05 abril, 2019

Mulher o abraço que inclui a coragem de doar-se.


“Quem muito engole, no final se engasga”: entenda os riscos de silenciar as emoções

“Quem muito engole, no final se engasga”, diz um velho ditado que provavelmente você já ouviu em algum momento.


“Quem muito engole, no final se engasga”, diz um velho ditado que provavelmente você já ouviu em algum momento. Freud também nos alertou sobre os perigos de silenciar os sentimentos dizendo: “As emoções reprimidas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e virão à luz da pior maneira “.

De fato, às vezes a sabedoria popular encontra apoio na ciência. Em certos casos, reprimir nossos sentimentos e pensamentos, por medo de ofender os outros ou de sermos vulneráveis, pode acabar causando danos a nós mesmos. As emoções que se acumulam nos ferem em silêncio, tornam-se fantasmas que danificam nosso corpo e mente.

Se você não expressar o que sente, você não será capaz de se defender

Se você não expressar seu desconforto, é provável que a pessoa que está machucando você não esteja totalmente ciente das consequências que suas palavras ou atitudes têm sobre você. Muitas vezes esperamos que sejam os outros que percebam que estão transgredindo, que adivinhem nossos sentimentos e pensamentos.

Aqueles que nos rodeiam não são adivinhos e, embora seja verdade que eles possam intuir algumas coisas, às vezes possam estar muito ensimesmados para perceber o impacto negativo que suas palavras ou comportamentos provocam. Portanto, cabe a nós fazer notar que eles estão nos causando danos. Precisamos encontrar um equilíbrio entre os momentos em que é mais sensato calar a boca e aqueles em que é necessário falar para defender nossas necessidades e proteger nosso equilíbrio emocional.

As emoções reprimidas tornam-se problemas psicossomáticos

Mente e corpo formam uma unidade, portanto não é estranho que emoções e sentimentos reprimidos acabem se expressando através de problemas psicossomáticos. Um estudo muito interessante realizado na Universidade de Aalto revelou como diferentes emoções afetam nosso corpo, gerando diferentes reações. A raiva contida, por exemplo, foi associada com o dobro do risco de sofrer um ataque cardíaco.

Sabe-se também que o estresse desencadeia a produção de cortisol, hormônio que gera processos inflamatórios muito prejudiciais às células do nosso corpo e que estão na base de doenças tão graves quanto o câncer.

De fato, um estudo clássico realizado na Universidade de Stanford revelou que pessoas com uma tendência a reprimir suas emoções, classificadas como “personalidades repressivas”, reagem com uma ativação fisiológica maior diante de situações desafiadoras do que pessoas que sofrem de ansiedade.

Em geral, pessoas com tendência a silenciar seus sentimentos correm maior risco de que estas venham à luz na forma de sintomas psicossomáticos, que vão desde tensões musculares e dores de cabeça até problemas gastrointestinais, dermatológicos ou até doenças mais sérias e graves. A calma do repressor tende a prejudicar a saúde.

Alívio emocional: expressar seus sentimentos é fundamental para o seu bem-estar

Por muito tempo considerou-se mal gosto ventilar as emoções. De fato, quando crianças, fomos ensinados que não devemos chorar ou ficar com raiva. Como resultado, muitos adultos nunca aprenderam a administrar assertivamente seus estados emocionais, eles simplesmente os reprimem.

Neurocientistas da Universidade de Wisconsin apreciaram que os cérebros daqueles que desenvolveram uma “personalidade repressora” funcionam de maneira relativamente diferente. Na prática, mensagens inquietantes ou perturbadoras levam muito mais tempo para ir de um hemisfério a outro. No entanto, o mesmo não ocorre com mensagens neutras ou positivas, o que indica que é uma reação aprendida ao longo do tempo.

No entanto, o alívio emocional é fundamental para o nosso bem-estar psicológico e físico. Falar sobre como nos sentimos ou como os outros nos fazem sentir, sem medo, nos permitirá desenvolver relacionamentos interpessoais mais maduros e autênticos, enquanto nos ajuda a estabelecer limites saudáveis.

Como conseguir isso?

1. Esteja ciente de suas emoções e sua causa. Se uma pessoa sempre reprimiu suas emoções, é provável que seja difícil para elas mergulhar nelas. Ainda assim, é essencial que você aprenda a identificar o que sente, que você diferencie a raiva do ressentimento, por exemplo, e seja capaz de detectar o que faz com que você se sinta assim. É um exercício profundo de autoconhecimento para o qual você precisa expandir seu vocabulário emocional através desta lista de emoções e sentimentos.

2. Suponha que tudo tenha um limite. Os limites não são negativos, pelo contrário, porque permitem que outras pessoas saibam até onde podem ir. Se você não colocar limites em seus relacionamentos interpessoais, é provável que outros acabem se aproveitando de sua bondade ou de sua capacidade de apoiar tudo sem dizer nada, apertando a corda cada vez mais. É importante que esses limites garantam a satisfação de suas necessidades.

3. Dizer o que pensa não tem por que ferir os outros. Defender seus direitos não implica prejudicar os outros. Você não precisa se tornar um kamikaze da verdade, mas suportar estoicamente as críticas doentias e os ataques de pessoas tóxicas só o machucarão. O ideal é que você aprenda a dizer o que pensa e sente em relação ao outro, mas assumindo uma postura firme.

4. Procure por uma maneira assertiva de desabafar. Você não pode sempre dizer aos outros diretamente o que você sente. No entanto, isso não significa que você deva silenciar essas emoções. Você pode dar uma saída através de técnicas como a cadeira vazia, na qual você imagina que a pessoa com quem quer conversar está bem na sua frente. No entanto, tenha cuidado, porque os psicólogos da Iowa State University descobriram que algumas formas de exalar emoções podem ter o efeito oposto, fazendo com que você se sinta pior. A chave está em encontrar a maneira de praticar o alívio emocional de uma maneira que lhe permita recuperar o equilíbrio perdido, escapando do controle exercido por essas emoções do seu inconsciente.

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Traduzido do original: Rincón de la Psicología. Via Revista Pazes

Foto por nrd no Unsplash


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 Por REDAÇÃO PSICOLOGIAS DO BRASIL - 7 de dezembro de 2018

Mais Médicos: 1.052 brasileiros que substituíram cubanos já deixaram o programa

Principais motivos relatados aos municípios para a saída foram a busca por outros locais de trabalho e por cursos de especialização e de residência médica. "Uma das vagas foi de uma médica que apareceu só um dia e não veio mais", relata secretária de Saúde de Embu-Guaçu (SP), que tem oito vagas em aberto.


Reportagem de Natália Cancian, na edição desta quinta-feira (4) da Folha de S.Paulo, revela que ao menos 1.052 médicos que assumiram vagas deixadas por profissionais cubanos no Mais Médicos entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano já deixaram o programa. Ao todo, 7.120 brasileiros ingressaram nas duas primeiras rodadas de seleção abertas após o fim da participação de Cuba. O número representa cerca de 15% dos médicos que assumiram as vagas.

Segundo o ministério da Saúde, o tempo médio de permanência dos dois primeiros grupos de profissionais variou de uma semana a três meses. Os principais motivos relatados aos municípios para a saída foram a busca por outros locais de trabalho e por cursos de especialização e de residência médica.

Enquanto isso, unidades de saúde encaram novo período sem profissionais. Em Embu-Guaçu, interior de SP, oito vagas do Mais Médicos abertas após a saída dos cubanos não têm médico. Destas, quatro chegaram a ser ocupadas, mas foram alvo de desistências.

“Uma das vagas foi de uma médica que apareceu só um dia e não veio mais. Outros três saíram para fazer residência médica”, relata a secretária municipal de saúde, Maria Dalva dos Santos.


Fonte:Revista Forum

A Teologia da Libertação está mais atual do que nunca

'A Teologia da Libertação trouxe para a Igreja um sopro novo de esperança, aproximando-a dos mais pobres e desprezados pelos regimes de governos, impostos pela força e total desrespeito aos homens e mulheres que gritavam por justiça e liberdade.'


O povo de Deus nasceu para ser livre e feliz. Vivamos esta verdade com fé e coragem

Em parceria com o Professor Waldir*

“A história humana foi escrita por uma mão branca, uma mão masculina, da classe social dominante. A perspectiva dos vencidos da história é diferente. Tentou-se apagar de sua memória a recordação de seus combates. Isto os priva de uma vontade histórica de rebelião” JJ Tamayo Acosta

A América Latina do período pós Concílio Vaticano II (1962-1965) e da Conferência Episcopal Latina Americana realizada em Medellín-Colômbia em 1968 assistiu ao nascimento de uma teologia essencialmente libertadora que trazia em sua essência, como condição sine qua non, para viver o Evangelho de Cristo, a opção preferencial pelos pobres e a defesa de seus direitos. Estamos nos referindo à Teologia da Libertação.

Incompreendida – e por esta razão condenada por muitos -, a Teologia da Libertação engloba vária correntes de pensamento, que interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação das injustiças impostas aos mais pobres pelas condições econômicas, políticas e sociais determinadas pelo poder dominador.

Conquanto o movimento possua raízes anteriores, admite-se o ano de 1971 como seu marco inicial, dado por meio do livro “A Teologia da Libertação”, escrito pelo teólogo peruano Gustavo Gutierrez.

Não tardou para que os escritos do padre peruano se tornassem conhecidos em toda América Latina e reunisse em torno de si teólogos de renome: Jon Sobrino, Leônida Proaño, Juan Luís Segundo, Leonardo Boff, Frei Betto, além de bispos e cardeais como Dom Pedro Casaldáliga, Dom Waldir Calheiros, Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Aloísio Lorscheider, entre outros.

A Teologia da Libertação trouxe para a Igreja um sopro novo de esperança, aproximando-a dos mais pobres e desprezados pelos regimes de governos, impostos pela força e total desrespeito aos homens e mulheres que gritavam por justiça e liberdade.

As opressões sofridas pelo povo pobre remontam aos primórdios da história humana. Na esfera da fé e dos registros bíblicos, tais como descritos no livro do Êxodo, observa-se, facilmente, as ações de Deus em prol da libertação de seu povo, das opressões impostas pelos poderosos faraós.

O Evangelho de Lucas em seu quarto capítulo apresenta o programa de toda atividade de Jesus quando ele aplica a si mesmo, a texto de Isaías 61, 1-2 que acabara de ler na Sinagoga de Nazaré, o qual anuncia a missão libertadora a ser realizada pelo Messias em favor dos pobres, assumindo-a no hoje concreto em que se encontra.

No Evangelho de Mateus, capítulo 23, Jesus critica os intelectuais e os líderes da classe dominante, que transformam o saber em poder, agindo hipocritamente e oprimindo o povo.

Condena também os líderes religiosos que sustentam um sistema formalista e hipócrita que não respeita a liberdade dos filhos de Deus.

Nos dias atuais, nos deparamos com novas opressões impostas aos mais pobres e desvalidos por meio de reformas trabalhista e previdenciária, dentre outras. O povo já oprimido e prisioneiro de um sistema cruel e desumano está em vias de ser condenado à prisão imposta pela miséria a qual será submetido, caso nenhuma ação contrária e libertadora seja impetrada.

A Teologia da Libertação, que nos ensinou a caminhar de mãos dadas na defesa dos direitos de cada um e de todos sob a luz do Evangelho – assim como tantos outros movimentos surgidos com o mesmo objetivo -, sofreu e continua a sofrer, ataques pejorativos violentos e disseminadores do ódio.

Com qual objetivo esses ataques são praticados? O que esperam alcançar com isso? Quem são os responsáveis? Estas são questões que devemos responder com propriedade e sabedoria ante as afirmações dos “hipócritas e fariseus”.

O povo de Deus nasceu para ser livre e feliz. Vivamos esta verdade com fé e coragem.

* *Professor Waldir é licenciado em Filosofia e bacharelando em Teologia. Agente pastoral, escritor e assessor de movimentos sociais.

Fonte: CartaCapital