31 dezembro, 2019

Aos visitantes do blog

"Que o Deus da paz 
nos abençoe e venha em nossa ajuda.
Que Maria, Mãe do Príncipe da paz
e Mãe de todos os povos da terra, 
nos acompanhe e apoie, passo a passo."


27 dezembro, 2019

Intereclesiais da CEBs do Regional Sul II - Paraná



Intereclesiais da CEBs do Regional Sul II
“Um revelar do rosto da Igreja simples, acolhedora, alegre, criativa e profética”

As comunidades eclesiais de base (CEBs) são a Igreja da base, a Igreja Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo. Uma Igreja toda Sinodal, assim é a Igreja fundada por Jesus, "povo de filhos de Deus” e, consequentemente, "um povo de irmãos e irmãs". A sinodalidade é uma "ideia-mãe'' do papa Francisco sobre a Igreja e sua missão. As CEBs são vividas pelo povo que caminha, sua grande maioria leigas e leigos, lideranças populares de pastorais sociais, movimentos sociais, sindicatos e organizações, gente simples ou não, mas que se colocam a serviço e se abre a vivência comunitária e fraterna e que se colocam ao lado dos pobres e marginalizados, buscando concretizar o reino de Deus aqui e agora, onde tem vida plena para todas e todos.

Os Intereclesiais das CEBs são fonte de animação, espaço de grande troca de experiências, reflexões e orações da Igreja simples, alegre, criativa, ecumênica e profética. Uma grande partilha da acolhida fraterna e sorrisos contagiantes, das comidas gostosas, da cantoria e alegria, do saber falar e do saber ouvir, das muitas lutas e festas, da profecia e das muitas sementes lançadas.

Os intereclesiais são iluminações para a esperança de algo novo que acontecerá como uma semente se deixa romper sob a terra, deixar morrer do velho para nascer o novo, do como fazer nascer da Igreja clerical uma Igreja popular, afirmação da Igreja como Povo de Deus apresentada no Concílio Ecumênico Vaticano II.

Os intereclesiais são essa fonte de animação, no Regional Sul II, o Paraná, envolvidos pelo símbolo do estado a “Gralha Azul” e a “Araucária”. Da Gralha Azul a mística que envolve vem de sua inteligência e seus diversos termos vocais para se comunicar e sua habilidade de esconder a sua comida, o pinhão, para comê-lo depois, sem saber que isso vai dar continuidade nas plantas. Da Araucária, a mística em torno de serem dioicas, expressão de gênero, existe uma árvore feminina e outra masculina. Na árvore feminina, em uma estrutura denominada estróbilo, ou pinha, se desenvolvem os pinhões.

Uma espécie dioica é aquela em que os gâmetas femininos (ex.: óvulos, oosferas que são célula sexual feminina das plantas) e os gâmetas masculinos (ex.: espermatozoides  e  anterozóides que são célula sexual masculina das plantas) são produzidos por indivíduos distintos, femininos e masculinos, respectivamente.

Aos participantes do intereclesial a quem as paróquias das Arq/Diocese enviam para vivenciar a expressiva experiência dos intereclesiais é fundamental o conhecer, acolher, envolver e comprometer-se com as CEBs, a Igreja dos pobres. Nas palavras do teólogo Clodovis Boff, “à irrenunciável ‘opção preferencial pelos pobres’ em nível de sociedade corresponde a ‘opção preferencial pelas CEBs’ em nível de constituição da Igreja”.

Os intereclesiais das Comunidades Eclesiais de base, as CEBs, acontecem em nível nacional e nos intervalos desses acontecem nos Intereclesiais Regionais. Em cada tema escolhido as reflexões e a partilha de como as CEBs se inserem na realidade do povo, para ser sinal de esperança e vida.

No Regional Sul II, o Paraná, o primeiro Intereclesial da CEBs teve um caráter de seminário para refletir a caminhada das CEBs e pela necessidade de uma maior articulação entre as comunidades. A partir do segundo também em caráter preparativo dos Intereclesiais da CEBs nacionais.

Histórico dos Intereclesiais das CEBs do Regional Sul II (Paraná)

Primeiro Intereclesial da CEBs
Setembro de 1979 em São José dos Pinhais (à época diocese de Curitiba)
Tema: CEBs - Reflexão sobre Comunidades Eclesiais de Base
Teve um caráter de Seminário para refletir a caminhada das CEBs e pela necessidade de uma maior articulação entre as comunidades.
85 participantes

Segundo Intereclesial da CEBs
Fevereiro de 1996 em Curitiba,
Tema: CEBs e Massas
Lema: CEBs, Sal e Fermento nas massas
800 participantes
Em preparação para o 9º Encontro Intereclesial da CEBs Nacional, realizado em São Luís do Maranhão, de 15 a 19 de julho de 1997. Tema: CEBs: vida e esperança nas massas.

Terceiro Intereclesial da CEBs
Fevereiro de 1999 em Londrina
Tema: CEBs 2000 anos de caminhada
Lema: Memória e caminhada – sonho e compromisso
1000 participantes
Em preparação para o 10º Encontro Intereclesial da CEBs nacional, aconteceu em Ilhéus, BA, de 11 a 15 de julho de 2000.Tema: CEBs: Povo de Deus, 2000 anos de caminhada

Quarto Intereclesial da CEBs
Fevereiro de 2004 em Maringá
Tema: CEBs Espiritualidade Libertadora
Lema: Seguir Jesus no compromisso com os Excluídos
768 participantes
Em preparação para o 11º Intereclesial da CEBs Nacional, realizado em Ipatinga, MG, de 19 a 23 de julho de 2005. Tema abordado: CEBs, espiritualidade libertadora. Lema: Seguir Jesus no compromisso com os excluídos.

Quinto Intereclesial da CEBs
Abril de 2008 em Foz do Iguaçu
Tema: CEBs, Ecologia e Missão
Lema: Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia
1050 participantes
Em preparação para o 12º Intereclesial da CEBs nacional, ocorreu em Porto Velho, RO, de 21 a 25 de julho de 2009. Tema: CEBs, ecologia e missão. Lema: Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia.

Sexto Intereclesial da CEBs
Abril de 2012 em Jacarezinho
Tema: Justiça e profecia a serviço da vida
Lema: CEBs romeiras do Reino no campo e na cidade
685 participantes
Em preparação para o 13º Intereclesial da CEBs realizou-se em Juazeiro do Norte, na Diocese de Crato, Ceará, de 7 a 11 de janeiro de 2014. Tema: Justiça e profecia a serviço da vida. Lema: CEBs, romeiras do Reino no campo e na cidade.

Sétimo Intereclesial da CEBs
Abril de 2016 em Umuarama
Tema: CEBs no Paraná e os Desafios no Mundo Urbano
Lema: “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7)
752 participantes
Em preparação para o 14º Intereclesial da CEBs realizado em Londrina, PR, nos dias 23 a 27 de janeiro de 2018. Tema: CEBs e os desafios no mundo urbano. Lema: “Eu ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7).

Vem aí o Oitavo Intereclesial das CEBs do Regional Sul II, o Paraná
18 a 21 de abril de 2020 em Apucarana
Tema: CEBs: Igreja em saída na defesa da vida das Juventudes.
Lema: O meu desejo é a Vida do meu povo. (Ester7,3)

Lindas expectativas para o oitavo Intereclesial das CEBs do Regional Sul II, o Paraná, como eixo central a reflexão sobre a juventude como sujeito. Quem são os jovens, suas características, como vem se dando a relação dos jovens com a igreja e a sociedade, sua relação com o meio onde vive, com as novas tecnologias, o meio ambiente, violência, desigualdades e diversidades na esperança da construção e reflexão para enfrentamento dos desafios atuais e quais a alternativas de superação. Falar de juventude inserida nas CEBs é um desafio, é um convite ao um diálogo aberto e franco, o oitavo Intereclesial das CEBs será espaço a esse diálogo reafirmando que queremos a Juventude sendo protagonistas nas Comunidades Eclesiais de Base.

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Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)
Assessora das CEBs na Arquidiocese de Maringá

26 dezembro, 2019

Cuida de mim titia

Mamãe internada, não esta boazinha, cuida de mim titia. Cuido, mas cuidado com meus cachorrinhos e olha a bagucinha em minha cama. Rsrsrs


25 dezembro, 2019

21 dezembro, 2019

Oração da Campanha da Fraternidade 2002

Pai de todos os povos,
Queremos rezar pelos nossos irmãos indígenas,
Que lutam pela realização de seus sonhos.
Animados pelo vosso Espírito,
Consigam construir a terra sem males,
Que revela a busca do vosso reino.


Queremos também pedir por nós,
Para que nos convertamos,
Sejamos solidários com os povos indígenas,
Aprendamos com seus sonhos
E nos inspiremos em sua caminhada
Rumo à terra sem males.


Que possamos compreender
Que é possível a terra sem males,
Onde aconteça a plena libertação,
E a restauração da justiça,
De modo que possamos todos viver em fraternidade,
E haja a valorização de todos os povos.


Ó Pai, isso vos pedimos
Com a Virgem de Guadalupe,
Padroeira da América,
Por Jesus Cristo, que nos congrega num só povo
E alimenta nossas esperanças.

Amém.

UM NATAL INDÍGENA – Carta às Comunidades



UM NATAL INDÍGENA – Carta às Comunidades

Amadas irmãs e amados irmãos das comunidades católicas do Brasil,

Diante da situação dramática que vivem povos indígenas de nosso país, chegando ao limite de assassinatos neste tempo do Advento, e em sintonia com o pronunciamento de D. Walmor Oliveira de Azevedo, Presidente da CNBB, divulgado no dia 18 de dezembro de 2019 (veja em https://youtu.be/95POVhKulf8), gostaríamos de sugerir um gesto de solidariedade com nossos irmãos das comunidades indígenas neste tempo litúrgico no qual adoramos o

Senhor que nasce em uma manjedoura. O Papa Francisco nos convidou a olhar para o Presépio como um SINAL ADMIRÁVEL. Inspirados pelo Deus que nasce nos meio dos pobres, como pobre, possamos estar juntos/as daqueles/as que neste momento da história estão na manjedoura sem nenhuma proteção.

Convidamos as comunidades eclesiais, paróquias, pastorais, movimentos e organismos eclesiais, ordens e congregações religiosas a inserir, se possível já na liturgia do 4° domingo do Advento, ou nas do Natal, ou no dia em que celebramos a Paz Universal, segundo o costume e a realidade de cada grupo ou local, este gesto de compromisso com a defesa da dignidade da vida ameaçada de descendentes de quem primeiro habitou nosso território.

Algumas sugestões:

– Colocar nos presépios algo que possa simbolizar os povos indígenas, fazer uma oração e um canto em memória indígena (pode ser a oração da Campanha da Fraternidade de 2002 – Fraternidade e Povos Indígenas, que teve como lema “Por uma terra sem males”);

– Rezar pela Paz nos territórios indígenas nas celebrações, vigílias e caminhadas pela paz que serão realizadas no dia 01/01/2020, usando velas, roupas brancas e a oração da CF 2002 nestas celebrações;

– Na medida do possível, projetar o pronunciamento de D. Walmor nestas ocasiões e/ou dar ampla divulgação ao mesmo, inclusive nos meios de comunicação católicos;

– Um exemplo inspirador vem do Regional Nordeste 2: no 4º domingo do Advento será celebrado o 39º Natal das Comunidades, reunindo 3 dioceses do Agreste de Pernambuco (Garanhuns, Floresta e Caruaru). Na ocasião será passado o vídeo do presidente da CNBB, e na Celebração Eucarística a situação dos indígenas será lembrada no Ato Penitencial, nas Preces e a Oração e pela Paz;

– Nos locais onde há comunidades indígenas, convidar algum/a deles a para relatar a situação que enfrentam nas celebrações;

– Convidar as famílias a acender velas na frente ou na janela das casas em uma noite determinada.

São apenas alguns exemplos. Peçamos que Espírito Santo que tudo move e renova suscite a criatividade e o empenho das equipes de liturgia e demais grupos para que possamos estar em sintonia com as indicações do Sínodo Pan-Amazônico.

  
Assinam:

Conselho Nacional de Leigos e Leigas do Brasil
Coordenação da Ampliada Nacional das CEBs do Brasil
Pastoral da Juventude
Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB) – Regional Piauí
Juventude Franciscana (JUFRA) do Brasil
Ateliê 15
Instituto Catarinense de Juventude
Iser Assessoria
Pastoral Operária
Movimento Católico Global pelo Clima
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM): paróquias da Zona Leste de São Paulo
Articulação Brasileira pela Economia de Francisco
Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade-AFES
Católicos/as contra o Fascismo
Ordem Franciscana Secular (OFS) do Brasil
Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação dos Frades Franciscanos Capuchinhos do Brasil
OBS.: convidamos a todos/as os/as que quiserem somarem no esforço de distribuir e assinar esta sugestão.

Fonte: Site das CEBs do Braisl


20 dezembro, 2019

Em diferentes momentos da história, o nosso Deus vai ao encontro de seu Povo


É preciso socorrer e salvar

“É preciso socorrer e salvar
porque somos todos responsáveis pela vida no nosso próximo,
e o Senhor nos cobrará no momento do juízo final”.

(Papa Francisco)

Navidad En La Fronteira


Um Feliz e Santo Natal


Papa aos refugiados: "A nossa inércia é pecado!”


“É preciso socorrer e salvar porque somos todos responsáveis pela vida no nosso próximo, e o Senhor nos cobrará no momento do juízo final”. Palavras do Papa Francisco no encontro desta quinta-feira (19) com os refugiados vindos por meio de corredores humanitários das regiões de guerra.


Na manhã desta quinta-feira (19) o Papa Francisco encontrou um grupo de refugiados que chegou recentemente da Ilha de Lesbos, na Grécia por meio dos corredores humanitários. Em Lesbos agrupam-se os migrantes vindos de vários países em guerra, principalmente do Oriente Médio. Na ocasião o Papa posicionou uma cruz no acesso do Palácio Apostólico do Pátio do Belvedere que recorda os migrantes e refugiados.


Migrantes: implacável compromisso da Igreja
Francisco iniciou seu discurso  mostrando um colete salva-vidas que lhe fora entregue por uma equipe de resgate: “Este colete – disse – pertencia a uma menina que morreu afogada no Mediterrâneo. Eu repassei aos dois subsecretários da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral dizendo-lhes: ‘Esta é a missão de vocês!’. Isso representa o implacável compromisso da Igreja em salvar as vidas dos migrantes, para poder acolhê-los, protegê-los, promovê-los e integrá-los”.
Depois de recordar das muitas vidas humanas perdidas na travessia do Mediterrâneo para tentar encontrar nova vida na Europa, Francisco disse que as mortes foram causadas pela injustiça.

“Sim, porque é a injustiça que obriga muitos migrantes a deixar suas terras. É a injustiça que os obriga a atravessar desertos e a sofrerem abusos e torturas em campos de detenção. É a injustiça que os leva e os faz morrer no mar”

A cruz com o colete
Ao apresentar a cruz, o Papa explicou que o colete está “vestindo” a cruz de resina para exprimir a experiência espiritual que ele percebeu nas equipes de resgate. E recordou que “na tradição cristã a cruz é símbolo de sofrimento e de sacrifício, mas também de redenção e de salvação”.

Depois explicou:

“Decidi expor este colete salva-vidas 'crucificado' nesta cruz para que nos recordemos que devemos ter os olhos abertos… o coração aberto, para recordar a todos o compromisso imprescindível de salvar toda a vida humana, um dever moral que une os que crêem e os que não crêem”

em seguida o Papa Francisco exorta:

“Como podemos ficar indiferente diante de tantos abusos e violências à vítimas inocentes, deixando-as à mercê de traficantes sem escrúpulos. Como podemos ‘seguir adiante, pelo outro lado’, como o sacerdote e o levita da parábola do Bom Samaritano, tornando-nos assim cúmplices de suas mortes. A nossa ignávia é pecado!”

Agradecimento aos não indiferentes
E o Papa fez um agradecimento: “Agradeço ao Senhor por todos os que decidiram não ficar indiferentes e se empenham em socorrer um desventurado no caminho para Jericó, sem fazer perguntas sobre como ou porque tenha acabado nesta situação”.

Por fim afirmou que para buscar soluções é preciso “denunciar e perseguir os traficantes que exploram e maltratam os migrantes, sem temor de revelar conivências e cumplicidades com as instituições. É preciso colocar de lado os interesses econômicos e pôr no centro a pessoa, cuja vida e dignidade são preciosas aos olhos de Deus”.

Concluindo o Papa disse:

“É preciso socorrer e salvar porque somos todos responsáveis pela vida no nosso próximo, e o Senhor nos cobrará no momento do juízo final”

Jane Nogara - Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

“Deixemos a mãe descansar”: conheça o presépio que comoveu o coração do Papa


Que pai ou mãe não se identifica com a imagem?

O Papa Francisco disse que, em seu aniversário, em 17 de dezembro, ele viu uma imagem de um presépio diferente, chamada de “Deixemos a mãe descansar”. Na representação, que está circulando nas mídias sociais, Maria dorme enquanto José segura o Menino Jesus.

O Papa disse que a imagem mostra “a ternura de uma família, de um casamento”:

“Quantos de vocês têm que dividir a noite entre marido e mulher pelo menino ou menina que chora, chora e chora”, refletiu.

Esta é, precisamente, a mensagem do presépio, explicou o Papa, acrescentando:

“E também podemos convidar a Sagrada Família para o nosso lar, onde há alegrias e preocupações, onde todos os dias acordamos, comemos e dormimos perto de nossos entes queridos. O presépio é um evangelho doméstico.”

Tradição dos presépios

Este ano, Francisco enfatizou a importância de manter a tradição dos presépios. Ele viajou para Greccio, onde São Francisco criou o primeiro presépio vivo e lançou uma carta apostólica que fala sobre o simbolismo e o propósito das representações do nascimento de Jesus.

O pontífice também visitou uma exibição de 100 presépios de todo o mundo, que acontece no Vaticano.

Em uma Audiência Geral, ele lembrou que o presépio é uma maneira “simples, mas eficaz” de preparar nossos corações para o nascimento de Jesus.

“De fato, o presépio é como um evangelho vivo (Carta Apostólica Admirabile signum, 1). Traz o Evangelho para os lugares onde se vive: para as casas, escolas, os locais de trabalho e de reunião, hospitais, asilos, prisões e praças.

E lá, onde moramos, isso nos lembra algo essencial: que Deus não permaneceu invisível no céu, mas veio à Terra, tornou-se homem, criança.

Montar o presépio é celebrar a proximidade de Deus. Deus sempre esteve perto de Seu povo, mas quando Ele encarnou e nasceu, Ele estava muito próximo, muito próximo.

Montar o presépio é redescobrir que Deus é real, concreto, vivo e respira. (…)

Algumas imagens retratam a Criança de braços abertos para nos dizer que Deus veio abraçar nossa humanidade.

Por isso, é bom estar na frente da manjedoura e ali confiar nossa vida ao Senhor, conversar com Ele sobre as pessoas e situações com as quais nos preocupamos, fazer um balanço do ano que está chegando ao fim, compartilhar com Ele as nossas expectativas e preocupações.”

As palavras do Papa nos lembram a importância de parar um pouco para refletir. Somente se deixarmos o barulho do mundo fora de nossas casas, nos abriremos para ouvir Deus, que fala em silêncio.

Espero, então, que, ao montarmos o presépio, encontremos uma oportunidade de convidar Jesus para a nossa vida. É como abrir a porta e dizer: “Jesus, entre!”. É preciso tornar tangível essa proximidade, este convite a Jesus para entrar em nossas vidas. Porque se Ele habita em nossas vidas, a vida renasce. E se a vida renasce, é realmente Natal.

Feliz Natal a todos!


Fonte: Portal Aleteia

José, o homem do Advento


“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa”


"Como a Maria, Deus também diz a José: “Não tenhas medo de receber Maria como tua esposa”. Há homens que são importantes não pelo que fazem, mas pelo que são no coração. Há homens que são grandes não por suas grandes ideias, mas por acolher a lógica de Deus, que quebra toda lógica humana. José foi o homem humilde de um povoado como carpinteiro; mas José foi grande por ser o “homem da fé”




Estamos já no centro do mistério da Encarnação. Os relatos “da infância de Jesus” (Mt e Lc), não são crônicas de acontecimentos, não são “história” no sentido que hoje damos à palavra. São “teologia narrativa”.

O relato do evangelho deste domingo nos revela que Deus dirige a história. Para isso se serve de pessoas eleitas. Cada vez que há um acontecimento importante na história da salvação, ali aparece um homem ou uma mulher como mediadores da obra de Deus ou transmissores de sua vontade.

O acontecimento mais importante da história da salvação é o Nascimento do Filho de Deus. Para “fazer-se homem”, Deus precisava de uma família. O nome de José está profundamente ligado ao mistério de Jesus. E se o anjo é um sinal de que Deus se faz presente na vida de uma pessoa para comunicar-lhe algum de seus desígnios, Deus mesmo se fez presente a José, por meio de seu anjo. Segundo o evangelho de Mateus, José é a pessoa a quem primeiro lhe é revelado o mistério que sua esposa guardava em seu ventre.

Quantas coisas acontecem envolvidas pela noite e pelo mistério! Enquanto o agricultor dorme, na noite rompe-se a casca e cresce a semente lançada na escura terra, acompanhada de renovadas expectativas e esperança. Tudo começa na noite: na noite dos pensamentos, dos corações, das intenções, das esperas, dos encontros. Eis o mistério, eis a noite! A noite, a nossa noite, é habitada por Aquele que vem. Até na noite da desolação, na solidão, no deserto, é possível encontrá-Lo.

Contemplando a noite de José, nosso coração se alarga até o assombro, nossos braços se abrem para a acolhida, nossos olhos se aquecem ao reconhecer Àquele que vem e na brisa pronuncia o nosso nome. Nas sombras da vida Ele se faz encontrar, na solidão revela sua presença, na fragilidade mostra seu rosto.

O mistério da Encarnação de Jesus, sem dúvida, significou também “a paixão vivida por José, esposo de Maria”. Momentos de angústia, de dúvida; momentos de obscuridade em seu coração; momentos de pura fé na palavra de Deus.

José, assim como Maria, vai além da lógica e das condições humanas; também ele termina se apresentando como “o servo do Senhor”, dizendo em seu coração: “faça-se em mim segundo tua palavra”.

Como a Maria, Deus também diz a José: “Não tenhas medo de receber Maria como tua esposa”. Há homens que são importantes não pelo que fazem, mas pelo que são no coração. Há homens que são grandes não por suas grandes ideias, mas por acolher a lógica de Deus, que quebra toda lógica humana. José foi o homem humilde de um povoado como carpinteiro; mas José foi grande por ser o “homem da fé”.

É preciso recuperar o sentido da surpresa, que é a atmosfera própria do tempo do Advento; é preciso recordar que a visão bíblica da história, dirige-se para uma meta surpreendente. Para isso, faz-se necessário despertar novamente a capacidade de maravilhar-se.

José era um pobre noivo, pertencente a uma nação oprimida e a uma categoria social esquecida, mas conservava límpidos os olhos do espírito, prontos para perceber a maravilha que estava acontecendo na sua vida e na vida de Maria. Nele, devemos recobrar o sentido da expectativa, da novidade, da coragem.

Deus é encontrado, não na estrada suntuosa do domínio e do triunfo, mas na estrada do desapego, da doação, do despojamento e da fragilidade. Para entrar em sintonia com sua Vontade e deixar-se conduzir pelo seu Anjo, não é preciso estar coberto de títulos honoríficos, nem envolto pelo manto de obras realizadas; é preciso, isto sim, ser como José, sem títulos e sem riquezas, mas justo e humano, como o seu Filho que “não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida”.

Como costuma acontecer com todas aquelas pessoas às quais lhes são confiadas missões importantes, José é um homem discreto. Sua presença é silenciosa. Na relação de José com Jesus, poderíamos aplicar a ele estas palavras: “é preciso que ele (Jesus) cresça e que eu diminua” (Jo 3,30).

Não podemos entender a presença de José em função de si mesmo, mas a serviço de Jesus e de seu mistério. Saber estar em função de outro não é fácil, mas é um dos modos mais belos de amar. O silêncio de José não tem nada de ingênuo. É o silêncio daquele que escuta atentamente para assim poder servir melhor.

José, “homem justo”: para alguns o têrmo é sinônimo de “delicadeza ou piedade”, para outros significa “respeito, reverência” em relação ao mistério de Maria; para outros ainda, é um título jurídico, ou seja, “obediente à lei”.  Sabemos que o “Justo” por excelência é Deus, fiel à Aliança e que, com constância, continua seu projeto salvífico, apesar das rupturas provocadas pela infidelidade humana.

O “homem justo” é aquele que, como Abraão, na fé acolhe o plano de Deus e com Ele colabora. José é “justo” porque adere ao misterioso desígnio de Deus, é justo porque confia em Deus, arrisca com Deus, ainda que os contornos do Seu Plano permaneçam obscuros e, em certos aspectos, incompreensíveis.

José e “justo” porque se ajusta ao modo de agir surpreendente de Deus. É “justo” porque se abre para o infinito, inspirando-se em Deus mesmo, o Justo; à justiça exterior, farisaica, ele opõe a justiça da fé e do coração. Portanto, o termo justo quer indicar a abertura e a adesão à ação suprema de Deus.

Nesse sentido, José se coloca na linha das grandes figuras da história da salvação. Sua vida é um exemplo de silenciosa dedicação ao Reino.

Este José é hoje o homem do Advento, e nos alegramos que ele tenha se mantido firme e mudado seus critérios para estar a serviço da Vida. Também nós somos “josés”, neste domingo final de Advento. Também nós, algumas vezes, nos encontramos em momentos de obscuridade, marcados por dúvidas e crises, pensando em fugir, abandonar a missão. É normal que, ao adentrar-nos em nosso próprio mistério, nos encontremos com nossos medos e preocupações, nossas feridas e tristezas, nossa mediocridade e incoerência.

Mas Deus quer atuar em nós e através de nós; Ele sempre conta conosco para uma nobre missão.

Não devemos nos inquietar, mas permanecer no silêncio. A presença amistosa, que está no mais íntimo de nós, irá nos pacificando, libertando e sanando. “Esta experiência do coração é a única com a qual se pode compreender a mensagem de fé do Natal: Deus se fez homem” (Karl Rahner).

Este mistério último da vida é um mistério de bondade, de perdão e salvação, que está em nós: dentro de todos e cada um de nós. Se o acolhemos em silêncio, conheceremos a alegria do Natal.

Na vida, há muitos momentos nos quais só cabe o silêncio, em vez do alvoroço, só cabe a serenidade, em vez da precipitação; cabe a nós renunciar aos nossos próprios critérios e esperar que Deus fale.

Isso pede de nós confiança total, muitas vezes sem compreender nem conhecer o “por quê e o como”; o decisivo é “deixar-nos fa-zer” por Deus, deixar-nos conduzir por Aquele que, a partir do mais profundo de nós mesmos, abre um horizonte de sentido e de surpresas. Aprendamos de José a abrir nosso interior e deixar-nos surpreender por Deus.

Texto bíblico: Mt 1,18-24

Na oração:  Durante a oração devemos nos deter particularmente na figura de José. Ele teve seus pensamentos próprios, suas preocupações e suas provações, suas perguntas dilacerantes e suas dúvidas angustiantes.

Mas Deus nunca deixa de atuar no meio das nossas noites, dúvidas, provações. Ele conhece nossos pensamentos e temores. E, no momento certo, nos liberta dos  nossos medos e nos dá a conhecer sua Vontade.

- Recordar momentos de dúvidas, incertezas, desolações..., mas que lhe ajudaram a amadurecer na fé e na adesão ao projeto de Deus.

Pe. Adroaldo Palaoro sj
Fonte: Centro Loyola

17 dezembro, 2019

Cada brasileiro é um pouco rubro-negro!


Francisco completa 83 anos: parabéns, Santo Padre!

Cinco programas educativos que devem ser extintos com o fim da TV Escola

Governo encerra contrato com a responsável pelo canal, e futuro do canal para 2020 é incerto

A TV Escola foi despejada do prédio do Ministério da Educação (MEC) em Brasília (DF), na última sexta-feira (13), após o encerramento do contrato do governo com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), responsável pelo canal. Com o fim do vínculo, o futuro da TV Escola é incerto.

Em nota, o MEC confirmou o encerramento do contrato, mas não deixou claro o motivo do rompimento nem do despejo.

Nesta segunda (16), o presidente Jair Bolsonaro deu uma pista, afirmando que a TV Escola "deseduca" e que "ninguém assiste".

Se o término do canal for confirmado, diversos programas de cunho educativo, como o “Sua escola, nossa escola - Alfabetização”, também deverão ser extintos.

Confira alguns dos programas mais assistidos do canal que poderão ter a exibição interrompida:

Futura Profissão

A série mostra como é o mercado de trabalho e como deve ser o futuro de diversas carreiras técnicas e tecnológicas.

A produção do programa visita diferentes cidades do brasil, mostrando a atuação dos trabalhadores na extração de minério até a criação de vestuário e design de calçados.

Cada episódio é dedicado a uma profissão e também traz o relato de estudantes, que aspiram exercer aqueles ofícios, dentro da sala de aula.

Meu país, nosso mundo

O programa mostra como adolescentes, ao redor do mundo, lidam com os problemas ambientais.

Cada episódio retrata a vida de um jovem comprometido com a promoção do cuidado com o meio ambiente. Episódios de países como Uruguai, Brasil, México, Equador e Paraguai estão disponíveis no site da TV Escola.

No território brasileiro, o programa contou como Daynara, de Abaetetuba, do Pará, mobiliza a sua comunidade para resgatar um projeto que produz energia a partir do caroço do açaí, mas que está desativado desde 2015. Em Horizonte, no Ceará, a partir do teatro, jovens levam consciência ambiental para a população. No litoral sul de São Paulo, em Cananéia, um grupo de adolescentes viaja por ilhas e municípios para falar sobre a importância da preservação do boto cinza, considerado um patrimônio local. Também em São Paulo, na cidade de Guarulhos, três jovens recolhem óleo de cozinha para evitar a degradação do Rio Cabuçu.

Sua escola, nossa escola - Alfabetização

A série traz a experiência de alfabetização em seis escolas, em turmas da primeira série, por quatro partes do Brasil: duas no Sudeste, uma no Norte, uma no Centro-Oeste e duas no Nordeste.

De acordo com a descrição do programa no site da TV Escola, “mais do que servir de exemplo, elas [essas escolas] são estímulos para que outras escolas busquem também construir seu próprio caminho, com criatividade, critica e consciência pedagógica, formando desde hoje os cidadãos de amanhã.”

Um dos episódios trata da Escola Municipal Santa Rita, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O problema em questão é o isolamento da unidade dos grandes centros urbanos. Isso se traduz em experiências extra-escolares limitadas. A partir dessa situação, o programa mostra projetos voltados para a área de comunicação, com o objetivo de integrar os alunos da zona rural a experiências da cidade, e vice-versa.

Destino: Educação - Escolas inovadoras

A série exibe iniciativas educacionais transformadoras em doze instituições de ensino espalhadas pelo mundo. Um dos episódios de maior sucesso mostra a experiência exitosa da Riverside School, em Ahmedabad, na Índia. Essa escola trabalha com os seus 400 alunos uma ideia inusitada: todos são super heróis. Do ensino infantil ao médio, os adolescentes e crianças aprendem a ser donos de suas próprias histórias e capazes de mudar o mundo. Desde que entram na escola, são incentivados a seguir quatro instruções em suas atividades: sentir, imaginar, fazer e compartilhar.

O que é para você?

Nesse programa, crianças e adolescentes ressignificam palavras que fazem parte do cotidiano, como leitura, trabalho, música, liberdade e amor. Dali, saem as mais diversas definições a partir de suas experiências.

Em um dos capítulos, os estudantes ressignificam a palavra “deficiência” e explicam quais são as dificuldades enfrentadas por pessoas portadoras de necessidades especiais. Eles também sugerem como a sociedade pode ajudar essas pessoas a superar os desafios do cotidiano.

* Com informações de Erick Gimenes e texto de Caroline Oliveira
Edição: Daniel Giovanaz

Brasil de Fato | São Paulo (SP),16 de Dezembro de 2019 às 18:09

Saiba quem é Paulo Freire, o patrono da educação brasileira

15 dezembro, 2019

Nesse momento a ternura de Deus!

Nesse momento, ao chegar para celebrar, com antecedência para ir ficando com intimidade com o nosso Deus, de olhos fechado sinto tocar minha costa, ao olhar uma senhorinha, ela sorriu e deu- me um abraço. O abraço materno de nosso Deus. Esse momento mais terno tornou-se, enquanto estava narrando esse momento, a ministra da Eucaristia Ermelinda Delnero Delnero, aproximou-se e disse, vim lhe dar um abraço.
A ternura de nosso Deus.

8º Nordestão das CEBs


8º Nordestão das CEBs
Iguatu 16 a 19 de julho de 2020

TEMA: CEBs do Nordeste: uma igreja em saída na busca do bem viver
LEMA: Vejam! Eu vou criar um novo céu e uma nova terra.
OBJETIVO GERAL: Contribuir para o fortalecimento das CEBs no compromisso do Bem Viver

EXPLICAÇÃO DO CARTAZ

O cartaz do 8º Nordestão das CEBs, que acontecerá em julho de 2020, na diocese de Iguatu, Ceará, evoca os sentimentos do Papa Francisco para uma Igreja em saída, expressando assim a proposta do Evangelho de Jesus de Nazaré, que convoca todas as pessoas à prática do Bem Viver.

O sol e a água fertilizam a terra produzindo a sustentabilidade da vida em todos os contextos de sua existência, representada aqui nas 5 palmeiras, árvore típica do Ceará, como também no resistente mandacaru, nas casas simples de periferias e nos prédios que simbolizam a cultura Urbana. São arquétipos - imagens primordiais - da cultura nordestina, que motivam a fé e a esperança do povo na "criação do novo céu e da nova terra", extraindo o sentido de que "tudo está interligado nesta casa comum".

Deus se faz pessoa humana em Jesus e a sua imagem escrevendo na areia relembra a promessa do "novo céu e da nova terra" que se repete no gesto que calou violência dos que queriam apedrejar uma pecadora. Ele reafirma, claramente, nos tempos atuais, que "o novo céu e a nova terra" se constroem com misericórdia e com a Justiça do "novo homem e da nova mulher".

O lavrador e o índio, portando as ferramentas de arar a "nova terra", mostram que a luta por diretos deve ser pacifica, revitalizada sempre no tempo presente, contando com a vida pulsante e protagonista das juventudes, infalivelmente inseridas nos processos de ressignificação da sociedade e do mundo.

A mulher negra, força da humanidade no seu mais profundo sentido. É o Deus Mãe, que carrega em seu ventre todas as cores e raças e o anseio de Justiça aos que sofrem. Tal qual a jovem Maria de Nazaré, gravida da salvação do mundo, vencendo os estigmas da sociedade culturalmente agressiva.

Neste sentido, Nossa Senhora, para o povo nordestino, representada na imagem da mulher, é indissociável do projeto de Deus, é aquela que melhor apresenta o Bem Viver, traduzindo as verdades da fé contida na palavra santa: " Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos..."

A Bíblia aberta é uma das imagens que mais explicita a fé nordestina, principalmente nas comunidades eclesiais de base. O Evangelho mostra que o "Bem viver" consiste na construção de uma sociedade que se paute nos valores da Justiça, da fraternidade, da partilha, da solidariedade e da paz, para que não haja pessoas excluídas, sendo maltratadas e mortas pela ambição do poder.

13 dezembro, 2019

Será que Deu faz-me experimentar a provação?


Natal!
Em Jesus a certeza que Deus escuta nossas dores, nosso gritos.
Será que Deu faz-me experimentar a provação?

Aproxima o Natal, apenas 12 dias. Todos os natais que já celebrei, minha santa mãezinha era a articuladora. Ir à missa e reunir a família. Incansável, eu ficava doida com ela, na véspera, dia 24, trabalhava o dia inteiro para preparar coisas gostosas, deixar tudo limpo para em seguida, unir todos e o que ela tinha deixado limpo e organizado, em poucos segundos virava uma bagunça. E era assim. Era bom, muito mais do que eu imaginava.

Não sei como celebrarei o natal nesse ano. Minha mãezinha um mês e treze dias foi para junto do meu irmão, seu filho que dois anos e quatro meses o nosso Deus também o levou. Fizeram sua páscoa, más a separação dói, e muito.

Não só a separação pela páscoa deles, más desde o início de 2017 até o momento, dificuldades e situação difícil e outras injusta. Fica a pergunta, será que Deu faz-me experimentar a provação?

Provação ou não, minha fé não perdi. Nesse tempo de espera para o natal a certeza que a mensagem de Jesus permanece válida para quem sofrem conflitos de qualquer tipo. São tantos os tipos de conflitos e sofrimentos presentes no mundo, tanta violência que destroem propostas e ações que visam á paz.

Em Jesus a certeza que Deus escuta nossas dores, nosso gritos. Natal, nascimento de Jesus, é a certeza do amor de Deus por nós, pelos que sofrem, pelos pobres, oprimidos, abandonados e por tantas outras e tantos outros que são solidários e também pelos pecadores. O amor de Deus por nós é tanto que não pôde permanecer em Si mesmo, mas teve de sair de Si mesmo e vir ter conosco. Essa certeza me mantém viva e forte, mesmo em minhas fraquezas.

A esperança é a virtude que nos coloca a caminho


“A paz como caminho de esperança” é o tema da mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz


“A paz como caminho de esperança” é o tema da mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz

“A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica” é o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2020, celebrado em 1º de janeiro.

O texto foi divulgado quinta-feira (12/12) e traz como referências principais dois eventos que marcaram o Vaticano este ano: o Sínodo dos Bispos para a Amazônia, realizado em outubro, e a viagem do Santo Padre ao Japão, no final de novembro.

“A esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis”, escreve o Pontífice. Entre esses obstáculos, o Papa cita as guerras e os conflitos que continuam ocorrendo, que marcam a humanidade na alma. Toda guerra, reforça, é um fratricídio.


Conheça a íntegra da mensagem

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA PAZ
1º DE JANEIRO DE 2020

A PAZ COMO CAMINHO DE ESPERANÇA: DIÁLOGO, RECONCILIAÇÃO E CONVERSÃO ECOLÓGICA

1. A paz, caminho de esperança face aos obstáculos e provações

A paz é um bem precioso, objeto da nossa esperança; por ela aspira toda a humanidade. Depor esperança na paz é um comportamento humano que alberga uma tal tensão existencial, que o momento presente, às vezes até custoso, «pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros dessa meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho».[1] Assim, a esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis.

A nossa comunidade humana traz, na memória e na carne, os sinais das guerras e conflitos que têm vindo a suceder-se, com crescente capacidade destruidora, afetando especialmente os mais pobres e frágeis. Há nações inteiras que não conseguem libertar-se das cadeias de exploração e corrupção que alimentam ódios e violências. A muitos homens e mulheres, crianças e idosos, ainda hoje se nega a dignidade, a integridade física, a liberdade – incluindo a liberdade religiosa –, a solidariedade comunitária, a esperança no futuro. Inúmeras vítimas inocentes carregam sobre si o tormento da humilhação e da exclusão, do luto e da injustiça, se não mesmo os traumas resultantes da opressão sistemática contra o seu povo e os seus entes queridos.

As terríveis provações dos conflitos civis e dos conflitos internacionais, agravadas muitas vezes por violências desalmadas, marcam prolongadamente o corpo e a alma da humanidade. Na realidade, toda a guerra se revela um fratricídio que destrói o próprio projeto de fraternidade, inscrito na vocação da família humana.

Sabemos que, muitas vezes, a guerra começa pelo facto de não se suportar a diversidade do outro, que fomenta o desejo de posse e a vontade de domínio. Nasce, no coração do homem, a partir do egoísmo e do orgulho, do ódio que induz a destruir, a dar uma imagem negativa do outro, a excluí-lo e cancelá-lo. A guerra nutre-se com a perversão das relações, com as ambições hegemónicas, os abusos de poder, com o medo do outro e a diferença vista como obstáculo; e simultaneamente alimenta tudo isso.

Como fiz notar durante a recente viagem ao Japão, é paradoxal que «o nosso mundo viva a dicotomia perversa de querer defender e garantir a estabilidade e a paz com base numa falsa segurança sustentada por uma mentalidade de medo e desconfiança, que acaba por envenenar as relações entre os povos e impedir a possibilidade de qualquer diálogo. A paz e a estabilidade internacional são incompatíveis com qualquer tentativa de as construir sobre o medo de mútua destruição ou sobre uma ameaça de aniquilação total. São possíveis só a partir duma ética global de solidariedade e cooperação ao serviço dum futuro modelado pela interdependência e a corresponsabilidade na família humana inteira de hoje e de amanhã».[2]

Toda a situação de ameaça alimenta a desconfiança e a retirada para dentro da própria condição. Desconfiança e medo aumentam a fragilidade das relações e o risco de violência, num círculo vicioso que nunca poderá levar a uma relação de paz. Neste sentido, a própria dissuasão nuclear só pode criar uma segurança ilusória.

Por isso, não podemos pretender manter a estabilidade no mundo através do medo da aniquilação, num equilíbrio muito instável, pendente sobre o abismo nuclear e fechado dentro dos muros da indiferença, onde se tomam decisões socioeconómicas que abrem a estrada para os dramas do descarte do homem e da criação, em vez de nos guardarmos uns aos outros.[3] Então como construir um caminho de paz e mútuo reconhecimento? Como romper a lógica morbosa da ameaça e do medo? Como quebrar a dinâmica de desconfiança atualmente prevalecente?

Devemos procurar uma fraternidade real, baseada na origem comum de Deus e vivida no diálogo e na confiança mútua. O desejo de paz está profundamente inscrito no coração do homem e não devemos resignar-nos com nada de menos.

2. A paz, caminho de escuta baseado na memória, solidariedade e fraternidade

Os sobreviventes aos bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui – denominados os hibakusha – contam-se entre aqueles que, hoje, mantêm viva a chama da consciência coletiva, testemunhando às sucessivas gerações o horror daquilo que aconteceu em agosto de 1945 e os sofrimentos indescritíveis que se seguiram até aos dias de hoje. Assim, o seu testemunho aviva e preserva a memória das vítimas, para que a consciência humana se torne cada vez mais forte contra toda a vontade de domínio e destruição. «Não podemos permitir que as atuais e as novas gerações percam a memória do que aconteceu, aquela memória que é garantia e estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno».[4]

Como eles, há muitos, em todas as partes do mundo, que oferecem às gerações futuras o serviço imprescindível da memória, que deve ser preservada não apenas para evitar que se voltem a cometer os mesmos erros ou se reproponham os esquemas ilusórios do passado, mas também para que a memória, fruto da experiência, constitua a raiz e sugira a vereda para as opções de paz presentes e futuras.

Mais ainda, a memória é o horizonte da esperança: muitas vezes, na escuridão das guerras e dos conflitos, a lembrança mesmo dum pequeno gesto de solidariedade recebida pode inspirar opções corajosas e até heroicas, pode colocar em movimento novas energias e reacender nova esperança nos indivíduos e nas comunidades.

Abrir e traçar um caminho de paz é um desafio muito complexo, pois os interesses em jogo, nas relações entre pessoas, comunidades e nações, são múltiplos e contraditórios. É preciso, antes de mais nada, fazer apelo à consciência moral e à vontade pessoal e política. Com efeito, a paz alcança-se no mais fundo do coração humano, e a vontade política deve ser incessantemente revigorada para abrir novos processos que reconciliem e unam pessoas e comunidades.

O mundo não precisa de palavras vazias, mas de testemunhas convictas, artesãos da paz abertos ao diálogo sem exclusões nem manipulações. De facto, só se pode chegar verdadeiramente à paz quando houver um convicto diálogo de homens e mulheres que buscam a verdade mais além das ideologias e das diferentes opiniões. A paz é uma construção que «deve estar constantemente a ser edificada»,[5] um caminho que percorremos juntos procurando sempre o bem comum e comprometendo-nos a manter a palavra dada e a respeitar o direito. Na escuta mútua, podem crescer também o conhecimento e a estima do outro, até ao ponto de reconhecer no inimigo o rosto dum irmão.

Por conseguinte, o processo de paz é um empenho que se prolonga no tempo. É um trabalho paciente de busca da verdade e da justiça, que honra a memória das vítimas e abre, passo a passo, para uma esperança comum, mais forte que a vingança. Num Estado de direito, a democracia pode ser um paradigma significativo deste processo, se estiver baseada na justiça e no compromisso de tutelar os direitos de cada um, especialmente se vulnerável ou marginalizado, na busca contínua da verdade.[6] Trata-se duma construção social em contínua elaboração, para a qual cada um presta responsavelmente a própria contribuição, a todos os níveis da comunidade local, nacional e mundial.

Como assinalava o Papa São Paulo VI, «a dupla aspiração – à igualdade e à participação – procura promover um tipo de sociedade democrática. (...). Isto, de per si, já diz bem qual a importância de uma educação para a vida em sociedade, em que, para além da informação sobre os direitos de cada um, seja recordado também o seu necessário correlativo: o reconhecimento dos deveres de cada um em relação aos outros. O sentido e a prática do dever são, por sua vez, condicionados pelo domínio de si mesmo, pela aceitação das responsabilidades e das limitações impostas ao exercício da liberdade do indivíduo ou do grupo».[7]

Pelo contrário, a fratura entre os membros duma sociedade, o aumento das desigualdades sociais e a recusa de empregar os meios para um desenvolvimento humano integral colocam em perigo a prossecução do bem comum. Inversamente, o trabalho paciente, baseado na força da palavra e da verdade, pode despertar nas pessoas a capacidade de compaixão e solidariedade criativa.

Na nossa experiência cristã, fazemos constantemente memória de Cristo, que deu a sua vida pela nossa reconciliação (cf. Rm 5, 6-11). A Igreja participa plenamente na busca duma ordem justa, continuando a servir o bem comum e a alimentar a esperança da paz, através da transmissão dos valores cristãos, do ensinamento moral e das obras sociais e educacionais.

3. A paz, caminho de reconciliação na comunhão fraterna

A Bíblia, particularmente através da palavra dos profetas, chama as consciências e os povos à aliança de Deus com a humanidade. Trata-se de abandonar o desejo de dominar os outros e aprender a olhar-se mutuamente como pessoas, como filhos de Deus, como irmãos. O outro nunca há de ser circunscrito àquilo que pôde ter dito ou feito, mas deve ser considerado pela promessa que traz em si mesmo. Somente escolhendo a senda do respeito é que será possível romper a espiral da vingança e empreender o caminho da esperança.

Guia-nos a passagem do Evangelho que reproduz o seguinte diálogo entre Pedro e Jesus: «“Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”» (Mt 18, 21-22). Este caminho de reconciliação convida-nos a encontrar no mais fundo do nosso coração a força do perdão e a capacidade de nos reconhecermos como irmãos e irmãs. Aprender a viver no perdão aumenta a nossa capacidade de nos tornarmos mulheres e homens de paz.

O que é verdade em relação à paz na esfera social, é verdadeiro também no campo político e económico, pois a questão da paz permeia todas as dimensões da vida comunitária: nunca haverá paz verdadeira, se não formos capazes de construir um sistema económico mais justo. Como escreveu Bento XVI, «a vitória sobre o subdesenvolvimento exige que se atue não só sobre a melhoria das transações fundadas sobre o intercâmbio, nem apenas sobre as transferências das estruturas assistenciais de natureza pública, mas sobretudo sobre a progressiva abertura, em contexto mundial, para formas de atividade económica caraterizadas por quotas de gratuidade e de comunhão».[8]

4. A paz, caminho de conversão ecológica

«Se às vezes uma má compreensão dos nossos princípios nos levou a justificar o abuso da natureza, ou o domínio despótico do ser humano sobre a criação, ou as guerras, a injustiça e a violência, nós, crentes, podemos reconhecer que então fomos infiéis ao tesouro de sabedoria que devíamos guardar».[9]

Vendo as consequências da nossa hostilidade contra os outros, da falta de respeito pela casa comum e da exploração abusiva dos recursos naturais – considerados como instrumentos úteis apenas para o lucro de hoje, sem respeito pelas comunidades locais, pelo bem comum e pela natureza –, precisamos duma conversão ecológica.

O Sínodo recente sobre a Amazónia impele-nos a dirigir, de forma renovada, o apelo em prol duma relação pacífica entre as comunidades e a terra, entre o presente e a memória, entre as experiências e as esperanças.

Este caminho de reconciliação inclui também escuta e contemplação do mundo que nos foi dado por Deus, para fazermos dele a nossa casa comum. De facto, os recursos naturais, as numerosas formas de vida e a própria Terra foram-nos confiados para ser «cultivados e guardados» (cf. Gn 2, 15) também para as gerações futuras, com a participação responsável e diligente de cada um. Além disso, temos necessidade duma mudança nas convicções e na perspetiva, que nos abra mais ao encontro com o outro e à receção do dom da criação, que reflete a beleza e a sabedoria do seu Artífice.

De modo particular brotam daqui motivações profundas e um novo modo de habitar na casa comum, de convivermos uns e outros com as próprias diversidades, de celebrar e respeitar a vida recebida e partilhada, de nos preocuparmos com condições e modelos de sociedade que favoreçam o desabrochar e a permanência da vida no futuro, de desenvolver o bem comum de toda a família humana.

Por conseguinte a conversão ecológica, a que apelamos, leva-nos a uma nova perspetiva sobre a vida, considerando a generosidade do Criador que nos deu a Terra e nos chama à jubilosa sobriedade da partilha. Esta conversão deve ser entendida de maneira integral, como uma transformação das relações que mantemos com as nossas irmãs e irmãos, com os outros seres vivos, com a criação na sua riquíssima variedade, com o Criador que é origem de toda a vida. Para o cristão, uma tal conversão exige «deixar emergir, nas relações com o mundo que o rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus».[10]

5. Obtém-se tanto quanto se espera[11]

O caminho da reconciliação requer paciência e confiança. Não se obtém a paz, se não a esperamos.

Trata-se, antes de mais nada, de acreditar na possibilidade da paz, de crer que o outro tem a mesma necessidade de paz que nós. Nisto, pode-nos inspirar o amor de Deus por cada um de nós, amor libertador, ilimitado, gratuito, incansável.

O medo é, frequentemente, fonte de conflito. Por isso, é importante ir além dos nossos temores humanos, reconhecendo-nos filhos necessitados diante d’Aquele que nos ama e espera por nós, como o Pai do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-24). A cultura do encontro entre irmãos e irmãs rompe com a cultura da ameaça. Torna cada encontro uma possibilidade e um dom do amor generoso de Deus. Faz-nos de guia para ultrapassarmos os limites dos nossos horizontes estreitos, procurando sempre viver a fraternidade universal, como filhos do único Pai celeste.

Para os discípulos de Cristo, este caminho é apoiado também pelo sacramento da Reconciliação, concedido pelo Senhor para a remissão dos pecados dos batizados. Este sacramento da Igreja, que renova as pessoas e as comunidades, convida a manter o olhar fixo em Jesus, que reconciliou «todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu» (Col 1, 20); e pede para depor toda a violência nos pensamentos, nas palavras e nas obras quer para com o próximo quer para com a criação.

A graça de Deus Pai oferece-se como amor sem condições. Recebido o seu perdão, em Cristo, podemos colocar-nos a caminho para ir oferecê-lo aos homens e mulheres do nosso tempo. Dia após dia, o Espírito Santo sugere-nos atitudes e palavras para nos tornarmos artesãos de justiça e de paz.

Que o Deus da paz nos abençoe e venha em nossa ajuda.

Que Maria, Mãe do Príncipe da paz e Mãe de todos os povos da terra, nos acompanhe e apoie, passo a passo, no caminho da reconciliação.

E que toda a pessoa que vem a este mundo possa conhecer uma existência de paz e desenvolver plenamente a promessa de amor e vida que traz em si.

Vaticano, 8 de dezembro de 2019.

[Franciscus]


[1] Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 30 de novembro de 2007, 1.

[2] Discurso sobre as armas nucleares, Nagasáqui – Parque «Atomic Bomb Hypocenter», 24 de novembro de 2019.

[3] Cf. Francisco, Homilia em Lampedusa, 8 de julho de 2013.

[4] Francisco, Discurso sobre a Paz, Hiroxima – Memorial da Paz, 24 de novembro de 2019.

[5] Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 78.

[6] Cf. Bento XVI, Discurso aos dirigentes e membros das Associações Cristãs dos Trabalhadores Italianos (ACLI), 27 de janeiro de 2006.

[7] Carta ap. Octogesima adveniens, 14 de maio de 1971, 24.

[8] Carta enc. Caritas in veritate, 29 de junho de 2009, 39.

[9] Francisco, Carta enc. Laudato si’, 24 de maio de 2015, 200.

[10] Ibid., 217.

[11] Cf. São João da Cruz, Noite Escura, II, 21, 8.