21 janeiro, 2015

KenarikBoujikian: Katia Abreu atua com má-fé


Fonte: CEBI

Não é nenhuma novidade. Kátia Abreu, a nova ministra da Agricultura do governo Dilma Rousseff, é contra o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a reforma agrária e a favor da PEC 215 (transfere do Executivo para o Legislativo a homologação da demarcação das terras indígenas).

Tanto que, no final de novembro de 2014, diante dos rumores de ela iria para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), intelectuais fizeram um manifesto contra a sua possível indicação. Não adiantou.

Mantido o seu nome, esperava-se que, na condição de ministra, ela talvez pudesse ser mais criteriosa. Ficou na esperança. Em entrevista à Folha de S. Paulo nessa segunda-feira 5, ela falou como jagunço do agronegócio.

“Katia Abreu representa o que de mais atrasado se pode ter na política agrária”, afirma a magistrada KenarikBoujikian. “Ela ocupa este ministério para um fim específico: a defesa do latifúndio e do agronegócio, passando por cima dos direitos dos povos indígenas, dos trabalhadores da terra e do povo brasileiro.”

“Kátia Abreu foi inescrupulosa, na medida em que, deliberadamente, pretendeu distorcer a realidade do país”, acusa a magistrada. “Ela demonstrou total desrespeito à nossa história, ao povo brasileiro e à  Constituição Federal.”

“Deve achar que todos nós somos gados e ela pode dizer as bobagens e as mentiras  que quiser e todos, passivamente, acreditarão”, condena. “Não é  possível aceitar que um ministro de Estado atue com tanta má-fé.”

Kátia Abreu é senadora pelo PMDB  do Tocantins e, há cerca de 6 anos, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ela foi a primeira mulher a assumir a presidência da entidade. Foi ainda a primeira mulher a ser escolhida para presidir a bancada ruralista no noCongresso .

KenarikBoujikian é desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo e cofundadora da Associação Juízes para a Democracia (AJD). É a juíza que condenou o ex-médico Roger Abdelmassih a 286 anos de prisão por estupro de suas pacientes.

Em entrevista ao Viomundo, KenarikBoujikian faz uma análise das declarações de Kátia Abreu à Folha.

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