Uma liderança de uma das paróquias da Arquidiocese de Maringá, procurou para conversar sobre as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), ela trazia com sigo algumas dúvidas suas e de seus colegas a respeito da necessidade ou não das CEBs possuir “salão” para reunir o povo da Comunidade Eclesial de Base.
Preocupado, relatou que sua paróquia esta estruturada em redes de Comunidades Eclesiais de Base, e existem CEBs que, em seu espaço geográfico tem salão comunitário e outras não tem. Segundo ele, nas que tem salão comunitário as missas e outras atividades são realizadas no salão e nas CEBs que não tem, são realizadas nas casas das famílias.
Conversamos por um bom tempo, e como ele queria minha opinião, procurei deixar claro que estaria também colocando uma opinião pessoal, mas que as decisões nas CEBs precisa ser partilhada, precisa ser comunitária.
Para uma compreensão melhor de quem vier a ler esse texto, a Arquidicese de Maringá tem as CEBs como uma de suas prioridades dentro do Plano de Ação Evangelizadora. Hoje em quase sua totalidade as paróquias estão organizadas em redes de CEBs, sendo que o critério vem sendo o da aproximidade (territoriedade).
Resumindo o bate papo, disse que é preciso tomar cuidade para não fazer com que as CEBs que possuiu estrutura como “salão comunitário” centralize tudo nele. A V Coferência do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho) questiona a estrutura centralizadora paroquial e a importância de sua setorização em unidades territoriais menores...que permitam maior proximidade com as pessaos e grupos que vivem na região (DA 372).
Quando, por exemplo, a missa é celebrada “na casa” o acolhimento e a proximidade tem “gostinho especial”. O olhar se torna diferente e como é importante o “olhar”. O olhar de Jesus o levava a descobrir a necessidade mais profunda daquelas pessoas - “elas andam como ovelhas que não tem pastor”. Estruturas como “salão” pode em vez de permitir proximidade levar a um distanciamento.
Digo que, bom seria a não existência de “salões” e nossas CEBs, porque assim, o único espaço seria as “casas”. A prática de Jesus foi percorrer todas as cidades e povoados e conforme narrado no Evangelho de Marcos 2, 1-2 “Multidões de pessoas se reuniram na ‘casa’ onde Jesus estava e Jesus anunciava a palavra.”
Os Atos dos Apóstolos narram que desde o início, as seguidoras e seguidores de Jesus diariamente freqüentavam o templo e nas ‘casas’ partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração (At 2,46).
No contexto urbano das cidades que pertencem a Arquidiocese de Maringá é possível fazer com que as famílias façam de suas casas espaço aberto de acolhida da comunidade, para momentos de partilha, celebrações e reflexões.
Situações onde em uma paróquia em que em sua rede de CEBs contempla uma CEB que seja um condomínio, um edificio, aí sim, para realizaçãoes de momentos em que envolva toda a CEB como a missa é necessário o uso do “salão”.
Vejo como importante, nas CEBs que tenha “salão”, as atividades não sejam centralizadas neles. Mesmo as celebrações das missas que envolve todo o povo sejam nas casas. Existem muitas casas com espaço e muitas familias dispostas a acolher a comunidade para esses momentos.
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