19 junho, 2013

Sobre as agressões à militantes do PSTU durante a manifestação em Maringá.

Por Paulo Vidigal
Começo deixando claro que esse texto reflete uma opinião pessoal, o PSTU se posicionará sobre o ocorrido. Para quem não me conhece acho importante uma breve apresentação. Sou assalariado, pertenço à classe trabalhadora e na batalha desde os 13 anos de idade. Hoje, aos 40 anos acompanhados de alguns cabelos brancos e alguma experiência de vida, me permitem ousar essa reflexão.  
Primeiro: para aqueles que não sabem a manifestação que aconteceu ontem em Maringá foi sim organizada por partidos políticos e entidades. PT, PC do B, PSOL, PCB, PSTU, UNE, ANEL, sindicatos e entidades. Foram realizadas várias reuniões para que a manifestação acontecesse. Na última reunião ficou acordado, pelos organizadores, que aqueles que quisessem apresentar suas bandeiras assim poderiam fazê-lo.   
Ontem no início da manifestação assim que militantes do PSTU levantaram suas bandeiras foram rodeados por uma turba de “pseudo-manifestantes” (alguns  inclusive usando máscaras) e agredidos com violência e covardia.  No microfone, os organizadores mandavam que as bandeiras fossem enroladas. Ou seja, romperam com o que foi acordado na reunião de organização sobre a liberdade para expor bandeiras.
Acredito que os militantes do PSTU jamais permitiriam que um militante de outro partido, ou qualquer pessoa, fosse agredida simplesmente pelo fato de ter levantado sua bandeira. E ontem lamentavelmente a liberdade de manifestação e expressão não foi defendida pelos organizadores que tinham a obrigação política, moral e classista de defendê-la. Mas não o fizeram.
A reflexão é interessante: por que os meios de comunicação de massa tem feito campanha contra a participação dos partidos nas manifestações? Quem são os partidos de “pseudo-esquerda” que concordam com esse posicionamento? A quem isso favorece? À direita reacionária ou aos partidos de “pseudo esquerda”? Quem tem vergonha de levantar sua bandeira que não a levante. Esconder sua bandeira, aquilo que acredita, isso sim é oportunismo. Durante a semana nas redes sociais ameaçavam queimar nossas bandeiras. Oras, falar de política nas redes sociais sentado na poltrona e sob o anonimato é fácil. Ir para a rua e enfrentar governo, polícia e capangas como já fizemos, isso sim é militância e não oportunismo.
Hoje está sendo usada a expressão “o gigante acordou”.  O PSTU não estava dormindo. Prova disso é que está presente em lutas por todo país. Em Maringá não é diferente. Na greve de 31 dias dos municipais em 2006 durante a administração Silvio e Pupin, nas greves da UEM, nos movimentos sociais, de moradia, sindicais, contra discriminação e opressão de gênero.
Para mim, as mudanças ocorrem nas lutas travadas no dia a dia, numa militância efetiva em que o discurso seja refletido na prática e não se acovarde em defender quem quer que seja de uma agressão covarde e violenta.
           Por fim, repudio todo e qualquer tipo de restrição de liberdade e manifestação contra quem quer que seja. Lamento com profundo pesar a inércia das agremiações que faziam parte da organização da manifestação que foram omissos diante das agressões covardes de “pseudo manifestantes” contra o grupo de militantes do PSTU.   A história tratará de julgá-los. 

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