31 dezembro, 2025

Taxa de desemprego chega a 5,2%, a menor desde 2012

Número de pessoas ocupadas também é recorde: 103,2 milhões

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em novembro ficou em 5,2%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da menor taxa de desocupação desde 2012, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua.

Segundo o IBGE, de setembro a novembro, 5,6 milhões de pessoas estavam desempregadas, o menor número de desocupados já registrado pela pesquisa.

Ao longo da série histórica, o maior contingente de desocupados ocorreu no trimestre encerrado em março de 2021, auge da pandemia de covid-19, quando esse o indicador registrou 14,9 milhões de pessoas sem emprego formal.

Ocupação

A menor desocupação da série histórica foi também, de acordo com o IBGE, acompanhada por um novo recorde no número de pessoas ocupadas no país: 103,2 milhões.

O nível de ocupação, isto é, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando, chegou ao maior percentual da série histórica da PNAD Contínua: 59,0%.

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Publicado pela Agência Brasil em 30/12/2025 - 14:52

Brasil cria 85,8 mil vagas de trabalho em novembro

O Brasil gerou 85.864 postos de trabalho no mês de novembro, resultado de um total de 1.979.902 admissões e 1.894.038 desligamentos.

Os dados fazem parte do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Acumulado

Os números mostram que, no acumulado de janeiro a novembro de 2025, foi verificado um saldo positivo de 1.895.130 postos de trabalho, decorrentes de 25.055.514 admissões e 24.160.384 desligamentos.

Desse total de 1,895 milhão, 1,462 milhão eram postos de trabalho típicos e 434 mil eram não típicos.

São considerados não típicos os trabalhadores aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF e com carga horária até 30 horas.

Ainda de acordo com o novo Caged, no acumulado dos últimos 12 meses (dezembro de 2024 a novembro de 2025), o saldo positivo é de 1.339.878 postos de trabalho, montante menor que o saldo observado no período de dezembro de 2023 a novembro de 2024 (1.781.293 postos).

Setores

De acordo com o balanço apresentado pelo titular da pasta, Luiz Marinho, apenas dois dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos: o comércio (+78.249 ou +0,7%) e o setor de serviços (+75.131 ou +0,3%). Registraram saldos negativos a agropecuária (-16.566 ou -0,8%), a construção (-23.804 ou -0,7%) e a indústria (-27.135, ou -0,2%).

Em novembro, foram registrados saldos positivos em 20 unidades federativas, com maiores saldos absolutos em São Paulo (+31.104), Rio de Janeiro (+19.961) e Pernambuco (+8.996).

Os estados com menores saldos absolutos de geração de empregos no mês passado foram Minas Gerais: (-8.740 postos ou -0,1%), Goiás (-8.413 ou -0,5%) e Mato Grosso: (-5.802 postos ou -0,5%).

Salário médio

O salário médio real de admissão em novembro de 2025 foi de R$ 2.310,78, praticamente estável em relação ao mês anterior (R$ 2.305,00). Houve variação positiva de R$ 5,78 (+0,3%). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o aumento foi de R$ 67,95 (+3,03%).

Para os trabalhadores considerados típicos o salário real de admissão foi de R$ 2.355,56 (1,9% mais elevado que o valor médio), enquanto para os trabalhadores não típicos foi de R$ 1.991,42 (13,8% menor que o valor médio).


*Matéria ampliada às 15h59
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Publicado pela Agência Brasil em 30/12/2025 - 14:52
Reporte Paula Laboissière

TST diz que greve nos Correios não é abusiva, mas autoriza desconto

Com o fim do julgamento, os trabalhadores devem retomar o trabalho

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou como não abusiva a greve dos trabalhadores dos Correios, que completou duas semanas, nesta terça-feira (30), e manteve a validade das cláusulas pré-existentes no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria do ano anterior (2024/2025), incluindo a determinação de reajuste de 5,10% sobre os salários, com base na inflação do período de um ano até a data-base. Os termos foram definidos pela ministra relatora do processo, Kátia Magalhães Arruda, que foi acompanhada pela maioria dos demais ministros da Seção Especializada de Dissídios Coletivos (SDC) da Corte trabalhista.

Apesar da declaração de legalidade do movimento paredista, trabalhadores que paralisaram as atividades terão as faltas descontadas nos salários, em valores que serão divididos em três parcelas mensais, sucessivas e iguais, apurados de forma individualizada em relação à cada empregado. A greve foi deflagrada o dia 16 de dezembro.

A decisão encerrou o julgamento do dissídio coletivo da categoria, pondo fim a uma campanha salarial cuja data-base (referência para os reajustes) estava fixada no 1º de agosto. Com o fim do julgamento, os trabalhadores devem retomar o trabalho normalmente nesta quarta-feira (31). Na semana passada, a relatora já havia determinado que 80% do efetivo dos Correios fosse mantido, dado o caráter essencial do serviço postal. A greve estava concentrada em nove estados: Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A mobilização dos trabalhadores dos Correios ocorre em meio a um momento delicado nas finanças da estatal, que acumula déficits bilionários. Ontem, a empresa anunciou um plano para fechar até 6 mil agências e demitir cerca de 15 mil empregados. A companhia, cujo capital é 100% público, estuda ainda um aporte de R$ 12 bilhões por meio de linhas de crédito abertas nos maiores bancos do país.

"O resultado reflete aquilo que nós vínhamos trabalhando, cobrando da empresa, e retratamos tudo isso aqui dentro do TST, que é a garantia dos nossos direitos, com a garantia da reposição salarial. Claro que não tivemos, na plenitude, tudo que esperávamos, mas foi um julgamento que retrata a expectativa da categoria. Passamos os últimos 16 dias dizendo que a categoria não é responsável por essa crise", afirmou Emerson Marinho, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), uma das lideranças à frente da negociação com a direção dos Correios.

Procurada pela Agência Brasil, a empresa não se manifestou sobre o julgamento do TST até o fechamento da reportagem.

A manutenção das cláusulas pré-existentes no acordo coletivo de trabalho anterior vai vigorar por um ano, na forma de uma sentença normativa do TST, até a data-base de 1º de agosto. Depois disso, no entanto, elas deixarão de valer e entidades sindicais e empresa deverão negociar do zero, a partir de 2026. Esse cenário pode favorecer a intenção da direção da empresa de flexibilizar contratos de trabalho, com redução de benefícios como forma de cortar ainda mais despesas.

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Publicado pela Agência Brasil em 30/12/2025
Reporte Pedro Rafael Vilela