Foto é do 4º Encontrão Arquidiocesano das CEBs
A igualdade é possível!
Conforme as lideranças iam chegando fui observando que a maioria eram mulheres.
Na quinta-feira, eu e o Padre Dirceu Alves do Nascimento com
a coordenação das nove CEBs que compõem a paróquia Nossa Senhora da Liberdade,
juntamente com outras lideranças convidadas reunimos para programar a caminhada
das CEBs da paróquia.
Conforme as lideranças iam chegando fui observando que a
maioria eram mulheres. Apenas uma CEB tem como coordenador um homem e, em outra
CEB, um homem como vice-coordenador.
Na Igreja, as mulheres se dedicam às diversas pastorais, sustenta
a vida de fé na maioria das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), inseridas no
ministério da palavra e da comunhão.
O debate sobre o sacerdócio feminino ainda passa longe da
estrutura eclesial, más nem por isso elas deixam de ser participação calorosa
na Igreja, mesmo diante dos diversos limites impostos pela hierarquia.
“Julgar se uma religião é democrática e libertadora consiste
no teste prático, de saber se permite a plena participação e liderança das
mulheres” (Elisabeth S. Fiorenza).
Percebemos que de certa forma, as mulheres simplesmente
desaparecem dos relatos entre a morte de Jesus e as primeiras comunidades, a
minha resposta é que a história foi contada por homens a partir do olhar deles.
Eram nas casas que se reuniam para celebrar a palavra do
Senhor e a partilha do pão e do vinho, a casa habitat das mulheres e crianças,
não dá para chegar à conclusão de que eram somente os homens que evangelizavam.
As mulheres sempre estiveram presentes: “Ou não temos
direito de levar conosco nas viagens uma mulher cristã, como fazem os outros
apóstolos e os irmãos do Senhor, e Pedro?” (1 Cor 9,5).
Nas primeiras comunidades, Paulo ora fala diretamente com a
mulher, ou sobre ela, de forma carinhosa, trata-a em pé de igualdade com o homem,
como, por exemplo, em Gálatas 3, 28-29: “Não há mais diferença entre judeus e
grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são
um só em Jesus Cristo”.
O Concílio Vaticano II fez um importante marco para iniciar
esse caminho. Pela primeira vez, a Igreja se manifestou em documentos eclesiais
oficiais, em que a discriminação contra a mulher contradiz a vontade de Deus.
O documento de Aparecida apresenta uma nova linguagem. Em vários
pontos usa o tratamento: mulheres e homens, irmãs e irmãos, filhos e filhas,
acredito ser fruto de um debate que se realiza no interior da Igreja, e que
ainda encontra resistência por parte de muitos padres e bispos. Aparecida
incentiva fortemente a atuação das mulheres nas instâncias de decisão.
As mulheres estão presentes na vida e na missão da Igreja,
vem dando um novo rosto eclesial, através do seu jeito carinhoso, sua
generosidade, seu entusiasmo, seu profetismo e a forma feminina de demonstrar
sua fé e amor.
A igualdade é possível, más ainda há um longo caminho, às
vezes acho que a reflexão orientada pela Igreja sobre a presença da mulher no
mundo vale somente para o “mundo” e não para dentro da própria Igreja, além do
fato de a resposta se basear na figura de Maria.
É preciso que mulheres e também homens estejam atentos para
criar novas utopias e iluminados pela face feminina do Espírito Santo,
encontrarem caminhos para a construção da igualdade entre mulheres e homens.
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