Reflexão: Domingo, 12 de Novembro de 2023
32º Domingo do Tempo Comum, Ano A
Leituras:
Sb 6,12-16
Sl 62(63),2.3-4.5-6.7-8 (R. 2b) ou mais breve 4,13-14
1Ts 4,13-18
Mt 25,1-13
Celebrando o 32º Domingo do Tempo Comum, caminha-se para o final do ano litúrgico, as leituras dizem vigiai. Através de parábolas, Jesus continua a falar do Reino de Deus e a liturgia orienta para preparar-se para a segunda vinda do Senhor. Como preparar-se?
A primeira leitura, tirada do livro da Sabedoria.
O caminho que assegura um lugar junto a Deus é o da sabedoria. O livro da sabedoria é o ponto mais alto de toda a sabedoria em Israel, é livro da justiça, do bem comum, da teologia política. A sabedoria é a atitude que faz a pessoa justa para fazer a justiça; para fazer acontecer o bem comum; para lutar; para tirar as causas da pobreza; para tirar as causas das periferias existenciais e geográficas, a partir da realidade presente. A verdadeira sabedoria não se conquista pelo esforço humano, mas vem de Deus e produz a justiça. A sabedoria é “justiça é imortal” (Sb 1,15). A sabedoria é um dom que Deus concede gratuitamente aos que se abrem ao seu amor. É graça de Deus, que acontece quando a pessoa se abre para Ele, pois é dele que vem a graça da vida plena. Quem busca a Deus recebe a sabedoria que capacita para buscar, discernir e praticar o que é justo. A maior expressão da justiça é a sabedoria de Deus, porque o seu projeto visa à realização da vida para todas e todos.
Quem se deixa guiar pelo saber da injustiça, gera pobreza; gera as periferias existenciais e geográficas; gera violência; gera armas; gera guerra; gera desigualdade, gera exclusões, gera a injustiça.
Quem se deixa guiar pela sabedoria de Deus que é justiça, torna-se coerente com Seu projeto, é capaz de analisar a realidade atual e de colocar-se contra as causas que geram as injustiças, e faz justiça para que o projeto de Deus, de vida para todas e todos aconteçam. “A Sabedoria é resplandecente e sempre viçosa. Ela é facilmente contemplada por (aquelas e) aqueles que a amam, e é encontrada por (aquelas e) aqueles que a procuram. Ela até se antecipa, dando-se a conhecer aos que a desejam. Quem por ela madruga não se cansará, pois a encontrará sentada à sua porta. Meditar sobre ela é a perfeição da prudência; e quem ficar acordado por causa dela em breve há de viver despreocupado. Pois ela mesma sai à procura dos que a merecem, cheia de bondade, aparece-lhes nas estradas e vai ao seu encontro em todos os seus projetos.”.
O Evangelho, Jesus continua apresentando o que é o Reino dos Céus, conta a parábola das cinco jovens prudentes e da cinco imprudentes, “O Reino dos Céus é como a história das dez jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo”. O noivo, Jesus que virá no fim da história. No contexto em que foi escrito o Evangelho, quando começava a escurecer eram acesas lâmpadas e as mulheres que faziam essa tarefa, tinham com elas as lamparinas a óleo, e era também costume entre os judeus, quando a chegada do noivo era anunciada, as jovens que estava cuidando da noiva, saíam com lâmpadas para iluminar o caminho até a casa para a festa.
As jovens prudentes levaram as lâmpadas e o óleo, as jovens imprudentes não levaram o óleo, e no “meio da noite, ouviu-se um grito: 'O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!' Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas”. As jovens que não levaram o óleo, como estava acabando, foram comprar, enquanto isso, o noivo chegou e as jovens que havia levado o óleo, estavam preparadas mediante a prática da justiça, com o noivo entrou para a festa de casamento e diz o texto “E a porta se fechou. Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: 'Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!' Ele, porém, respondeu: 'Em verdade eu vos digo: Não vos conheço!' Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora".
Ficar vigilante para viver melhor o tempo presente, tempo esse oferecido por Deus, para se abrir ao seu amor, indo ao seu encontro, deixando-se envolver com Ele e fazer com Ele uma linda experiência pessoal e comunitária que transforma a vida, que leva a receber a graça da sabedoria que torna a pessoa justa para fazer a justiça, capaz de amar ao próximo como a si mesmo; capaz de reconhecer Deus na pessoa do pobre, dos pequenos, marginalizado e excluído; nas pessoas que sofrem pelos atos injustos de quem se julga justo e mais conhecedor da verdade e com poder para humilhar, afastar, descartar. E assim, quando o Senhor chegar, poderá com Ele entrar no Reino dos Céus, a vida eterna. São Paulo em sua primeira carta aos Tessalonicenses garante que Jesus virá para concluir a história humana e levar para o encontro com o Senhor para permanecer com Ele para sempre, aquelas e aqueles que a Ele aderiram e com Ele se identificaram.
É preciso ficar vigilante e acolher os conselhos da primeira leitura que indica que a sabedoria, que é o próprio Deus, se deixa encontrar porque quem a ama, por quem a procura e aos que a desejam.
Com o salmista rezemos “a minh'alma tem sede de vós, e vos deseja, ó Senhor”.
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