26 fevereiro, 2021

Novas medidas restritivas Covid-19 no Paraná

- Proibição de circulação em espaços e vias públicas das 20h às 05h.

- Atividades religiosas funcionam somente com atendimento individual ou culto on-line.

- Suspensão do funcionamento dos serviços e atividades não essenciais.

- Proibição de comercialização e consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos ou coletivos das 20h às 05h.

- Suspensão das aulas presenciais em escolas, universidades e instituições estaduais públicas e privadas.

- Adequação dos expedientes dos trabalhadores aos horários de proibição provisória de circulação.

- Regime de teletrabalho para órgãos do estado.

- Permitidos delivery, drive-thru e take away.

- Priorização da substituição do regime de trabalho presencial para o teletrabalho, quando possível.

- Suspensão das cirurgias eletivas por 30 dias para unidades públicas e privadas.

- Intensificação da fiscalização do cumprimento das medidas.

As medidas passam a valer a partir da zero hora do dia 27 DE FEVEREIRO de 2021 às 05 horas do dia 08 DE MARÇO de 2021.

Redescobrir o vínculo fundamental com Deus!

Segue um pequeno texto que veio inspiração em escreve-lo.


Redescobrir o vínculo fundamental com Deus!

“Verificar as estradas que estamos percorrendo, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus”

Estamos quase entrando em colapso, avanço da pandemia, tenho a impressão que cresce o desejo da realização pessoal, do eu, e aí como entender a gravidade da situação.

Aí o comprometer-se como cristão e os compromissos assumidos, o sentimento de compaixão, sentir as necessidades e sentimentos do outro passa ser uma prisão e sendo uma prisão precisa libertar-se.

Sendo assim, o que atrai e passa ser verdade é o que vem ao encontro da satisfação do “eu” libertação do “eu” e tudo que vem ao encontro tornam-se verdades, empatia.

Estamos no tempo da Quaresma, onde somos chamados a fazer o percurso com Jesus, percorrer esse percurso é deixar-se transformar e assumir o amor ao próximo, compromisso, serviço, doação, entrega.

São Paulo sintetiza o sentido de tudo quando escreve numa das suas cartas: Ele amou-me e entregou-se por mim.

Papa Francisco nos fala que “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração.” (Gaudium Et Spes)

É preciso deixar-se tocar pelo Senhor para não corrermos o risco de nos afastar e isso pode ocorrer mesmo sem percebermos. Dedicar-se e refletir a Palavra de Deus, é nessa experiência e intimidade com o Senhor que seremos capazes de:

“(...) verificar as estradas que estamos percorrendo, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus (...)”.

23 fevereiro, 2021

Catequese Permanente – 4ª e última catequese com o Tema CFE – 2021”

Novo decreto com medidas mais restritivas para enfrentamento da pandemia - Prefeitura de Maringá - Pr.

Conforme o decreto:

- As únicas reuniões permitidas são para pessoas do mesmo núcleo familiar, com limite de até dez pessoas;
....Núcleo familiar que vive no mesmo teto.

- Ficam suspensas as aulas presenciais em toda a rede pública e privada;
- Templos religiosos podem funcionar com até 30% da capacidade, de segunda a domingo, com término de celebrações até as 20h30;

- Toque de recolher passa a ser das 21h às 5h, com multa de R$ 1 mil em caso de descumprimento. Atualmente, o toque tem início às 23h e a pena prevista é de R$ 200;

- Salões de beleza e barbearias podem atender das 8h às 19h, de segunda a sábado;

- Aglomerações nas ruas estão proibidas, sob pena de multa de R$ 1 mil para cada pessoa;

- Serviços de delivery poderão funcionar até as 22h;

- Uso de máscara segue obrigatório em áreas públicas ou privadas de uso comum, com multa que passa a ser de R$ 1 mil em caso de descumprimento. Até então, a notificação variava de R$ 106,60 a R$ 533;

- Empresas ou clubes e condomínios flagrados com pessoas sem máscaras serão multados em R$ 4 mil;

- Supermercados, mercearias, açougues, quitandas e lojas de conveniência podem atender de segunda a domingo, das 8h às 20h;

- Os mercados devem respeitar o limite de um cliente para cada 25 m² de área de vendas;

- Atividades comerciais de rua, galerias e centros comerciais podem funcionar das 8h às 18h 
de segunda a sexta, e das 9h às 13h aos sábados;

- Prestadores de serviços podem trabalhar de segunda a sábado, das 8h às 18h;

- Shoppings podem abrir, de segunda a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos, das 14h às 20h. Praças de alimentação podem começar a atender às 10h, de segunda a sábado, e a partir das 14h, aos domingos, e devem manter capacidade de até 50%, com distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as mesas;

- Bares, restaurantes, carrinhos de lanche e conveniência de bebidas podem atender de segunda a domingo, das 6h às 20h;

- Padarias ficam autorizadas a funcionar de segunda a domingo, das 6h às 20h;

- Academias e escolas de dança, natação ou artes marciais podem funcionar das 6h às 20h de segunda a sexta-feira, e aos sábados das 6h às 12h. Aulas coletivas não podem ter mais que quatro alunos, com distanciamento de 1,5 metro;

- Espaços coletivos de clubes e condomínios para churrascos e festas não poderão ser usados;

- Bares e restaurantes não podem colocar mesas nas calçadas;


- Donos de chácaras que locarem os espaços para eventos receberão multa de R$ 20 mil, o dobro da penalidade atual. Os participantes das festas serão multados, cada um, em R$ 1 mil;

- Esportes coletivos estão proibidos. O decreto abre exceção apenas para tênis com dois praticantes;

- O uso de piscinas em condomínios, clubes e associações podem ter no máximo uma pessoa por raia; não havendo raias, a limitação é de uma pessoa a cada 12,5 metros quadrados. O decreto diz ainda que o uso de piscinas nesses estabelecimentos está proibido para lazer.

- De acordo com o decreto, os estabelecimentos comerciais que desrespeitarem as regras de limitação de público e horários serão multados em R$ 10 mil e sofrerão interdição da atividade por 24 horas. Em caso de reincidência, a multa dobra e a interdição passa a ser de 72 horas.

22 fevereiro, 2021

Comunidade: Fraternidade e Diálogo em tempos de Quaresma, um jeito concreto de viver a caridade

Mesmo com tantos ataques nas redes sociais por grupos de extrema direita autodenominados católicos, foram realizadas por todos os cantos do Brasil as Celebrações de Abertura da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano como forma de encorajar pessoas cristãs e de boa vontade a reconhecerem no diálogo um dos caminhos para a superação da cultura do ódio. A CEB’s assume o Ecumenismo não como uma estratégia, mas como uma forma de espiritualidade. Por isso, oferecemos esta importante reflexão elaborada pela nossa querida companheira Lucimar Moreira Bueno, conhecida por todos como Lúcia, assessora da CEBs na Arquidiocese de Maringá, Regional Sul 2.





Comunidade: Fraternidade e Diálogo em tempos de Quaresma, um jeito concreto de viver a caridade.

As comunidades são chamadas, inspiradas em Cristo, a ser espaço de diálogo e do testemunho da unidade na diversidade, expressão da novidade tão antiga da fé em Jesus Cristo, da experiência em Jesus Cristo, com o Deus da vida, Deus do diálogo, o Deus da fraternidade. Em tempos de crises, medos, contradições, das polarizações e das violências que marcam o mundo atual e vivendo o tempo da Quaresma, com o isolamento social o desafio das comunidades Eclesiais de Base, as CEBs e demais comunidades de serem espaço de viver a experiência e a profundar a experiência do amor em Jesus Cristo.

Papa Francisco, na mensagem que enviou por ocasião do início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 explica “com o início da Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflexão e revisão de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo à vitória pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco também nestes tempos de pandemia. Francisco convocou “«sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes «um mundo surdo».”

Ir ao encontro, sentar junto, escutar é o jeito concreto de viver a caridade, esse é o caminho. Atos dos Apóstolos, é um texto conhecido por todos nós, percebemos em Atos dos Apóstolos, que a comunidade vive a experiência e a profunda a experiência do amor em Jesus Cristo, estudando, escutando, repartindo o pão pelas casas. Testemunhando o amor de Deus e assim então as pessoas sentiram atraídas para a vivência de comunidade. Não haviam necessitados, uma comunidade caritativa repartindo daquilo que tinham, então colocava a disposição da comunidade e a comunidade atendia a todos assim fazendo que não houvesse necessitados entre eles.

Essa característica da comunidade que coloca aquilo que tem para socorrer aqueles que não tem, para ajudar aqueles que estão necessitados é uma experiência forte do Evangelho de Cristo. Uma comunidade que está unida, testemunhando concretamente o amor, a fé em Jesus Cristo. Concílio Vaticano II chama a igreja a estar presente no mundo, compartilhando as dores e as angústias, compartilhando as alegrias e as esperanças dos homens e mulheres de hoje sobretudo dos mais pobres, excluídos, dos que sofrem.

Há nos dias atuais uma falta de sensibilidade humana que precisa ser vencida e as comunidades se não estão sendo caminho de superação dessa insensibilidade precisa tornar-se o caminho. Caminho de fraternidade, de paz, de acolhida, de encontro, de diálogo que faz o coração arder. Precisa ser o jeito concreto de viver a caridade, viver o amor. Relações embasadas no amor geram vidas, geram relações novas e um mundo novo.

O Papa Francisco na missa com o rito de imposição das cinzas, na quarta-feira, 17 de fevereiro, disse que a Quaresma “é uma viagem de regresso a Deus” que “lança um apelo ao nosso coração”, e afirmou o Pontífice na homilia, que “na vida, sempre teremos coisas a fazer e desculpas a apresentar, mas agora é tempo de regressar a Deus”. O Santo Padre disse que essa viagem quaresmal envolve toda a vida da pessoa que a percorre. “É o tempo para verificar as estradas que estamos percorrendo, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende. A Quaresma não é compor um ramalhete espiritual; é discernir para onde está orientado o coração”.

Encontrar o caminho, as comunidades precisam derrubar muros de indiferença e de ódio que separam e criar pontes que unem e esforçar-se para manter com todas e todos o diálogo, falar e ouvir. Com o Evangelho aprendemos que Jesus mantinha diálogo com o diferente.

E aí a importância das Comunidades Eclesiais de Base, como igreja que aprofunda sua experiência de amor e como o corpo de Cristo exerce o bem a todas as pessoas sem olhar religião ou filiação dessas pessoas como a ação pastoral evangelizadora social e missionária. Igreja na base no meio do povo e com o povo. Igreja de modo novo presente no mundo a serviço da vida e ao cuidado da casa comum.

Sendo as CEBs a igreja que está ali onde as pessoas estão, essa comunidade é a medida em que ela vive concretamente a sua experiência de amor em Jesus Cristo de um lado ela desperta os cristãos batizados para os diversos serviços da ação evangelizadora, desperta neles a consciência de transmitir e testemunhar o amor de Jesus ajudando-os a viver essa experiência do amor do senhor e juntos vá em busca, socorre, acolhe, cuida, sustenta encoraja as pessoas a viver essa experiência de amor no Senhor. Lindo esse jeito concreto de viver a caridade.

Lucimar Moreira Bueno (Lúcia),
Assessora da CEBs na Arquidiocese de Maringá – Regional Sul 2.

Eu apoio a CEE 2021


 

Para refletir

"No tempo de Quaresma,o Espírito Santo impele também nós, como Jesus, a entrar no deserto (Mc 1,12-15).Não se trata de um lugar físico,mas de uma dimensão existencial na qual se deve fazer silêncio e escutar a palavra de Deus para que a verdadeira conversão seja realizada em nós. (Papa Francisco)

17 fevereiro, 2021

Quaresma!

Quaresma!

“Tenho um coração «dançarino» que dá um passo para a frente e outro para trás, amando ora o Senhor ora o mundo”

(...) “Convertei-vos a mim. A Quaresma é uma viagem de regresso a Deus. ...lança um apelo ao nosso coração. Na vida, sempre teremos coisas a fazer e desculpas a apresentar, mas agora é tempo de regressar a Deus.

(...) A Quaresma é uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos percorrendo, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende. A Quaresma não é compor um ramalhete espiritual; é discernir para onde está orientado o coração. Tentemos saber: Para onde me leva o «navegador» da minha vida, para Deus ou para mim mesmo? Vivo para agradar ao Senhor, ou para ser notado, louvado, preferido? Tenho um coração «dançarino» que dá um passo para a frente e outro para trás, amando ora o Senhor ora o mundo, ou um coração firme em Deus? Sinto-me bem com as minhas hipocrisias ou luto para libertar o coração da simulação e das falsidades que o têm prisioneiro?

(...)“A viagem da Quaresma é um êxodo da escravidão para a liberdade” (...)São quarenta dias que recordam os quarenta anos em que o povo de Deus caminhou pelo deserto para voltar à terra de origem. Mas, como foi difícil deixar o Egito! Ao longo do caminho, nos seus lamentos, sempre se sentiam tentados pelas cebolas, tentados a voltar para trás, presos às memórias do passado, a qualquer ídolo. O mesmo se passa conosco: a viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa. Para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões”.

(Papa Francisco)

Para refletir

"A pressa de querer tudo e imediatamente
 não vem de Deus. 
Se nos afadigarmos pelo imediatamente, 
esquecemos o que permanece para sempre: 
seguimos as nuvens que passam, 
e perdemos de vista o céu." 

(Papa Francisco)

15 fevereiro, 2021

Vacinação contra a covid-19 - Prefeitura de Maringá

Vacinação contra a covid-19
Prefeitura de Maringá

Nesta segunda, 15 de fevereiro 2020

- Idosos com mais de 88 anos.

- Trabalhadores da saúde ativos com mais de 47 anos que atuam em atividades hospitalares, extra-hospitalares.

Obrigatório
- documento com foto
- carteira de vacinação.
- Trabalhadores da saúde também comprovante da atividade na área da saúde

Local:
Sala de Vacina da Secretaria de Saúde, das 8h às 17h, e nas Unidades Básicas de Saúde Iguaçu e Quebec, das 8h às 15h.

Curso de Teologia Pastoral - Titulação: Especialista em Teologia Pastoral

Curso de Teologia Pastoral

Titulação: Especialista em Teologia Pastoral

PÓS PUC Minas

O curso de Teologia Pastoral busca criar espaços para a discussão do papel das Igrejas na sociedade, para uma revisão da metodologia do trabalho pastoral, para uma reflexão sobre a carência de motivação dos ministros e dos agentes evangelizadores diante de uma realidade desafiadora como a de hoje. Além dos espaços criados, o curso pretende ser uma oportunidade de aprofundamento teológico-prático para os ministros das Igrejas, clérigos ou agentes evangelizadores, ajudando-os a pensar uma pastoral transformadora e consciente da importância da ação-reflexão (práxis), o sujeito transformando o mundo se transforma e vice-versa, na prática pastoral das Igrejas cristãs.

Titulação: Especialista em Teologia Pastoral

Objetivos:
• Aprimorar as competências dos ministros e agentes de pastoral para qualificar a ação pastoral.
• Formar agentes ministros da Palavra no campo teológico-prático para o serviço da comunicação da fé no mundo atual.
• Preparar agentes evangelizadores para a celebração da fé na comunidade, nos diversos cenários sociais e nos meios digitais.
• Qualificar agentes para a ação social e a cidadania, especialmente entre as minorias sociais e as populações da periferia existencial.

Público-alvo:
Profissionais com formação superior: Padres, diáconos, seminaristas, pastores, agentes de evangelizadores e leigos.
Programação:
Módulo Online - Ao Vivo (Aulas em tempo real, no ambiente digital Canvas, nos dias e horários do curso) * - 369 horas/aula.
Dimensão bíblica, profética e testemunhal da fé
• Espiritualidade do Amor
• Animação Bíblica da Pastoral: Pressupostos e Dimensões
• A Pregação da Palavra em Ambiente Cultual
• Pastoral Urbana

Dimensão litúrgica, vivencial e celebrativa da fé
• Para Entender a Economia de Francisco e Clara
• História da Teologia Prática ou Pastoral
• Pedagogia Dialógica Participativa, Corresponsabilidade e Ação Pastoral
• Teologia da Missão

Dimensão diaconal, dialogal e de serviço aos pobres
• Metodologia e Planejamento Pastoral
• Teologia e Pastoral: Desafios Emergentes
• Cultura Digital e Pastoral
• Pluralismo: Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso nas Práticas Pastorais

Módulo EAD - (Aulas no ambiente digital Canvas. Você assiste os vídeos e atividades quando e onde quiser) * - 36 horas/aula.
• Disciplina Optativa.
Encontros Presenciais - 27 horas/aula presenciais
Os três encontros presenciais acontecerão em Belo Horizonte, sempre às sextas (noite) e sábados (manhã e tarde), em datas divulgadas posteriormente pela Coordenação do Curso.
(Eventual impossibilidade de comparecimento deverá ser negociada diretamente com a equipe acadêmica e professores).
* Requisitos tecnológicos para cursar uma disciplina Online / EAD.

Inscrição AQUI

10 fevereiro, 2021

Vacinação contra Coronavírus - Prefeitura de Maringá


Nesta quarta, 10 de fevereiro de 2021

- idosos com mais de 90 anos
- trabalhadores da saúde com mais de 50 anos que atuam em atividades hospitalares, extra-hospitalares

Não é real a informação que circula pela internet

A Secretaria de Saúde informa que não é real a informação que circula pela internet com datas de vacinação no mês de março. Não é possível estabelecer programação a médio e longo prazo para a vacinação contra a Covid-19, porque depende da chegada das doses, que são compradas e distribuídas no Brasil pelo Ministério da Saúde.

Você mantém sua webcam desligada nas reuniões online?

Você mantém sua webcam desligada nas reuniões online? Muito bem: você polui 96% menos (o mesmo se aplica se você reduzir a qualidade do streaming na Netflix e similares)

Muitas das atividades sociais pré-pandêmicas, das reuniões de negócios aos encontros com os amigos, tornaram-se virtuais e acontecem por meio de uma tela de computador. Aproveitando aplicativos como Zoom, Google Meet e similares, os encontros online agora são um hábito. Assim como os retângulos pretos na tela para distinguir os participantes da reunião que não ativaram a webcam.

A reportagem é de Andrea Indiano, publicada por Business Insider, 02-09-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

Agora quem não gosta de aparecer na câmera em eventos virtuais pode justificar sua escolha por um motivo virtuoso: manter a webcam desligada ajuda o meio ambiente.

Quem explica isso e a universidade estadunidense de Purdue, que analisou o consumo de energia produzido por um PC durante uma conexão de vídeo. No texto original, os pesquisadores explicam que uma hora de videoconferência ou streaming faz com que o computador emita entre 150 e 1.000 gramas de dióxido de carbono e consuma entre 2 e 12 litros de água. Números prejudiciais à saúde da Terra. Mas deixar a câmera desligada pode reduzir esses números em 96%, de acordo com a pesquisa.

Uma redução semelhante nas emissões prejudiciais ocorre durante o streaming em definição padrão, em vez de em alta definição em sites como a Netflix.

De fato, os computadores e demais aparelhos eletrônicos que utilizamos para navegar na internet contribuem para a poluição, pois seus sistemas de refrigeração emitem gases nocivos ao meio ambiente. Quanto maior a demanda de energia, como é o caso da exibição de vídeos, maior é a poluição produzida.

O estudo de Purdue, conduzido em conjunto com a igualmente prestigiosa Yale University e o MIT (Massachusetts Institute of Technology), empenhou-se em analisar os danos ao meio ambiente causados pelas infraestruturas da Internet.

A poluição pela Internet já havia aumentado antes da pandemia, respondendo por cerca de 3,7% das emissões globais de gases de efeito estufa. O aumento no uso da Internet durante os períodos de lockdown e o aumento resultante de encontros com webcam pioraram a situação. Algumas nações relataram um aumento de pelo menos 20% no tráfego da web desde março de 2020. A equipe da Purdue analisou as emissões de gases de efeito estufa associadas a cada gigabyte de dados usados no YouTube, Zoom, Facebook, Instagram, Twitter, TikTok e outras 12 plataformas, bem como em videogames online e navegação na web em geral. Como previsto, quando os aplicativos usam o vídeo, aumentam os gases nocivos produzidos.

“Sabemos do impacto ambiental positivo trazido pelo abandono do papel, mas ninguém conhece a vantagem de desligar a câmera ou reduzir a qualidade do streaming. Portanto, sem o consentimento dos usuários, essas plataformas estão aumentando o impacto ambiental dos usuários individuais", disse Kaveh Madani, que liderou o estudo. Sua equipe coletou dados do Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Irã, Japão, México, Paquistão, Rússia, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. As estimativas são aproximadas, afirmam os pesquisadores, porque só puderam analisar os dados disponibilizados pelos prestadores de serviços e terceiros. Mas a equipe acredita que as estimativas ajudam a documentar a tendência e trazer mais atenção sobre os danos ambientais causados pelo uso da internet. As pessoas por trás dos retângulos pretos durante as videochamadas não serão mais vistas como tímidas ou esquivas, mas podem ser consideradas comprometidas com o bem-estar da Terra.

Fonte: IHU

08 fevereiro, 2021

Uber e a superexploração do trabalho

Crescimento da corporação estadunidense baseou-se na dissolução de vínculos e em distorções do capital-trabalho. Uniu-se à indústria de automóveis e reordenou cidades. Qual seu papel na destruição de direitos e exploração da América Latina?

O artigo[1] é de Roberta Traspadini, Professora Adjunto da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), e Marisa Amaral, Professora Associada do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (IERI/UFU), publicado por Outras Palavras, 02-02-2021.


Eis o artigo.

“En esta parte de la tierra la historia se cayó
como se caen las piedras aun las que tocan el cielo
o están cerca del sol o están cerca del sol.

Desamor desencuentro, perdón y olvido
cuerpo con mineral, pueblos trabajadores
infancias pobres, cinco siglos igual”

(Cinco siglos igual, de León Gieco)

No presente texto, pretendemos pensar em voz alta sobre algumas questões que nos parecem importantes para, mais à frente, retomarmos o tratamento sobre as novas formas que vem assumindo a superexploração da força de trabalho. Objetivamos, assim, duas coisas: i) responder a parte das perguntas que surgem como fruto da problematização sobre a atualidade da superexploração na América Latina atual, a partir da compreensão de como opera a empresa Uber, cuja atuação trouxe o mote para o que vem sendo chamado de uberização do trabalho; ii) explicitar as diferenças que estabelecemos com as interpretações teóricas e políticas que entendem a superexploração como um fenômeno único, generalizado na economia mundial no século XXI – sem especificar a tônica de sua particularidade na dinâmica da América Latina e desta no mundo regido pelo capital –, e também com a vertente sociológica da precarização, dos sentidos e do mundo do trabalho, que, ao ler o momento atual, passa ao largo de relações e mediações necessárias com os processos históricos dos séculos anteriores.

Em tempos de primazia do setor serviços, da extração de mais-valia em formas ainda mais violentas que as anteriores, tanto qualitativa quanto quantitativamente, e sob a lógica neoliberal de flexibilização das leis trabalhistas e de aniquilamento de parte da autonomia – já débil e relativa – que os Estados periféricos tendem a reger no plano da governabilidade dentro do metabolismo geral do capital, amplia-se a violência sobre e contra a classe trabalhadora. A mais nova delas envolve a ilusão de propriedade que o grande capital projeta sobre os trabalhadores, convertendo-os em “empreendedores” de um negócio que, de fato, nunca banca sua sobrevivência e de seus familiares. Com base nisso, entender o impacto da tecnologia (sobretudo das novas tecnologias de informação e comunicação) na produção e apropriação de valor torna-se fundamental.

As perguntas que conduzirão nossa reflexão são: a Uber é apenas uma plataforma de serviços tecnológicos ou é mais que isso? Quais as diferenças substantivas entre a Uber EUA (sede) e a Uber Brasil? O que a marca não revela para além do marketing generalizado da esperança de emprego e renda na era de reiterada crise do capital?[2]
Algo sobre o capital financeiro e o “capital Uber”

Desde sempre as multinacionais possuem estratégias globais; o plano mundial é a esfera própria de atuação do capital e a fase do chamado capital financeiro e da exportação de capitais alavanca essa máxima. Um corolário disso é o fato de que as multinacionais hoje não precisam mais necessariamente produzir na periferia capitalista, menos ainda na latino-americana, não precisam mais manter aqui plantas produtivas. Com a emergência das mal denominadas “cadeias globais de valor” e com um deslocamento explícito do eixo da acumulação de capital, em que joga papel fundamental o próprio capital fictício, a forma de estabelecimento e manutenção das relações imperialistas sofre modificações.

Façamos aqui uma breve pausa para aclarar algumas categorias teóricas importantes. O capital financeiro é definido por Rudolf Hilferding, em 1910,[3] como resultado de uma união heteroesférica entre capitais, ou seja, a união entre capitais que atuam em diferentes esferas sociais. Trata-se, neste caso, da união entre capital industrial/produtivo e capital bancário/monetário, sob o predomínio do segundo. Diz ele:

Uma porção cada vez maior do capital da indústria não pertence aos industriais que o aplicam. Dispõem do capital somente mediante o banco, que perante eles representa o proprietário. Por outro lado, o banco deve imobilizar uma parte cada vez maior de seus capitais. Torna-se, assim, em proporções cada vez maiores, um capitalista industrial. Chamo de capital financeiro o capital bancário, portanto o capital em forma de dinheiro que, desse modo, é na realidade transformado em capital industrial. Mantém sempre a forma de dinheiro ante os proprietários, é aplicado por eles em forma de capital monetário – de capital rendoso – e sempre pode ser retirado por eles em forma de dinheiro. Mas, na verdade, a maior parte do capital investido dessa forma nos bancos é transformado em capital industrial, produtivo (meios de produção e força de trabalho) e imobilizado no processo de produção. Uma parte cada vez maior do capital empregado na indústria é capital financeiro, capital à disposição dos bancos e, pelos industriais. (Hilferding, 1985, p. 219, grifos nossos)

O capital fictício, em linhas muito gerais (e, certamente, muito imprecisas, pois não teríamos espaço para, nesse texto, tratar o capital fictício com o devido aprofundamento), é um desdobramento do capital portador de juros – este pode ser entendido como um capital dinheiro que é emprestado a um capitalista produtivo e que garante a seu detentor um direito de recebimento de parte da mais-valia extraída sob a forma de juros. O capital fictício envolve papéis, títulos que representam direitos de apropriação sobre produção futura, o que significa que o valor monetário presente desses títulos não representa valor algum, uma vez que o valor no qual os papeis se baseiam ainda sequer existe (e pode jamais ser produzido). Sendo assim, o valor de mercado dos títulos tem um forte componente especulativo, pois se baseia em receita esperada cuja concretização depende de uma série de outros fatores.

Essa constatação nos traz inúmeros problemas, não só do ponto de vista teórico-analítico, mas também político-estratégico. Neste texto pretendemos buscar alguns elementos para tentarmos avançar alguns passos na interpretação de certos fenômenos e no significado disso para a América Latina. Pelo peso da proposta, fica explícito que seremos incapazes de esgotar a discussão neste ensaio (e, assim, vamos ampliando nossa série).

Nos interessa agora tratar de uma multinacional específica, em particular porque dela derivará uma forma de trabalho absolutamente nova no cenário mundial (ou, talvez, uma forma de trabalho absolutamente velha, mas com uma roupagem absolutamente nova; precisamos pensar), com efeitos avassaladores sobre a classe trabalhadora, não apenas do ponto de vista físico e das suas condições materiais de reprodução, mas também em sua condição de existência, de reconhecimento, de identificação, de consciência e, logo, de organização.

A Uber Technologies Inc. é uma empresa multinacional com sede na cidade de São Francisco, estado da Califórnia, nos EUA. A empresa foi fundada em março de 2009 por Garrett Camp e Travis Kalanick e, em maio de 2019, converte-se numa empresa de capital aberto (uma Sociedade Anônima) ao iniciar a venda de suas ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque (a NYSE, do inglês New York Stock Exchange). Apesar de atuar no transporte urbano privado, tanto por meio do transporte de pessoas quanto de alimentos (a Uber Eats), a Uber é, na realidade, uma prestadora de serviços eletrônicos, uma vez que seu produto é um software desenvolvido para ser instalado em dispositivos eletrônicos móveis como um smartphone, por exemplo; em outras palavras, seu produto é um aplicativo móvel, ou um app.

Na realidade, depois de muito refletirmos, talvez o mais preciso a afirmar seja que a Uber começa como uma empresa de tecnologia para a área de transporte e se converte numa empresa da área de transporte, mudando paradigmas, inclusive. É o que nos indica o acordo de parceria firmado com a Volvo em 2016 para a produção de carros 100% autônomos, a parceria com a Nasa para produção de “carros voadores” e mesmo sua atuação no serviço de táxi aéreo. Voltemos, no entanto, ao app.

Qualquer pessoa com pré-requisito mínimo[4] pode “vincular-se” à empresa como ofertante do serviço de transporte. As aspas que utilizamos são propositais. A rigor, não há vínculo algum entre o ofertante do serviço de transporte e a ofertante do app, a Uber. O motorista ou entregador de alimentos não é um funcionário contratado pela empresa. É alguém que, autonomamente, se utiliza do aplicativo para oferecer seus serviços a terceiros, o que coloca a Uber como nada além da tecnologia (ou uma parte dela, porque, claro, seu funcionamento exige, pelo menos, um aparelho eletrônico móvel, um plano de internet móvel e um meio de transporte) que media a relação entre o prestador de serviço (o trabalhador) e aquele que o contrata (o comprador).

Só isso nos permite levantar uma série de questões-chave para as preocupações que nos ocupam. A primeira – e talvez mais evidente – é uma espécie de deturpação, distorção e falsificação da relação capital-trabalho. O comprador da força de trabalho deixa de ser o capital e passa a ser o comprador da mercadoria que a força de trabalho produz, o serviço que ela presta. No entanto, o pagamento da força de trabalho é feito pela empresa, que recebe o pagamento integral que o consumidor final faz pelo serviço, retém parte dele e, então, repassa ao trabalhador aquilo que a empresa define que lhe compete. E essa definição passa, inclusive, pelo preço imposto ao serviço prestado, à corrida. Fiquemos apenas nessa primeira problematização e pensemos o Brasil nesse contexto.
Uber Brasil: filial de destaque na dinâmica geral de reprodução ampliada do “capital uberizado”

A Uber Brasil é uma filial da Uber EUA que recebe tecnologia como forma e conteúdo de propagação de seu poder e faz remessas líquidas de lucros sobretudo via apropriação direta de parte dos rendimentos dos trabalhadores que atuam pelo aplicativo, algo que se viabiliza, inclusive, por meio de um jogo político que leva a cabo mudanças nas legislações trabalhistas em diversas partes do mundo.

Como filial, a Uber Brasil reproduz internamente a lógica de dominação desta multinacional com as características próprias da sociedade da tecnologia informacional, dimensionando o trabalho por aplicativo como a forma de ser típica de uma sociedade supostamente “avançada”. Nesse sentido, a partir do Brasil, a Uber reproduz na América do Sul as estratégias direcionadas de dominação do capital sobre e contra o trabalho, a partir de seus tentáculos irradiados do Norte para controle econômico, territorial, simbólico e político da região. A Uber Brasil é, portanto, parte integrante, forma combinada, particular, de um conteúdo geral chamado capital financeiro hegemônico líder na atual era das tecnologias da informação.

É uma máquina de produzir lucro e fetiches. E, à sombra dos dois, reproduzir a histórica relação de dominação contra os povos a partir da superexploração da força de trabalho em sua forma substantiva, na América Latina, e superlativa na economia mundial.

As parcerias da indústria da plataforma com a indústria automotiva explicitam, no âmbito mundial e latino-americano, a forma como, no plano político, estes capitais ordenarão as cidades, a partir do que chamam de uma nova matriz de mobilidade urbana. Nesse sentido, a empresa, que nasce pequena, agiganta-se no final da primeira década do século XXI e, na associação com várias formas de capital, mantém o jogo histórico do capital de intensificar as formas de exploração da força de trabalho, com vistas ao contínuo processo de valorização do capital.

A exaustão, as intensas e prolongadas jornadas de trabalho e a redução dos pagamentos por unidades de entrega (aos moldes do salário por tempo e do salário por peça discutidos por Marx)[5] dão a dimensão do que significará nos próximos anos a flexibilização das leis trabalhistas, com afã de seu extermínio e da extensão da superexploração. Como demonstrado no documentário “GIG – A Uberização do Trabalho”, se em um primeiro momento um trabalhador conseguia, segundo seu próprio relato, após 45 entregas no mês, tirar mais de R$5.300,00 em setembro de 2015, no mesmo período do ano seguinte não alcançava a cifra de R$2.300,00 pelo dobro de produtos entregues: 93.
Considerações nada finais

A Uber é um capital monopolista (na acepção leniniana do termo) que lucra, cada vez mais, com a associação entre capitais produtivos e improdutivos no âmbito internacional; incide diretamente no plano da política neoliberal e de redução de direitos em cada uma das economias em que atua; investe de forma potente no marketing político de disseminação da era sustentável e da diversidade e, acima de tudo, vende e propagandeia que o trabalho no século XXI é sinônimo de negócio próprio; atua diretamente na incidência de mecanismos de transferência de valor das economias periféricas às economias centrais, em particular, neste caso, os EUA.

Nas articulações que tem feito com Toyota, Boing, Volvo, Nasa, a Uber explicita que, nos próximos anos, o que começou como plataforma na primeira década do século XXI, transformou-se em um movimento gigantesco de marca consolidada em diferentes âmbitos da mobilidade urbana terrestre (carros, bicicletas, carros autônomos e semiautônomos), aérea e espacial – por meio de sua atuação no setor de táxi aéreo e nas pesquisas para o desenvolvimento de carros voadores.

A Uber é, portanto, um exemplo notório de capital financeiro monopolista, que expõe o quanto a hegemonia dos EUA está longe de deixar de ser referência no mundo e na América Latina. De forma que, junto com a marca, outra reflexão que se apresenta à luz de sua atuação no continente é a incidência direta da hegemonia dos EUA no território latino-americano, reiterando, como possibilidade, o subimperialismo brasileiro.

A Uber Brasil é a conexão entre os EUA e a América Latina a partir da estratégia lançada em 2018 de conformação de seu polo tecnológico de desenvolvimento de carros autônomos. Parece haver uma estratégia concreta de atuar no continente a partir do Brasil, disseminando a histórica relação de réplica no Sul da lógica de ser do capital operado e acumulado no Norte.

A venda da imagem e dos diferentes produtos Uber reforça, na dinâmica da relação de trabalho específica do século XXI (era informacional), a ideia de que já não se combinam mais trabalho e direitos mínimos, Estado regulador e luta social. Mais do que a venda de produtos, o que a Uber dissemina é a manutenção de uma histórica ordem violenta, dinamizadora, hoje, de um sentido de vida, ecoado como sentido único: o empreendedorismo. Basta de Estado! Basta de política! Basta de greve! Apenas trabalhemos mais tempo em busca de uma remuneração que nos permita consumir. Estas parecem ser as consignas concretas de reiteração da “nova ordem mundial”.

Como propagandeia a empresa em seu marketing social – em clara exaltação a um suposto êxito do empreendedorismo individual –, ao longo dos últimos cinco anos de atuação no Brasil, 22 milhões de usuários acessaram os serviços da plataforma que abriga mais de 600 mil trabalhadores. Diz a empresa que, pelo sucesso nos negócios, nas relações interpessoais entre consumidores e operadores da plataforma, os sujeitos responsáveis por 2,6 bilhões de viagens receberam R$35 milhões em gorjetas. Estas substituem o direito trabalhista ao assalariamento, à aposentadoria e demais processos trabalhistas; a moto e a bicicleta viram a nova ideia projetada de liberdade no trabalho e acesso ao emprego/dinheiro, conformando um fetichismo que somente desaparece quando ocorre um acidente e os/as trabalhadores/as ficam desprotegidos/as. Rita Von Hunty, em seu canal no YouTube, Tempero Drag, faz uma ótima e didática síntese deste processo.[6] Diz ela:

Esse rapaz que trabalha como entregador de uma rede de aplicativo, com a qual ele não tem vínculo empregatício, aluga uma bicicleta que não é dele, mas é uma ferramenta de trabalho que ele precisa para trabalhar, e entrega uma comida de um restaurante no qual ele não trabalha para uma pessoa que não o contratou. […] essa pessoa – que está em condições de subemprego e precisa se submeter a uma dinâmica na qual ela não tem direito trabalhista, carteira de trabalho ou vínculo empregatício com ninguém – é uma vítima do nosso tempo. […] O que acontece se essa pessoa sofrer um acidente enquanto trabalha? Será que o Itaú se responsabiliza por ela? Será que o aplicativo se responsabiliza por ela? Será que a pessoa que pediu a comida se responsabiliza por ela? Ou o restaurante? […] o que a gente tem é a destituição das esferas privadas e profissionais e uma mescla, uma união nociva dessas duas entidades que nunca deveriam se unir. […] não existe mais emprego das 9h às 18h ou das 8h às 17h. O que a gente tem é um regime de trabalho semi-intermitente. Todos nós “trabalhadores liberais” não somos nem liberais e nem libertos.

A Uber nasceu pequena e tornou-se uma gigante na era das tecnologias vinculadas à mobilidade social. É mais do que uma plataforma. É capital portador de juros, é capital produtivo, é capital fictício, é capital financeiro produtor e apropriador de mais valia, é máquina de incidência política e cultural na América Latina e no mundo no século XXI. Um capital potente na consolidação da alienação em sua nova e potente fase de violação da vida, do extermínio dos povos projetado a partir das plataformas e da criminalização de todo tipo de luta social no âmbito nacional. A Uber é uma nova empresa associada a velhos hábitos de dominação no continente. Nos termos de Gieco:

“soledad sobre ruinas, sangre en el trigo
rojo y amarillo, manantial del veneno
escudo heridas, cinco siglos igual”
(Cinco siglos igual, de León Gieco)
Notas

[1] Título original: O capital Uber e a Uber-alienação do trabalho. Faremos uma breve pausa na sequência de textos que vínhamos publicando sobre a superexploração da força de trabalho. A parada é proposital. Esse projeto, que começou com a ideia de uma intervenção em quatro textos, parece ter se tornado mais amplo, exigindo de nós, possivelmente, uma série de textos que, diga-se de passagem, não sabemos quando nem onde deve acabar. Fato é que essa exigência autoimposta nos veio em razão da percepção de certa carência de fundamentação para vários fenômenos concretos, cujas vinculações com a dependência latino-americana nos parecem claras, mas apenas nas nossas cabeças. O aprofundamento em análises de mediação se impôs e tem o propósito de nos permitir, com maior contundência, amarrar aspectos essenciais para a compreensão da superexploração da força de trabalho tal como vimos defendendo. Tudo isso passa por nossa crítica antecipada às interpretações que apontam para uma generalização da superexploração da força de trabalho a uma escala global, assumindo status de regra do jogo da acumulação de capital nos cantos todos do mundo. Como já deve estar claro aos que acompanham esta coluna, não concordamos com essa leitura. Mas é preciso dissecarmos as razões.

[2] Para respondermos a essas e outras questões, que passam pelo caráter substantivo e próprio da superexploração da força de trabalho na América Latina, utilizamos as informações presentes no próprio portal da Uber Technologies Inc., além de diversos textos de Ludmila Abílio, uma das principais referências no tema, e outros elementos interessantes contidos no documentário “GIG – A Uberização do Trabalho”, lançado em 2019 e dirigido por Carlos Juliano Barros, Caue Angeli e Maurício Monteiro Filho.

[3] HILFERDING, Rudolf. O Capital Financeiro. São Paulo: Nova Cultural, 1985. (Coleção Os Economistas).

[4] Para um motorista de Uber, o pré-requisito é ter carteira de habilitação válida, ter disponível um carro com licenciamento em dia e apresentar certidão negativa de antecedentes criminais; para um entregador de alimentos é preciso apresentar documentos do motorista e do veículo caso as entregas sejam feitas de carro ou moto, e documentos pessoais caso as entregas sejam feitas de bicicleta ou a pé.

[5] Ver capítulos 18 e 19 do Livro I de O Capital.

[6] O título do vídeo é Home Office e está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ytpEq9eCol4&feature=emb_logo

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Fonte: IHU


04 fevereiro, 2021

A morte não é nada!

A morte não é nada!


"A morte não é nada
Eu somente passei
Para o outro lado do caminho
Eu sou eu, vocês são vocês
O que eu era para vocês,
Eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
Que vocês sempre me deram
Falem comigo
Como vocês sempre fizeram
Vocês continuam vivendo
No mundo das criaturas.

Eu estou vivendo
No mundo do criador.
Não utilizem um tom
Solene ou triste
Continuem a rir
Daquilo que nos fazia rir.

Rezem, sorriam
Pensem em mim.
Rezem por mim
Que meu nome seja pronunciado
Como sempre foi...
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa
Tudo o que ela sempre significou
O fio nao foi cortado.
Porque eu estaria
Fora de seus pensamentos
Agora que estou apenas fora de suas vistas?

Eu nao estou longe,
Apenas estou
Do outro lado do caminho...
Você que aí ficou,
Siga em frente,
A vida continua, linda e bela"...

A morte é uma passagem
Para a vida definitiva com Deus
Uma Vitória
Com aparência de derrota.
Não compreendemos de imediato
Os desígnios do Senhor.

Mas a fé e a confiança
Em sua infinita misericórdia
Nos dão o consolo
Para enfrentarmos com coragem
As surpresas do caminho.
Deus é o autor da vida.

Ele nos reserva um bem maior
Mesmo nos momentos de sofrimento.
A morte é uma irmã
Que nos conduz ao céu
É uma passagem
Ao mistério da vida, a ressurreição.

A esperança nos conforta
Nos faz seguir em frente
Sabemos em quem
Colocamos a nossa confiança
No Deus vida, que dá a vida
E não no deus da morte.

Ele transforma
A nossa morte
Em vida eterna
Ele é a esperança
Que move a nossa ação
Ele é, o valoroso alento da fé.

Ele é a certeza da ressurreição
Que nos impulsiona na missão.
"Aqui somos todos migrantes,
A nossa pátria é o céu ".
Da mortalidade para a imortalidade

Para um novo céu, uma nova terra (A casa do Pai). Meus sentimentos e minha oração pela feliz eternidade deste nosso irmão de caminhada...

+ Fontenele

Faleceu Padre Nelito Dornellas. Fez sua páscoa, com o nosso Deus esta.

Triste. Mais uma vida tirada pelo Covid-19
Faleceu Padre Nelito Dornellas. Fez sua páscoa, com o nosso Deus esta.
Falecimento ocorrido no dia 03/02/2021, às 22h05.
A explicação do “trem das CEBs” que conheço é dele, segue abaixo.
Companheiro da CEBs, membro da assessoria da CNBB.
Padre Nelito Dornellas, da Diocese de Governador Valadares, Minas Gerais.



O Trem - Símbolo dos Intereclesiais das CEBs se deve ao Frei Betto

Segundo Pe. Nelito Dornelas, Frei Betto é mineiro, ele morava em Vitória, em uma favela, quando acontecem os intereclesiais, o primeiro em Vitória, do Espírito Santo em 1975.

Vitória e Belo Horizonte tem o maior trem de passageiros do Brasil, que liga as duas capitais, mais ou menos 600 km de distância, essas duas capitais são simbolizadas pelo trem de passageiros. Então Frei Betto foi quem idealizou essa imagem para CEBs, a partir dessa experiência do maior trem de passageiros que liga essas capitais, explica Nelito.

Recorda Nelito, assim foi consolidado e foi também no encontro que aconteceu no Espírito Santo, em que frei Carlos Mesters estava assessorando as comunidades de São Mateus, lá também foi confirmado à ideia do trem de passageiro como símbolo das CEBs.

Então essa ideia explica Nelito, vai nascer do Frei Betto, que é mineiro morando em Vitória, onde acontece o primeiro intereclesial das CEBs e São Mateus, Espírito Santo, ali que vai nascer marcado pela experiência do trem de passageiros que o povo tinha como único meio de transporte barato, simples e popular.

A imagem tem a ver também com essa ideia de coisa do povo, coisa simples, coisa dos pobres, onde todo mundo pode entrar, levando sua carga, levando sua bagagem, levando seus mantimentos, porque o trem sempre foi isso, um meio de transporte barato do povo, assim conclui Nelito a explicação do trem como símbolo.

E a CEBs diz Nelito, simbolizam isso, lugar dos pobres que podem entrar com sua bagagem, sua cultura, sua história, com tudo aquilo que é, quer ser e precisa ser e pode ser para de fato ser Igreja dos Pobres.

Muito linda a história do nosso Trem das CEBs.

Dia da Fraternidade Humana.

Hoje "celebraremos o primeiro Dia da Fraternidade Humana. Vamos rezar e trabalhar todos os dias do ano para que possamos viver juntos no nosso mundo fraternalmente e em paz." (Papa Francisco)

Em 21 de dezembro do ano de 2020, em decisão unânime, a assembleia geral das Nações Unidos instituiu o dia 4 de fevereiro como o Dia Internacional da Fraternidade Humana.

A data coincide com a assinatura em Abu Dhabi, em 2019, do "Documento sobre a Fraternidade Humana", um compromisso para a construção de uma cultura de paz, tolerância, inclusão, compreensão recíproca e solidariedade.

02 fevereiro, 2021

Primeira Catequese Permanente – Tema ”Campanha da Fraternidade Ecumênica...

Power Point - Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021

Power Point
Campanha da Fraternidade Ecumênica
Fraternidade e diálogo: compromisso de amor
Do professor teólogo leigo Edward Guimarães, de Belo Horizonte

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Rezemos juntos, pelas mulheres que são vítimas de violência

“Hoje, ainda existem mulheres que sofrem violência. Violência psicológica, violência verbal, violência física, violência sexual. O número de mulheres espancadas, ofendidas e violadas é impressionante. As diversas formas de maus-tratos que muitas mulheres sofrem são uma covardia e uma degradação para toda a humanidade. Para os homens e para toda humanidade. Os testemunhos das vítimas que se atrevem a quebrar o silêncio são um grito de socorro que não podemos ignorar. Não podemos olhar para o outro lado. Rezemos pelas mulheres que são vítimas de violência, para que sejam protegidas pela sociedade e o seu sofrimento seja considerado e escutado por todos.” (Papa Francisco)