17 dezembro, 2019

Cinco programas educativos que devem ser extintos com o fim da TV Escola

Governo encerra contrato com a responsável pelo canal, e futuro do canal para 2020 é incerto

A TV Escola foi despejada do prédio do Ministério da Educação (MEC) em Brasília (DF), na última sexta-feira (13), após o encerramento do contrato do governo com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), responsável pelo canal. Com o fim do vínculo, o futuro da TV Escola é incerto.

Em nota, o MEC confirmou o encerramento do contrato, mas não deixou claro o motivo do rompimento nem do despejo.

Nesta segunda (16), o presidente Jair Bolsonaro deu uma pista, afirmando que a TV Escola "deseduca" e que "ninguém assiste".

Se o término do canal for confirmado, diversos programas de cunho educativo, como o “Sua escola, nossa escola - Alfabetização”, também deverão ser extintos.

Confira alguns dos programas mais assistidos do canal que poderão ter a exibição interrompida:

Futura Profissão

A série mostra como é o mercado de trabalho e como deve ser o futuro de diversas carreiras técnicas e tecnológicas.

A produção do programa visita diferentes cidades do brasil, mostrando a atuação dos trabalhadores na extração de minério até a criação de vestuário e design de calçados.

Cada episódio é dedicado a uma profissão e também traz o relato de estudantes, que aspiram exercer aqueles ofícios, dentro da sala de aula.

Meu país, nosso mundo

O programa mostra como adolescentes, ao redor do mundo, lidam com os problemas ambientais.

Cada episódio retrata a vida de um jovem comprometido com a promoção do cuidado com o meio ambiente. Episódios de países como Uruguai, Brasil, México, Equador e Paraguai estão disponíveis no site da TV Escola.

No território brasileiro, o programa contou como Daynara, de Abaetetuba, do Pará, mobiliza a sua comunidade para resgatar um projeto que produz energia a partir do caroço do açaí, mas que está desativado desde 2015. Em Horizonte, no Ceará, a partir do teatro, jovens levam consciência ambiental para a população. No litoral sul de São Paulo, em Cananéia, um grupo de adolescentes viaja por ilhas e municípios para falar sobre a importância da preservação do boto cinza, considerado um patrimônio local. Também em São Paulo, na cidade de Guarulhos, três jovens recolhem óleo de cozinha para evitar a degradação do Rio Cabuçu.

Sua escola, nossa escola - Alfabetização

A série traz a experiência de alfabetização em seis escolas, em turmas da primeira série, por quatro partes do Brasil: duas no Sudeste, uma no Norte, uma no Centro-Oeste e duas no Nordeste.

De acordo com a descrição do programa no site da TV Escola, “mais do que servir de exemplo, elas [essas escolas] são estímulos para que outras escolas busquem também construir seu próprio caminho, com criatividade, critica e consciência pedagógica, formando desde hoje os cidadãos de amanhã.”

Um dos episódios trata da Escola Municipal Santa Rita, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O problema em questão é o isolamento da unidade dos grandes centros urbanos. Isso se traduz em experiências extra-escolares limitadas. A partir dessa situação, o programa mostra projetos voltados para a área de comunicação, com o objetivo de integrar os alunos da zona rural a experiências da cidade, e vice-versa.

Destino: Educação - Escolas inovadoras

A série exibe iniciativas educacionais transformadoras em doze instituições de ensino espalhadas pelo mundo. Um dos episódios de maior sucesso mostra a experiência exitosa da Riverside School, em Ahmedabad, na Índia. Essa escola trabalha com os seus 400 alunos uma ideia inusitada: todos são super heróis. Do ensino infantil ao médio, os adolescentes e crianças aprendem a ser donos de suas próprias histórias e capazes de mudar o mundo. Desde que entram na escola, são incentivados a seguir quatro instruções em suas atividades: sentir, imaginar, fazer e compartilhar.

O que é para você?

Nesse programa, crianças e adolescentes ressignificam palavras que fazem parte do cotidiano, como leitura, trabalho, música, liberdade e amor. Dali, saem as mais diversas definições a partir de suas experiências.

Em um dos capítulos, os estudantes ressignificam a palavra “deficiência” e explicam quais são as dificuldades enfrentadas por pessoas portadoras de necessidades especiais. Eles também sugerem como a sociedade pode ajudar essas pessoas a superar os desafios do cotidiano.

* Com informações de Erick Gimenes e texto de Caroline Oliveira
Edição: Daniel Giovanaz

Brasil de Fato | São Paulo (SP),16 de Dezembro de 2019 às 18:09

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