19 março, 2012

"A Igreja deve andar junto com o povo de rua, que entre os pobres são os mais pobres”

"A Igreja deve andar junto com o povo de rua, que entre os pobres são os mais pobres”. A afirmação é de Dom Guilherme Werland, presidente da Comissão 8 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Ele participou da 1ª Assembleia Nacional da Pastoral do Povo de Rua que aconteceu de 16 à 18 deste mês , na Casa Santíssima Trindade, em Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. A Assembleia acontece dentro de um contexto de extrema violência cometida contra pessoas que se encontram em situação de rua. Recentemente, em Brasília, jovens atearam fogo em dois moradores de rua, provocando a morte de um deles. Em Tabatinga, mais duas pessoas foram mortas a tiros. No último dia 10, em Campo Grande (MS), outro morador de rua foi queimado, enquanto estava amarrado numa árvore. Casos assim demonstram o quanto essa população está vulnerável, invisível e precisa urgentemente de políticas e ações que a protejam. "É o mesmo tipo de violência que acontece no campo e que agora migrou para a cidade, como um instrumento institucional e instituído de limpeza social daquilo que esse modelo econômico considera lixo. Mas estamos falando de igualdade, de homens e mulheres que merecem uma vida digna”, falou Dom Guilherme. De acordo com Cristina Bove, coordenadora nacional da Pastoral do Povo de Rua, o índice de violência e crimes tem aumentado consideravelmente. Foram contabilizados, em poucos meses, 90 casos. 27 só em Belo Horizonte. Muitos têm sido vítimas de crimes de caráter e requinte cruel, revelando a face de ódio e preconceito por parte da sociedade e a ausência de Políticas Públicas. "Mas são vistos como lixo e objetos que devem ser ‘retirados’ do espaço público. Porém são pessoas com direitos, que estão na rua por diversos motivos. Buscamos dar suporte a esses moradores para que possam tomar posturas em relação a seus direitos fundamentais”, acrescentou. Enquanto Igreja – complementou Dom Guilherme – a Pastoral do Povo de Rua está caminhando no sentido de caminhar junto aos irmãos e irmãs que estão fragilizados/as. "Nós, Igreja, temos que se essa presença solidária, alguém que pare, olhe, escute, dê atenção. Vamos caminhar com eles, como filhos e filhas de Deus e como cidadãos e cidadãs que são”, enfatizou.

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