli, Carla Xavier, Caoqui Sanches, Mateus Berns, Ricardo Thomasi, Scott Collie, Tauan Gonzalez Sposito e Wellington Alves.
Os ingressos serão vendidos às 19h30 na bilheteria do teatro.
No programa, peças para as mais distintas formações, de solos a peças eletroacústicas.

SERVIÇO
Ingressos: R$10,00 // R$5,00
Local: Teatro Reviver // Praça Todos os Santos, s/n
Informações: https://bit.ly/2v3lKDT

Papa Francisco: não existe evangelização de poltrona

Em sua homilia, Francisco destacou que é o Espírito quem impulsiona os cristãos à evangelização, que “se estrutura” sobre três palavras-chave: “levantar”, “aproximar-se” e “partir da situação”.



Giada Aquilino e Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

O Papa Francisco celebrou na manhã de quinta-feira (19/04) a missa na capela da Casa Santa Marta, refletindo sobre o trecho dos Atos dos Apóstolos. No Evangelho do dia, um anjo do Senhor diz a Filipe “Prepara-te e vai para o sul,
no caminho que desce de Jerusalém a Gaza. O caminho é deserto”.

A semente da Palavra de Deus
Francisco explicou que, depois do martírio de Estevão, “começou uma grande perseguição” para os cristãos e “os discípulos se espalharam por todos os lados”, na Judeia, em Samaria. Mas justamente aquele “vento da perseguição” – acrescentou – levou os discípulos a irem “além”.

Assim como faz o vento com as sementes das plantas, as leva além e semeia, assim aconteceu aqui: eles foram além, com a semente da Palavra, e semearam a Palavra de Deus. E assim podemos dizer, brincando um pouco, que nasceu ‘propaganda fide’. Assim. De uma perseguição, de um vento, os discípulos levaram a evangelização. E este trecho que hoje lemos, dos Atos dos Apóstolos, é de uma grande beleza… Mas é um verdadeiro tratado de evangelização. Assim o Senhor evangeliza. Assim o Senhor anuncia. Assim o Senhor quer que evangelizemos.

As três palavras da evangelização
Francisco destacou que é o Espírito a impulsionar Filipe – e nós cristãos – à evangelização. Esta se “estrutura” em três palavras-chave: “levantar-se”, “aproximar-se” e “partir da situação”.

A evangelização não é um plano bem feito de proselitismo: “Vamos aqui e façamos muitos prosélitos, de lá, e muitos...” Não… É o Espírito que diz como você deve ir para levar a Palavra de Deus, para levar o nome de Jesus. E começa dizendo: “Levante-se e vai'”. Levante-se e vai até aquele lugar. Não existe uma evangelização “de poltrona”. “Levante-se e vai'”. Em saída, sempre. “Vai”. Em movimento. Vai ao lugar onde você deve anunciar a Palavra.

Francisco então recordou os muitos homens e mulheres que deixaram pátria e família para ir a terras distantes para levar a Palavra de Deus. E muitas vezes, “despreparados fisicamente, porque não tinham os anticorpos para resistir às doenças daquelas terras”, morriam jovens ou “martirizados”: se trata, diz o Papa - recordando as palavras ditas por um cardeal – de “mártires da evangelização”.

Nenhuma teoria para a evangelização
O Pontífice explicou ainda que não é necessário nenhum “vade-mécum da evangelização”, mas é preciso “proximidade”, aproximar-se “para ver o que acontece” e partir “da situação”, não de uma “teoria”.

Não se pode evangelizar em teoria. A evangelização é um pouco corpo a corpo, pessoa a pessoa. Parte-se da situação, não das teorias. E anuncia Jesus Cristo, e a coragem do Espírito o impulsiona a batizá-lo. Vai além, vai, vai, até que sente que acabou a sua obra. Assim se faz a evangelização. Essas três palavras são chave para todos nós cristãos, que devemos evangelizar com a nossa vida, com o nosso exemplo, e também com a nossa palavra. “Levante-se, levante-se”; “aproxime-se”: proximidade; e “partir da situação”, aquela concreta. Um método simples, mas é o método de Jesus. Jesus evangelizava assim. Sempre em caminho, sempre na estrada, sempre próximo às pessoas, e sempre partia de situações concretas, das concretudes. Somente se pode evangelizar com essas três atitudes, mas sob a força do Espírito. Sempre o Espírito nem mesmo esses três atitudes servem. É o Espírito que nos impulsiona a nos levantar, a nos aproximar e a partir das situações.


Fonte: Vatican News

Oração


" Senhor, infunde em mim o dom da docilidade, o anelo de viver em união Contigo, sem procurar satisfações superficiais fora de Ti. Acende em mim um grande desejo de Cristo, para que o meu conhecimento de Ti, isto é, a minha relação de amor Contigo, encha a minha alma como as águas enchem o mar.
Que todos os meus irmãos, homens e mulheres, particularmente os jovens, se
possam abrir a essa mesma relação Contigo, a esse conhecimento de Ti, preparando uma nova messe para o teu Reino. Amém."

Fonte: Dehonianos

18 abril, 2018

24º Grito das/os Escluídas/os


IGREJA EM SAÍDA Pe Manoel Godoy 1-

Primeira mulher elevada ao episcopado na América do Sul - Igreja Anglicana

A primeira mulher eleita ao episcopado será ordenada em Belém no próximo sábado, 21


Um importante evento para a Igreja Anglicana no Brasil ocorre em Belém no próximo sábado, 21. A sagração da reverenda Cônega Marinez Rosa Bassotto  às 18h, na Catedral Anglicana de Santa Maria, em Batista Campos. A reverenda Marinez é a primeira mulher eleita a ser elevada ao episcopado na América do Sul e será a nova bispa da Diocese Anglicana da Amazônia. A ordenação episcopal de uma mulher em uma igreja de tradição católica significa a quebra de um tabu. Apesar de permitir a ordenação de mulheres há mais de 30 anos, só agora a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, como é chamada a Igreja Anglicana no Brasil, terá uma bispa.

Mesmo presente em mais de 139 países, a Igreja Anglicana não permite a ordenação de mulheres em todos eles. Por exemplo, na Grã-Bretanha, berço do anglicanismo, a primeira bispa da Igreja da Inglaterra, Libby Lane, só foi sagrada no ano de 2015, pois lá não eram admitidas mulheres no episcopado. O ordenamento de uma bispa é um acontecimento de grande importância porque enaltece a igualdade de gênero numa instituição religiosa milenar e Belém, por meio da Diocese Anglicana da Amazônia, terá primeira bispa sagrada e instalada.

A reverenda está ansiosa para sua sagração, e se diz muito feliz em participar de um momento tão importante para religião. "Minha eleição como bispa foi um processo longo, e comecei já sabendo que há mais de trinta anos que uma mulher não era eleita para este cargo no Brasil. Nasci na igreja anglicana, convivendo com avós e meus pais ainda no Rio Grande do Sul. Desde muito cedo, eu comecei no seminário, aos oito anos e a igreja anglicana sempre esteve presente em minha família", comenta a sacerdotisa. Quando tinha quatro anos de ordenada, a reverenda foi escolhida para ser deã, a responsável máxima de um órgão colegial da Igreja, da Catedral Nacional da Santíssima Trindade, em Porto Alegre, cargo que ocupou por vários mandatos. O processo de eleição na Igreja Anglicana ocorre com participação de delegações paroquiais, possibilitando a escolha de pessoas cujo perfil venha agradar às pessoas que serão pastoreada pela bispa.

A reverenda Marinez Bassotto, nascida no Rio Grande do Sul, foi escolhida em Concilio Extraordinário da Diocese Anglicana da Amazônia em 20 de janeiro de 2018. Como sempre ocorre nas igrejas de tradição apostólica, a sagração dela como bispo ou bispa se deu com a imposição das mãos de no mínimo três bispos. A Diocese Anglicana da Amazônia, que será coordenada pela bispa Marinez, é uma unidade eclesiástica da Igreja Anglicana que abrange os estados do Pará, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre. A sede da Diocese é a Catedral Anglicana de Santa Maria, localizada na avenida Serzedêlo Corrêa, 514, local da sagração da futura bispa.

Fonte:  Portal ORM

Ponto de partida é a libertação de Lula. Entrevista com José Luís Fiori

O filme da direita e dos ultraliberais acabou e foi muito ruim. Eles perderam o discurso, não têm nada a propor ao Brasil e vão se dividir cada vez mais. A crise econômica seguirá com efeitos mais dolorosos. A libertação de Lula é a grande causa que unirá as forças progressistas do Brasil e da América do Sul. É preciso fazer avançar a ideia de uma frente pela democracia.
A entrevista é de Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, publicado por Tutaméia, 15-04-2018.
As ideias são do sociólogo e cientista político José Luís Fiori, professor de economia política internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Eleonora de Lucena, diretora do Tutaméia, ele afirma: “Nesse momento, o ponto de partida necessário e inevitável das forças progressistas só pode ser a luta pela libertação de Lula. Não necessariamente para que ele seja candidato, mas porque hoje a sua libertação significa simbolicamente o primeiro passo para a restituição da democracia e da justiça nos seus devidos lugares”.
E analisa: “A direita e os seus juízes conseguiram transformar o ex-presidente num mito e numa força política que acompanhará a sociedade e política brasileira por muitos e muitos anos”.
Para Fiori, não adianta pensar agora em candidaturas alternativas que não vão ganhar ou não vão governar nesse quadro atual. “Ou se muda esse quadro e se junta um conjunto de forças poderosas, ou não haverá governo progressista viável de nenhum tipo, seja quem for o indivíduo ou candidato. A menos as forças progressistas queiram repetir a candidatura simbólica do dr. Ulysses Guimarães em 1974”, declara.
Autor, entre outros, de “O Poder Global” (Boitempo, 2007) e de “História, Estratégia e Desenvolvimento” (Boitempo, 2014), Fiori organizou obras essenciais para uma reflexão do mundo contemporâneo, como “Pode e Dinheiro” (com Maria da Conceição Tavares, Vozes, 1997) e “O Poder Americano” (Vozes, 2004).
Na sua avaliação, a crise desencadeada pelo golpe de 2016 e a divisão na sociedade brasileira vão continuar por muito tempo e exigirão enorme paciência estratégica. “Não adianta achar que vai se virar a mesa na próxima meia hora”, defende.
Nesta entrevista por correio eletrônic, Fiori trata das diversas forças políticas em embate e lança uma hipótese sobre a dissolução do núcleo intelectual e ideológico do golpe de 2016: a derrota de Hillary deixou sem apoio os seus operadores internos – o que fez o governo golpista cair nas mãos de um grupo da “segunda divisão”– já quase todo na cadeia, que estava inteiramente despreparado para governar o Brasil”.

Eis a entrevista.

Qual o impacto político da prisão de Lula?
Muito grande, acho mesmo que a história política do Brasil terá um antes e um depois dessa prisão.
Ele sairá “maior, mais forte e mais verdadeiro”, como ele disse no discurso do dia 7, em São Bernardo?
Tenho impressão que sim. E acho que a explicação disso se encontra no próprio discurso do ex-presidente, quando ele diz que já deixou de ser uma pessoa física e se transformou numa ideia, num movimento social e político, num verdadeiro mito. E todos sabemos que as ideias e os mitos não conseguem ser presos nem destruídos. Na verdade, Lula foi sempre um grande negociador e um reformista, e sua genialidade foi demonstrar que, em certos momentos da história, o reformismo é absolutamente revolucionário. Trata-se de um líder absolutamente fora do comum e acima de seus contemporâneos, graças à sua inventividade e à sua intuição estratégica, que é absolutamente extraordinária.
É possível fazer comparações ou traçar algum paralelo com outras situações históricas vividas no passado?
Veja bem, se eu me mantiver apenas no campo da minha experiência pessoal, devo te dizer que ainda criança me tocou assistir ao golpe de Estado de 1954, junto com o suicídio e a Carta Testamento de Getúlio Vargas. Depois, vivi o golpe de 1964 e escutei o discurso do presidente João Goulart, na Central do Brasil, que acabou sendo também uma espécie de discurso de despedida. Alguns anos depois, assisti ao vivo e em cores o violento e traumático golpe militar do Chile, tendo escutado pelo rádio o último discurso de Salvador Allende, no dia 11 de setembro de 1973. Foram todos momentos decisivos ou mesmo heroicos da história.
Mas o discurso de Lula do dia 7 de abril, na cidade de São Bernardo, teve uma grande diferença com relação aos outros, porque foi o discurso de um homem que decidiu sobreviver e lutar. De um político que decidiu enfrentar os seus acusadores acusando-os de peito aberto e sem medo das represálias. De um pacifista que conseguiu manter e defender sua posição sem oferecer a outra face. De um líder carismático que conseguiu fazer – sob a máxima pressão pessoa l– uma belíssima homenagem às utopias humanas, ao mesmo tempo em que traçava as linhas básicas do seu futuro governo. Isso realmente não tem precedente que eu saiba.
Por outro lado, eu não havia nascido e não assisti quando Juan Domingo Perón foi preso e depois libertado pela população para logo em seguida ser eleito presidente da Argentina, em 1946. Mas assisti a transmissão ao vivo, pela televisão, da libertação de Nelson Mandela, aclamado pelo povo e imediatamente eleito presidente da África do Sul. E tenho uma impressão muito forte, como analista político, que mais cedo ou mais tarde isto também acontecerá no Brasil, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por mais que isso cause engulhos às forças conservadoras e direitistas do nosso país.
No imediato, o que que o senhor espera que possa acontecer?
Uma grande mobilização no Brasil e pelo mundo afora contra a prisão e a favor da libertação do ex-presidente. Mas acho que, no imediato, as pessoas próximas e que gostam pessoalmente do ex-presidente deveriam estar muito atentas com relação à sua integridade física. Sobretudo se tiverem em conta o fanatismo, o rancor, a crueldade e o ressentimento dos que o encarceraram.
Qual será o futuro político das pessoas que o julgaram e encarceraram?
O mais provável é que venham a ter o mesmo destino de todos os “savonarolas” que já existiram através da história. Apesar de que, no caso brasileiro, essas pessoas não têm o menor fôlego pessoal e intelectual para se transformarem em lideranças carismáticas. São figuras menores, já cumpriram o papel que lhes foi encomendado e devem voltar para o anonimato de onde vieram.
E qual o impacto mais geral sobre a sociedade brasileira?
Essa grande encenação – e, sobretudo, esse final patrocinado pelo STF – consolidou uma divisão e uma polarização da sociedade brasileira que que deverá durar por muitos e muitos anos. Vai ser muito difícil de reverter isso. Também vai ser muito difícil sair desse buraco imediato, porque o Estado, as autoridades públicas e a sociedade brasileira aparecem divididos de cima abaixo. Os golpistas estão completamente divididos. O Congresso está quase rachado e desmoralizado. O STF está partido ao meio, perdeu a sua aura de neutralidade e sua credibilidade foi rebaixada por suas brigas internas e por suas sessões infindáveis, marcadas pelo exibicionismo dos seus juízes com seu palavreado gongórico e quase sempre inócuo. Para não falar finalmente da divisão interna da própria Igreja católica. Aliás, dos que se esconderam atrás do silêncio para não se posicionarem frente à prisão do ex-presidente, quem mais me impressionou foi a CNBB. A ausência cúmplice ou envergonhada de algumas de suas principais lideranças no Brasil foi lamentável. Fez lembrar sua participação no golpe de 1964, quando as senhoras conservadoras sacudiam seus terços no lugar de bater panelas.
Como deveriam agir daqui para frente as forças progressistas?
Os caminhos estratégicos vão sendo construídos no caminhar e devem sempre tomar em conta os objetivos e as iniciativas dos adversários. Mas, nesse momento, o ponto de partida necessário e inevitável das forças progressistas só pode ser a luta pela libertação de Lula. Não necessariamente para que ele seja candidato, mas porque hoje a sua libertação significa simbolicamente o primeiro passo para a restituição da democracia e da justiça nos seus devidos lugares.
A ideia de uma frente pela democracia, contra o fascismo e pela soberania pode avançar?
Mais do que nunca. A direita e os ultraliberais já implementaram todas suas ideias e reformas através do golpe e dos seus executores. Depois da destituição da presidenta Dilma Rousseff e da prisão do ex-presidente Lula já não lhes resta mais nenhuma “causa” nem “ideia”. Seu filme acabou e foi muito ruim. A crise econômica seguirá e seus efeitos se farão cada vez mais dolorosos. A direita ultraliberal já não tem mais nada para dizer ou propor para o Brasil, que não seja a tal da “reforma da previdência que não conseguiram fazer e a privatização da Petrobras, duas propostas extremamente impopulares.
Até onde o PT deve esticar a corda e manter a candidatura Lula?
Como já disse, do meu ponto de vista, o ex-presidente Lula já não é mais apenas uma candidatura. Ele é uma causa e é a grande causa que unirá daqui para frente as forças progressistas do Brasil e da América do Sul. Não adianta pensar, no momento, em candidaturas “alternativas” que não vão ganhar ou simplesmente não vão governar nesse quadro que aí está. Ou se muda esse quadro e se junta um conjunto de forças poderosas, ou não haverá governo progressista viável de nenhum tipo, seja quem for o indivíduo ou candidato. A menos que as forças progressistas queiram repetir a candidatura simbólica do dr. Ulysses Guimarães em 1974.
É bom que as pessoas entendam que essa crise aberta pelo golpe de Estado e essa divisão da sociedade brasileira – promovida ativamente pela imprensa conservadora – devem continuar ainda por muito tempo e exigirão uma enorme paciência estratégica. Não adianta achar que vai se virar a mesa na próxima meia hora.
Quem poderia ser o maior beneficiado da saída definitiva de Lula da corrida eleitoral?
Em primeiro lugar, ele já não sairá mais nem da corrida eleitoral nem da história política futura. Como já dissemos, a direita e os seus juízes conseguiram transformar o ex-presidente num mito e numa força política que acompanhará a sociedade e política brasileira por muitos e muitos anos.
Qual o impacto da prisão de Lula dentro do PT? Alguns esperam esvaziamento do partido. É correto pensar assim?
Acho que não. Pelo contrário, creio que o PT deve crescer daqui para frente. Mas não sou do PT e não conheço nem sei avaliar corretamente a sua dinâmica interna. Mas com certeza os seus adversários e a imprensa conservadora deverão inventar ou incentivar, daqui para frente, divisões e lutas internas, jogando uns contra os outros de forma a esvaziar a causa unitária do PT, pela libertação e absolvição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Qual o impacto da prisão na parcela da população que apoiou o golpe de Estado?
Num primeiro momento, devem tomar champanhe ou cerveja, dependendo da classe social de cada um. Mas, atenção, porque o efeito emocional dessa prisão se esgota em si mesmo. A grande massa dos que estão comemorando nesse momento muito brevemente se dará conta de que a prisão de Lula não modificará nada em suas vidas. Todos serão obrigados a voltar a viver as suas angústias e seus medos de cada dia – para não falar nos que terão que voltar a conviver com sua própria mediocridade pessoal.
Então, qual o caminho das forças golpistas?
Deverão se dividir cada vez mais. Deverão entrar numa luta à morte, depois que perderam o seu grande denominador comum, que era o golpe e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Será uma guerra sem quartel, e presumo que não sobrará pedra sobre pedra. E essa mesma divisão das forças de direita acabará impedindo qualquer tentativa de suspensão das eleições de outubro de 2018. Eles não têm mais unidade para nada e terão que se enfrentar entre si. O PMDB já foi literalmente descabeçado, com a prisão de algumas de suas principais lideranças nacionais e de quase todas as suas lideranças golpistas que hoje estão na cadeira. E não é improvável que esse quadro piore ainda mais depois que o sr. Temer sair do Palácio do Planalto.
Por outro lado, o PSDB se autodestruiu, com a opção pelo golpe de Estado do seu candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014, que depois se viu envolvido em situações cada vez mais escabrosas. Seus caciques paulistas estão todos brigados entre si, seus intelectuais completamente desmobilizados e desmoralizados ideologicamente. E o seu principal líder vive um momento de declínio intelectual, político e ético, depois de ter sido o grande patrocinador da candidatura do sr. Aécio. Mas, sobretudo, depois de ter justificado de forma bisonha e de ter participado diretamente do golpe de Estado, antes de se afastar do governo que ele mesmo ajudou a criar.
DEM, por sua vez, é um partido que não tem fôlego nacional e está transformado numa quase caricatura da antiga direita baiana e carioca. O conjunto das outras siglas que compõem a "base parlamentar” do golpe de Estado não possui nenhuma consistência ou identidade própria e estará sempre ao lado do “balcão de negócios”.
Por fim, depois desses últimos três ou quatro anos, a Globo se transformou numa organização político-ideológica explícita e de direita, agressiva, insidiosa e com enorme poder de fogo. Mas perdeu completamente a posição de “meio de informação” da sociedade brasileira, se transformando no principal inimigo de todas as forças progressistas, democráticas, defensoras da soberania nacional e de um choque distributivo na sociedade brasileira.
É possível identificar as forças externas que atuaram no golpe de 2016?
Tenho a impressão que que as “forças externas” que participaram desse golpe de Estado e dessa destruição física e moral da sociedade, da economia e da política brasileira não se preocuparam em apagar as suas impressões digitais. É muito fácil de olhar e identificá-las.
Um aspecto menos discutido desse problema, entretanto, é a influência que possa ter tido a eleição de Donald Trump na rápida desintegração do bloco golpista e na perda completa de rumo dos seus líderes tucanos, incluindo a desmontagem moral do seu candidato presidencial. Uma boa hipótese para quem se interessa por esses assuntos é que esse golpe de 2016 foi concebido durante o período da administração Obama e contava com a vitória certa de Hillary Clinton – integrante ilustre da ala protetora e patrocinadora do PSDB desde sua fundação e durante toda a administração de Bill Clinton, na década de 1990.
Isso talvez explique a surpreendente implosão e desmontagem do bloco golpista no Brasil, com o desaparecimento completo do seu núcleo intelectual e ideológico inicial que que estava todo no PSDB, incluindo o seu principal líder que teria sido completamente descalçado com a derrota dos Clinton, virando uma espécie de “biruta de aeroporto”, que vai virando de um lado para o outro segundo a ocasião e segundo a sua luta pela sobrevivência pessoal. Como consequência, os líderes intelectuais do golpe teriam tido que deixar a administração do governo nas mãos de um grupo da “segunda divisão”, de baixíssimo nível intelectual e que já está quase todo na prisão, inteiramente despreparado para governar o Brasil.
Fonte: IHU