Segue um texto que escrevi para reflexão em nossas Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs.
Isaías, 54,2
CEBs uma tenda sem fronteiras, capaz de superar distâncias!
Para reavivar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e a esperança de seu povo que se encontra necessitado de clarear seus rumos e superar o que fere, desanima, distância e exclui, o profeta Isaías apresenta um conselho “Alargar a tenda”.
O profeta construiu uma imagem poética para apresentar passos para o entendimento que coloca o acolher, o ouvir, o cuidar, a fraternidade como meta principal. A fraternidade precisa ser cultivada como amizade social.
Pela luz da esperança a chamada do profeta é inspiradora e indica uma saída, um caminho para as CEBs: “Alarga o espaço da tua tenda, estende sem medo as lonas que te abrigam, e estica as tuas cordas, fixa bem as tuas estacas”. O conselho do profeta é, pois, essencial para a construção de um novo tempo, superando a esterilidade que contamina as CEBs.
O profeta faz um convite profético que ressoa forte nas Comunidades Eclesiais de Base de ser povo de Deus “tenda bem alargada”, pela fraternidade e assim ser morada de Deus e a indicação é a de buscar condições para cultivar mais proximidade, reunir mais gente, vencendo o que gera a discriminação e a exclusão social.
O profeta faz uma provocação as CEBs, uma convocação para continuar sendo seguidoras de Jesus e o espaço profético da Igreja e a convocação vindo do profeta é caminho para iluminar um mundo de sombras e romper com as portas fechadas de uma humanidade que padece com a sua própria mesquinhez e indiferença.
Urgente é “alargar a tenda” do próprio coração e romper, com as dinâmicas do ódio. Assim, contribuir para iluminar a escuridão de um mundo fechado. O profeta Isaías apresenta o desafio de ser erguida uma tenda sem fronteiras, capaz de superar distâncias.
Uma tenda que leve a contemplar o mundo com o olhar compassivo de Deus. Isto significa distanciar-se do que alimentam disputas, enjaulam pessoas no egoísmo e no ressentimento, na ânsia de querer impor a própria lógica nos debates sobre a Igreja, a vida social, política e, particularmente, na seleção do que habita a tenda das CEBs, a tenda do próprio coração.
É preciso deixar-se iluminar pela presença de Jesus. Assim, “alargar a tenda” do coração para acolher a sabedoria que faz desaparecer sentimentos que adoecem, visões da realidade que levam somente à lamentação. Seja dado mais espaço à ação do amor, a partir do exercício da reconciliação e do perdão.
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