16 abril, 2024

O sentimento de pertencimento a uma Comunidade Eclesial de Base!

Segue um texto que escrevi para uma reflexão.


O sentimento de pertença leva no cotidiano do dia a dia nas CEBs a experimentar e a fortalecer-se pela espiritualidade de comunhão.


O sentimento de pertencimento a uma Comunidade Eclesial de Base!


Nossa vida é feita de relações, o pertencimento leva a aproximação e o caminhar juntos. Pertencer a uma Comunidade Eclesial de Base (CEBs) é permitir-se aproximar da outra, do outro, “na proposta de reconhecer o outro, de curar as feridas, de construir pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos a carregar as cargas uns dos outros» (EG 67).

O agir nas CEBs acontece no caminhar juntos das mulheres e homens, de todas as idades, que ali no mesmo lugar onde vivem são movidos pelos valores do Evangelho, movidos pelo Senhor, a espiritualidade cristã que é o seguimento de Jesus Cristo.

Ao sentir-se pertencente a uma CEB, aí se dá a certeza, sou parte dessa porção da Igreja que constitui essa Comunidade Eclesial de Base, aqui é o primeiro ambiente da minha missão.

O Sentir pertencente a uma CEB é importante porque reconhece as condições de vida, atua a partir da realidade e o reconhecimento dos saberes do povo, então se dá um caminhar junto compartilhada de reconhecimento e do reconhecer da própria capacidade e de que não está só.

A relação da pessoa com a Comunidade Eclesial de Base se dá pelos laços de pertencimento que leva a ver naquela CEB o ambiente de sua missão de batizada e batizado e assim vai descobrindo a intenção e a vontade de se colocar em missão, com isso, laços afetivos são gerados e o sentimento de pertencer; de se importar; de envolver e inserir na comunidade.

O Conselho Pastoral da CEB (CPC) e demais lideranças precisam compreender o valor do pertencimento e fazer com que a comunidade seja um espaço acolhedor que leva as pessoas a sentirem pertencentes, porque para pertencer é preciso fazer essa escolha e querer caminhar junto, mas a CEB precisa oferecer as condições para que a pessoa possa pertencer, para tanto, precisa dar acolhida de todas e de todos os membros das pastorais, movimentos, organismos, serviços e demais pessoas dessa porção de Igreja que forma a comunidade.

Feito a escolha e havendo a acolhida, é na comunidade; é por meio da comunidade e em nome da comunidade que as pessoas exercem sua missão de cristãs e cristãos batizados, colocando-se para ser catequista; visitar as famílias; participar e/ou coordenador um dos grupos de reflexões; ajudar na liturgia; visitar enfermos; fazer acolhida; contribuir no olhar e agir social, enfim, ajudar organizar e ajudar no agir da missão ad intra e ad extra da ação evangelizadora da Comunidade Eclesial de Base.

O sentimento de pertença leva no cotidiano do dia a dia na CEBs a experimentar e a fortalecer-se pela espiritualidade de comunhão, o mistério da Trindade, porque vai se restabelecendo a comunhão com Deus e entre as pessoas com suas diversidades de carisma e dons, ali, na Comunidade Eclesial de Base.

A espiritualidade de comunhão conduz o agir na CEBs, porque dela é que acontece as relações entre as pessoas e a comunidade onde ela está e atua, para partilhar e assumir “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos das mulheres e homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” (Cf, Gaudium et Spes, 01).

As CEBs é o ambiente de atuação do laicato, movido pela espiritualidade de comunhão que a leva a ser casa de acolhida que sabe criar espaço, ver o positivo da outra, do outro para acolher, amar, integrar na vida da comunidade.

“Quem disse que não somos nada, e que não temos nada para oferecer. Repare as nossas mãos abertas, trazendo as ofertas do nosso viver”. (Ofertório do Povo, Zé Vicente.)