Uma "representante independente" das vítimas ajudará a Igreja austríaca a investigar os abusos sexuais. É uma novidade. Dirige a atenção ao papel da mulher na história da fé.
A escolha da Igreja Católica austríaca, anunciada pelo arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, de nomear a ex-governadora regional Waltraud Klasnic como "representante independente" das vítimas para investigar os casos de abusos sexuais é uma novidade. E convida a que se medite sobre o papel da mulher na Igreja
Os católicos, diferentemente dos protestantes, não conheceram sacerdotes ou bispos do sexo frágil. E ainda menos cardeais ou papas. A papisa Joana – Giovanni Boccaccio, dentre outros, fala dela no "De mulieribus claris" – é uma lenda medieval (a complexa questão se encontra no ensaio de Alain Boureau, intitulado justamente "La papesse Jeanne").
Porém, o papel da mulher não foi marginal no Novo Testamento. Entre as muitas referências, deve ser recordado sobretudo aquilo que se lê no capítulo 20 de João: Jesus ressuscitado apareceu em primeiro lugar a Maria Madalena. No Calvário, as mulheres, "que o tinham seguido e o haviam assistido, quando ele estava na Galileia; e muitas outras que haviam subido juntamente com ele a Jerusalém" (Marcos 15, 41), não abandonam o Senhor.
E também nos Atos dos Apóstolos, depois de ter lembrado os nomes do seguidores diretos de Cristo, destacam: "Todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, juntamente com algumas mulheres, entre as quais Maria, Mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus" (1, 14). Além disso, nas comunidades paulinas, são numerosas as mulheres (Atos 16, 14; 17, 4). Esses são apenas alguns dos exemplos possíveis. Leia na íntegra
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