13 setembro, 2017

CEBs NO CONTEXTO URBANO. A cidade desafia as CEBs. J. B. Libanio

As CEBs conservam a vocação de ser presença no coração da vida da cidade, carregada de problemas sociais.



A cidade desafia as CEBs.  As injustiças sociais no campo aparecem, sob certo sentido, de maneira bem escandalosa. A cidade tende a escondê-las. Ao assumir as grandes transformações culturais, as pessoas, mesmo pobres, sentem que participam de seus benefícios: eletricidade, aparelhos domésticos, produtos industrializados a preço acessível. Tal fato anestesia a consciência crítica. Dificulta as lutas. Ao vir para cidade, pensa-se que já se goza automaticamente de seus benefícios. E por isso, perde-se certa garra de luta.

Com efeito, gente que nas CEBs do interior reivindicava pelos próprios direitos, ao cair na grande cidade, diminui o fôlego. A cultura pós-moderna, com a inundação gigantesca de programas de TV e com outros recursos da informática, avassala a mente com propaganda. Tal universo de informação e de entretenimento termina por cansar as pessoas a ponto de elas não encontrarem energia para outras atividades. Passa-se facilmente de consciência combativa para acomodada.

Os líderes estudantis e operários, que, em décadas anteriores, conseguiam mobilizar os afiliados para comícios, assembleias e greves, lutam tenazmente para chegar até a eles por causa dos entraves que as cidades cada vez maiores põem e por influência da cultura pós-modernidade presentista e paralisadora.

As CEBs, que no passado desempenharam papel relevante na vida política do país a ponto de terem estado na origem de mobilizações e movimentos sociais populares, e também do Partido dos Trabalhadores, sofrem, nas cidades, da inércia crescente em face da política. Há enorme descrédito de tal atividade humana em consequência de vergonhosos escândalos por parte dos atuais políticos. Não há dia em que as manchetes não estampem casos de corrupção na administração do bem público.

O arrefecimento da prática religiosa na cidade

A cidade em relação à prática religiosa está a provocar-lhe o arrefecimento. Dificulta o exercício dos atos religiosos que na vida rural se seguiam cuidadosamente.  Já não se veem, com a clareza da vida rural, os antigos símbolos católicos, invadidos por outras religiões, especialmente pelas igrejas neopentecostais. As distâncias aumentam. A vida urbana acelera o ritmo das pessoas. A queixa geral: não se tem tempo para nada. De fato, na cidade o problema do tempo se torna cada vez mais grave. Um dos entraves para o crescimento da vida das CEBs vem de as pessoas não conseguirem hora para reunir-se. (nas cidades grandes, gasta-se muito tempo no trânsito, por exemplo.  A vida religiosa parece minguar.

O isolamento das pessoas e o cultivo do espírito comunitário.

A cidade aproxima fisicamente as pessoas. Agrupa-as em quantidade gigantesca. E curiosamente produz o efeito contrário. Em vez de socializá-las, isola-as no anonimato e no individualismo. Impera a regra: “salve-se quem puder”. Teme-se que estabelecer relações com as pessoas próximas traga invasões da privacidade.

Então surge o desafio para as CEBs urbanas. Como conseguir um equilíbrio entre o isolamento e a invasão exagerada da intimidade num ambiente de excessiva proximidade física.  As CEBs têm muito a oferecer com a experiência de ser comunidade. A origem primeira das CEBs aconteceu em torno de círculos bíblicos, celebrações, lutas sociais. As pessoas se reuniam para rezar, debater, celebrar, organizar mutirões. Essas realidades continuam importantes e mais ainda na cidade.

Os pilares das CEBs

Importa muito conjugar a dimensão comunitária, a preocupação social e a religiosidade. Sem esses três traços a CEB perde a característica própria. A cidade inibe, sob certo aspecto, os três elementos. Dificulta as reuniões comunitárias. Reduz o tempo para a convivência e assim impede o pessoal organizar-se comunitariamente.  Sem muita motivação e empenho, dificilmente as pessoas se reúnem para leitura orante da bíblia, para celebrações e reuniões, a fim de programar atividade social. E sob esta perspectiva, ela impede o empenho social.

CEBs evangelizam a religiosidade na cidade.

As CEBs conservam a vocação de ser presença no coração da vida da cidade, carregada de problemas sociais. Cresce nas pessoas certo desejo espiritual, provocado pela violência e dureza da vida urbana. As CEBs constituem-se pequeno oásis de espiritualidade.  A explosão do fenômeno religioso reflete a carência de toque espiritual no mundo atual.  Mas é preciso evangelizar a religiosidade. A religiosidade que não pede conversão, ainda não se deixou evangelizar. As CEBs têm potencial poderoso de ajudar as pessoas envolvidas na onda espiritualista para que descubram a exigência de mudança de vida. Mas em que direção? Na direção de uma conversão que, em última análise, assuma o serviço aos pobres, necessitados, marginalizados da sociedade. Então, o último passo da conversão da religiosidade se dá no compromisso, na práxis da caridade. Experiência que as CEBs conhecem de longa data e de que, portanto, têm muita experiência.

A cidade está a exigir das CEBs transformações profundas. Vale o princípio básico de toda mudança. Olhar para o passado, recolher os valores fundamentais e conservá-los. Perceber-lhes os limites e abandoná-los. E, sobretudo entregar-se à tarefa criativa. Ficam, portanto, estes questionamentos:

Que elementos das experiências anteriores vividas pelas CEBs merecem ser conservados?
Que elementos se consideram definitivamente superados e, portanto, não cabe teimar retê-los?
Finalmente, que novas perspectivas a cidade abre para as CEBs?

Fonte: www.cebsdobrasil- Nordestão- Batista Silva GT comunicação

Fonte: CEBs do Brasil


Lançamento do Hallel 2017


"Queremos o preto e o favelado no centro do processo decisório"

Com a crítica de que os partidos que estão no poder não têm discutido temas como o genocídio da população negra e as incursões policiais nas periferias do País, a Frente Favela Brasil luta para se transformar em legenda.
Lançado em 2016, o movimento acaba de protocolar um pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e agora corre para coletar quase 500 mil assinaturas para se transformar no 36º partido político brasileiro. Se fizer isso até outubro próximo, poderá disputar as eleições de 2018.
O principal objetivo da sigla é combater as desigualdades que assolam o povo negro e periférico por meio da construção de um "projeto de oportunidades". A diferença, diz o seu presidente Wanderson Maia, de 28 anos, é que, em vez de buscar terceiros que a represente, a Frente Favela vai atuar para colocar o preto e o favelado nos espaços de poder. “Todos nós sempre estivemos longe do debate político central”, afirma Maia, que vive em Brasília.
Servidor público e cientista político, Maia divide a presidência do partido com Patrícia Alencar. Na Frente Favela, a ideia é que 50% dos quadros partidários sejam compostos por mulheres.
Nesta entrevista publicada por CartaCapital, 12-09-2017, Wanderson Maia fala sobre os planos do partido. A legenda quer representar os 54% da população brasileira que se autodeclaram pretos ou pardos e, embora defenda pautas progressistas, o movimento não se identifica com a esquerda brasileira. "Levamos bandeiras históricas da esquerda, mas não nos sentimos contemplados pelos partidos que aqui estão."
Wanderson Maia, da Frente Favela, evoca a filósofa Sueli Carneiro: Entre esquerda e direita, somos pretos. 
Wanderson Maia, da Frente Favela, evoca a filósofa Sueli Carneiro: Entre esquerda e direita, somos pretos. Foto: Divulgação.
Eis a entrevista.
Por que a Frente Favela quer se tornar partido? Qual o objetivo?
O objetivo central da Frente Favela é promover a igualdade de oportunidades para os pretos e para os favelados e periféricos de todo o País. Precisamos ter a consciência étnico-racial de que os negros foram alijados de toda a estrutura social, a eles foram renegados vários direitos fundamentais. No governo, a esquerda promoveu algumas políticas de inclusão, mas algo ainda residual para a realidade negra do Brasil e para a realidade daqueles que vivem em comunidades periféricas.
Todos nós, tanto negros quanto favelados, sempre estivemos longe do debate político central, longe dos temas centrais dos programas dos partidos tradicionais. Então, além de promover a igualdade de oportunidades, o partido pretende promover a auto-organização do povo negro e favelado para que possam participar politicamente a partir da nossa estrutura partidária. Queremos o preto e o favelado no centro do processo decisório.
Hoje, os negros participam da política em seus guetos partidários, sendo representados por aqueles que sempre estiveram no processo decisório político: os brancos das classes mais abastadas do País. Então a ideia é fazer com que a envergadura do partido sejam os negros, as mulheres e os favelados.
A Frente Favela foi lançada em 2016, e vocês já disseram que o impeachment de Dilma Rousseff influenciou o movimento. Como se deu essa influência?
Naquele momento houve no País uma falsa polarização, como se estivessem em disputa dois modelos de fazer política totalmente diferentes um do outro, azul e vermelho. Isso nos influenciou porque, naquele contexto do impeachment, havia um debate interno de onde nós deveríamos nos enquadrar.
Essa foi uma cobrança que a polarização exerceu sobre todos os brasileiros, cada cidadão deveria ser ou coxinha ou petralha, ou azul ou vermelho. Isso colocou para nós, pretos e favelados, uma reflexão. Em que momento o genocídio da população negra está sendo discutido no PT ou no PSDB? Em que momento questões como as incursões policiais nas favelas, que são caras para a população preta e para a população periférica, estão sendo discutidas?
O Estado de exceção já existia para a população periférica, que sempre viveu a ausência da Constituição, a ausência da garantia de seus direitos fundamentais. Isso não foi plataforma política em momento algum, nem na campanha eleitoral de 2014, nem no debate do impeachment, nem na discussão sobre a superação da crise econômica.
Se o partido for criado de fato, de que forma vocês vão se apresentar ideologicamente? Esquerda ou direita?
Nós evocamos a frase de uma das teóricas que temos como referência, que é a Sueli Carneiro, feminista negra: Entre esquerda e direita, nós permanecemos pretos. É claro que as nossas bandeiras históricas têm muito mais familiaridade com as bandeiras da esquerda, do bem-estar social, da intervenção do Estado em alguns aspectos da economia. Mas esse debate do genocídio da população negra, da violência que afeta as nossas comunidades, seja pela ausência do Estado, seja pela presença do Estado de maneira violenta, esse debate gera questões políticas que, para nós, são diferentes do debate da esquerda atual.
Então é assim que a gente se posiciona: levamos bandeiras históricas da esquerda, mas não nos sentimos contemplados pelos partidos de esquerda que aqui estão.
Quais são as outras bandeiras?
Valorização da nossa história e da cultura negra; oportunidades de trabalho e pleno emprego; e educação pública, gratuita e de qualidade.
São bandeiras que o campo de esquerda vem trazendo, mas com a diferença central da estrutura partidária e de representação. Essa é a inovação que o Frente Favela traz. O partido não traz as bandeiras históricas apenas em teoria, como ideologia programática no estatuto da legenda, mas procura trazer o protagonismo de cada favelado e cada preto do País. São eles que vão compor as diretorias municipais, estaduais e nacional do partido. É nessa questão da representação que a gente quer atuar como diferencial dentro da esquerda.
Vocês já estão escolhendo os candidatos que eventualmente disputariam as eleições pelo Frente Favela? O rapper MV Bill está sendo cotado?
Definitivamente ainda não estamos nessa discussão eleitoral de quem serão os nossos pré-candidatos ou os nossos futuros candidatos. Estamos na fase de construção da estrutura interna do partido e da coleta de assinaturas.
Com a legenda na mão, com o registro do partido proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral, aí sim faremos as prévias, as discussões e as convenções do partido para debater de que forma vamos nos colocar no quesito eleitoral.
Por enquanto nós temos o apoio de vários artistas, de pessoas que se identificaram com o nosso programa e que estão somando na organização interna do partido. O MV Bill e outros artistas, intelectuais negros e pessoas que estão na mídia e que vêm desse contexto de subúrbio ou favela, a participação deles gira em torno não de candidaturas, mas de apoio ao partido, de fazer a Frente Favela acontecer.
Vocês precisam de quase 500 mil assinaturas para obter o registro junto ao TSE. E, para que possam disputar as eleições de 2018, vocês têm menos dois meses para fazer isso. Qual a expectativa? Vai dar tempo?
Nós estamos com uma expectativa bastante otimista, porque muita gente tem nos procurado se colocando à disposição como voluntário, para fazer acontecer as assinaturas. Estamos crescendo muito em termos de organização e acho que vai ser possível.
As pessoas têm olhado para o sistema político atual e não têm visto nada parecido com a iniciativa do Frente Favela. E as pessoas têm entendido que o nosso partido pode ser uma alternativa a todos esses gargalos que existem no sistema político atual, no sentido de que pode ser interessante mudar os atores para [colocar no poder] alguém que tenha os pés na comunidade, que realmente use o Sistema Único de Saúde.
Como vocês veem a questão da política real, a formação de alianças? De que forma vocês vão se colocar?
Ainda estamos maturando essa questão das alianças porque, se você ainda não é um partido, essa política real naturalmente fica um pouco distante. Mas vamos compor com quem tenha real compromisso com as nossas bandeiras, com aquilo que de fato vai beneficiar o povo pobre, de favela, de periferia e os negros.
Você falou sobre genocídio da população negra e incursões policiais violentas nas favelas. Dentro das bandeiras que o Frente Favela vai defender está prevista também a discussão de uma nova política de drogas?
Nós ainda não avançamos muito nesse debate, não conseguimos definir uma plataforma. Precisamos aprofundar a pauta da segurança. Estamos esperando passar esse processo de coleta de assinaturas e de convenções partidárias para poder tirar uma posição fechada. Mas nós acreditamos que a forma como a segurança é exercida pelo Estado precisa mudar sem dúvida alguma. Porque, no modelo que está colocado atualmente, o combate às drogas e as incursões policiais são muito em função dessa guerra às drogas, que acaba prejudicando a população mais pobre do País. Muitos inocentes morrem nessas incursões policiais. Na prática, a guerra às drogas acaba virando uma guerra aos pobres.
Então isso já demonstra que a política de drogas atual está calcada em preconceito. Há muito para desmistificar na sociedade, mas para isso é preciso um debate mais profundo com todos que estão compondo o partido para que a gente apresente alternativas. Porque fica difícil eu dizer algumas questões que a gente possa defender em política de drogas sem propor alternativas a esse modelo que aí está. E a sugestão envolve políticas de saúde, de segurança pública, várias questões transversais.
O partido defende a igualdade de gênero. Porque essa questão é importante para vocês?
É importante porque a maioria da população com a qual a gente dialoga são as mães de família. A gente não pode negar isso, não pode negar o papel que as donas de casa têm no processo de mobilização política, de participação comunitária. A voz dessa mulher é fundamental para discutirmos políticas para as mulheres e outras questões transversais como saúde e educação.
Ter igualdade de gênero é fundamental para que a gente consiga dialogar de fato com as nossas origens populares, e é por isso que 50% de todas as instâncias partidárias devem ser preenchidas por mulheres, desde o diretório municipal até o nacional.
Para encerrar, gostaria que você explicasse como vai funcionar essa regra de que parlamentares eventualmente eleitos pelo Frente Favela terão que doar 50% de seus salários.
Todos os parlamentares eleitos terão que doar 50% de seus salários deles para uma fundação que está em processo de criação junto à fundação do partido. A ideia é que essa fundação possa beneficiar as comunidades nas área social, em saúde e educação.
Nós também queremos reduzir a ideia de que a vida política é uma trajetória de enriquecimento pessoal. Um salário de 33 mil reais [deputado federal], mesmo que reduzido a 50%, é um bom salário. Para quem veio da realidade de comunidade, de periferia, ou para quem é negro e tem os piores salários, quando comparados aos de outras etnias, é um bom salário. E a outra metade do dinheiro poderá retornar à comunidade que o elegeu, em benefícios para a sociedade.
Fonte: IHU

Núncio na colômbia: Papa nos explicou como fazer para nos reconciliarmos


Bogotá (RV) – O Papa Francisco veio dar “o primeiro passo” entre nós e as pessoas se uniram ao Papa, prontas a dar os primeiros passos necessários para fazer retornar a paz ao país.

Esta é uma das considerações do Núncio Apostólico na Colômbia, Arcebispo Ettore Balestrero, ao fazer um balanço à Rádio Vaticano da viagem apostólica do Papa à Colômbia:

“Uma primeira impressão é o rosto dos colombianos que o esperaram, que choraram, que o abraçaram, que se apegaram a ele: quase que significando que o Papa veio para mostrar não somente que devemos dar o primeiro passo, mas que o primeiro passo pode ser dado e que a Colômbia é capaz de fazer isto. Portanto, deu a esperança aos colombianos, a esperança de um futuro diferente. Ele como que representou e recolheu a vontade dos colombianos de virar a página e a possibilidade de fazê-lo, porque estamos no momento em que isto é possível e diria também necessário. Construir um país sobre bases diferentes, sobre bases do amor, do respeito, das capacidades dos seus habitantes, também sobre a base de um respeito dos direitos humanos e da dignidade de cada pessoa”.

RV: O Papa quis entrar de certa forma “na carne” – como diria ele – do processo que a Colômbia se prepara para viver. Considerando também a sua história, considerando a reconciliação, uma reconciliação verdadeira, não política, não técnica. Como ele disse: é necessário partir do coração das pessoas, sobretudo do coração de quem sofre. Assim, na sua opinião, depois daquilo que o Papa disse, de que modo a Colômbia se apresenta diante desta necessidade?

“Acredito que a Colômbia se apresenta com uma grande receptividade, ao menos em nível de povo. No sentido de que existe uma vontade, como eu dizia antes, de virar página, de redescobrir a outra pessoa; existe sobretudo uma vontade de olhar para frente. O Papa veio catalisar este desejo, expressá-lo e dar a ele uma certa orientação, porque nos explicou como fazer para nos reconciliarmos, nos explicou o que é necessário: o respeito pela outra pessoa, o reconhecimento das vítimas, da verdade, o valor da justiça e que a verdade e a justiça são dois fatores que juntos são indispensáveis para construir um novo país. Me parece que oPapa, de uma forma ou outra, traçou um caminho que a população colombiana deseja percorrer e tem necessidade de percorrer”.

RV: Um tema aparentemente secundário da viagem foi o da vulnerabilidade. O Papa falou sobre isto ao acolher uma daquelas jovens com necessidades especiais diante da Nunciatura, com necessidades. No dia seguinte, durante a Missa em Medellín,  retomou este tema. De certa forma, isto poderia representar de forma simbólica o caminho da Colômbia. O quanto é importante sentir-se vulneráveis para recomeçar?

“É importantíssimo reconhecer a própria vulnerabilidade, que é evidente na Colômbia, mas é muito mais importante ainda -  como disse o Papa – tomar consciência de que todos somos vulneráveis, que também aqueles que aparentemente são mais fortes, são mais violentos, na realidade têm feridas muito profundas. O Papa nos ensinou que Deus dentro de nós deseja curar e pode curar esta vulnerabilidade, estas feridas: sozinhos não conseguimos. O povo colombiano sozinho, abandonado à própria sorte, não pode. Mas por isto, acredito, houve esta acolhida tão apoteótica do Papa. Milhões de pessoas na Missa em Bogotá, na Missa em Medellín, mas também milhões de pessoas pelas ruas. Por que? Porque vem para expressar no seu hábito branco o desejo, para projetar para o exterior o desejo interior de mudar, de uma cura profunda. E nos diz que somos capazes de fazê-lo, nos diz que com Cristo que cura as feridas humanas, cada um de nós pode curá-las, e nos diz também para olhar para as feridas dos outros com misericórdia, conscientes de que cada um tem as suas e que porém, todos juntos, podemos melhorá-las, todos juntos podemos curá-las e acredito e espero que a partir de agora se possa começar um caminho de cura dentro do país”.

RV: Para concluir poderíamos dizer assim: o Papa Francisco veio à Colômbia para dar o primeiro passo. A Colômbia agora, na sua opinião, como conseguirá dar os passos sucessivos?

“Os passos sucessivos vão depender dos colombianos. Acredito que o primeiro passo fundamental será o de tomar consciência daquilo que o Papa nos disse, reviver isto e depois começar a colocar em prática, começar a colocar isto em prática em nível de família, porque a grande violência e a vulnerabilidade estão dentro da família, mas colocar isto em prática também em nível de povoados e como Igreja assumir a mensagem do Papa e procurar divulgá-lo, de vivê-lo e testemunhá-lo na vida dos pastores e de todos os fiéis”.

(JE/AdC)

Fonte: Rádio Vaticano


12 setembro, 2017

III Semana de Espiritualidade 2017

Inscrições:

PUCPR - C.A. de Teologia  
Facebook: https://www.facebook.com/casjpii/


Crise econômica, desemprego e preconceito aumentam risco de suicídio - Ipea


Em todos os países episódios de suicídio são registrados, mas segundo dados da OMS, 75% dos episódios ocorreram em nações de baixa e média renda em 2012.


A reportagem é de Helena Martins e publicada por Agência Brasil, 11-09-2017.


A cada 40 segundos, um suicídio ocorre no mundo. Ao todo, são 800 mil registros anuais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora tenha forte componente individual, determinantes sociais - como questões econômicas - também têm influência em diversos casos investigados. Episódios de suicídio são registrados em todos os países, mas segundo dados da OMS, 75% dos episódios ocorreram em nações de baixa e média renda em 2012.


Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) sobre austeridade e saúde diagnosticou, a partir da análise de diferentes estudos, que as crises econômicas e o consequente aumento do desemprego aumentam o risco de suicídio e de mortes decorrentes do abuso de álcool.


Falta de esperança, dificuldades de se enquadrar no ambiente social e econômico são problemas apontados pela autora da análise e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Fabiola Sulpino Vieira.

Crise e austeridade

Em momentos de crise, a demanda por atendimento de saúde cresce, tanto pela degradação das condições de saúde quanto pela dificuldade de ter acesso a um serviço privado. Por isso, a possibilidade de ocorrência de suicídios pode aumentar com a adoção de políticas de austeridade.

“A crise gera uma série de problemas, à medida que você provoca uma situação de instabilidade muito forte. Quando vem a austeridade, que geralmente vem por meio do corte de despesas da área social, você acaba tirando possibilidades de mitigação dos efeitos da crise na vida das pessoas”, explica Fabiola.

Após analisar vários países que enfrentaram crises ao longo da história, a pesquisadora concluiu que aqueles que mantiveram políticas de reinserção das pessoas no mercado de trabalho e renda mínima, além de serviços públicos de saúde e educação, “não só mitigaram os efeitos da crise sobre a situação de saúde das pessoas, como também tiveram resultado em conseguir retomar o crescimento econômico em um prazo mais curto do que os que adotaram a austeridade”.

Enfatizando a necessidade de prevenção, o estudo alerta que “programas de proteção social e voltados para o mercado de trabalho podem reduzir o risco de desfechos negativos sobre a saúde mental e problemas relacionados ao abuso de álcool, além disso, podem promover a saúde e o bem-estar”.

A situação do Brasil

O Brasil não está fora desse quadro. O país tem taxa proporcional de suicídio baixa. Segundo o Ministério da Saúde, em 2014, foram registrados 10.653 óbitos por suicídio no Sistema de Informação de Mortalidade, taxa média de 5,2 por 100 mil habitantes, praticamente metade da média mundial, que é de 11,4 casos para o mesmo grupo. No entanto, tem sido diagnosticado um crescimento constante do número de ocorrências, especialmente, em relação a determinados grupos sociais.

Jovens

“Fatores puramente econômicos como o desemprego e a renda causam maior impacto sobre a taxa de suicídio ao grupo de pessoas mais jovens”, destacou o Ipea, em pesquisa sobre determinantes sociais do suicídio, publicada em 2010. Pressão social por sucesso e desemprego estrutural entre os jovens são alguns dos fatores que explicam essa situação, segundo o Ipea. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos no mundo, segundo a OMS.

A questão de gênero é outra questão destacada na análise. Verificando microdados do Ministério da Saúde relativos ao intervalo entre 2000 e 2010, o Ipea constatou que 79% das vítimas são do sexo masculino. Já estudo que trata da relação entre acesso às armas de fogo e suicídio destacou que, quando consideradas apenas as mortes cometidas com armas de fogo, esse percentual chega a 88%.

Brancos

A diferença racial não aparenta ser tão determinante na análise das ocorrências gerais. Há 5% a mais de vítimas brancas. Quando destacado o uso da arma de fogo, esse percentual aumenta em quase dois terços.

“Isto provavelmente reflete que os indivíduos de cor branca são em média mais ricos que os não brancos e, portanto, possuem mais facilidade de adquirir armas de fogo”, avalia o Ipea.

O estudo aponta ainda que a disponibilidade de armas desse tipo pode favorecer a ocorrência de suicídios, de forma geral.

Indígenas

O acesso às armas de fogo em regiões de fronteira ou nas regiões agrícolas, onde muitos conflitos são registrados, ajuda a compreender a distribuição geográfica das ocorrências. Exemplo disso é o número bastante elevado de suicídios em Mato Grosso e no Amazonas. Enquanto a média nacional é de 5,2 casos por grupo de 100 mil habitantes, nesses locais a taxa é de 13,6 e 11,9, segundo dados do Mapa da Violência 2017.

LGBTs

Em 2016, a ocorrência de casos desse tipo no âmbito da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) chamou a atenção do Grupo Gay da Bahia (GGB) que, todos os anos, produz relatório sobre violência homofóbica. O grupo registrou 26 suicídios, sendo 21 gays, três lésbicas e duas pessoas transexuais. O número deve ser maior, já que a pesquisa contabiliza apenas casos noticiados por jornais e pela internet.

Políticas públicas

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza acompanhamento psicológico e psicoterápico, incluindo terapia ocupacional, bem como assistência hospitalar a todas as pessoas com transtornos mentais ou problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

Preocupado com o crescimento do número de suicídios, em 2006, o Ministério da Saúde publicou as Diretrizes Nacionais de Prevenção do Suicídio (Portaria 1.876/2006) e o manual dirigido aos profissionais das equipes de saúde mental dos serviços de saúde.

A iniciativa integra a Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, que tem como objetivo reduzir as taxas de óbitos por esta causa, bem como as tentativas e os danos associados aos sujeitos envolvidos, além de estruturar a rede de suporte social e comunitária.

Em nota enviada à Agência Brasil, o ministério destacou que o Brasil está entre os 28 países, de um universo de mais de 160 analisados pela OMS, que tem uma estratégia de prevenção desse tipo. A portaria que estabelece a política está sendo avaliada pelo Comitê de Enfrentamento do Suicídio, criado recentemente pelo órgão, que deverá atualizar as diretrizes da estratégia.

O ministério também tem trabalhado em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) – serviço que oferece apoio emocional por meio de ligação telefônica, a fim de evitar o suicídio – para ampliar o alcance do serviço de apoio gratuito por telefone para todo o país até 2020.

08 setembro, 2017

6º Encontrão das CEBs - Arquidiocese de Maringá


6º Encontrão Arquidiocesano das CEBs
Dia 1º de outubro
Das 13h30 às 17h00
No Colégio Carlos Démia - cidade de Maringá


Com alegria convidamos a todas e a todos para o 6º Encontrão Arquidiocesano das CEBs, cujo tema é “CEBs e os Desafios do Mundo Urbano” e o lema “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7), dia primeiro de outubro, das 13h30 às 17h00 no Colégio Carlos Démia, cidade de Maringá.

Deus escuta o clamor do povo que sofre opressões no mundo urbanizado e convoca as CEBs a participar – junto a todas as pessoas de boa-vontade – de sua libertação. Esta é a intuição profunda do 6º Encontrão Arquidiocesano das CEBs que unirá musica e dança na apresentação dos desafios do mundo urbano reafirmando as Comunidades Eclesiais de Base como o caminho, o sinal de esperança, na certeza que o nosso Deus habita no campo e na cidade.

O povo de Israel, as discípulas e discípulos de Jesus viveram e anunciaram o evangelho em grandes cidades, cidades com todas essas lógicas de violência, de opressão e ali souberam ser sinal de nosso Deus, souberam ser fermento de Cristo, souberam manter os valores de hospitalidade e acolhida, acolhidos no amor de Deus e por isso eles são sinal que as cidades não precisam ser lugar da violência e opressão, mas podemos construir a cidade de Deus, o Reino de Deus, marcar nossas cidades com essa presença. É isso que queremos reafirmar no encontrão das CEBs, onde cada um depois reforçado a fé vai continuar a caminhada.

Para o papa Francisco "As artes expressam a beleza da fé e proclamam a mensagem da grandeza da criação de Deus" e isso é lindo. A arte envolve, tem sido assim os encontrões das CEBs, as pessoas não apenas vão participar, mas vão como sujeito do encontrão.

A dinâmica do 6º Encontrão será apresentar os desafios do mundo urbano através de música e dança.Cada região pastoral recebeu um desafio e um ritmo, a letra da música deve falar do desafio do meio urbano apresentando as CEBs como o caminho, o sinal de esperança.

- Região Pastoral Jandaia do Sul: meio ambiente e sustentabilidade, ritmo nordestino.


- Região Pastoral Sarandi/Nossa Senhora das Graças: arte, cultura, esporte e lazer, ritmo rock / anos 60.

- Região Pastoral São José Operário: cidade excludente, mobilidade e migração, ritmo samba.

- Região Pastoral Nossa Senhora Aparecida: violência, ritmo hip hop.

- Região Pastoral Catedral: tecnologias de informação e comunicação, ritmomarchinha.

- Região Pastoral Santa Cruz: moradia, ritmo: ciranda.

- Região Pastoral Castelo Branco: trabalho, ritmo valsa.

- Região Pastoral Paranacity: saúde e educação, ritmo: sertanejo gauchesco.


Importante: - Levar canecas e/ou copos. Atitudes simples como utilizar canecas e copos permanentes podem minimizar problemas ambientais.

06 setembro, 2017

O valor da iniciativa!


Muitas vezes o que é preciso é "Iniciativa", bons exemplos.
Apesar de tudo, ainda é possível acreditar nas pessoas e que a mudança pode ocorrer, basta querermos e termos iniciativa.


A Diferença Entre Querer Morrer e Querer Que a Dor Pare

Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse: a dor que rodeava e apertava meu peito, o peso que envolveu meu cérebro na sombra, a agonia que transformou todo o mundo em escuridão.
Eu precisava disso para cessar a dor.
Não foi um grande trauma que me convenceu que a morte era a minha única opção, mas uma série interminável de pequenas dores que roubaram a minha esperança. A pressão da vida quotidiana tornou-se um assalto implacável: uma mão pesada sobre meu ombro que me esmagava.
Uma manhã eu tive uma discussão menor com meu marido e, como diz o  provérbio sobre colocar mais lenha na fogueira, essa discussão me deixou em pedaços.
E então eu decidi que tinha apenas uma escolha que fazia algum sentido. Senti que todo mundo estaria melhor sem mim.
Eu fiz um plano. Eu escrevi cartas para a minha família. Chorando, telefonei para o meu amado irmão para dizer adeus.
Entretanto, levou poucos momentos para ele compreender o que eu estava fazendo e, em seguida, rapidamente, ele entrou em ação. Ele me cortou, desligou na minha cara e chamou meu marido imediatamente.
Meu marido correu de seu prédio de escritórios e, frenético, me procurou usando um aplicativo em seu telefone. Ele chamou um policial. Chamou a ambulância. Levou-me para o hospital.
Deram-me uma bebida lamacenta em um copo de papel enquanto eu estava deitada na maca, e eu chorei.
Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse.
A escuridão que eu tinha mergulhado era muito espessa. Eu não conseguia mais enxergar meus filhos. Eu não conseguia mais enxergar a vida que eu tinha construído com o homem que eu havia escolhido 25 anos atrás. Eu não podia enxergar minha família, os irmãos que me conheciam desde o nascimento, os pais que me apoiaram desde antes que eu pudesse lembrar. Eu não podia enxergar meus amigos, que teriam ficado extremamente entristecido comigo se eu tivesse de deixá-los.
Eu não podia ver o amor.
Havia amor em volta de mim, mas esse amor foi empurrado pela escuridão, com força despejado de minha consciência pelo preto sufocante.
No hospital psiquiátrico, eu estava cercada por pessoas cujas experiências foram muito parecidas com o minha. Ouvi histórias familiares. Eu aprendi novas formas de lidar com a minha dor. Percebi que tinha opções. Mais importante, porém, vi que não estava sozinha.
Eu tenho ajuda.
Eu tenho um bom diagnóstico e fui colocada sob medicação que funcionou como um raio de luz no meu cansado cérebro, confuso. Isso não aconteceu da noite para o dia. Levou algum tempo para encontrar as doses certas e as prescrições corretas, mas eu perseverei. Eu mantive firmemente a esperança de que o antídoto certo para a escuridão poderia ser encontrado.
Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse.
E ela parou.
Lenta, mas seguramente, com a terapia e o tempo, a dor parou.
Estou aqui hoje para lutar junto com você: Não desista.
Há uma razão para que você esteja lendo isso agora, neste exato momento no tempo. Esta é uma mensagem que você precisa ouvir. Você não está sozinha. O próprio mundo anseia para você ficar, anseia para você permanecer. A Terra está chamando. Ouça! Lá está, no calor dos raios do sol em cima de seu rosto virado para cima, na brisa fresca que acaricia sua pele, no canto de um pássaro, a maravilha de folhas e flores. A mensagem está lá para ouvir. A Terra está implorando para você não desistir.
Para toda escuridão há um facho de luz pelo qual é possível andar, basta apenas que os olhos sejam liberados do desespero.
Buscar. Falar com alguém. Há amor lá fora; há amor ao seu redor. Só porque você não pode sentir isso agora não significa que ele se foi. Não acredite na escuridão. Ele é uma mentirosa e uma ladra.
Estou feliz por estar aqui hoje.
A chuva cai e o sol brilha. Posso ver meus filhos rirem e chorarem e lutar e crescer. Meus pais estão agradecidos. Meu marido é cuidadoso. Meus irmãos me apoiam. Meus amigos me querem bem. Todo dia eu vejo o amor que eu não podia ver antes.
Eu acreditava nas mentiras que a escuridão me falou, e eu tentei tirar minha vida.
As vezes a vida ainda é uma luta. As vezes o amor parece desaparecer e parece estar longe. Há dias em que eu acordo desanimada e me sinto derrotada. Tem dias que eu ainda quero deixar este mundo (e todas as suas tribulações) para trás. Mas eu continuo colocando um pé na frente do outro, e eu agarro a esperança. Eu falo com os que me rodeiam. Eu tenho um boa noite de sono. Um novo dia amanhece. Eu me sinto melhor.
Eu não tinha que morrer para que a dor parasse.
Você também não tem que querer. 
Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, por favor, ligue para o telefone do CVV 141 e procure ajuda especializada.
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Fonte: Texto original > The Difference Between Wanting to Die and Wanting the Pain to Stop, de Jennifer Wilson.  Texto livremente traduzido e adaptado por Celso Macedo, em seu blog.

Setembro amarelo - prevenção do suicídio!




Setembro amarelo - prevenção do suicídio!

Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo, e suas formas de prevenção. Ocorre durante o mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e a ampla divulgação de informações. 

O Suicídio

O câncer, a AIDS e demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) há duas ou três décadas eram rodeadas de tabus e viam o número de suas vítimas aumentando a olhos nus. Foi necessário o esforço coletivo, liderado por pessoas corajosas e organizações engajadas, para quebrar esses tabus, falando sobre o assunto, esclarecendo, conscientizando e estimulando a prevenção para reverter esse cenário.

Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.

A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada?

Histórico

Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina)e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014 concentradas em Brasília. Em 2015 já conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do país. 

Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

O CVV – Centro de Valorização da Vida (uma das principais mobilizadoras do Setembro Amarelo) é uma entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962, membro fundador do Befrienders Worldwide e ativo junto ao IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio), da Abeps (Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio) e de outros órgãos internacionais que atuam pela causa.

Fonte: site setembro amarelo

05 setembro, 2017

Memória do Grito dos Excluidos

"Saber rir de si mesmo, isso nos dá alegria"

“A cultura em que vivemos é muito egoísta, tem uma dose muito grande de narcisismo. 

O narcisismo produz tristeza, porque significa maquiar a alma todos os dias. É a doença do espelho. Quebrem os espelhos, ....

O espelho engana. Olhem para fora, para os demais, fujam dessa cultura que vivemos, que é consumista e narcisista. E se quiserem olhar para o espelho, olhem para rir de si mesmos. Saber rir de si mesmo, isso nos dá alegria.”

Papa Francisco

04 setembro, 2017

Carta do 11º Encontrão de CEBs de Crateús – 2017


CARTA DO 11º ENCONTRÃO DAS CEBs – DIOCESE DE CRATEÚS

Queridas irmãs e queridos irmãos,

Nossos corações estão vibrando de alegria e, por isso, nos dirigimos a vocês, para partilhar um pouco do que foi o grande encontro de todas as CEBs de nossa Diocese. 

A participação de 735 pessoas, vindas das 14 Paróquias e da Área Pastoral de Sucesso, além de pessoas amigas que vieram de outros cantos, fortaleceu a nossa rede de comunidades e todos nós ficamos revigorados e animados para tocar adiante a nossa Caminhada. Os encontros, desde o da Paróquia até o diocesano, foram momentos de estreitar os laços campo e cidade, de perceber melhor os desafios do mundo urbanizado e de indicar formas de superação, na direção de outro mundo possível, sinal e anúncio do Reino.

Relendo a parábola do bom Samaritano (Lc 10,25-37), vemos que ela ressoa forte, nos dias de hoje: somos nós o homem assaltado, roubado, ferido e jogado à beira da estrada. 
Mas como o samaritano, nós temos assumido a missão de curar e levantar quem está caído, cuidando da vida ameaçada, solidarizando-nos com quem sofre, por não ter acesso à terra e à água, onde morar, trabalhar.

Estamos cientes de que (e por que) alguns se apoderaram de nossa história, de nossas raízes, de nossa língua, de nossas terras; roubaram nossos direitos, negaram nossa identidade, expulsaram-nos para as periferias das cidades e invadiram o campo; seduziram-nos para adotarmos um estilo de vida que nos nega e nos destrói, por dentro. O dragão que queria devorar o Menino do Apocalipse (Ap 12) é o mesmo que continua querendo devorar os pobres e as organizações populares, nos impedindo viver com dignidade. Temos nos esforçado, portanto, para crescer na consciência e na cidadania.

De outro lado, damo-nos conta que não conseguiram roubar de nós a comunidade, a nossa fé e a nossa esperança. Somos como a caatinga que perde a folhagem para resistir e guarda sementes, escondidas no chão, anos a fio, esperando o tempo bom para nascer.

 Alegra-nos ver que são muitos os sinais de resistência e de superação:

- Anunciamos o evangelho da alegria, buscamos uma vida simples e, estamos, sempre, com o pé na estrada, ao encontro das pessoas excluídas de nossa sociedade;   
      
- Alimentamos o sonho de um mundo novo (em nossas celebrações, festas...), de uma nova Política e de cidadãos comprometidos com a Política, para alcançar Liberdade, Justiça e a Igualdade;

- Ensaiamos, a partir do nosso lugar, um jeito novo de organizar a vida, de cuidar da criação de Deus e da saúde de todas as pessoas, de fazer a educação, de refazer a vida nas cidades, tornando-as mais humanas; reapropriamo-nos de tecnologias antigas e aprendemos a usar tecnologias modernas a nosso favor;   

- Acreditamos na presença do Espírito em nosso meio a guiar-nos e, por isso, valorizamos e apoiamos as pessoas e iniciativas em favor da vida.

Temos consciência de que a missão continua e que ela é de todos/as; precisamos, portanto, continuar avançando na compreensão e superação dos desafios do mundo urbanizado. Confiemos no sopro do Espírito que nos move, na certeza de que o Amanhã vai chegar!


Crateús, 3 de setembro de 2017.





Uma abençoada e fraterna semana a todas e a todos!


"Senhor, ensine-nos a contemplá-lo
 na beleza da criação 
e desperte a nossa gratidão 
e o nosso sentido de responsabilidade."

Papa Francisco

O Vídeo do Papa 09-2017 – Paróquias a serviço da missão – Setembro de 2017

O Vídeo do Papa: oração do mês de setembro ‘pelas paróquias’

Que as paróquias não sejam escritórios, mas lugares de transmissão da fé e testemunho da caridade.

“As paróquias têm de estar em contato com os lares, com a vida das pessoas, com a vida do povo.
Devem ser casas onde a porta esteja sempre aberta para ir ao encontro dos demais.
E é importante que a saída ofereça uma clara proposta de fé.
Trata-se de abrir as portas e deixar que Jesus saia com toda a alegria de sua mensagem.

Peçamos por nossas paróquias, para que não sejam escritórios, mas que, animadas pelo espírito missionário, sejam lugares de transmissão da fé e testemunho da caridade”.