31 março, 2022

Rezemos juntos pela Paz!

"nosso Senhor Jesus Cristo ressurgido, de pé no meio dos seus discípulos, disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá" (Jo 14,27).

Esta paz, peçamo-la com ardentes preces ao Redentor divino que no-la trouxe. Afaste ele dos corações dos homens quanto pode pôr em perigo a paz e os transforme a todos em testemunhas da verdade, da justiça e do amor fraterno. Ilumine com sua luz a mente dos responsáveis dos povos, para que, junto com o justo bem-estar dos próprios concidadãos, lhes garantam o belíssimo dom da paz. Inflame Cristo a vontade de todos os seres humanos para abaterem barreiras que dividem, para corroborarem os vínculos da caridade mútua, para compreenderem os outros, para perdoarem aos que lhes tiverem feito injúrias. Sob a inspiração da sua graça, tornem-se todos os povos irmãos e floresça neles e reine para sempre essa tão suspirada paz."

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Carta Encíclica "Pacem In Terris" (Paz na Terra) do Papa João XXIII

27 março, 2022

Celebração dos Mártires realizado pelas CEBs em Cruzeiro do Sul

Vídeo e Fotos
Celebração dos Mártires realizado pelas CEBs em Cruzeiro do Sul em 26 de março de 2022.



Equipe das CEBs na celebração e memória do martírio de Sto. Oscar Romero em Cruzeiro do Sul, arquidiocese de Maringá


















25 março, 2022

Celebração dos Mártires - Dom Oscar Romero



“O sangue dos mártires é a semente dos cristãos” (Tertuliano)


Muitos de nós podemos não compreender martírio como um dom. São Oscar Romero disse: “O martírio é uma graça de Deus que eu acho que não mereço, mas se Deus aceita o sacrifício da minha vida, que o meu sangue seja uma semente de liberdade e o sinal de que a esperança será em breve realidade”.

Mártires vem do grego màrtys que significa “testemunha”, aquela e aquele que anunciam a dolorosa caminhada e a alegria da ressurreição. Aquela e aquele que celebram a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, da justiça sobre a arbitrariedade dos poderosos.

O Papa Francisco disse que “hoje existem mais mártires que no início da vida da Igreja, e eles estão por todos os lugares”. A frase inquietante do Evangelho continua atual hoje, “Bem-Aventurados sois vós quando vos injuriarem, perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa” (cf. Mt 5, 11-16).

Em todos os tempos e muito forte nos dias atuais, defender o projeto da Justiça e lutar pela vida significa correr riscos e enfrentar a morte. Na América Latina, milhares de pessoas, mulheres e homens, sofreram e sofrem torturas e muitas foram e são assassinadas por estarem inseridas na caminhada de libertação de nossos povos.

Na mensagem pessoal do Papa Francisco enviada para a cerimônia de beatificação de Dom Oscar Romero, ele diz: “Em tempos de coexistência difícil, Romero soube como guiar, defender e proteger o seu rebanho. [...] Damos graças a Deus porque concedeu ao bispo mártir a capacidade de ver e ouvir o sofrimento de seu povo. [...] Quando se entende bem e se assume até as últimas consequências, a fé em Jesus Cristo cria comunidades artífices de paz e solidariedade”.

As CEBs da Arquidiocese de Maringá têm a cada ano, celebrado a recordação do martírio do Santo Oscar Romero, que deu a vida para defender os pobres de El Salvador e foi assassinado por milícias da ditadura militar. Romero foi canonizado pelo Papa Francisco em 14 de outubro de 2018.


Celebração do Mártires
Dia Sábado, 26/03/2022.
Chegada às 19h.
Início às 19h30.
Local: Paróquia São Judas Tadeu.
Cidade de Cruzeiro do Sul.
Região Pastoral Paranacity

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Por Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)
Equipe de assessoria das CEBs


Vatican Media Live - Português

23 março, 2022

Texto que Francisco pronunciará na tarde de 25 de março

ATO DE CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação. Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos: de quanto temos no coração, nada Vos é oculto. Mãe de misericórdia, muitas vezes experimentamos a vossa ternura providente, a vossa presença que faz voltar a paz, porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz.

Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!

Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade. Por bondade divina, estais connosco e conduzis-nos com ternura mesmo nos transes mais apertados da história.

Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?» Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo. Repomos a nossa confiança em Vós. Temos a certeza de que Vós, especialmente no momento da prova, não desprezais as nossas súplicas e vindes em nosso auxílio.

Assim fizestes em Caná da Galileia, quando apressastes a hora da intervenção de Jesus e introduzistes no mundo o seu primeiro sinal. Quando a festa se mudara em tristeza, dissestes-Lhe: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3). Ó Mãe, repeti-o mais uma vez a Deus, porque hoje esgotamos o vinho da esperança, desvaneceu-se a alegria, diluiu-se a fraternidade. Perdemos a humanidade, malbaratamos a paz. Tornamo-nos capazes de toda a violência e destruição. Temos necessidade urgente da vossa intervenção materna.

Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:
Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;
Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;
Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;
Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;
Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;
Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;
Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;
Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.

O vosso pranto, ó Mãe, comova os nossos corações endurecidos. As lágrimas, que por nós derramastes, façam reflorescer este vale que o nosso ódio secou. E, enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada.

Santa Mãe de Deus, enquanto estáveis ao pé da cruz, Jesus, ao ver o discípulo junto de Vós, disse-Vos: «Eis o teu filho!» (Jo 19, 26). Assim Vos confiou cada um de nós. Depois disse ao discípulo, a cada um de nós: «Eis a tua mãe!» (19, 27). Mãe, agora queremos acolher-Vos na nossa vida e na nossa história. Nesta hora, a humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria.

Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz. O sim que brotou do vosso Coração abriu as portas da história ao Príncipe da Paz; confiamos que mais uma vez, por meio do vosso Coração, virá a paz. Assim a Vós consagramos o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo.

Por vosso intermédio, derrame-se sobre a Terra a Misericórdia divina e o doce palpitar da paz volte a marcar as nossas jornadas. Mulher do sim, sobre Quem desceu o Espírito Santo, trazei de volta ao nosso meio a harmonia de Deus. Dessedentai a aridez do nosso coração, Vós que «sois fonte viva de esperança». Tecestes a humanidade para Jesus, fazei de nós artesãos de comunhão. Caminhastes pelas nossas estradas, guiai-nos pelas sendas da paz. Amen.

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Fonte: site da A Santa Sé

TRÍDUO de Santo Oscar Romero 3º DIA

17 março, 2022

Sabedoria, amor e paz: fraternidade e alteridade.


Em momentos de guerra, não tem como não ficarmos espantados pelas cenas de horror e barbárie de sofrimento, destruição e genocídios que estamos vendo na Ucrânia. O povo sofre, os refugiados se multiplicam. Em pleno século XXI, não acreditamos ser possível presenciarmos um conflito que pode tomar proporção enorme ser concretizado pela falta de habilidade democrática das nossas instituições, além do contraste de pensamento de parte do mundo, que não se situa dentro de um horizonte de democracia e pluralidade.

Após a segunda guerra mundial, diversos filósofos se perguntavam sobre o porquê do holocausto, da ascensão de regimes sangrentos e totalitários e, sobretudo, o que teríamos aprendido com a História e como poderíamos evitar novos eventos do tipo. É verdade que a criação da ONU e a consolidação de tratados de direitos humanos e avanços no direito internacional e humanitário propiciaram um fortalecimento da democracia e do consequente diálogo. Por outro lado, em diversos momentos e contextos regimes democráticos são atacados pela via das decisões não-racionais, pelos afetos, sobretudo pelo medo e pelo ódio. A xenofobia é um exemplo disso. A falência das democracias europeias, em sua maioria, que lidam bem com a liberdade, mas não com a fraternidade.

Qualquer ato contra a vida, inserido em ideologias, religiões ou políticas totalitárias ou democráticas exemplifica a barbárie e o fracasso da humanidade. Quando o Estado (mínimo) permite a existência de pessoas vivendo com o mínimo necessário à sua dignidade, sem moradia, comida, educação, aí está a barbárie! Também quando um regime fuzila pessoas que se colocam politicamente contrárias ao seu regime, também está aí a barbárie!

Theodor Adorno, filósofo alemão contemporâneo, afirmou que o mais urgente de pensarmos é uma educação que, de todas as maneiras, evite um novo holocausto, novo Auschwitz. Como fazer isso em termos globais hoje? Certamente não será por uma via de isolamento e ausência de diálogo. Todo movimento contrário à democracia, à ciência e a uma globalização efetiva não se colocam como vias eficazes. Logicamente, democracia e globalização devem andar juntas, de forma que os problemas globais sejam enfrentados de forma real, efetiva e verdadeiramente conjunta. A economia global, empresas, agentes financeiros, não podem ignorar os problemas sociais, as feridas à democracia e à vida. Um regime que tire a vida de forma banal não deve ser considerado da mesma maneira em negociações. É preciso limitar as hipocrisias. Temos que condenar todos os sistemas totalitários, sejam aqueles motivados por critérios fundamentalistas religiosos, sejam aqueles baseados em ideologias.

O problema não é a globalização em si, mas sim o fato dela ser motivada apenas pela esfera econômica. Nacionalismos, extremismos, xenofobia devem ser constantemente desconstruídos. O sentimento proveniente da existência do Estado-Nação deve dar lugar àquele originado de uma solidariedade universal.

Paul Ricoeur, filósofo francês, afirma que, diante de situações-limites, nos aproximamos. É a partir do testemunho de Lucie Hacpille, médica de cuidados paliativos, que essa distinção se opera claramente para o filósofo. De acordo com a médica, os doentes prestes a morrer não têm a percepção de si mesmos enquanto “moribundos”, isto é, como quem vai morrer daí a pouco, mas antes como “ainda vivos”, ainda que não mais estejam que a alguns minutos do seu falecimento. Para o “agonizante”, “ainda estar vivo” significa a emergência da mobilização dos recursos mais profundos da vida, que lhe permitem ainda se afirmar. Ela é, por assim dizer, o “Essencial” na trama do tempo da agonia. Esse “Essencial” que é, em certo sentido, o religioso, ou o religioso em comum, o qual transgride as limitações consubstanciais ao religioso confessional e confessado no limiar da morte. Em momentos de sofrimento dos povos, nos aproximamos em Espírito. Esse momento de mobilização é um momento de graça interior. Ele remete para a aparição da “coragem de estar vivo até à morte” quando a vida se escreve, face à morte, com um V maiúsculo. Contudo, pensar esse momento e a sua força, é também correr o risco de resvalar para a literatura sobre as experiências místicas: por isso mesmo, é preciso saber simultaneamente dar mostras de alguma desconfiança, enquanto se acolhe a graça interior de um determinado morrer.

Ricœur atesta o “olhar” da “compaixão” daqueles que lutam juntamente ao agonizante e os que o acompanham até à morte (Ricoeur 2007, 41). Esse “olhar” diferencia-se daquele que vê o agonizante como um moribundo que em breve deixará de viver. Não é também o do espectador que já se adianta à morte: esse “olhar” também vê o agonizante como “ainda vivo”. Também ele faz um apelo aos recursos mais profundos da vida, como se fosse levado pela emergência do “Essencial” na sua vivência de ainda-vivente. A “compaixão” não significa aqui somente o “sofrer-com”, mas também o “lutar-com” e o “acompanhamento” (Ibid.). Ela torna possível a partilha de um movimento de transcendência íntima. Ricœur desenvolve, de forma bastante fina, o “acompanhamento” do “agonizante” como “amizade no morrer acompanhado”.

É o que estamos presenciando na Ucrânia. O Papa Francisco enfatizou o drama e a realidade do conflito: “Rios de sangue e lágrimas correm na Ucrânia, não se trata apenas de uma operação militar, e sim de uma guerra que que semeia morte, destruição e miséria” (Angelus, 06/03/2022). Como não se comover com famílias sendo separadas? Hospitais sendo bombardeados? Número crescente de refugiados, pessoas tentando desesperadamente sair do país, deixando suas casas, suas vidas, suas lutas diárias? Não, a Rússia e seu sistema totalitário, bem como os que a apoiam, não encontram em lugar algum justificativa plausível às atrocidades. Assim como não encontram o sistema totalitário sírio, saudita, dos Emirados Árabes (que bombardeiam o Iêmen incessantemente, gerando destruição, morte, fome, caos…) ou da China que oprime a minoria muçulmana que vive em seu território. Sistemas que impedem a liberdade ou não permitem a igualdade, são fracassados… Sim, são muitos os exemplos, nesses casos. O mundo fracassa, mas não é uma condição natural, é possível a mudança. Um outro mundo é possível!

A educação deve contribuir para a efetivação desse processo. Por mais filosofia e menos educação “moral” e cívica. Por mais crítica, reflexão, humanismo e menos tecnicismos limitados. Alteridade deve ser a palavra-chave da educação no século XXI.

Se há relações se inaugura o rompimento da totalidade da guerra, significa interromper a guerra e inaugura-se o novo, o escatológico. Assim, surge uma relação originária com o ser, no interior da experiência. Escapa-se, assim, do ser impessoal que propôs Heidegger. Lévinas propõe aqui a Escatologia da Paz Messiânica, na ordem da experiência, da linguagem, da política e totalitarismos. Dentro da ontologia é possível verificar uma relação entre os sujeitos que, ao falarem, aniquilam as diferenças. Assim, nosso pensador está em um caminho oposto a Hegel, que supõem um caminho do conceito e da consciência rumo a uma totalidade e a um fim. No Estado os sujeitos são “impessoalizados”. É preciso se voltar para o encontro com o outro, acontecendo uma acolhida. O Eschaton vem justamente do encontro com o outro.

O Infinito ou Deus não se comunica de maneira imediata, mas sim mediata, no face a face com o outro. Não foi a expressão “face a face” herdada da linguagem bíblica? Mas na Bíblia trata-se do face a face com Deus. Face a face vivido por Moisés (Ex 33, 11: “O Senhor falava com Moisés, face a face, como se fala a uma pessoa”), desejado pelo salmista (Sl 13, 2; 17; 15), mas na maior parte das vezes recusado: “não podes ver minha face pois o humano não pode me ver e continuar em vida” (Ex 33,20; 33,23). Esse face a face com Deus é transposto por Lévinas como face a face com o outro. O rosto do outro não é da ordem do visível, nem mesmo do ver. Ele não é a figura cujos traços da boca ou dos olhos eu possa detalhar. Ter acesso ao rosto não é observá-lo, contemplá-lo, subtrair-lhe o rosto. O rosto é da ordem da palavra. Ele significa não como uma figura sobre um fundo, mas sem contexto, independentemente de seus contextos social, racial, cultural ou religioso, independentemente de sua carteira de identidade ou de seu passaporte. Ele enuncia um mandamento: “não matarás” ou “não cometerás assassinato”.

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René Dentz
É católico leigo, professor do departamento de Filosofia e do curso de Psicologia-Praça da Liberdade na PUC-Minas, onde também atua como membro da equipe executiva do Observatório da Evangelização. Psicanalista, doutor em Teologia pela FAJE, com pós-doutorado pelas Université de Fribourg/Suíça, Universidade Católica Portuguesa e PUC-Rio. É comentarista da TV Horizonte e da Rádio Itatiaia. Autor de 7 livros, dentre os quais “Horizontes de Perdão” (Ideias e Letras, 2020). Pesquisador do Grupo de Pesquisa CAPES “Mundo do trabalho, ética e teologia”, na FAJE-BH.

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Fonte: Observatório da Evangelização - Puc Minas

15 março, 2022

Dia 15 de março nascia minha mãe!

Dia 15 de março nascia minha mãe!

Tu ensinou-me que eu precisava seguir independente da situação. 
Sigo com saudade e com a força e a paz que continua me dando. 
Saber que com nosso Deus está, me acalma.


09 março, 2022

Sentimento do Mundo

Sentimento do Mundo
Poema da obra Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade


Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.

Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.

Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.

Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer

esse amanhecer
mais noite que a noite.

08 março, 2022

Dia Internacional das Mulheres

Rezemos juntos,

Nos dias atuais, quantas mulheres ainda sofrem violência, quanta covardia.

São muitos os tipos de violência, psicológica, violência verbal, violência física, violência sexual.

Que continuem tendo coragem as vítimas para que ao quebrarem o silêncio o grito de socorro seja ouvido por todos os cantos do mundo, para que não seja ignorado todo esse sofrimento. Que a sociedade cumpra seu papel e as protejam.

02 março, 2022

‘Quanto pó existe nas nossas relações!’

 Deixemo-nos provocar pelo nosso amado papa Francisco.

‘Quanto pó existe nas nossas relações!’

Quantas vezes sufocamos o fogo de Deus com a cinza da hipocrisia! A hipocrisia: é a imundície que hoje, no Evangelho, Jesus pede para remover. De fato, o Senhor não diz apenas para fazer obras de caridade, rezar e jejuar, mas que tudo isso seja feito sem fingimento, sem falsidade nem hipocrisia.

Olhamos em redor e vemos pó de morte, vidas reduzidas a cinzas: escombros, destruição, guerra […] Continuamos a destruir-nos, a fazer-nos voltar ao pó. E quanto pó existe nas nossas relações! 

Vejamos em nossa casa, nas famílias […] Há tanto pó que suja o amor e embrutece a vida. Mesmo na Igreja, a casa de Deus, deixamos depositar tanto pó, o pó do mundanismo.

A Quaresma não é o tempo para fazer cair sobre o povo inúteis moralismos, mas para reconhecer que as nossas míseras cinzas são amadas por Deus. É tempo de graça, para acolher o olhar amoroso de Deus sobre nós e, assim contemplados, mudar de vida. Estamos no mundo para caminhar da cinza à vida.

A cinza pousa nas nossas testas, para que, nos corações, se acenda o fogo do amor. Com efeito, somos cidadãos do céu. E o amor a Deus e ao próximo é o passaporte para o céu; é o nosso passaporte.

Ajuda-nos o veemente apelo de São Paulo [...]: ‘Deixai-vos reconciliar com Deus!’ São Paulo usa o passivo: deixai-vos reconciliar. Porque a santidade não é obra nossa; é graça. Sozinhos, não somos capazes de tirar o pó que suja o coração […] E a Quaresma é tempo de cura.

Para amar, deixemo-nos amar; deixemo-nos erguer, para caminhar rumo à meta – à Páscoa”.

(Papa Francisco)

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Fonte: Vatican News