30 setembro, 2025

Lula na ONU, povo na rua: o exercício da soberania

O que segue a baixo, é newsletter, recebido em meu e-mail, do "Brasil de Fato"

Lula na ONU, povo na rua: o exercício da soberania


Em matéria de demonstração de soberania e força popular, a última semana nos entregou dois episódios de muita importância: Lula na ONU e o povo nas ruas.

O domingo de atos massivos nas principais cidades do Brasil contra a anistia aos golpistas, a PEC da Blindagem e pela soberania reafirmaram a capacidade da esquerda de ocupar as ruas e recuperar a bandeira nacional para o campo popular.

Se o tamanho dos atos será capaz de barrar o avanço das pautas da extrema direita no congresso, ainda é cedo para dizer. A rejeição unânime da PEC da Blindagem no Senado e as mudanças envolvendo a anistia na Câmara já dão sinais de desgaste dos ultradireitistas e a esquerda parece crescer com esses tropeços da direita, movimento debatido no episódio do podcast Três por Quatro desta semana.

Fato é que as marchas também foram um recado claro aos Estados Unidos e contra as ameaças externas.

Em Nova York, no púlpito da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula não decepcionou: fez um discurso “histórico e irretocável”, como classificou o historiador Miguel Stédile no último episódio do podcast O Estrangeiro.

O presidente chamou os ataques contra a economia brasileira de “injustificáveis” e disse que “ingerência contra assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente”.

Lula ainda falou sobre a condenação de Jair Bolsonaro, dizendo que foi “um recado a todos os candidatos a autocratas”. E, mesmo sem precisar mencionar diretamente Donald Trump ou os EUA, rebateu as ameaças imperialistas e deu o recado: “Nossa soberania é inegociável”.

Mal havia voltado para a sua cadeira, Lula ouviu Trump contar o breve encontro que tiveram, lançando afagos ao petista e revelando uma "química" entre eles. Entre absurdos e mentiras, o republicano disse que abraçou o petista minutos antes de subirem à tribuna e que ambos “concordamos em nos reunir na próxima semana”.

O que se desenha agora, diante da possibilidade de uma reunião, é a decisão que deverá tomar o governo brasileiro para tentar evitar uma arapuca "gringa", ao mesmo tempo em que se mantém aberto ao diálogo.

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Lucas Estanislau
Coordenador de jornalismo

Dinamismo, mobilidade e juventudes

Cadernos IHU ideias
ISSN 1679-0316 (impresso) | ISSN 2448-0304 (on-line)
Ano 23 | nº 380 | vol. 23 | 2025

Dinamismo, mobilidade e juventudes
Por Rosemary Fernandes da Costa.

O tema da migração nos coloca diante de uma grande crise humanitária. As causas desta emergência são quase sempre frutos de uma decisão involuntária e vêm sendo analisadas na bibliografia voltada a este Rosemary Fernandes da Costa tema. Entre tantas, podemos citar as altas taxas de desemprego e subemprego, o trabalho escravo, a privação da liberdade individual, o crescimento da violência, a exclusão do próprio território nacional, a ausência dos mínimos direitos para a vida digna, o aumento da população de vulneráveis, fragilizados pelos preconceitos e violências dirigidos às suas etnias, gêneros, religiões. Contudo, também nos cabe o discernimento ético para as respostas que vêm sendo oferecidas ou impostas a essa condição em sua complexidade. A perspectiva da hospitalidade, do acolhimento, do resgate da humanidade comprometida seria uma das respostas éticas possíveis. Mas, infelizmente, os grandes fluxos migratórios vêm recebendo tratamentos antagônicos a qualquer resposta minimamente moral.

A reflexão detém o olhar o fenômeno mediados por duas dimensões:

As relações de alteridade e a busca por uma cidadania do mundo, trabalhado em quatro etapas:

A primeira enfoca as relações intersubjetivas, o que as constitui e como podemos observar as relações de alteridade, suas reações, temores e estratégias.

A segunda volta-se ao tema da fronteira, ainda no campo inter-relacional, observando o que caracteriza a fronteira como condição de identidade e pertença, mas também como fenômeno gestado pelo processo de globalização. 

A terceira tem como foco um campo vivencial. Nela, dirigiremos nosso olhar epistemológico para as juventudes em suas muitas intersecções e elaboração das identidades múltiplas. Aí, nos encontraremos com algumas das estratégias construídas neste campo inter-relacional, plural, desafiador, mas não paralisante, de ações de cidadania. 

A última etapa aponta para possibilidades sociais, econômicas, políticas, a fim de repensarmos os conceitos Rosemary Fernandes da Costa de fronteira na direção de uma cosmovisão que nos inspira e convida a resgatar as intersubjetividades e interdependências que constituem os humanos e não humanos, com a dimensão do Bem Viver dos povos originários.

Leia na íntegra, clique AQUI



26 setembro, 2025

Velozes e furiosos 13

O que segue a baixo, é newsletter, recebido em meu e-mail, do "Brasil de Fato"


Velozes e furiosos 13

Olá, numa reviravolta digna de filme de ação, o governo foi do inferno ao céu em uma semana.

.O mundo capota. A história começou com a aprovação da PEC da Blindagem na Câmara, seguida pela aprovação da urgência do projeto de Anistia. Num esforço desesperado para sentar-se na cadeira de presidente da Câmara, Hugo Motta deu uma vitória para o centrão, outra para o bolsonarismo, e uma facada nas costas do governo, que saiu do Congresso atordoado, dividido e sem saber o que tinha acontecido. A alegria de Motta, porém, durou pouco. Ao passar o trator sem avaliar corretamente a repercussão pública do tema, o que Motta fez foi entregar a pauta da moralidade para a esquerda, que reagiu de imediato e chamou atos para domingo seguinte, conseguindo o raro feito de encher as ruas das principais cidades do país com centenas de milhares de pessoas. Além do número, contou também um contraste simbólico: enquanto os bolsonaristas se orgulhavam de empunhar a bandeira dos Estados Unidos para pedir Anistia para seu chefe, a esquerda exibia uma enorme bandeira brasileira contra a tentativa dos políticos aumentarem seus privilégios. E tudo isso foi antes do discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU. A terça-feira (23) trouxe um estadista preparado para defender os interesses do próprio país e tratar dos principais problemas mundiais, falando em nome da paz e do sul global, criticando o ocidente e a extrema-direita, denunciando o genocídio em Gaza e colocando em pauta o enfrentamento às desigualdades sociais e ao aquecimento global. Lula ainda recebeu um afago de Trump, para desespero de Eduardo Bolsonaro. Enquanto a Assembleia da ONU ainda ocorria em Nova Iorque, em Brasília a CCJ do Senado enterrava a PEC da Blindagem que a Câmara tinha aprovado a toque de caixa. Para completar a reviravolta, dias depois saía da pauta a Anistia e entrava a reforma do Imposto de Renda. Que semana, senhores!

.Abandonai toda esperança? Se o governo foi do inferno ao céu, Hugo Motta, o centrão e os bolsonaristas fizeram o caminho contrário. O erro de cálculo político da PEC da Blindagem não só teve o efeito colateral e acabou com os planos de impunidade parlamentar, como solapou tanto as pretensões de reconciliação entre Hugo Motta e o centrão, que culpa o presidente da Câmara pelo fiasco, como mandou pelos ares o acordo entre eles sobre a Anistia. A tentativa de encerrar o assunto com o chamado PL da Dosimetria não deu certo, com o PT embalado pelas ruas fechando questão contra qualquer revisão de pena, o PL não aceitando nenhuma proposta que não salve a pele de Bolsonaro, e o centrão querendo deixar o assunto vivo apenas para fustigar o governo e o STF. Hugo Motta ainda viu Davi Alcolumbre ocupar o protagonismo que ele sonhava e de ter as portas abertas na relação com o Planalto, que agora estarão mais estreitas para o aprendiz de Arthur Lira. A solução foi mostrar boa-vontade com o governo, retomando o projeto de reforma do Imposto de Renda depois do um incentivo de R$3 bilhões em emendas. Pior que a semana de Hugo Motta só a do bolsonarismo. Em uma semana, o bolsonarismo perdeu o monopólio das ruas e o suposto monopólio da interlocução com Trump, restando apenas o frágil pincel da Anistia. E, considerando que a manobra para tornar Eduardo Bolsonaro líder da minoria não funcionou, que o seu processo de cassação avança, assim como a denúncia da PGR, é mais provável que Eduardo vá fritar hambúrguer nos Estados Unidos do que concorrer à presidência. O seu desalento deve ser o mesmo que sente parte da militância bolsonarista, ausente das ruas e das redes, e que parece ter contagiado Tarcísio de Freitas, outro que calculou mal a estratégia política, e que pode estar prestes a receber a unção que queria, mas já arrependido.

.Você não sabe o quanto eu caminhei. A verdade é que a batalha da popularidade vem sendo travada pelo governo dia após dia desde junho, quando as pesquisas apontaram o pior desempenho. O Planalto agora encontra-se numa situação ligeiramente confortável, com Lula favorito para 2026, mas o jogo não está ganho, como mostra a pesquisa Ipsos-Ipec. Parte do mérito é do próprio governo, mas também pesou o erro dos adversários. O PP e o União, por exemplo, dois partidos com ministérios, mas que sabotaram abertamente o Planalto na votação da Anistia, conseguiram escolher o pior momento para desembarcar do governo, justamente agora que ele está superando a crise. E as trocas nos ministérios do Turismo e dos Esportes serão importantes para acomodar as bases regionais visando os palanques para 2026. As relações internacionais são outra frente de embate. Até agora, o embate de Lula com Trump rendeu frutos. É verdade também que em seu discurso na ONU o presidente brasileiro não cedeu para os Estados Unidos, mas uma possível trégua com Trump poderia ser positiva se revertesse os embargos comerciais e as medidas contra os ministros do Supremo e autoridades brasileiras. O problema é que o preço dessa política de boa vizinhança pode ser alto demais - acesso a minerais raros, favorecimento às big techs e consumo de energia para as IAs - colocando em xeque justamente a pauta mais importante do momento, a defesa da soberania. Outra frente responsável pela recuperação da popularidade é a economia. O dólar está mais baixo, deixando de pressionar a inflação, que permanece controlada, e a taxa de desemprego está baixa, cerca de 5,6%. O problema continua sendo o Banco Central e a taxa de juros, que deprecia o equilíbrio fiscal e obriga o governo a bloquear despesas, mas Lula parece acreditar que o ágio pago para Galípolo este ano será aliviado ano que vem. A ver.

.Ponto Final: nossas recomendações.

.Assim Trump acelera o declínio dos EUA. O desastre da gestão Trump na agricultura, indústria e comércio. No Outras Palavras.

.A rendição da Europa e a resistência do Brasil. O professor José Luís Fiori demonstra como o Brasil venceu onde a Europa fracassou na disputa com os EUA. No Sul 21.

.Financiadores do fascismo. Jamil Chade escreve sobre o financiamento de grupos de extrema-direita pelos bilionários Elon Musk e Robert Shillman.

.Charlie Kirk: Quando a mídia transforma extremista em mártir. Como a mídia brasileira normaliza a extrema-direita quando se recusa a chamar um supremacista facista pelo que ele é. No Intercept.

.Fé, fuzil e política. O retiro evangélico, no Espírito Santo, que transforma adolescentes em “soldados de Cristo” empunhando réplicas de fuzis. No Intercept.

.Punir não basta: “temos de definir para que as Forças Armadas servem”, diz especialista. Para a professora Ana Penido, o julgamento de 11 de setembro é insuficiente para deter a sanha golpista dos militares. Na Agência Pública.

.Sahel: Pátria ou Morte. O Brasil de Fato apresenta um documentário sobre as revoluções populares em Burkina Faso, Níger e Mali que transformaram a política africana nos últimos meses.

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Ponto é escrito por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile.

25 setembro, 2025

Ataque na Lei da Ficha Limpa!

A Lei da Ficha Limpa foi uma das iniciativas e uma da maior conquista populares mais marcantes da história do povo brasileiro e nesse ano de 2025 completou 15 anos de vigência.

Nasceu de um projeto de iniciativa popular, encabeçado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), com apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de várias entidades da sociedade civil. Foram recolhidas mais de 1,6 milhão de assinaturas.

Nos dias atuais estamos presenciando ataque na Lei da Ficha Limpa. Primeiro eles aprovaram a PEC da bandidagem, agora querem atacar a Ficha Limpa.

O Senado aprovou na terça-feira (2), com 50 votos favoráveis e 24 contrários, um projeto que altera a lei da Ficha Limpa e muda a contagem do tempo em que uma pessoa fica proibida de se candidatar às eleições, a chamada inelegibilidade.

O que foi aprovado, com informação do Senado Federal

- A proposta unifica o prazo de inelegibilidade para oito anos para os casos previstos na Ficha Limpa, independentemente da situação específica que levou à inelegibilidade.

- O projeto determina que esse prazo comece a contar a partir de marcos como:

--- a decisão que decreta a perda do mandato;

--- a eleição em que ocorreu prática abusiva;

--- a condenação por órgão colegiado;

--- ou a renúncia ao cargo eletivo.

- Há um limite máximo (teto) de 12 anos de inelegibilidade mesmo em casos de múltiplas condenações consecutivas, para evitar acúmulos.

- Para crimes mais graves — como corrupção, lavagem de dinheiro, crimes hediondos etc. — o projeto prevê que só será possível concorrer após o cumprimento da pena (ou seja, o prazo de inelegibilidade fica condicionado).

Agora o texto aguarda sanção presidencial e poderá ser sancionado ou vetado pelo presidente da República. Que o presidente Lula (PT) continue tendo o apoio popular de que precisa para vetar o texto.

A Ficha Limpa é uma das maiores conquistas do povo brasileiro.

19 setembro, 2025

#Primeira entrevista de Leão XIV

#Primeira entrevista de Leão XIV: "Seguirei Francisco em questões femininas e LGBTQ, mas não mudarei a doutrina"

O Papa à jornalista americana Elise Ann Allen: "Cada vez mais pessoas dizem que Gaza é um genocídio, mas a Santa Sé está em silêncio." Trump e migrantes, China, finanças e abusos do Vaticano, a missa em latim e notícias falsas. O apelo dos conservadores.


A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicado por La Repubblica, 18-09-2025.
Fonte: IHU

Prosseguindo no caminho traçado por Francisco em relação às pessoas LGBTQIA+ ("todos, todos, todos"), sem, contudo, mudar a doutrina, e também avançando na atribuição de maiores responsabilidades às mulheres na Igreja, sem, contudo, por ora, desvincular a questão das diaconisas. O Papa Leão XIV afirmou isso na primeira entrevista de seu pontificado, concedida à jornalista americana Elise Ann Allen para um livro que está sendo publicado no Peru pela editora Penguin. As prévias foram divulgadas há dois dias; o livro já está nas livrarias. Na entrevista, realizada em julho, o Pontífice admite que "cada vez mais pessoas" falam de Gaza como um genocídio. Ele afirma ter melhorado um pouco as relações com o mundo judaico, ao mesmo tempo em que o distingue de Israel. Ele promete dialogar com Donald Trump sem preconceito ou timidez e garante que "a curto prazo" a política de abertura de Francisco à China não mudará. O abuso sexual de menores pelo clero, diz ele, é "uma verdadeira crise", mas os padres também devem ser protegidos de falsas acusações. As finanças do Vaticano, no entanto, não são uma crise grave, garante o novo Papa. Quanto à Missa em Latim, Leão admite já ter recebido vários apelos para flexibilizar as restrições impostas por Bergoglio, mas enfatiza que a questão se tornou política e reitera a necessidade de manter o Concílio Vaticano II.

LGBTQ, avançando na linha de Francisco

Com pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer (LGBTQ), “o que estou tentando dizer é o que Francisco disse muito claramente quando disse: 'todos, todos, todos'. Todos estão convidados, mas eu não convido alguém porque tem ou não uma identidade específica. Convido alguém porque é filho ou filha de Deus. Todos são bem-vindos e vamos aprender a nos conhecer e respeitar uns aos outros. As pessoas querem que a doutrina da Igreja mude, querem que as atitudes mudem. Acho que precisamos mudar as atitudes antes mesmo de pensarmos em mudar o que a Igreja diz sobre um determinado assunto. Acho altamente improvável, certamente em um futuro próximo, que a doutrina da Igreja, em termos do que a Igreja ensina sobre sexualidade, o que a Igreja ensina sobre o casamento, mude”. No que parece ser uma clara referência à Alemanha, o Papa prossegue dizendo que “no Norte da Europa eles já estão publicando rituais de bênção para ‘pessoas que se amam’, é como eles se expressam, o que vai especificamente contra o documento aprovado pelo Papa Francisco, a Fiducia Supplicans”. Leão XIV reitera que “as famílias, o que eles chamam de família tradicional, devem ser apoiadas. A família é composta por um pai, uma mãe e filhos”.

O protesto dos conservadores

Hoje mesmo, uma coalizão de grupos católicos conservadores de vários países publicou um "súplica filial e apreensiva a Sua Santidade Leão XIV", pedindo (ou melhor, implorando) que ele "anule" o rescrito com o qual o Papa Francisco atribuiu valor magistral à exortação apostólica Amoris laetitita, duramente contestada pela direita católica por sua abertura à comunhão para divorciados recasados, e que "revogue" a declaração doutrinária Fiducia supplicans sobre a bênção de casais gays. A iniciativa, promovida pela associação Tradizione Famiglia Povertà, fundada no Brasil em 1960 por Plínio Correa de Oliveira, chama de "chocante" a recente peregrinação jubilar a São Pedro por católicos LGBTQ+.

Mais mulheres em cargos de responsabilidade

"Espero seguir os passos de Francisco, incluindo a nomeação de mulheres para cargos de liderança em vários níveis da vida da Igreja, reconhecendo os dons que as mulheres possuem e as muitas maneiras pelas quais elas podem contribuir para a vida da Igreja", afirma o Papa Leão XIII. Ele prossegue: "O tema torna-se controverso quando se levanta a questão específica da ordenação" e, em particular, a possibilidade de ordenar mulheres diáconas. O Papa afirma: "No momento, não tenho intenção de mudar o ensinamento da Igreja sobre o assunto" e promete prosseguir também nesta área "de forma sinodal".

Gaza, cada vez mais pessoas falam sobre genocídio

Em relação ao que está acontecendo na Faixa de Gaza, "a palavra genocídio está circulando cada vez com mais frequência. Oficialmente, a Santa Sé não acredita que possa emitir qualquer declaração sobre o assunto neste momento. Há uma definição muito técnica do que pode ser genocídio, mas cada vez mais pessoas estão levantando a questão, incluindo dois grupos de direitos humanos em Israel que emitiram tal declaração". De qualquer forma, "é simplesmente horrível ver as imagens que vemos na televisão; esperamos que algo mude a situação".

Finanças do Vaticano não estão tão em crise

“Há muitas alegações sendo feitas sobre a situação financeira do Vaticano . Não é a crise que as pessoas foram levadas a acreditar”, explica Leão XIV, enfatizando que “a reforma iniciada por Francisco, com suas decisões importantíssimas, certamente melhorou a situação em comparação a dez anos atrás, mas é necessário continuar neste caminho. Ainda há muito a ser feito a esse respeito”. Para o Papa, “devemos evitar o tipo de decisões ruins que foram tomadas nos últimos anos. Grande publicidade foi dada à compra do edifício em Londres, Sloane Avenue, e quantos milhões foram perdidos por causa disso”. Mas, por exemplo, “a APSA (Administração do Patrimônio da Sé Apostólica) acaba de publicar seu orçamento de 2024 e para o ano atual registra um resultado positivo de mais de 60 milhões de euros. Por que reclamar da crise?” Para o Papa, “as coisas vão bem, mas devemos continuar o processo de reforma iniciado por Francisco”.

Missa Latina, um tema politizado

Sobre a chamada Missa Latina, outro tema polêmico, Leão XIV esclarece que "se for o rito do Concílio Vaticano II, não há problema". O Papa relata já ter recebido "inúmeros pedidos e cartas" sobre o assunto e admite: "Sei que parte dessa questão, infelizmente, se tornou — mais uma vez, parte de um processo de polarização — as pessoas usaram a liturgia como desculpa para abordar outras questões. Tornou-se uma ferramenta política, e isso é verdadeiramente deplorável". A polarização impediu "que se possa dizer: 'Bem, se celebramos a liturgia do Vaticano II corretamente, vocês realmente encontram tanta diferença entre esta experiência e aquela outra?'". Prevost acredita que essa questão também precisa ser "sentada e discutida", "talvez com a sinodalidade".

Cúria Romana, compartimentos estanques

No Vaticano, todos trabalham de forma independente e há pouca colaboração entre os dicastérios: esta é uma das questões que emergiram durante o pré-Conclave e que o Papa pretende abordar em breve: “Uma das questões específicas em que espero começar a trabalhar num futuro próximo é continuar a desmantelar ou a transformar a forma isolada como cada dicastério opera. Há muitas questões na Santa Sé, na Igreja, que não são da responsabilidade de um único dicastério. A falta de diálogo, de ferramentas de comunicação, entre os vários dicastérios tem sido, por vezes, uma grande limitação e prejuízo para a governação da Igreja. Portanto, penso que há um problema de... alguém usou a expressão 'mentalidade de silo'.”

Abuso, "uma verdadeira crise"

O abuso sexual de menores pelo clero é uma "verdadeira crise", diz Leão XIV, sobre a qual a Igreja deve agir. Em duas direções. Quanto às vítimas, "elas devem ser tratadas com grande respeito e com a compreensão de que aqueles que sofreram feridas muito profundas por abuso às vezes carregam essas feridas por toda a vida". Por outro lado, continua Leão XIV, "as estatísticas mostram que bem mais de 90% dos que apresentam acusações são vítimas genuínas. Eles estão dizendo a verdade. Eles não estão inventando nada. Mas também houve casos comprovados de algum tipo de acusação falsa. Houve padres cujas vidas foram destruídas por causa disso". E a "presunção de inocência" deve ser sempre garantida.

A comparação com Trump

No final de julho, quando concedeu a entrevista, Leão XIV ainda não havia tido contato direto com Donald Trump (nem o Vaticano jamais havia relatado, nesse ínterim, qualquer ligação telefônica ou troca de mensagens). Mas o primeiro Papa nascido nos Estados Unidos está pronto para dialogar com o morador da Casa Branca, sem preconceitos, mas também sem querer silenciar os valores que a Igreja preza, a começar pela "dignidade humana". "Na semana passada, o presidente Trump disse que não tinha planos de se encontrar comigo e depois disse: 'Mas seu irmão é um cara legal', e tudo bem. Um dos meus irmãos se encontrou com ele e foi muito franco sobre suas opiniões políticas (Louis Prevost é um fervoroso apoiador de Trump, ndr ). Mas se ou quando houvesse questões específicas, se fosse possível, eu não teria problema em fazê-lo."

O Papa assegura: “Não tenho intenção de me envolver em política partidária. Esse não é o propósito da Igreja. Mas não tenho medo de levantar questões que acredito serem autênticas questões evangélicas, que espero que as pessoas de ambos os lados (republicanos e democratas, ndr.) possam ouvir.” O Papa recorda a poderosa carta que Francisco enviou aos bispos dos EUA sobre a acolhida dos imigrantes. “Fiquei muito satisfeito ao ver como os bispos americanos a receberam, e alguns deles tiveram a coragem de fazê-lo.” Quanto a JDVance, com ele “falei sobre a dignidade humana e como ela é importante para todos, onde quer que tenham nascido”, diz Prevost, que acrescenta que “obviamente, algumas coisas estão acontecendo nos Estados Unidos que são preocupantes.”

China, curto e longo prazo

Por enquanto, nada muda; a longo prazo, veremos. O Papa Leão XIV não parece totalmente convencido da abertura de seu antecessor em relação à China. "Eu diria que, a curto prazo, darei continuidade à política que a Santa Sé segue há vários anos e que foi seguida por vários antecessores", diz o papa nascido em Chicago. De qualquer forma, "é uma situação muito difícil", diz Prévost: "A longo prazo, não pretendo dizer o que farei ou não, mas, depois de dois meses, já iniciei discussões em vários níveis sobre essa questão."

Judeus, as relações já melhoraram

"Talvez eu esteja sendo muito presunçoso, mas ouso dizer que já nos primeiros dois meses a relação com a comunidade judaica melhorou um pouco", afirma o Papa. "Acredito que seja importante fazer algumas distinções, que eles próprios farão, em termos do que o governo israelense está fazendo e quem é a comunidade judaica. Mas, felizmente, acredito que houve, mesmo em algumas reuniões que já tive, uma ligeira reaproximação."

Inteligência Artificial e Deus

“Falando em inteligência artificial, toda vez que tento dizer algo, no dia seguinte leio as notícias e vejo que a inteligência artificial deu um salto à frente”, diz o Papa Leão XIV. “Será muito difícil descobrir a presença de Deus na inteligência artificial”, diz o Papa, que ataca em particular as notícias falsas: “Mesmo nestes três meses como Papa, um dia, falando com alguém, me perguntaram: ‘Você está bem?’ E eu respondi: ‘Sim, estou bem, por quê?’ ‘Bem, você caiu de um lance de escadas.’ Eu disse: ‘Não, isso não é verdade’, mas em algum lugar havia um vídeo onde eles criaram este Papa artificial, eu, caindo de um lance de escadas enquanto caminhava em algum lugar, e aparentemente era tão bonito que eles pensaram que era eu. Este é apenas um pequeno exemplo, não muito significativo, mas é um exemplo do que pode ser feito.”

18 setembro, 2025

A resposta para a evangelização está nas comunidades e a resposta para as comunidades está no pertencimento!

A resposta para a evangelização está nas comunidades e a resposta para as comunidades está no pertencimento!

Muitas experiências mostram que a vitalidade da evangelização floresce quando a paróquia se estrutura em comunidades.

As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são, de fato, uma experiência visível e fundamental, desde seu nascimento até os dias atuais, porque nelas se dá o encontro entre a fé e a vida concreta do povo, onde a Palavra de Deus se ilumina com a realidade, e a realidade ganha sentido à luz do Evangelho.

As comunidades são no mundo, sinal de esperança e transformação, porque mostram que a Igreja pode ser próxima, participativa e comprometida com o povo, sobretudo para com os pobres e os que sofrem. Não se resume apenas com doações ou ações de caridade pontuais, mas a um compromisso profundo de solidariedade, justiça social e defesa da dignidade humana.

Assim, as comunidades se tornam ponte entre o Evangelho e os grandes desafios mundiais: desigualdade, violência, exclusão, crise ambiental. Nelas, a vida comunitária testemunha que outro mundo é possível quando se cria vínculos de amizade fraterna, onde cada um pode ser ouvido, se vive a fraternidade, a partilha e o amor ao próximo. Na comunidade se dá as relações vivas onde todas e todos se sentem corresponsáveis pela missão.

A proximidade com os pobres e os que sofrem é vista como uma exigência do Evangelho. Jesus Cristo se identificou com os mais vulneráveis. O Evangelho de Mateus 25 é um exemplo claro disso, onde Jesus afirma que tudo o que se faz ao "menor dos seus irmãos", o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o enfermo, o preso – é feito a Ele mesmo. A fé não é apenas oração, mas também ação: cuidado com a vida, justiça social, solidariedade, defesa da dignidade humana e da criação.

O Evangelho também está presente nos atos e ações. O Evangelho não se limita às palavras, mas se torna vivo e real quando transborda nos gestos, nas escolhas e nas ações do dia a dia. Ele se manifesta no cuidado com o próximo, na justiça, na partilha, no perdão e em toda atitude que revela amor. Assim, cada ato pode ser anúncio silencioso, da Boa Nova.

A resposta para a evangelização está nas comunidades, porque o anúncio do Evangelho, quando se aproxima da vida real das pessoas, as impulsiona a agir para além de si mesmas, move à ação no mundo, desperta missão para fora. Quando o Evangelho se encontra com a vida concreta das pessoas, deixa de ser apenas palavra e se torna experiência, porque toca dores, ilumina escolhas, dá sentido aos passos. O anúncio próximo da vida desperta, rompe os muros do individualismo e se abre à missão, ao cuidado, à solidariedade. Assim, o Evangelho deixa de ser teoria distante e se torna força que gera vida nova na comunidade e da comunidade para o mundo.

Para concretizar, é fundamental unir o povo e unir as forças, a sinodalidade que é caminhar junto, um grande desafio para as comunidades e a resposta para as comunidades está no pertencimento. O pertencimento pode ser, sim, uma resposta para muitos dos desafios que as comunidades enfrentam hoje.

O pertencimento toca em uma necessidade humana fundamental: a de se sentir parte de algo maior que nós mesmos, de ser aceito e valorizado por quem somos. Está ligado a identidade: quem eu sou; à aceitação: ser reconhecido pelos outros; e a união: sentir-se incluído e valorizado. Más, não há pertencimento sem acolhimento, só nos sentimos parte de algo quando somos recebidos com abertura e respeito.

Não há pertencimento sem acolhimento. Sentir-se parte da comunidade não acontece apenas pelo estar presente fisicamente, mas pela forma como se é recebido, de como é respeitado. Quando alguém é acolhido, encontra espaço para florescer sua identidade, percebe que há um lugar para ela, que suas contribuições são importantes e que sua presença é desejada e nesse movimento, resultado desse processo se dá o pertencimento, que não é apenas estar junto, e sim seu reconhecimento, o respeito às diferenças e o direito à participação que possibilite opinar e contribuir na comunidade.

A Comunidade é espaço acolhedor que leva as pessoas a sentirem pertencentes a ela, para tanto, precisa dar acolhida de todas e de todos os membros das pastorais, movimentos, organismos, serviços e demais pessoas dessa porção de Igreja que forma a comunidade. É por meio da comunidade e em nome da comunidade que as pessoas exercem sua missão de cristãs e cristãos batizados, colocando-se para ser catequista; visitar as famílias; participar e/ou coordenador um dos grupos de reflexões; ajudar na liturgia; visitar enfermos; fazer acolhida; contribuir no olhar e agir social, enfim, ajudar organizar e ajudar no agir da missão ad intra e ad extra da ação evangelizadora da Comunidade.

A resposta para a evangelização está nas comunidades e a resposta para as comunidades está no pertencimento.

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Eu, Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)
Assessora das CEBs na Arquidiocese de Maringá, articuladora das CEBs na Província Eclesiástica de Maringá e membra da coordenação das CEBs do Regional Sul II (Paraná).

16 setembro, 2025

Israel lança ofensiva final na capital de Gaza - Gaza está queimando



Israel lança ofensiva final na capital de Gaza - Gaza está queimando

Relatores de direitos humanos da ONU, organizações internacionais e um número crescente de países estão chamando a ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza desde os ataques do Hamas em 07-10-2023, nos quais quase 65 mil pessoas morreram, incluindo mais de 19 mil crianças, de genocídio.

Clique AQUI e leia a reportagem


15 setembro, 2025

*Plebiscito Popular 2025*


Você é convidado a participar do Plebiscito Popular 2025, uma iniciativa construída por diversas organizações, movimentos sociais, pastorais e entidades da sociedade civil que querem ouvir o povo brasileiro sobre pautas urgentes para um país mais justo.

São duas perguntas:

1) Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6x1?

2) Você é a favor de que quem ganhe mais de 50 mil por mês pague mais imposto de renda para que quem recebe até 5 mil por mês não pague?

Link para votar



Se você não lembra e já votou, vai aparecer a mensagem: “Erro! Voto já registrado”.



Dia Internacional da Democracia é celebrado em 15 de setembro

Dia Internacional da Democracia é celebrado em 15 de setembro

A ideia central dessa data é reforçar a importância da democracia como valor universal, baseado na participação do povo, no respeito aos direitos humanos e no Estado de Direito.

Todos os anos, a ONU escolhe um tema específico, o tema de 2025 “Assegurar governança efetiva da Inteligência Artificial em todos os níveis”.

O tema desse ano, abre espaço para discutir como a democracia deve lidar com a transformação tecnológica.

"Assegurar governança efetiva da Inteligência Artificial" significa criar e aplicar regras, práticas e mecanismos que orientem o desenvolvimento, o uso e a fiscalização da IA de forma responsável, ética e transparente. Envolve equilibrar inovação tecnológica com segurança, justiça social e respeito a direitos fundamentais.

12 setembro, 2025

#11 de setembro de 2025, não esqueçamos essa data!


O Brasil viveu quase todo o século XX sob a sombra da intervenção militar, ora como sustentação de governos civis, ora como poder direto. O golpe de 1964 e a ditadura que se seguiu deixaram marcas profundas na política, na sociedade e na memória coletiva do país.

O dia 11 de setembro de 2025, não deixemos que seja esquecido, a #Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) #condenou o ex-presidente #Jair Bolsonaro e sete aliados, uma condenação com peso simbólico e consequências políticas, uma decisão histórica num país com largo histórico de golpes e tentativas de golpes lideradas por militares, sempre impunes.

Os #sete aliados condenados junto com Jair Bolsonaro pelo STF, no caso da trama golpista, segundo as informações da Agência Brasil:

- Walter Braga Netto — general, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022

- Almir Garnier — ex-comandante da Marinha

- Anderson Torres — ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal

- Augusto Heleno — ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

- Paulo Sérgio Nogueira — ex-ministro da Defesa

- Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, delator

- Alexandre Ramagem — ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)


$Bolsonaro e os sete aliados foram condenados pelos crimes de:

- tentativa de golpe de Estado;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- organização criminosa armada;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça;
- deterioração de patrimônio tombado

Aqui estão as penas de prisão que caberam a Jair Bolsonaro e aos outros sete condenados pelo STF na trama golpista:

- Jair Bolsonaro 27 anos e 3 meses, em regime inicial fechado;

- Walter Braga Netto 26 anos e 6 meses;

- Almir Garnier 24 anos;

- Anderson Torres 24 anos;

- Augusto Heleno 21 anos (e 6-meses) ou cerca de 21 anos;

- Paulo Sérgio Nogueira19 anos;

- Alexandre Ramagem 16 anos, 1 mês e 15 dias;

- Mauro Cid 2 anos em regime aberto.


Segue as Multas / Dias-Multa, fonte Correio Brasiliense:

- Jair Bolsonaro: 124 dias-multa, sendo cada dia-multa equivalente a 2 salários mínimos.

- Walter Braga Netto: 100 dias-multa, cada dia equivalendo a um salário mínimo.

- Almir Garnier: 100 dias-multa, cada dia equivalente a um salário mínimo.

- Anderson Torres: 100 dias-multa, com valor de um salário mínimo por dia.

- Augusto Heleno: 84 dias-multa, salário mínimo por dia.

- Paulo Sérgio Nogueira: 84 dias-multa, salário mínimo por dia.

- Alexandre Ramagem: 50 dias-multa, salário mínimo por dia.

- Mauro Cid: não consta multa. Ele teve pena reduzida pelo acordo de colaboração.


Outras sanções além da multa e prisão:

Perda de mandato:
Alexandre Ramagem, que era deputado federal, terá o mandato cassado.

Inelegibilidade:
Todos os condenados ficam inelegíveis por 8 anos após o cumprimento da pena.

Perda de patente militar:
Alguns réus que tinham patente (sobretudo militares ou reservistas) perderão suas patentes. Exemplo: Braga Netto e Bolsonaro (que era capitão da reserva) perderão suas patentes militares.

Multa coletiva / indenização por danos aos prédios públicos (Três Poderes):
Foi determinada uma multa/indenização solidária de R$ 30 milhões pelos danos causados nos edifícios do Supremo, Palácio do Planalto, Congresso e Câmara dos Deputados. Essa penalidade é compartilhada entre os condenados. (Fonte Terra)


A Ministra Cármen Lúcia em uma alusão ao histórico de golpes de Estado pelo qual o Brasil passou desde que virou uma República, em 1889 disse "O que há de inédito, talvez, nessa ação penal é que nela pulsa o Brasil que me dói. A presente ação penal é quase o encontro do Brasil com seu passado, com seu presente e com seu futuro".

O Brasil mostrou que o sistema judicial pode ir até o fim contra quem atentar contra a democracia. O julgamento envia um recado não só para os EUA, mas para outros países: líderes que tentem minar eleições ou promover golpes podem ser responsabilizados.

*Quem “esperançar”, transforma*.

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Eu, Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)