14 março, 2016

'O que é mesmo que estão querendo? - Linha de Tiro.'

A quem interessa criar um clima de guerra civil, no qual a Polícia já começa a interromper plenárias sindicais, violando frontalmente a Constituição ?
Esta trapalhada faz lembrar, também, a insensatez dos movimentos que pedem, ou a renúncia ou o impedimentos da Presidenta – por ódio político ou inconformidade com o resultado eleitoral – sem levar em consideração a instabilidade política e o aumento da crise econômica e social a que o país seria jogado, se isso acontecesse.

Eis o artigo de Tarso Genro

A denúncia feita pelos promotores de São Paulo, que contém o pedido de prisão preventiva do Presidente Lula – de um dos seus filhos e da dona Marisa – pareceu abrir um clarão de lucidez nos meios jurídicos, em setores políticos menos sectários e em boa parte da inteligência do país. Demonstra, também, o grau de partidarização daquele órgão de Estado, a tragédia de parte do nosso ensino jurídico e a escassa capacidade que vem demonstrando um setor daquela corporação, de compreender a importância das suas funções no Estado de Direito, que é diferente daquelas exercidas pela instituição num Estado policial, no qual, Governo e Estado, se confundem no monopólio da violência sem lei.

Qualquer um destes promotores aguentaria dez minutos de debate com Celso Antonio Bandeira de Mello, com Fábio Comparatto, com Dalmo Dallari, com Lenio Streck, com José Geraldo de Souza Junior, com Paulo Abrão, com Luiz Moreira, sem mandar algum deles “catar coquinhos”, como disse um dos brilhantes Promotores, ao responder pergunta de um jornalista sobre a parceria, até então desconhecida, de Marx diretamente com Hegel? Creio que não. Acho que perderiam a cabeça e provavelmente pediriam a solução do impasse de ideias, pelas “vias de fato”, numa mistura de “progrom” cultural, com uma Santa Inquisição pós-moderna.

Esta trapalhada faz lembrar, também, a insensatez dos movimentos que pedem, ou a renúncia ou o impedimentos da Presidenta – por ódio político ou inconformidade com o resultado eleitoral – sem levar em consideração a instabilidade política e o aumento da crise econômica e social a que o país seria jogado, se isso acontecesse.

Vejamos qual seria a sucessão de Dilma (sobre quem não pende nenhuma acusação criminal), sucessão que lembro sem afiançar qualquer uma das acusações que são feitas a estes políticos, já que não se conhece nada de oficial, até agora, sobre imputações que lhes estariam sendo feitas. Cordão sucessório: Vice-Presidente Michel Temer, na linha de tiro do Supremo; deputado Eduardo Cunha, na linha de tiro do Supremo, próximo ao cadafalso; Senador Renan Calheiros, com três inquéritos, na linha de tiro do Supremo. Depois vem o Presidente do STF e o Procurador Geral da República. (Bem, mas poderia ser Aécio, por alguma forma de golpismo institucional? Resposta: já na linha de tiro doSTF, por citação, entre outros, do próprio Senador Delcídio, festejado agora pela mídia como o “novo delator fundamental”).


Costumo consultar, quando tenho dúvidas sobre a estética da linguagem em situações difíceis, um precioso livro deJorge Luís Borges e José E. Clemente (“El Lenguaje de Buenos Aires”,1968), onde os autores compõem uma sinfonia de rejeição “do colonialismo idiomático das academias” e mostram o seu “aborrecimento”, perante “o que chamam “linguistas profissionais”. Lá na pg. 37 desta preciosidade está uma das sentenças lapidares de Borges: “Falam em voz mais alta, isto sim, com a postura dos que ignoram a dúvida.”

A arrogância autoritária destes jovens promotores, não vem somente de um cortejo à grande mídia, na expectativa de que o apoio imediato desta, à prisão de Lula, lhes permitisse suprimir “as dúvidas”, por falarem “mais alto” -através dela- majoritariamente comprometida com o golpismo. Sua arrogância vem, principalmente, da sua visão peculiar do Estado de Direito, como Estado-Polícia, a quem competiria solucionar os conflitos da ordem, a partir de juízos políticos por fora dos parâmetros da Constituição.

Os Promotores de São Paulo, todavia, não levaram em consideração que a sua aventura não seria incensada pela imprensa, não pela sua grosseira falta de juridicidade, mas por enfraquecer um outro “bunker” autoritário, que é - ele mesmo - o preferido do golpismo da grande mídia: a jurisdição ilegal do juiz Moro, instalada em Curitiba.

Os que pedem a deposição da Presidenta, o fazem na expectativa que, colocando um daqueles próceres políticos na Presidência, os inquéritos da “Lava-Jato” vão ser suspensos? Janot vai recolher as suas denúncias? Moro, vai se recolher ao seu trabalho comum? A Polícia Federal vai deixar de investigar? Os vazamentos vão cessar? Os que estão nas ruas, com intenções de denunciar a corrupção na Petrobras, vão voltar para casa? Ou, ao contrário, os movimentos populares da base da sociedade, vão radicalizar as suas mobilizações para que todos sigam o mesmo destino de “exceção”, que retiraria a Presidenta, do Governo? Pergunto: isso não seria criar uma situação de indeterminação política no país, próxima a uma situação revolucionária, sem possibilidades de revolução? Ou seja, o caos a ser resolvido pelos aventureiros da força? Ricardo Noblat – se é verdadeiro o “tuíte” que lhe é atribuído – aposta (e festeja) que a “Lava-Jato” é um instrumento político destinado à derrubada da Presidenta Dilma, o que – efetivamente – hoje ela se tornou. Mas, atenção, hoje ela também se tornou mais do que isso: é um instrumento de desidratação política da democracia que, com a suas imperfeições e misérias, mantém a capacidade orgânica de recuperar-se dentro da Constituição.

A verdade é que, se o impedimento da Presidenta se realizar sem causa legítima, conduzido por Eduardo Cunha como está proposto, este desfecho vai devastar o que tem de “ruim” e de “bom”, na ordem política, e nos legará um sistema de poder ainda mais corrupto e transgressor, que o atual. Isso já ocorreu com Berlusconi, na Itália, quando a moralidade desejada pelo resultado das “mãos limpas”, gerou a amoralidade absoluta das mãos berlusconianas.

Creio que seria melhor um “pacto político de responsabilidade democrática”, para enfrentar uma situação de crise, entre, de um lado, as forças políticas que não tem demonstrado condições suficientes para governar com estabilidade; e, de outro, aquelas forças que não são hegemônicas para substituir a Presidenta dentro da Lei. Este pacto de bom senso, poderia fundar uma solução do impasse dentro da Constituição, entre outras, com as seguintes preliminares: arquivamento dos processos de impedimento; os que querem governar o país, de novo, buscariam isso nas eleições de 2018; ficaria acordada uma unidade contra a destruição da esfera da política, em implantação por processos judiciais nitidamente de “exceção”, que estão em andamento; acordar-se-ia um plano emergencial de retomada do crescimento, para combater o desemprego; ajustar-se-iam cláusulas claras, para uma reforma política e eleitoral imediata, ainda que provisória, principalmente para acabar com a “dinheirização” da política, responsável por grande parte da corrupção no Estado.

O que devemos nos perguntar, neste momento, é a quem interessa criar no país, um clima de guerra civil, no qual a Polícia já começa — como ocorreu sexta à noite no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC- a interromper plenárias sindicais, violando frontalmente a Constituição, que diz todos poderem reunir-se sem armas, sem prévia autorização de qualquer autoridade? A quem interesse iniciar embates “de rua”, entre cidadãos com distintas posições políticas, às vezes vizinhos, às vezes da mesma família? A quem interesse suprimir a política como mediação dos conflitos para colocar, no lugar dela, a força de uma burocracia iluminada, que não responde a ninguém?

Pode interessar a alguém, mas certamente a poucos. Ao país interessa sair desta encalacrada mais forte e mais democrático. Com instituições mais respeitadas e um povo mais feliz, para assumir o seu destino em liberdade. Estamos, na verdade, à beira da hora de uma nova Constituinte, que virá, ou de forma acordada pelas forças políticas majoritárias, em desmoronamento, ou por implosão da ordem atual, com todos os riscos da imprevisibilidade que sucede a violência.

Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul – PT
Fonte: Carta Maior

08 março, 2016

Somos Mulheres. Simplesmente Mulher!

Segue um texto meu

Somos Mulheres. Simplesmente Mulher!

Somos mulheres criadas a imagem e semelhança de Deus; somos negras, brancas, índias; somos de tanta raça e tanta cor. Gostamos de banho perfumado, de receber flores e ouvir palavras de amor e receber carinho; de cantar, dançar e tocar. Deixamos com muita facilidade as lágrimas banhar nossos rostos. Somos geradoras de vidas, amor e esperança; tornamos o ambiente mais alegre e bonito. Somos sempre lindas.

Somos mulheres frágil e forte, uma mistura que da certo. Somos capazes de superar os preconceitos da sociedade e os preconceitos eclesiais que aos poucos já não encontram mais suporte. Sabemos de nossa missão, que somos enviadas e estamos por todos os lugares semeando fraternidade, justiça, paz e amor. Somos presença amiga de Deus no meio de seu povo.

Somos esposas, mulheres da aliança. Somos mãe, fonte de vida e de amor, revelamos a face materna de Deus, ele que é fonte de vida e de amor sem limites, tal como as estranhas da mãe. Somos porta voz de Deus proclamamos sua mensagem de vida e ressurreição. Somos filhas e amigas, presença incansável, cremos na vida, num novo amanhecer; queremos um mundo construindo paz.

Somos profetas e não nos calamos, mesmo quando estamos silenciosas. Somos solidárias com cada irmã e cada irmão que luta. Nesse chão tantas mulheres plantadas pela vida, justiça, amor e paz; sofrem caladas, perdem a vida e enfrentam a dor. Somos a força feminina presente construindo uma nova história. Maldita toda a violência que devora a vida pela exclusão e pela repressão.

Somos dona de casa, estudante, evangelizadora, lavradora, contadora, operária, catadora de reciclável, vendedora, medica, presidenta do Brasil; somo de tudo um pouco. Somos lutadoras, fazemos história mesmo quando não reconhecem nosso valor. Somos incansáveis. Temos o dia oito de março como nosso dia, mas com muita ousadia fazemos de cada dia o nosso dia. Somos Mulheres. Simplesmente Mulher.

07 março, 2016

Um linda e abençoada semana a todas e a todos!!

Um linda e abençoada semana a todas e a todos!!

“Que maravilha será o dia em que cada batizado compreender que sua profissão, seu trabalho, é um trabalho sacerdotal; que, assim como eu celebro a missa no altar, cada carpinteiro celebra sua missa na sua carpintaria, cada profissional, cada médico com seu bisturi, a mulher na feira, no seu lugar de trabalho… estão fazendo um ofício sacerdotal." 
Dom Oscar Romero

04 março, 2016

Assassinato de Berta Cáceres: transformamos nossa dor em luta!

Transformamos nossa dor em luta!


É com muito pesar e tristeza que recebemos nesta manhã (03) a notícia de que a companheira de Honduras Berta Cáceres foi assassinada em sua casa nesta madrugada. Segundo as primeiras informações relatadas por fontes locais, homens não identificados e armados invadiram a sua casa enquanto ela dormia, a mataram e feriram seu irmão.
Berta era líder da comunidade indígena Lenca e de movimentos de camponeses hondurenhos, defensora de direitos humanos e ativista ambiental. Como tantos e tantas outras lutadoras hondurenhas, Berta denunciou e resistiu ao Golpe em Honduras e, desde então, foi perseguida e enfrentou a criminalização. Ela não se intimidou: junto com o povo Lenca, enfrentou corporações poderosas e conseguiram recuperar seus territórios.
A luta das comunidades indígenas Lencas, que habitam o ocidente hondurenho, é pela defesa de seu território ancestral frente à ofensiva de corporações poderosas que com projetos hidroelétricos e mineradores aprovados pelo governo sem nenhuma consulta aos moradores.
Em 2015 recebeu o prêmio Goldman, considerado o Nobel do Meio Ambiente, pela luta em defesa das comunidades rurais de Honduras.
Berta dedicou sua vida a denunciar as expropriações e violação aos direitos humanos impulsionadas pelo governo em territórios ancestrais. Além disso, cobrou ampliação de serviços básicos de saúde e assistência rural. Sempre se colocou como feminista em defesa dos direitos das mulheres. Também não se curvou diante das tentativas norte-americanas de implementar bases militares no território Lenca, e fortaleceu a luta dos povos latino-americanos pela desmilitarização.
A ativista sofria ameaças de morte há anos, inclusive concedeu uma coletiva de imprensa há pouco mais de uma semana na qual denunciou que quatro dirigentes de sua comunidade haviam sido assassinados e outros, incluindo ela, estavam recebendo ameaças.
Nós, mulheres da CUT e da Marcha Mundial das Mulheres, nos somamos a todas as organizações hondurenhas e latino-americanas e esperamos que sua morte seja investigada e que os culpados sejam punidos.
As corporações não vão conseguir seu intento porque não se cala Berta nem assassinando-a. Sua luta continua com o povo Lenca, que tem toda nossa solidariedade.
Nossa dor e tristeza se convertem em força para seguir a luta de Berta. Esse é nosso compromisso com todo povo que luta e resiste ao avanço das transnacionais sobre nossos territórios e corpos.
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
Fonte: site  Marcha Mundial das Mulheres

03 março, 2016

Comunidades Eclesiais de Base se preparam para crescerem no mundo urbano

Entrevista com Celso Pinto Carias -  exclusiva à Adital

"Agora, o olhar das CEBs está voltado, de modo mais cuidadoso, para o mundo urbano. O tema do próximo intereclesial, inclusive, é "CEBs e desafios no mundo urbano”. (...). Nos grandes centros urbanos, temos uma imensa população de seres humanos invisibilizados, que as próprias igrejas, muitas vezes, abandonam”, observa o assessor.


Celso Pinto Carias vive em Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro. É doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde trabalha. Assessor das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB (Comissão do Laicato, Setor CEBs), vem acompanhando a vida dessas Comunidades desde 1989, quando ajudou a coordenar os serviços do 7º Encontro Intereclesial, em Duque de Caxias. Participa do grupo de assessores e assessoras da Ampliada Nacional das CEBs, juntamente com as irmãs Mercedes e Tea, e o padre Vileci.

Nesta entrevista exclusiva à Adital, o teólogo analisa o impulso que a Igreja Católica de base vem experimentando a partir do papado de Francisco. Nesse contexto, destaca-se a atitude do Papa argentino ao enviar uma carta aos participantes do 13º Intereclesial, ocorrido na Diocese do Crato (Ceará), em 2014, momento em que "as CEBs se sentiram, mais uma vez, confirmadas pelo magistério”.

"Antes do Papa Francisco, os setores que deram continuidade ao [Concílio] Vaticano II praticamente não eram lembrados. Mas eles não desistiram (...) Certamente, ainda estamos em uma situação muito frágil, pois o Papa Francisco está falando praticamente sozinho (...) Haverá muitos que darão graças a Deus quando este Papa passar, mas o papado nunca mais será o mesmo”, declara Carias.

Nesta entrevista, ele também avalia como os papados de João Paulo II e Bento XVI influenciaram o compromisso social das CEBs, que, aliás, para o teólogo, é "parte essencial do processo de evangelização”.

"Da metade da década de 1980 para frente, já sob o pontificado de João Paulo II, mesmo com o apoio de renomados prelados, como os cardeais Paulo Evaristo Arns e Aloisio Lorscheider, as Comunidades de Base passaram a ser duramente bombardeadas. Com Bento XVI, não foi diferente (...) A atuação e abrangência das CEBs, por conta da perseguição, diminuíram, mas não morreram, como querem seus detratores. Elas continuam a atuar pelo Brasil e América Latina, e até mesmo na Ásia, África e Europa”, comemora Carias.

Outra observação levantada pelo teólogo se refere à "urbanização” do movimento, que, no passado, apresentava mais força no meio rural, em comunidades que, muitas vezes, não podiam contar com a presença de um sacerdote por muito tempo. Os leigos, então, reuniam-se para manterem vivo o espírito da Igreja na comunidade.

"Agora, o olhar das CEBs está voltado, de modo mais cuidadoso, para o mundo urbano. O tema do próximo intereclesial, inclusive, é "CEBs e desafios no mundo urbano”. (...). Nos grandes centros urbanos, temos uma imensa população de seres humanos invisibilizados, que as próprias igrejas, muitas vezes, abandonam”, observa o assessor.

Confira a entrevista.

Adital: As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) surgiram com o espírito de renovação da Igreja, inspirado pelo Concílio Vaticano II. Entretanto, após o "Papa bom”, João XXIII, e seu sucessor, Paulo VI, a Igreja passou por um retorno ao conservadorismo, imposto pelos papados de João Paulo II e Bento XVI. Como se deu a atuação das CEBs durante aquele momento vivido pela Igreja?

De fato, o Concílio Vaticano II foi um fator determinante para o nascimento das CEBs. Mas podemos afirmar que elas nasceram de um processo mais amplo. Um conjunto de fatores iria possibilitar que bispos, padres e leigos e leigas despertassem para a necessidade de nucleação das pessoas, construindo espaços nos quais elas pudessem se reconhecer como sujeitos da história, como o processo cultural moderno já vinha proporcionando em outros campos. A Igreja tinha que favorecer aos seus fiéis um espaço de vivência cristã, mais próxima do Evangelho. Naquele momento também, em quase toda a América Latina, estourava uma reação ditatorial contra as organizações populares. Neste contexto, impulsionadas por lideranças leigas e de bispos, como Dom Helder Câmara, as CEBs floresceram.

O Papa Paulo VI, sucessor de João XXIII, embora tenha feito algumas reservas às CEBs, pois já tinha sido avisado do seu engajamento político, apoiou diretamente, e, pela primeira vez, esse modelo de organização eclesial apareceu explicitamente em um documento papal (Evangelli Nuntiandi, 1974).

E assim as CEBs foram crescendo, mas também foram ganhando inimigos. Trata-se de um modelo mais participativo, que, por sinal, está perfeitamente de acordo com a grande Tradição da Igreja. Mas poder e carisma, muitas vezes, se confrontam, quando as decisões são tomadas com a cooperação de todos. Então, da metade da década de 80 do século 20 para frente, já sob o pontificado de João Paulo II, mesmo com o apoio de renomados prelados, como os cardeais Paulo Evaristo Arns e Aloisio Lorscheider, as Comunidades de Base passaram a ser duramente bombardeadas. Com Bento XVI, não foi diferente. Evidentemente, que estes papas recebiam informações vindas da própria região das CEBs, mas de forma unilateral.

A atuação e abrangência das CEBs, por conta da perseguição, diminuíram, mas não morreram, como querem seus detratores. Elas continuam a atuar pelo Brasil e América Latina, e até mesmo na Ásia, África e Europa, claro que com menor impacto. Agora, no momento em que o Papa Francisco reacende a necessidade da opção preferencial pelos pobres, elas podem, renovadas pelo tempo, continuar a serem sinal visível da fidelidade eclesial ao Caminho de Jesus Cristo. Sinal que é celebrado, visivelmente, nos intereclesiais, realizados desde a década de 1970. Caminhamos para o 14º Intereclesial, na Arquidiocese de Londrina [Paraná], em janeiro de 2018.

Adital: As CEBs promovem estudos bíblicos, orações e trabalhos sociais nas comunidades. E, hoje, como vem sendo a experiência das CEBs nessas comunidades? Vem se fortalecendo o trabalho social ou, na verdade, a prática comunitária desses grupos estão sofrendo uma retração?

Elas continuam a promover estudos bíblicos, celebrar e atuar onde as necessidades da realidade social exigem. No entanto, como já foi salientado, a perseguição fez a proporção se tornar menor. Hoje, em muitas dioceses, o compromisso social foi relegado a segundo, terceiro plano, mesmo com o Papa Bento XVI afirmando, na Encíclica Deus é Amor, que a caridade é essencial na evangelização. Pode-se verificar que onde há compromisso social, na perspectiva de criar política pública, quase sempre tem alguém das CEBs envolvido, ou pelo menos remanescente. Muitos fazem serviço social quase por uma obrigação, e não como parte de um processo fundamental de realizar sinais do Reino no meio do mundo. As CEBs não entendem o compromisso como uma obrigação, mas como parte essencial do processo de evangelização.

Adital: As CEBs surgiram no final dos anos 1960. Como vem sendo a procura das comunidades por esse modo de fazer igreja, nos últimos 50 anos? Há uma renovação de dirigentes e fiéis ou vive-se uma estagnação em seu quadro pastoral?

Estamos dentro de um processo cultural no qual as propostas consumistas perpassam a sociedade como um todo. Nem mesmo as religiões escapam. Neste sentido, tem crescido o modelo religioso que reproduz uma lógica de consumo, no qual se procura a satisfação do cliente através também da venda de bens de consumo religioso. As CEBs, como ninguém, neste contexto, não estão imunes a serem contagiadas por esse mecanismo ilusório de sentido. No entanto, elas vêm resistindo bravamente. Sim, há certa estagnação, mas está havendo um processo lento de renovação, no qual jovens têm se colocado na perspectiva desse modelo. A Pastoral da Juventude tem sido um bom berço para tanto. Porém, é um processo que exige muita resistência e paciência. Confiamos que a tendência, com o tempo, diante da crise que estamos vivendo, e da superficialidade de muitas propostas religiosas, é que as CEBs renascerão das Catacumbas. É bom lembrar que, nas antigas catacumbas, estava uma profunda experiência cristã.

Adital: A Teologia da Libertação (TdL) inspira a acolhida pelos sacerdotes das pessoas "pobres”, embora pouco se diga que essa pobreza ultrapassa a questão econômica. Há os doentes (pobres de saúde), estrangeiros (pobres de território), trabalhadores rurais sem-terra (pobres de meios de produção)... Para utilizar uma expressão do Papa Francisco, os que vivem nas "periferias existenciais”. Como vem sendo a atuação das CEBs diante desses oprimidos sexuais, de raça, orientação política, de gênero, de território...?

"Pobre” é uma categoria evangélica. O mesmo Papa Francisco afirma, categoricamente, na Alegria do Evangelho (48): "É necessário afirmar, sem rodeios, que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos!” O que a TdL vem tentando fazer é sistematizar esta categoria a partir dos desafios que o mundo de hoje suscita. Não há dúvida de que precisamos aprofundar a nossa percepção dos mecanismos de exclusão social, alargando, inclusive, a análise para além das fronteiras econômicas. As CEBs, é verdade, priorizaram as contradições econômicas, mas, ao longo deste tempo, nunca deixaram de perceber outras contradições, como a racial por exemplo. Tanto é verdade que, agora, o olhar das CEBs está voltado, de modo mais cuidadoso, para o mundo urbano. O tema do próximo intereclesial inclusive é CEBs E DESAFIOS NO MUNDO URBANO.
Creio que daremos passos cada vez mais na direção dos diversos tipos de opressão. Nos grandes centros urbanos, temos uma imensa população de seres humanos invisibilizados, que as próprias igrejas, muitas vezes, abandonam. As CEBs renovarão a utopia do REINO DE DEUS diante deste novo mundo que surge à nossa frente, junto com todos e todas que buscam outro mundo possível.

Adital: O Papa Francisco vem tentando imprimir, na Igreja, um modo mais "pastoral” de ser, mais próximo à realidade social das pessoas, o que, para alguns, significa um "ressurgimento” dos ideais da TdL. Há, de fato, um retorno ao espírito do Vaticano II ou ainda é cedo para afirmar isto?

O que estava acontecendo, antes do Papa Francisco, é que os setores que deram continuidade ao Vaticano II praticamente não eram lembrados. Mas esses setores não desistiram. O Papa Francisco voltou a dar voz e vez àqueles e àquelas que acreditam no caminho trilhado pelo Concílio. E, como a TdL também não morreu, os teólogos e teólogas devem colocar suas inteligências a serviço deste novo momento.

Certamente, ainda estamos em uma situação muito frágil, pois o Papa Francisco está falando praticamente sozinho. A mídia não dá espaço para vozes mais progressistas neste campo. Não sabemos bem se haverá possibilidade de uma renovação mais profunda. Contudo, as CEBs e muitos outros setores da vida eclesial, bem como muitos irmãos e irmãs de outras igrejas, outras religiões, e até mesmo ateus, estarão atentos e atentas para aproveitarem a oportunidade na direção de mais um passo no aprofundamento dos valores a serviço do Reino de Deus. Como já disse há tanto tempo (1974) o Papa Paulo VI, "importa evangelizar, não de maneira decorativa, mas indo até as raízes” (20). Tem muita gente fazendo decoração por aí. Quando vier um vento mais forte, vai voar tudo, inclusive, certas rendas que enfeitam paramentos litúrgicos.

Adital: Qual deve ser o legado do papado de Francisco para o modo de ser Igreja das CEBs?

Se o Papa Francisco morresse hoje, espero que isto não aconteça tão cedo, ele já teria deixado um grande legado. Não necessariamente teria deixado grandes reformas. Ele já provou, como diziam os antigos, que o Papa deve ser "o servo dos servos de Deus”. Quando Francisco enviou uma carta ao 13º Intereclesial, na Diocese do Crato, em 2014, as CEBs se sentiram mais uma vez confirmadas pelo magistério. Se um próximo Papa quiser trazer de volta aquele tom mais de realeza e menos de servo, certamente, encontrará resistência. Mas não uma resistência com capacidade de mudar o poder, mas resistência a propor um Cristianismo sem testemunho.

Vivemos em um mundo onde a ameaça de excomunhão não funciona mais e, graças a Deus por isso. Certamente, haverá muitos que darão graças a Deus quando este Papa passar, mas o papado nunca mais será o mesmo. Por isso, termino esta entrevista com uma afirmação do próprio Francisco na Evagelii Gaudium, 49: Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: "Daí-lhes vós mesmos de comer” (Mc 6,37).
Celso Pinto Carias é autor do livro Ministérios Leigos nas CEBs


Fonte: http://site.adital.com.br/

01 março, 2016

Seminário de Formação em Fé e Política

Seminário de Formação em Fé e Política
Como parte do Projeto Fé e Política, junto ao Fundo Nacional de Solidariedade.

Dias: 12 e 13 de Março
Das: 07h30 (sábado) às 13h (domingo).
Local: Casa de Formação São José Freinademetz. Rua Albino Loch, s/n, Pitanga-PR. 

Investimento: será subsidiado pelo Fundo Nacional de Solidariedade. O único custo que haverá para os participantes será com a viagem até o local.



Inscrição: até o dia 04 de março pelo seguinte endereço eletrônico:
Obs: Levar roupas de cama (cobertas, lençol, travesseiros), higiene pessoal e assessórios para banho.

Programação:
Sexta-feira:
Acolhida e Credenciamento
Sábado:
07h – Missa
07h40 – Café
08h15 – Acolhida, Apresentação e Oração (Equipe de Coordenação)
09h – Apresentação do cronograma e objetivos do seminário (Equipe de Coordenação)
09h15 – Analise de Conjuntura (realidade política/social no Brasil e no Paraná).
Nacional – Carlos Signorelli (CAP-CNLB Nacional)
Regional – a Confirmar.
12h – Almoço
13h30 – Igreja e Sociedade – abordagem da visão da igreja (documentos) em relação às questões da política. (Pe Leomar - Maringá)
Escuta das Realidades.
20h – Partilha de Experiências de Cristãos Leigos que exercem mandato político.
22h – descanso.
Domingo
07h00 – Missa
08h00 – Café
08h30 – Rogério Carlos Born do TRE do Paraná (vídeo) sobre o serviço que a Igreja Católica pode prestar à sociedade no âmbito político.
09h00 – Orientação sobre o acompanhamento de políticas (escolas de fé e política ou comitês da Ficha Limpa).
Escuta dos participantes em relação à continuidade.
11h30 – Avaliação e Envio

26 fevereiro, 2016

Para refletir

“Que boa escola de humildade e desprendimento é a oração. Faz-nos caminhar em plena paz no meio da tempestade”
(Madre Maria José de Jesus)

18 fevereiro, 2016

Ampliada das CEBs do Paraná (Regional sul II)

Nesta sexta-feira e sábado, acontece a Ampliada das CEBs do Paraná (Regional Sul II), na Diocese de Umuarama, no Centro Diocesano, na cidade de Umuarama.
Principal pauta será 7º Intereclesial das CEBs do Paraná
O 7º Intereclesial Regional vai acontecer entre os dias 21 a 24 de abril de 2016 no Campus III da UNIPAR em Umuarama. 
Tem como Tema: “CEBs no Paraná e os desafios no mundo urbano" 
e o Lema: "Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo." (Ex 3,7)



Ampliada Regional da Ceb’s Regional Oeste2

Dias: 19 a 21 de fevereiro de 2016 -
Na Diocese de Barra do Garças - Na Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora
Reunião da Ampliada Regional das CEBs
SEXTAFEIRA 19/02
A partir das 15h: Chegada e acolhida
19h: Jantar na sede da paróquia
20h: 1) os representantes da ampliada regional serão encaminhados para pernoitar nas famílias; 2)
Reunião da coordenação e assessoria regional e depois pernoite nas famílias.
SÁBADO20/02
7h: café na sede da paróquia
7h45: oração/ofício divino das comunidades
8h15: Comunicações, informações e encaminhamentos do Seminário Nacional e da Reunião da Ampliada Nacional das CEBs, Londrina 26 a 31 de janeiro de 2016.
10h: Intervalo e lanche
10h20: continuidade
12h: Almoço na sede da paróquia
13h30: Preparação e organização do 14º Encontro Regional de CEBs, em São Félix do Araguaia (8 a 10/09/2017)
Tema: CEBs e os desafios no mundo urbano e rural.
Lema: “Eu vi e ouvi o clamor do meu povo e desci para libertálo” (Ex 3,7).
Conteúdo e eixos temáticos: 1) História da Prelazia de São Félix do Araguaia 40 anos; 2) Os desafios do mundo urbano e rural de Mato Grosso; 3) Tecnologias de Informação e Comunicação;
4) Como ser Igreja neste contexto de desafios do mundo urbano e rural de Mato Grosso.
Metodologia do encontro: Ver, julgar e Agir. Conforme a prática do curso de verão, com monitores companhando diferentes oficinas.
Assessoria
Subsídios
Divulgação/ Comunicação: cartaz...
Equipes e serviços: Infraestrutura e logística...
16h: Intervalo e lanche
16h20: Continuidade
4º Oestão: Goiânia, 21 a 24 de abril de 2017
19h: Jantar e noite livre para confraternização Retorno para as famílias
DOMINGO21/02
6h30: Café na sede da paróquia
7h30: celebração eucarística na comunidade Santo André
9h: Encontro de formação nas microrregiões (Barra do Garças, Cuiabá, Rondonópolis e Sinop):
21 e 22 de maio de 2016. Tema: A dimensão sociopolítica da fé cristã.
10h: Intervalo e lanche
10h20: Preparação da Assembleia Regional: 21 a 23 de outubro de 2016,  no CENE – Tema:  Laudato Si – Reconciliação: o cuidado com a casa comum e a espiritualidade das CEBs.
12h: Almoço na sede da paróquia e retorno para as dioceses.

Ibiapina segue seu caminho


No próximo dia 19 deste mês, comemoram-se 133 (anos do falecimento de Padre José Antonio de Maria Ibiapina (1806-1883).
Viveu 77 anos enfrentando dificuldades pessoais, familiares, sociais, políticas, religiosas, vencendo os desafios como um predestinado remando contra a corrente.
Com a morte prematura da mãe, a condenação e morte do pai e do irmão mais velho, envolvidos na Confederação do Equador, o jovem Ibiapina teve que assumir a família. Entrou e saiu do Seminário onde pretendia estudar para padre. Com a criação do curso Jurídico em Olinda, seguiu o Direito e formou-se em 1832.
Logo foi nomeado professor e, em seguida, eleito deputado geral, acumulando os cargos de juiz de direito e chefe de polícia. Tendo subido com sucesso e tão rapidamente na vida, Ibiapina vai descer na mesma rapidez por decisão de caráter.
Ele não se encaixava na engrenagem da política, nem da magistratura, percebendo as mentiras, as falcatruas, ladroagens, prepotências, a força do dinheiro, as articulações promíscuas do poder constituído. Abandonou essas estruturas e foi viver como advogado independente. Em 1838 atuava na cidade de Brejo de Areia, onde começou a ganhar fama e crédito. Quem defendia o pobre, o que não tinha ninguém por ele? Era o Doutor Ibiapina!
Quem outro? Em 1840 abriu sua banca de advocacia no Recife, seguindo o traçado do direito, da verdade, da justiça. Em 1850 deixou também a advocacia. Não lhe interessou o dinheiro, os bens materiais e a fama de excelente profissional do Direito.Para o julgamento do mundo, fez a loucura de deixar tudo e buscar a solidão. 
Foi ordenado padre aos 3 de julho de 1853, com 47 anos incompletos. De imediato, apresentou-se lhe nova oportunidade de subir na vida pela carreira eclesiástica: nomeado professor do Seminário, vigário geral da diocese de Pernambuco e bispo mais adiante, quase certamente. Preferiu a vida dura de missionário pelos caminhos do Nordeste. Na segunda metade do século XIX, com a epidemia do cólera e as grandes secas matando gente à vontade, ele decidiu-se pela missão itinerante. De 1853 até 1883, foram 30 anos de dedicação ao pobre, ao indigente, à orfandade, aos doentes e desvalidos, aos que não tinham mais esperança. Ao longo do tempo sofreu ataques da maçonaria, incompreensões do bispo do Ceará e sete anos de paralisia antes de morrer. As 22 Casas de Caridade por ele fundadas foram também desaparecendo. A de Santa Fé resistiu a duras penas até a década de 1940, quando Celso Mariz escrevia “Ibiapina, um apóstolo do Nordeste”.
À parte o grande historiador, Ibiapina foi sendo quase que completamente esquecido depois de sua morte, em 1883. Dom Marcelo Carvalheira o resgatou, deu entrada ao processo para sua canonização, em 1992, iniciando 
também a transformação de Santa Fé em Centro Pastoral. Hoje “Santuário Padre Ibiapina”.
O tempo de esquecimento, num primeiro momento, talvez se possa atribuir ao “fenômeno” Padre Cícero (1844-1934) que a partir de 1889, pelo “milagre” da hóstia ensanguentada, foi acusado de embusteiro, a beata Maria de Araújo de doente e o povo de fanático. As censuras e condenações foram implacáveis contra o “santo” do Juazeiro e a hierarquia católica passou a evitar qualquer fato ou pessoa que pudesse despertar fanatismo. O nordestino simples e pobre, porém, ignorou as proibições da Igreja, continuou suas romarias e multiplicou 
por toda parte a imagem do “Padim”.
Correndo o tempo, veio Frei Damião (1898-1997) com suas missões populares, entrando na vida do povo com as ameaças de inferno e mandando acabar com protestante, na contramão do Concílio Vaticano II. Mais esquecido foi ficando Ibiapina! Por mais de sessenta anos, de cidade em cidade de nossa região, Frei Damião reuniu multidões, muitas vezes levado por políticos e “igrejeiros” com estranhos interesses. O frei faleceu em 1997 e já tem sua imagem-monumento desde 2004, com 34 metros de altura sobre a Serra da Jurema, em 
Guarabira. Tudo muito rápido e grandioso, o monumento logo se tornou um ponto certo de turismo e devoção.
Padre Cícero, pela insistência da diocese do Crato e do seu bispo nos últimos anos, conseguiu recentemente a desejada reconciliação com o Vaticano. Frei Damião, com o respaldo e interesse de sua Ordem religiosa, está com seu processo de canonização em pleno andamento. Muito provavelmente, os dois chegarão à glória dos altares bem antes do nosso Padre Ibiapina, que se arrasta com dificuldades para atender as exigências de Roma. Mesmo assim, no próximo dia 19 deste mês de fevereiro, milhares de devotos chegarão ao Santuário de Santa Fé, na Arara, para visitar o túmulo do missionário, participar da santa Missa, agradecer as graças alcançadas e pedir mais outras. “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo” foi seu lema, sua expressão cotidiana.
Sigamos com ele o CAMINHO que é Jesus!



Por: Ernando Teixe


14 fevereiro, 2016

Daqui a pouco vou orientar um retiro com as lideranças da Paróquia São Paulo Apóstolo

Daqui a pouco vou orientar um retiro com as lideranças da Paróquia São Paulo Apóstolo, na cidade de Sarandi.
O tema do retiro: “a face da misericórdia”
Que no nosso Deus me cubra com seu carinho, sua ternura e me envolva com Sua humildade e simplicidade e guiado por Ele eu leve as lideranças contemplar esse mistério de amor.

11 fevereiro, 2016

"Este é o momento mais crítico na história da humanidade"

Em entrevista Chomsky analisa as principais tendências do cenário internacional, critica a escalada militarista do seu país e afirma que as alterações climáticas é o pior problema que a humanidade já enfrentou. 


“Os Estados Unidos foram sempre uma sociedade colonizadora.
Ainda antes de se constituir como Estado eliminou a população indígena, o que significou a destruição de muitas nações originais”, sintetiza o linguista e ativista norte Americano Noam Chomsky quando se lhe pede que descreva a situação política mundial. Crítico acérrimo da política externa do seu país, argumenta que desde 1898 se virou para o cenário internacional com o controle de Cuba, “que converteu essencialmente em colónia”, para depois invadir as Filipinas, “assassinando um par de centenas de milhares de pessoas”.
Um sistema de partido único
Invasões e alterações climáticas retroalimentam-se
Guerra nuclear, possibilidade certa
A impressão que emerge dos seus gestos e reflexões é que se as potências que são agredidas pelos Estados Unidos atuassem com a mesma irresponsabilidade que Washington, o destino estaria traçado. Leia na íntegra aqui

09 fevereiro, 2016

Quarta-feira de Cinzas - Quaresma e Campanha da Fraternidade

Pequeno texto que escrevi sobre quarta-feria de Cinzas - Quaresma e Campanha da Fraternidade.

Tem início o tempo da quaresma com a quarta-feira de cinzas e em toda a Igreja do Brasil a Campanha da Fraternidade (CF) que traz como tema Casa comum, nossa responsabilidadee o lema , “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24). 

Na missa de quarta-feira de cinzas e durante o período da quaresma Jesus nos apresenta um programa de vida: oração, perdão, amor, jejum, caridade fraterna, penitência. Um convite para que cada pessoa faça um ver-julgar-agir de si mesma. Com a imposição das cinzas sobre a cabeça o apelo de Jesus: “convertei-vos e crede no Evangelho!”.

A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente pela Igreja Católica, sempre no período da Quaresma, essa será ecumênica.  Seu objetivo é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade, buscando caminhos e solução. A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita em que direção se busca a transformação.

Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016

A Campanha da Fraternidade 2016 tem por objetivo o debate de questões relativas ao saneamento básico, desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida aos cidadãos.

A reflexão da CEF 2016 será a partir de um problema que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é a fragilidade e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em nosso país.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 tem parceria com a Misereor – entidade episcopal da Igreja Católica na Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.

Também integram a Comissão da Campanha de 2016: Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Igreja Presbiteriana Unida (IPU), Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA), Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), Visão Mundial, Aliança de Batistas do Brasil.


08 fevereiro, 2016

CF 2016


Artigo do Papa Francisco, sobre a felicidade

Artigo do Papa Francisco, sobre a felicidade

 "Você pode ter defeitos, ser ansioso, e viver alguma vez irritado, mas não esqueça que a sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode impedir que vá em declínio.Muitos lhe apreciam, lhe admiram e o amam.
Gostaria que lembrasse que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, uma estrada sem acidentes, trabalho sem cansaço, relações sem decepções. Ser feliz é achar a força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor na discórdia.Ser feliz não é só apreciar o sorriso, mas também refletir sobre a tristeza.
Não é só celebrar os sucessos, mas aprender lições dos fracassos.Não é só sentir-se feliz com os aplausos, mas ser feliz no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões, períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista para aqueles que conseguem viajar para dentro de si mesmo. Ser feliz é parar de sentir-se vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas conseguir achar um oásis no fundo da nossa alma. É agradecer a Deus por cada manhã, pelo milagre da vida. Ser feliz, não é ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si.É ter coragem de ouvir um "não". É sentir-se seguro ao receber uma crítica, mesmo que injusta.É beijar os filhos, mimar os pais, viver momentos poéticos com os amigos, mesmo quando nos magoam.
Ser feliz é deixar viver a criatura que vive em cada um de nós, livre, alegre e simples. É ter maturidade para poder dizer: "errei". É ter a coragem de dizer:"perdão".É ter a sensibilidade para dizer: "eu preciso de você".
É ter a capacidade de dizer: "te amo". Que a tua vida se torne um jardim de oportunidades para ser feliz... Que nas suas primaveras seja amante da alegria.Que nos seus invernos seja amante da sabedoria.
.E que quando errar , recomece tudo do início. Pois somente assim será apaixonado pela vida. Descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita.Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Utilizar as perdas para treinar a paciência. Usar os erros para esculpir a serenidade. Utilizar a dor para lapidar a o prazer.Utilizar os obstáculos para abrir janelas de inteligência. Nunca desista....Nunca renuncie às pessoas que lhes ama. Nunca renuncie à felicidade, pois a vida é um espetáculo incrível".

04 fevereiro, 2016

Ajudar as pessoas a conhecer Jesus, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo!


Oração

No Evangelho de hoje, Mc 6,7-13, narra que “Jesus chama os discípulos, os envia de dois a dois e lhes dá poder sobre os espíritos maus". É o novo, novo começo, Jesus inicia a sua comunidade de discípulas e discípulos na missão, que é a mesma que a dele! Olha que lindo, Ele os envia e dá-lhes o mesmo poder que Ele tem.

Os discípulos são enviados de dois a dois, a missão não é posse de uma pessoa, e sim de toda a comunidade.  Depois de ouvir Jesus, partiram e pregaram par que as pessoas se convertessem.

Que iluminados pelo testemunho de tantas mulheres e homens, de ontem e de hoje, nós também, possamos ouvir o chamado de sermos missionárias e missionários para ajudar as pessoas a conhecer Jesus, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo.

Amem!