As investigações mais recentes de demógrafos da linha de pesquisa Família, Gênero e População da Unicamp apontam que, na contramão do que se prega, a família brasileira não está em crise. Mantém-se viva e mais heterogênea do que num passado recente. Não se pode mais falar em família brasileira no singular. Hoje existe um amplo espaço de reinvenção e uma boa parte dessas mudanças pode ser atribuída à condição da mulher. A sua crescente participação em um mercado de trabalho consolidado no país abre espaço para novas tensões no mundo doméstico. Processos demográficos fazem parte das mudanças nos arranjos domésticos. Dois deles são especialmente importantes: a queda vertiginosa da taxa de fecundidade e o aumento da expectativa de vida. Ambos os processos tornam imprescindível refletir sobre as relações de gênero e geração. No Brasil, a fecundidade feminina passou da média de 6,3 filhos por mulher em 1960 para 1,86 em 2010, com impacto óbvio no tamanho das famílias e na descendência de sucessivas gerações. As relações de conjugalidade também já não são as mesmas, segundo as pesquisas. Em boa parte dos países latino-americanos, entre os quais o Brasil, a união consensual (informal) é uma dimensão histórica recorrente da vida familiar. "A reinvenção da família envolve a reinvenção da paternidade, que passa também por várias transformações, assim como a sua negação. Há homens que não querem ser pais. O que devemos entender é que a paternidade não está mais ligada de modo irreversível à virilidade masculina”. Leia a matérira na íntegra
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