30 julho, 2019

O Trem - Símbolo dos Intereclesiais das CEBs se deve ao Frei Betto



O Trem - Símbolo dos Intereclesiais das CEBs se deve ao Frei Betto

Segundo Pe. Nelito Dornelas, Frei Betto é mineiro, ele morava em Vitória, em uma favela, quando acontecem os intereclesiais, o primeiro em Vitória, do Espírito Santo em 1975.

Vitória e Belo Horizonte tem o maior trem de passageiros do Brasil, que liga as duas capitais, mais ou menos 600 km de distância, essas duas capitais são simbolizadas pelo trem de passageiros. Então Frei Betto foi quem idealizou essa imagem para CEBs, a partir dessa experiência do maior trem de passageiros que liga essas capitais, explica Nelito.

Recorda Nelito, assim  foi consolidado e foi também no encontro que aconteceu no Espírito Santo, em que frei Carlos Mesters estava assessorando as comunidades de São Mateus, lá também foi confirmado à ideia do trem de passageiro como símbolo das CEBs.

Então essa ideia  explica Nelito, vai nascer do Frei Betto, que é mineiro morando em Vitória, onde acontece o primeiro intereclesial das CEBs e São Mateus, Espírito Santo, ali que vai nascer marcado pela experiência do trem de passageiros que o povo tinha como único meio de transporte barato, simples e popular.

A imagem tem a ver também com essa ideia de coisa do povo, coisa simples, coisa dos pobres, onde todo mundo pode entrar, levando sua carga, levando sua bagagem, levando seus mantimentos, porque o trem sempre foi isso, um meio de transporte barato do povo, assim conclui Nelito a explicação do trem como símbolo.

E a CEBs diz Nelito, simbolizam isso, lugar dos pobres que podem entrar com sua bagagem, sua cultura, sua história, com tudo aquilo que é, quer ser e precisa ser e pode ser para de fato ser Igreja dos Pobres.

Muito linda a história do nosso Trem das CEBs.

"...Mas houve quem não entendeu, E disse coisas que eu não fiz..."



Pra não ferir ninguém
Eu vim te procurar
Alguém me machucou e eu
Não pude nem chorar
Escuta meu Senhor
Escuta a minha história.

Por mil caminhos e a sorrir
Eu procurei compreender
Nenhum irmão eu quis ferir,
Eu só pensei em ajudar
Mas houve quem não entendeu
E destruiu o que eu ergui
E arrancou o que eu plantei,
Desafiando a minha paz.

De tanto ouvir falar em Ti
Eu quis fazer como aprendi
Eu quis amar sem distinção,
De todos eu me fiz irmão
Mas houve quem não entendeu,
E disse coisas que eu não fiz
Eu tenho medo de esquecer
De me esquecer que eu sou feliz.

Eu venho aqui pedir perdão,
Se por acaso eu mereci
Sofrer tamanha ingratidão
Quando eu busquei sempre ajudar
Mas quem não entendeu fui eu
Que se esqueceu quem foi Jesus
Que fez um bem maior que o meu
E mesmo assim morreu na cruz.  


(Pe. Zezinho)

Igreja Católica presente na tríplice fronteira amazônica contra o tráfico de seres humanos

“Rejeitamos de maneira clara e determinada toda a forma de violência na qual a vida têm um preço e é explorada”: apelo no comunicado à opinião pública da Igreja Católica na tríplice Fronteira Amazônica: Brasil, Colômbia, Peru.



Jane Nogara – Cidade do Vaticano

A Assembleia Geral das Nações Unidas, com a Resolução A/RES/68/192 de 2013, proclamou o dia 30 de julho como Dia Mundial contra o Tráfico de seres humanos.

Na América do Sul, as regiões fronteiriças apresentam problemas especiais. Juntamente com outros tipos de tráfico, especialmente armas e drogas, o tráfico de pessoas é um dos fenômenos que mais aparece. Essa realidade está muito presente na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, região banhada pelo rio Amazonas, que não separa, mas une seus povos.

Dentro deste contexto a Igreja Católica presente na tríplice Fronteira Amazônica (Brasil, Colômbia, Peru) emitiu um comunicado no qual manifesta “solidariedade, apoio e compromisso para com os irmãos e irmãs indígenas, ribeirinhos, mestiços e demais habitantes das fronteiras vítimas do tráfico de pessoas e tráfico de migrantes”.

Vida em abundância

A Igreja Católica presente nos três países sul-americanos “preocupada pela difícil e complexa dinâmica do territórios” publicou um comunicado, no qual especifica suas razões e auspícios.

Inicialmente recorda que fiel ao Evangelho “Cristo veio até nós para que tenhamos vida e vida em abundância (Jo 10, 10), rezaremos sempre pela vida e a paz”. Porém estes ensinamentos são contrários à realidade do ser humano que é submetido a múltiplas violências e tratado e visto como mercadoria. Por isso, continuam, “rejeitamos de maneira clara e determinada toda a forma de violência na qual a vida têm um preço e seja explorada”.

Escravidão moderna

Em seguida recorda as palavras do Papa Francisco “Desejo chamar todos a comprometerem-se para que esta chaga aberrante, esta forma de escravidão moderna, seja adequadamente contrastada”. Para isso pede o comprometimento da “sociedade civil, autoridades, instituições e organizações” para “lutarem juntos contra este flagelo que se encarna nas nossas comunidades e populações mais vulneráveis”.

O Pacto assinado em dezembro 2018

O documento assinado pelas três realidades católicas segue recordando do Pacto assinado em dezembro de 2018 pelas autoridades da Colômbia, Brasil e Peru na Tríplice Fronteira para o combate do tráfico de pessoas. O compromisso tem como objetivo “ampliar o diálogo e aprimorar a atuação conjunta no sentido de fortalecer a prevenção, a assistência às vítimas e o combate ao tráfico de pessoas e à exploração sexual de crianças, adolescentes e mulheres na tríplice fronteira”.

Em seguida o documento afirma que “espera que estes compromissos sejam efetivos, oportunos e proféticos para a erradicação e/ou diminuição dos casos de tráfico de pessoas na região. E solicita boas práticas de migração, acompanhamento das vítimas e políticas adequadas de trabalho.

Não à indiferença

Outras importantes palavras do Papa Francisco foram recordadas: “Levantemos o véu da indiferença que pesa sobre o destino daqueles que sofrem. Ninguém pode lavar as mãos diante da trágica realidade das escravidões de hoje”. O texto reitera que “a justiça e o acompanhamento sejam garantes do início da inclusão e restabelecimento dos direitos dos que sofreram”.

O comunicado conclui com a invocação de apoio total à este grave problema “desde a prevenção, acompanhamento das vítimas de abuso e violência sexual assim como a promoção dos Direitos dos meninos e meninas,  adolescentes, jovens, mulheres e homens enganados e submetidos à compra e venda de suas dignidades e liberdade”.

“Convido todos, juntamente com o Papa Francisco, à rejeitar toda a forma de violência e violação dos Direitos dos habitantes da majestosa Amazônia para seguir anunciando o Evangelho”.

O documento é assinado pelos bispos Dom José Trevieso, Bispo de San José de Amazonas, Peru; Dom Adolfo Zon Pereira, Bispo da Diocese do Alto Solimões, Brasil e Dom José de Jesus Quintero Días, Bispo do Vicariato de Letícia, Colômbia.


Fonte: Vatican News