Você mantém sua webcam desligada nas reuniões online? Muito bem: você polui 96% menos (o mesmo se aplica se você reduzir a qualidade do streaming na Netflix e similares)
Muitas das atividades sociais pré-pandêmicas, das reuniões de negócios aos encontros com os amigos, tornaram-se virtuais e acontecem por meio de uma tela de computador. Aproveitando aplicativos como Zoom, Google Meet e similares, os encontros online agora são um hábito. Assim como os retângulos pretos na tela para distinguir os participantes da reunião que não ativaram a webcam.
A reportagem é de Andrea Indiano, publicada por Business Insider, 02-09-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Agora quem não gosta de aparecer na câmera em eventos virtuais pode justificar sua escolha por um motivo virtuoso: manter a webcam desligada ajuda o meio ambiente.
Quem explica isso e a universidade estadunidense de Purdue, que analisou o consumo de energia produzido por um PC durante uma conexão de vídeo. No texto original, os pesquisadores explicam que uma hora de videoconferência ou streaming faz com que o computador emita entre 150 e 1.000 gramas de dióxido de carbono e consuma entre 2 e 12 litros de água. Números prejudiciais à saúde da Terra. Mas deixar a câmera desligada pode reduzir esses números em 96%, de acordo com a pesquisa.
Uma redução semelhante nas emissões prejudiciais ocorre durante o streaming em definição padrão, em vez de em alta definição em sites como a Netflix.
De fato, os computadores e demais aparelhos eletrônicos que utilizamos para navegar na internet contribuem para a poluição, pois seus sistemas de refrigeração emitem gases nocivos ao meio ambiente. Quanto maior a demanda de energia, como é o caso da exibição de vídeos, maior é a poluição produzida.
O estudo de Purdue, conduzido em conjunto com a igualmente prestigiosa Yale University e o MIT (Massachusetts Institute of Technology), empenhou-se em analisar os danos ao meio ambiente causados pelas infraestruturas da Internet.
A poluição pela Internet já havia aumentado antes da pandemia, respondendo por cerca de 3,7% das emissões globais de gases de efeito estufa. O aumento no uso da Internet durante os períodos de lockdown e o aumento resultante de encontros com webcam pioraram a situação. Algumas nações relataram um aumento de pelo menos 20% no tráfego da web desde março de 2020. A equipe da Purdue analisou as emissões de gases de efeito estufa associadas a cada gigabyte de dados usados no YouTube, Zoom, Facebook, Instagram, Twitter, TikTok e outras 12 plataformas, bem como em videogames online e navegação na web em geral. Como previsto, quando os aplicativos usam o vídeo, aumentam os gases nocivos produzidos.
“Sabemos do impacto ambiental positivo trazido pelo abandono do papel, mas ninguém conhece a vantagem de desligar a câmera ou reduzir a qualidade do streaming. Portanto, sem o consentimento dos usuários, essas plataformas estão aumentando o impacto ambiental dos usuários individuais", disse Kaveh Madani, que liderou o estudo. Sua equipe coletou dados do Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Irã, Japão, México, Paquistão, Rússia, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. As estimativas são aproximadas, afirmam os pesquisadores, porque só puderam analisar os dados disponibilizados pelos prestadores de serviços e terceiros. Mas a equipe acredita que as estimativas ajudam a documentar a tendência e trazer mais atenção sobre os danos ambientais causados pelo uso da internet. As pessoas por trás dos retângulos pretos durante as videochamadas não serão mais vistas como tímidas ou esquivas, mas podem ser consideradas comprometidas com o bem-estar da Terra.
Fonte: IHU
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