08 setembro, 2013
07 setembro, 2013
Para refletir
Que
bom seria se todos nós soubéssemos o quanto o carinho salva, a atenção alimenta
e a união fortalece.
Dia da Independência do Brasil
Parabéns as brasileiras e brasileiros honestos e trabalhadores que dão exemplo de luta e respeito à Pátria!
05 setembro, 2013
É enriquecedor a missa nas casas
Hoje na CEB São
Francisco de Assis, uma das CEBs da Paróquia Nossa Senhora da Liberdade, o
nosso pároco, Pe. Dirceu A. Nascimento,
como faz toda 1ª quinta-feira do mês, veio celebrar com o povo da CEB.
Como é enriquecedor
a missa nas casas, onde os vizinhos se encontram para celebrar a presença de
nosso Deus que caminha com a gente, para celebrar a vida.
Como em Lc 1, 68-80,
Deus visita seu povo, isso é muito lindo, faz até sentir o coração queimar.
A missa celebrada nas
CEBs faz parte do jeitinho dinâmico das CEBs evangelizar, acolher, cativar, criando
laços fraternos.
A presença amiga do
padre é uma benção para a caminhada das CEBs e graças a Deus, Pe. Dirceu com seu carinho e o seu jeito tímido
e ao mesmo tempo não tímido, e suas palavras amigas vem sendo um companheiro do
povo.
03 setembro, 2013
4º Encontrão Arquidiocesano das CEBs
4º Encontrão Arquidiocesano das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)
Tema: Fé, Vida e Missão neste Chão
Lema: Celebrando o Ano da Fé
Dia 15 de setembro de 2013
Horário: das 13h30 às 17 horas
Local: pavilhão branco do Parque de Exposições de Maringá
02 setembro, 2013
Severinas: as novas mulheres do sertão
Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus papéis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao homem, milenar como a miséria.
A reportagem é de Eliza Capai, publicada por Pública 28-08-2013.
Eliza Capai é documentarista independente, autora do filme Tão Longe é Aqui. Esta reportagem foi realizada através do Concurso de Microbolsas de Reportagem da Pública.
“Cada um tem que saber o seu lugar: a mulher tem qualidade inferior, o homem tem qualidade superior.” É bem assim que fala, sem rodeios, um dos homens mais respeitados do município de Guaribas, no sertão do Piauí, pai de sete filhos (seis mulheres e um homem). “O homem é o gigante da mulher”, completa “Chefe”, como é conhecidoHoracio Alves da Rocha na comunidade.
Para chegar a Guaribas são dez horas desde a capital, Teresina, até a cidadezinha de Caracol. Dali, 40 minutos de estrada de terra cercada de caatinga até o jovem município, fundado em 1997. Em 2003, Guaribas foi escolhida como piloto do programa Fome Zero.
Tinha então o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, 0,214 – para efeito de comparação, o país com pior IDH do mundo é Burundi, na África com índice 0,355. Hoje, Guaribas tem 4.401 habitantes, 87% deles recebendo o Bolsa Família. São 933 famílias beneficiadas, com renda média mensal de R$ 182. O IDH saltou para 0,508.
Em todo o Brasil, o Bolsa Família atende a 13,7 milhões de famílias – sendo que 93,2% dos cartões estão em nome de mulheres. São elas que recebem e distribuem a renda familiar.
“Eu vivi a escravidão”, diz Luzia Alves Rocha, 31 anos, uma das seis filhas de Chefe. Aos três meses, muito doente, ela foi dada pelo pai para os avós criarem. Quando eles morreram, uma tia assumiu a menina. “Achei que ela não ia aguentar aquela vida de roça: era vida aquilo?”, pergunta a tia Delci.
Luzia trabalhou na roça, passou fome, perdeu madrugadas subindo a serra para talvez voltar com água na cabaça. “Quando tinha comida a gente comia, se não, dormia igual passarinho”, diz. Trabalhava sem salário, sem nenhum direito trabalhista, sem saber como seria a vida se a seca não passasse e a chuva não regasse o feijão e a mandioca. Era “a escravidão”.
Quando a seca piorou, Luzia pensou em migrar para São Paulo. Foi então que chegou o programa social do governo: “Com esta ajudinha já consigo levar”, diz. Luzia decidiu ficar em Guaribas. Os filhos estudam. O marido e ela cuidam da roça.
“A libertação da ‘ditadura da miséria’ e do controle masculino familiar amplo sobre seus destinos permite às mulheres um mínimo de programação da própria vida e, nesta medida, possibilita-lhes o começo da autonomização de sua vida moral. O último elemento é fundante da cidadania”, analisam os pesquisadores Walquiria Leão Rego eAlessandro Pinzani, da Universidade de Campinas e da Universidade Federal de Santa Catarinas, no livro Vozes do
Bolsa Família: Autonomia, dinheiro e cidadania. Durante a pesquisa, eles ouviram beneficiários do programa observando as transformações decorrentes do Bolsa-Família – em especial na vida das mulheres.
Chegaram à conclusão que a mudança é grande: “Quando você tem um patamar de igualdade mínimo, você muda a sociedade. Claro que as coisas não são automáticas. Isto não pode ser posto como salvação da nação, mas é um começo.”
Luzia conseguiu realizar o sonho de diversas das mulheres ouvidas pela socióloga Walquiria Leão. Ela juntou R$ 50 e seguiu para o hospital da cidade vizinha, de São Raimundo Nonato para fazer laqueadura das trompas: “se tivesse mais filho a vida ia ser mais pior”. Segundo Walquíria, o desejo de controlar a natalidade foi manifestado por diversas das mulheres que ela entrevistou entre 2006 e 2011 em Alagoas, Vale do Jequitinhonha, Piauí, Maranhão e Pernambuco.
Serena, uma das filhas de Luzia, tem 8 anos e está na terceira série. Ela ajuda a arrumar a casa, já sabe cozinhar, ajuda na roça. Mas não perde suas aulas. Logo depois de cantar o alfabeto e os números, diz que quer ser “advogada e médica”. Quando perguntada sobre casamento, a pequena afirma, com a mão na cintura: “eu não vou casar, vou ser sol-tei-ra…”, diz, demorando nas sílabas.
Em maio o valor do Bolsa Família de Luzia saltou de R$ 70 reais para R$212. A mãe comemora: “Agora já posso comprar as coisas para minha filha: a sandália dela arrebentou e pude comprar outra”. No pé da menima, o calçado que custou R$ 7,50. “Primeiro comprei para a menina, num outro mês compro pra mim”, explica Luzia, com os pés descalços.
Minha sina
Do outro lado do vale que liga o centro de Guaribas ao bairro Fazenda, Norma Alves Duarte, 44 anos, vive numa casa de dois quartos. Na sala, paredes mal rebocadas mostram as marcas da massa corrida. No canto, um pequeno móvel com uma TV. A vida toda ela ajudou a mãe doente, quase não estudou – cursou até a segunda série. Como todas as mulheres dali, as atividades de criança incluíam colher feijão, pegar lenha e buscar água no olho d’água, que fica a dois quilômetros.
Norma tem 12 irmãos, 2 filhos e vive com o segundo marido – o primeiro a abandonou depois de 20 dias. “Era pau e cachaça. Aí depois arrumei o pai destes meninos. É bom mas é doido, vaidoso o velho, bebedor… Ele é bruto demais, ignorante que só. Fazer o que né? Destino é destino: quem traz uma sina tem que cumprir.”
“Esta palavra, sina, faz parte do que nós chamamos de cultura da resignação e acho que ela foi de fato rompida com o Bolsa Familia”, diz a socióloga Walquiria Leão.
No início do programa, Norma ganhava R$ 42 com seu cartão. Agora “tira” R$200. “Mudou, porque eu pego meu dinheirinho, compro minhas coisas, assim mesmo ele (o marido) xingando. Eu não dou ele, ele tem o dele. Ele não me dá nenhum real, bota para comer dentro de casa mas não me dá nem um real, nem dez centavos.” Para Walquíria Leão, “a renda liberta a pessoa de relações privadas opressoras e de controles pessoais sobre sua intimidade, pois a conforma em uma função social determinada, permitindo-lhe mais movimentação e, portanto, novas experiências”.
Mais divórcios
Ao saírem da miséria, “da espera resignada pela morte por fome e doenças ligadas à pobreza”, nas palavras deWalquiria, estas mulheres começam a protagonizar suas vidas.
No vilarejo de Cajueiro, a uma hora do centro de Guaribas por uma estrada de terra esburacada, a água ainda não chegou às casas. Elenilde Ribeiro, 39 anos, caminha com a sobrinha por um areial com a lata na cabeça, outra na mão. É ela quem cria a menina. “Não quero que ela sofra como eu sofri”, diz. Chegando na casa, o capricho se mostra nos paninhos embaixo de copos metálicos, na estante com fotos de família, o brasão do Palmeiras, e um
gato de louça ao lado da imagem de Jesus. Do lado de fora, o banheiro – onde se usa caneca e penico –, um pátio bem varrido, uma horta suspensa, e uma pilha de lenha que Elenilde mesma coleta e quebra, apontando: “está aqui meu botijão de gás”.
Os olhos de Elenilde marejam quando conta ter sido abandonada pelo marido há treze anos, mas seu tom de voz muda ao falar do papel da renda em sua vida. “Tiro R$ 134 no meu cartão Bolsa Família mas para mim está sendo mil. Porque com este dinheirinho eu tenho o dinheiro certo para comprar (na venda) e o dono me confia. E eu sei que com isso, com ele me confiar, eu já estou comendo a mais”, explica.
Elenilde também se livrou de trabalhar na roça dos outros em troca de uma diária de R$ 5. “Eu quando pego o meu dinheiro (do cartão) vou na venda, pago a conta mais velha e espero pela vontade do vindião, aí ele vai e me franqueia… E eu vou e compro de novo”. Segundo Walquíria Leão, isso tem ajudado a mulher a conquistar um novopapel na comunidade. “A experiência anterior de vida era sempre de ser desrespeitada, desconsiderada porque ela não tinha dinheiro”.
No final da mesma rua, Domingas Pereira da Lima, 28 anos, não se arrepende de ter abandonado o marido. “Ele ficava namorando com uma e com outra e eu num resisti, vim embora”. Prendendo o choro, ela continua: “Deixava eu com as crianças e se tacava no meio do mundo. A vida não é fácil mas vou levando a vida devagarzinho aqui.” Desde então, Domingas cuida dos quatro filhos com o apoio das irmãs e da mãe.
Em 2003, quando chegou o Fome Zero, foram solicitados 993 divórcios no Piauí. Em 2011 o número saltou para 1.689 casos. Dos casos não consensuais, 134 foram requeridos por mulheres em 2003; em 2011 esse número saltou para 413 – um aumento de 308%.
Ainda assim, na pequena Guaribas, a mulher ficar presa em casa em dias de festa, o alcoolismo e a infidelidade masculina são histórias contadas com naturalidade. “Vixi, aqui se conta nos dedos as mulheres que não apanham do marido”, é comum as mulheres dizerem.
Na delegacia da cidadezinha, o delegado explica que por ali o clima é sempre “muito tranquilo, sem nenhuma ocorrência. Só umas brigas de casal, coisa que a gente aconselha e eles voltam” diz.
Mirele Aline Alves da Rocha é uma das que se conta nos dedos. Aos 18 anos, a bonita jovem explica: “Apesar da minha idade já ser avançada para os daqui, eu não estou nem aí para o que eles falam. Eu quero é estudar”. A maioria das amigas se casaram aos 13 anos. Já Mirele, soteira, cursa o terceiro ano do Ensino Médio na escola estadual de Guaribas, onde vive com
a tia – os pais moram no município de Cajueiro. O cartão do Bolsa Família está no nome da mãe, que recebe R$ 102 por Mirele e pelo caçula de nove anos. Ambos estudam. “Eu vejo a realidade da minha mãe e não quero seguir pelo mesmo caminho. Eu quero estudar para ter um futuro, para ser independente, para não ficar dependendo de um homem”, decreta a jovem.
No primeiro bimestre de 2013, em Guaribas, a frequência escolar atingiu o percentual de 96,23%, para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos – o equivalente a 869 alunos – e 82,29% para os jovens entre 16 e 17 anos, de um total de 175.
Mirele vai fazer o Enem e “ver o que dá”. Para cursar faculdade ela terá que sair de Guaribas mas planeja se graduar e voltar: “Gosto mesmo é daqui”.
“Nunca é demais lembrar que nossa pobreza não é um fato contingente, mas deita raízes profundas na nossa história e na forma de conduzir politicamente as decisões estatais”, avalia Walquiria. “O Bolsa Família deveria se transformar em política publica, não mais política de um
governo”. “É um processo, um avanço que mal começou. E ainda é muito insuficiente. Mas quem narra uma história tem que ser capaz de narrar todos os passos desta história”, finaliza.
Fonte: IHU
31 agosto, 2013
Grupos de Reflexão semeando vidas nas CEBs - Por Lucimar Moreira Bueno
Grupos de
Reflexão semeando vidas nas CEBs !
O Evangelho nos ensina que a visita
amiga é a metodologia usada por Deus para chegar até seu povo, para realizar
seu trabalho educativo.
Olha que coisa linda “Deus visita
seu povo” (Lc 1,68-80). Uma visita salvadora, missionária que dá sentido à
vida.
Essa é a metodologia e missão das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) que com muita ousadia e dedicação através
dos seus Grupos de Reflexão é realizada.
Os Grupos de Reflexão de casa em
casa faz chegar a Palavra de Deus até as famílias, até as pessoas mais afastadas,
reforçando a comunidade, acolhendo novos participantes. Leva a todas e a todos
a visita amiga de Deus. Os Grupos de Reflexão "pertencem as comunidades", são células vivas das CEBs.
As CEBs têm um jeitinho dinâmico de
evangelizar, e através dos Grupos de Reflexão vai gerando um clima fraterno, de
amizade, um bate papo gostoso que motivado por um texto bíblico vai levando
os/as participantes a um entrosamento, cresce a autoestima, a solidariedade e
o compromisso missionário.
Com a metodologia da visita amiga,
do aproximar, ouvir, crescer juntos às CEBs através dos seus Grupos de Reflexão vai
revelando a face amiga de Deus, levando o povo a deixar-se seduzir por Ele e aí,
as CEBs tornam-se sementeiras de leigas e de leigos missionários comprometidos
com o Evangelho, sendo presença transformadora na família, comunidade e
sociedade.
As Comunidades Eclesiais de Base
fazem parte da estrutura organizacional de uma paróquia, na Arquidiocese de
Maringá, tendo como critério a territorialidade. Comunidade territorialmente
definida, nesse bairro, nesse condomínio, nesse edifício, no conjunto de quadras.
Nas paróquias estruturadas em CEBs,
essas dinamizam formando Grupos de Reflexão, em sua maioria, distribuídos pelas
ruas e quadras das CEBs. O mais perto possível das famílias.
Como dizia Dom Luciano Mendes de
Almeida: “A CEBs é uma grande celebração”.
---------------------------------
Lucimar Moreira Bueno (Lucia)
30 agosto, 2013
População brasileira deve chegar ao máximo (228,4 milhões) em 2042
A população brasileira continuará crescendo até 2042, quando deverá chegar a 228,4 milhões de pessoas. A partir do ano seguinte, ela diminuirá gradualmente e estará em torno de 218,2 milhões em 2060.
Esse é um dos destaques da publicação “Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 2000/2060 e Projeção da População das Unidades da Federação por Sexo e Idade para o período 2000/2030”, que o IBGE disponibilizou na internet.
Além da projeção da população para o país e das unidades da Federação, a publicação traz projeções da fecundidade feminina por faixa etária, da mortalidade, da esperança de vida ao nascer para o país e para as unidades da Federação e do saldo migratório (imigrantes menos emigrantes) internacional e interno, entre outros indicadores.
A população total projetada para o Brasil em 2013 foi de 201,0 milhões de habitantes, atingindo 212,1 milhões em 2020, até alcançar o máximo de 228,4 milhões em 2042, quando começará a decrescer, atingindo o valor de 218,2 em 2060, nível equivalente ao projetado para 2025 (218,3 milhões).
A redução esperada no nível de crescimento da população é decorrente, principalmente, da queda do número médio de filhos por mulher, que vem decrescendo desde a década de 1970. A taxa de fecundidade total (número médio de filhos por mulher) projetado para 2013 é de 1,77 filho por mulher; a projeção é de 1,61 filho em 2020 e 1,50 filho em 2030.
Além da queda do nível de fecundidade, projeta-se que o padrão etário de fecundidade por idade da mulher também se altere, conforme já vem sendo observado na última década, em direção a um envelhecimento da fecundidade no Brasil. Segundo a projeção, a idade média em que as mulheres têm seus filhos, que está em 26,9 anos em 2013, deve chegar a 28 anos em 2020 e 29,3 anos em 2030. A publicação completa pode ser acessada aqui.
O IBGE também divulga, hoje, as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2013. As estimativas populacionais são fundamentais para o cálculo de indicadores econômicos e sociodemográficos nos períodos intercensitários e são, também, um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União na distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios. Esta divulgação anual obedece à lei complementar nº 59, de 22 de dezembro de 1988, e ao artigo 102 da lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992. A tabela com a população estimada para cada município foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) de hoje, 29 de agosto de 2013. Está previsto, no artigo 102 da lei nº 8.443, acima citado, que, até 20 dias após a publicação das estimativas, os interessados poderão apresentar reclamações fundamentadas ao IBGE, que decidirá conclusivamente. Em seguida, até 31 de outubro, o IBGE encaminhará as estimativas definitivas ao Tribunal de Contas da União. Os resultados das Estimativas de População 2013, publicados no D.O.U, podem ser acessados aqui
28 agosto, 2013
27 agosto, 2013
Em vez Havana? O debate sobre a chegada de médicos cubanos é vergonhoso
Do ponto de vista da saúde pública, temos um quadro conhecido. Faltam médicos em milhares de cidades brasileiras, nenhum doutor formado no país tem interesse em trabalhar nesses lugares pobres, distantes, sem charme algum – nem aqueles que se formam em universidades públicas sentem algum impulso ético de retribuir alguma coisa ao país que lhes deu ensino, formação e futuro de graça.
Respeitando o direito individual de cada pessoa resolver seu destino, o governo Dilma decidiu procurar médicos estrangeiros. Não poderia haver atitude mais democrática, com respeito às decisões de cada cidadão.
O Ministério da Saúde conseguiu atrair médicos de Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai. Mas continua pouco. Então, o governo resolveu fazer o que já havia anunciado: trazer médicos de Cuba.
Como era de prever, a reação já começou.
E como eu sempre disse neste espaço, o conservadorismo brasileiro não consegue esconder sua submissão aos compromissos nostálgicos da Guerra Fria, base de um anticomunismo primitivo no plano ideológico e selvagem no plano dos métodos. É uma turma que se formou nesta escola, transmitiu a herança de pai para filho e para netos. Formou jovens despreparados para a realidade do país, embora tenham grande intimidade com Londres e Nova York.
Hoje, eles repetem o passado como se estivessem falando de algo que tem futuro.
Foi em nome desse anticomunismo que o país enfrentou 21 anos de treva da ditadura. E é em nome dele, mais uma vez, que se procura boicotar a chegada dos médicos cubanos com o argumento de que o Brasil estará ajudando a sobrevivência do regime de Fidel Castro. Os jornais, no pré-64, eram boicotados pelas grandes agencias de publicidade norte-americanas caso recusassem a pressão americana favorável à expulsão de Cuba da OEA. Juarez Bahia, que dirigiu o Correio da Manhã, já contou isso.
Vamos combinar uma coisa. Se for para reduzir economia à política, cabe perguntar a quem adora mercadorias baratas da China Comunista: qual o efeito de ampliar o comércio entre os dois países? Por algum critério – político, geopolítico, estético, patético – qual país e qual regime podem criar problemas para o Brasil, no médio, curto ou longo prazo?
Sejamos sérios. Não sou nem nunca fui um fã incondicional do regime de Fidel. Já escrevi sobre suas falhas e imperfeições. Mas sei reconhecer que sua vitória marcou uma derrota do império norte-americano e compreendo sua importância como afirmação da soberania na América Latina.
Creio que os problemas dos cidadãos cubanos, que são reais, devem ser resolvidos por eles mesmos.
Como alguém já lembrou: se for para falar em causas humanitárias para proibir a entrada de médicos cubanos, por que aceitar milhares de bolivianos que hoje tocam pedaços inteiros da mais chique indústria de confecção do país?
Denunciar o governo cubano de terceirizar seus médicos é apenas ridículo, num momento em que uma parcela do empresariado brasileiro quer uma carona na CLT e liberar a terceirização em todos os ramos da economia. Neste aspecto, temos a farsa dentro da farsa. Quem é radicalmente a favor da terceirização dos assalariados brasileiros quer impedir a chegada, em massa, de terceirizados cubanos. Dizem que são escravos e, é claro, vamos ver como são os trabalhadores nas fazendas de seus amigos.
Falar em democracia é um truque velho demais. Não custa lembrar que se fez isso em 64, com apoio dos mesmos jornais que 49 anos depois condenam a chegada dos cubanos, erguendo o argumento absurdo de que eles virão fazer doutrinação revolucionária por aqui. Será que esse povo não lê jornais?
Fidel Castro ainda tinha barbas escuras quando parou de falar em revolução. E seu irmão está fazendo reformas que seriam pura heresia há cinco anos.
O problema, nós sabemos, não é este. É material e mental.
Nossos conservadores não acharam um novo marqueteiro para arrumar seu discurso para os dias de hoje. São contra os médicos cubanos, mas oferecem o que? Médicos do Sírio Libanês, do Einstein, do Santa Catarina?
Não. Oferecem a morte sem necessidade, as pragas bíblicas. Por isso não têm propostas alternativas nem sugestões que possam ser discutidas. Nem se preocupam. Ficam irresponsavelmente mudos. É criminoso. Querem deixar tudo como está. Seus médicos seguem ganhando o que podem e cada vez mais. Está bem. Mas por que impedir quem não querem receber nem atender?
Sem alternativa, os pobres e muito pobres serão empurrados para grandes arapucas de saúde. Jamais serão atendidos, nem examinados. Mas deixarão seu pouco e suado dinheiro nos cofres de tratantes sem escrúpulos.
Em seu mundo ideal, tudo permanece igual ao que era antes. Mas não. Vivemos tempos em que os mais pobres e menos protegidos não aceitam sua condição como uma condenação eterna, com a qual devem se conformar em silêncio. Lutam, brigam, participam. E conseguem vitórias, como todas as estatísticas de todos os pesquisadores reconhecem. Os médicos, apenas, não são a maravilha curativa. Mas representam um passo, uma chance para quem não tem nenhuma. Por isso são tão importantes para quem não tem o número daquele doutor com formação internacional no celular.
O problema real é que a turma de cima não suporta qualquer melhoria que os debaixo possam conquistar. Receberam o Bolsa Família como se fosse um programa de corrupção dos mais humildes. Anunciaram que as leis trabalhistas eram um entrave ao crescimento econômico e tiveram de engolir a maior recuperação da carteira de trabalho de nossa história. Não precisamos de outros exemplos.
Em 2013, estão recebendo um primeiro projeto de melhoria na saúde pública em anos com a mesma raiva, o mesmo egoísmo.
Temem que o Brasil esteja mudando, para se tornar um país capaz de deixar o atraso maior, insuportável, para trás. O risco é mesmo este: a poeira da história, aquele avanço que, lento, incompleto, com progressos e recuos, deixa o pior cada vez mais distante.
É por essa razão, só por essa, que se tenta impedir a chegada dos médicos cubanos e se tentará impedir qualquer melhoria numa área em que a vida e a morte se encontram o tempo inteiro.
Essa presença será boa para o povo. Como já foi útil em outros momentos do Brasil, quando médicos cubanos foram trazidos com autorização de José Serra, ministro da Saúde do governo de FHC, e ninguém falou que eles iriam preparar uma guerrilha comunista. Graças aos médicos cubanos, a saúde pública da Venezuela tornou-se uma das melhores do continente, informa a Organização Mundial de Saúde. Também foram úteis em Cuba.
Os inimigos dessas iniciativas temem qualquer progresso. Sabem que os médicos cubanos irão para o lugar onde a morte não encontra obstáculo, onde a doença leva quem poderia ser salvo com uma aspirina, um cobertor, um copo de água com açúcar. Por isso incomodam tanto. Só oferecem ameaça a quem nada tem a oferecer aos brasileiros além de seu egoísmo.
25 agosto, 2013
Dia da Leiga e do Leigo Cristão
Através de nós, leigas e leigos, que temos
uma missão especial na Igreja e na sociedade, vocação que recebemos pelo
batismo, a Igreja se faz presente nos diversos ambientes sociais, semeando os
valores evangélicos da solidariedade e da justiça, sendo instrumento na
construção da sociedade justa, fraterna e solidária, sinal do Reino de Deus.
Somos membros ativos na comunidade,
assumindo ministérios e serviços conscientes que nossa missão é no mundo. Somos
chamados a realizar nossa missão dentro das realidades nas quais encontramos no
dia-a-dia: na família na comunidade, no trabalho, na escola, na faculdade, no
esporte, no lazer, no mundo da política e da cultura, nos movimentos populares
e sindicais, nos meios de comunicação.
É muita linda a caminhada de tantas
mulheres leigas e de tantos homens leigos de todas as idades, na comunidade e pelo mundo. Somos fermento
nesses campos de vida e de atuação, somos "sal da terra e luz do
mundo". Em nossas atitudes de
serviço, doação em prol das irmãs e irmãos, respeitando o outro, em busca da
justiça e pela libertação percebemos que somos fermento que faz crescer o reino
de Cristo.
24 agosto, 2013
Ibope: Aprovação ao Governo Dilma sobe de 31% para 38%
A avaliação positiva do governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) recuperou parte da aprovação perdida após as manifestações populares de junho. Pesquisa Ibope/Estado divulgada nesta sexta-feira (23), mostra que a taxa de ótimo/bom do governo cresceu de 31% para 38% desde 12 de julho. Ao mesmo tempo, as opiniões de que o governo é ruim ou péssimo caíram de 31% para 24%. A avaliação de que o governo é “regular” permaneceu em 37%. Apenas 1% não soube ou não quis responder.
A recuperação ocorreu principalmente no Sul e no Sudeste, onde as taxas de aprovação cresceram 12 e 11 pontos porcentuais, respectivamente. Para a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, a recuperação de parte da popularidade de Dilma está relacionada ao refluxo das manifestações de rua, principalmente no Sudeste. “Os protestos diminuíram de tamanho e de alvo. A presidente não está mais no foco das manifestações”, afirma Marcia. Ajudou também a melhoria de alguns indicadores econômicos, como a redução da inflação e do desemprego, e o aumento da confiança do consumidor.
Em comparação com os números divulgados pelo Datafolha há duas semanas, a aprovação ao governo foi de 36% para 38%. A pesquisa Ibope-Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de agosto. Foram 2.002 entrevistas face a face, feitas na residência dos entrevistados. A pesquisa foi feita em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. Sua margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.
Perfil dos primeiros médicos que chegam ao Brasil
Médicos cubanos de 2ª categoria? Olhem a ficha da galera que vem aí…
22 de agosto de 2013 | 19:43
O Conselho Federal de Medicina entrou de novo na Justiça para impedir a contratação dos médicos cubanos.
Vai perder a ação e vai perder a credibilidade.
Aliás, já devia ter recuado, pois está perdendo.
Primeiro, porque alega que estes médicos são “menos qualificados” que os brasileiros, incluídos aí aqueles que batiam ponto com dedinhos de silicone, que estão com seu registro zeradinho, positivo e operante.
Ora, ainda que fossem menos qualificados – e já vamos ver como não são – seriam menos qualificados do que quem? Do que os inexistentes médicos dos municípios para onde vão? Porque não tem médico neles e nem médico brasileiro que queira ir pra lá ganhando R$ 10 mil, casa e passagem.
Mas hoje o Ministério divulgou o perfil dos primeiros 400 médicos, que chegam em dias por aqui.
Não são garotos, recém-formados e inexperiente: 89% tem mais de 35 anos e 65% ficam entre 41 e 50 anos.
84% têm mais de 16 anos de exercício da medicina.
100% têm especialização em Saúde da Família, 20% mestrado nessa especialidade e 28% têm outros cursos de pós graduação.
Todos já cumpriram missões no exterios, quase a metade mais de uma, estão acostumados a conviver com carências sociais e doenças tropicais.
E, como se não bastasse, ainda acham que o paciente é um ser humano!
Por: Fernando Brito
Brasil sedia encontro da Marcha Mundial das Mulheres pela primeira vez
Fonte: Brasil de Fato
O Brasil sediará, pela primeira vez, o Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Com o mote “Feminismo em marcha para mudar o mundo”, a nona edição do evento ocorrerá entre 25 e 31 de agosto em São Paulo, no Memorial da América Latina.
Cerca de 1,6 mil ativistas de 40 países e 18 estados brasileiros participarão do encontro, que terá como pautas o combate ao machismo, a autonomia sobre o corpo, a auto-organização das mulheres e a questão dos territórios, dentre outros temas.
Além de debates, oficinas e atividades culturais, as mulheres promoverão uma mobilização pelas ruas da capital paulista em 31 de agosto, que deverá contar com 10 mil feministas.
Fortalecer
O 9º Encontro Internacional da MMM terá diferentes momentos e objetivos. Um deles é a escolha do novo secretariado da Marcha, que está no Brasil desde 2006 e passará para outro país.
O evento também será um espaço de intercâmbio entre as experiências da luta feminista em vários países. A ideia central, segundo a integrante da coordenação nacional da Marcha, Conceição Dantas, é consolidar o movimento feminista, dando continuidade à agenda das mulheres que está em curso no Brasil e em outros países.
“Vamos fortalecer, com esse encontro, a lógica de que só mudaremos a vida das mulheres se a gente transformar o mundo e só mudaremos o mundo se transformarmos a vida das mulheres”, diz.
O evento também será o pontapé inicial da quarta grande ação internacional do movimento, que será realizada em 2015.
Origem
A inspiração para a criação da Marcha Mundial das Mulheres partiu de uma manifestação realizada em 1995, em Quebec, Canadá, quando 850 mulheres marcharam 200 quilômetros, pedindo, simbolicamente, Pão e Rosas. A ação marcou a retomada das mobilizações das mulheres nas ruas e significou também uma crítica ao sistema capitalista.
Cinco anos depois, surgia a Marcha Mundial das Mulheres, que realizou em 2000 sua primeira grande ação internacional, reunindo mulheres de 159 países em uma campanha contra a pobreza e a violência. As ações foram iniciadas em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e terminaram em 17 de outubro, organizadas a partir do chamado “2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista”.
Um dos méritos da MMM, para Conceição Dantas, foi recuperar a ideia de mobilização no movimento feminista. Durante a década de 1990, lembra ela, os debates sobre as questões das mulheres ocorriam a portas fechadas, ficando restritas às reuniões da Organização das Nações Unidas e a conferências internacionais.
Para as militantes da Marcha, no entanto, é essencial ir além e levar a discussão para as ruas.
“Queremos, cada vez mais, fortalecer uma agenda em que o feminismo seja um movimento verdadeiramente de massas, que consiga mobilizar multidões para transformar o mundo e a vida das mulheres”, afirma.
A realização dos Fóruns Sociais Mundiais contribuiu para a internacionalização do movimento, que hoje está presente em quase 70 países de todos os continentes.
Além da ação em 2000, duas outras grandes ações ocorreram em 2005 e 2010. Esta última, no Brasil, foi marcada por uma caminhada entre as cidades de Campinas e São Paulo entre 8 e 18 de março, com presença de cerca de 3 mil participantes.
Outro modelo
Dentre os princípios da Marcha, estão a organização das mulheres urbanas e rurais a partir da base para a superação do sistema capitalista patriarcal. O entendimento é de que as desigualdades de gênero só serão efetivamente superadas com a adoção de outro modelo de desenvolvimento. Por isso, explica a integrante da Marcha Mundial das Mulheres Tica Moreno, é preciso conduzir a militância feminina para além da reivindicação de políticas públicas em nível institucional.
“Para conseguir igualdade, autonomia e liberdade para todas as mulheres não basta conquistar algumas leis. Tem que ter capacidade para alterar a correlação de forças e transformar as relações sociais de opressão entre os homens e as mulheres e as relações anticapitalistas”, garante.
Neste sentido, pontua Tica, está a importância da aliança com movimentos sociais mistos, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores e diversas outras organizações. Além de pensar em estratégias comuns de mobilização, as articulações possibilitam incentivar o feminismo dentro de cada movimento.
“Não é só apresentar uma agenda geral e depois lembrar das mulheres”, esclarece Tica. “O conjunto dos movimentos sociais que estão em luta para transformar a sociedade precisam incorporar a igualdade entre homens e mulheres como um princípio”, completa.
Violência
Dentre os avanços do movimento feminista no mundo, para Conceição Dantas, está a auto-organização permanente das mulheres e a conquista de melhorias em alguns setores, como no trabalho e na educação. Entretanto, ela lembra que os avanços não se estenderam a todas, ficando de fora justamente as mulheres mais pobres.
“Tem muitas mulheres que ainda sofrem violência e que ainda não conseguem ter uma relação de igualdade. Uma pequena parte das mulheres conseguiu ter avanços”, diz.
A violência é um dos aspectos que mais preocupa. De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um terço de todas as mulheres do mundo é vítima de violência física ou sexual. Os índices, para a entidade, representam um problema de saúde global com proporções epidêmicas.
No caso do Brasil, a aprovação da Lei Maria da Penha, há sete anos, é considerada uma conquista importante do movimento feminista na luta contra a violência doméstica. Entretanto, segundo Tica Moreno, as agressões sexuais cometidas em locais públicos são outra realidade a ser enfrentada.
Segundo dados da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, estima-se que, a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada no Brasil. Outra estatística, esta do Ministério da Saúde, indica que de 2009 a 2012, os estupros notificados cresceram 157%.
Os estupros coletivos também são uma preocupação. No Piauí, só em 2013 foram registrados quatro casos de estupros coletivos – uma das vítimas é portadora de deficiência física e mental. Também este ano, no Rio de Janeiro, uma turista estadunidense foi violentada sexualmente oito vezes durante o assalto a uma van. Os mesmos homens foram acusados por dois outros casos semelhantes.
Outro episódio que ganhou repercussão ocorreu em 2012, com o estupro de cinco mulheres durante uma festa de aniversário em Queimadas, no agreste paraibano. Os estupros, que resultaram em duas mortes, seriam um “presente” para o aniversariante.
Além do fim da violência contra as mulheres, Conceição elenca como desafios a serem superados o fim da mercantilização do corpo e da imposição da beleza para as mulheres, problemas que afetam diretamente as brasileiras.
Outra luta importante, de acordo com ela, é a descriminalização e legalização do aborto, caminho que guarda muitos obstáculos.
“Temos uma sociedade conservadora, que utiliza o argumento religioso para fortalecer os seus argumentos tradicionais, conservadores e de direita”, ressalta.
20 agosto, 2013
Assinar:
Postagens (Atom)