Caio N. de Toledo
46 anos atrás – na data em que o imaginário popular consagrou como o “dia da mentira” – foi rompida a legalidade democrática implantada no Brasil desde o fim da ditadura do Estado Novo (1937-1945). Hoje apenas os órfãos da ultradireita brasileira se atreverão a comemorar publicamente o 1º. de abril de 1964; civis e militares que o fizerem serão uns poucos gatos pingados em bizarros cenários. A quase totalidade das entidades que conspirou e apoiou o golpe contra o governo democrático de João Goulart (1961-1964), certamente, não festejará o golpe civil-militar de abril; os grandes órgãos de comunicação – ao contrário do que fizeram por quase duas décadas –, não abrirão espaço, nestes dias, para a apologia do regime militar. Explica-se: no Brasil contemporâneo todos se afirmam “amigos” ou amantes da democracia...
Diante da recorrente questão “Golpe” ou “Revolução”, deveríamos lembrar as palavras de um eminente protagonista do movimento de abril. Em celebrado depoimento (1981), Ernesto Geisel declarou: “o que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções se fazem por uma idéia, em favor de uma doutrina”. Para o vitorioso de 1964, o movimento se fez “contra Goulart”, “contra a corrupção”, “contra a baderna e a anarquia que destruíam o país”...continue lendo...
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