“A briga contra as sacolinhas plásticas não é uma briga com o plástico em si, é uma briga contra a descartabilidade”, esclarece a gerente de comunicação do Instituto Akatu, que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente. Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, Ludmila Frateschi explica que as sacolas plásticas geram impactos ambientais em dois momentos: primeiro, ao serem fabricadas, pois demandam uma série de recursos naturais; e, posteriormente, ao serem descartadas após pouco tempo de uso. “Cada uma demora mais de cem anos para se decompor no meio ambiente”, alerta. No entanto, enfatiza, o setor do plástico desempenha um papel fundamental ao oferecer a matéria-prima para desenvolver material descartável para hospitais, pois evita a contaminação. “Os produtores de plástico não deveriam estar tão preocupados com a mudança, porque nós precisamos muito do plástico para viver”, frisa.
Além do lento processo de decomposição, Ludmila enfatiza que o “plástico tem uma tendência de se fragmentar em pequenos espaços, fazendo com que ele se espalhe rapidamente, contaminando muitos ambientes. Além de contaminar a água, ele acaba matando a fauna e a flora que vivem na água. Por essas e outras razões, as sacolas plásticas estão sendo consideradas um problema”.
Segundo ela, os sacos de lixo preto e azul são menos agressivos ao meio ambiente, uma vez que são fabricados a partir de um plástico que já foi utilizado. Entretanto, assegura, as sacolas reutilizáveis continuam sendo a melhor alternativa para minimizar os impactos ambientais. “As sacolas biodegradáveis não deveriam ser uma opção; elas deveriam ser uma escolha para quem esqueceu a sua sacola, fez uma pequena compra, teve algum imprevisto. No dia a dia, a opção deveria ser utilizar a mesma sacola reutilizável várias vezes”, destaca. Confira a entrevista
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