27 julho, 2010

Pastoral Carcerária lança Relatório sobre Tortura


A Pastoral Carcerária - PCr/CNBB, lança dia 2 de agosto, às 15 horas, na Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo o "RELATÓRIO DE TORTURA: uma experiência de monitoramento dos locais de detenção para prevenção da tortura".
A Pastoral quer pressionar o governo a implementar o mecanismo nacional de combate à tortura previsto na Convenção da Organização das Nações Unidas para Prevenção da Tortura, afirmou o coordenador da entidade ligada à Igreja Católica, padre Valdir João Silveira.
O documento mostra que juízes e promotores ainda resistem a combater esse tipo de prática no Brasil. “(O relatório) É um argumento muito forte para ajudar na implementação desse protocolo. Faltam mais ações, precisamos pressionar um pouco para que isso (a tortura) não venha a acontecer nos estados brasileiros”, disse o coordenador.
Entre 1997 e 2009, a Pastoral Carcerária denunciou 211 casos de tortura. “É impossível descobrir o número exato de torturas, porque essa prática ocorre onde só há o torturador e o torturado. Por isso, a presença constante de um organismo externo é fundamental”, disse o assessor jurídico da entidade, José de Jesus Filho.
As denúncias de tortura são feitas por presos, parentes e até mesmo pelos próprios agentes penitenciários. “Muitas vezes, os agentes têm medo, porque, quando denunciam, são vítimas de retaliações”, afirmou José de Jesus Filho.
A Pastoral Carcerária atua em todos os estados brasileiros. Equipes fazem visitas periódicas às penitenciárias para evangelizar detentos. As denúncias de tortura apuradas pela entidade são repassadas para um advogado, que, após fazer entrevistas detalhadas com as vítimas, leva o caso ao Ministério Público.

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