Essa semana, duas pessoas perguntaram por que defendemos uma
escola para lideranças.
Uns dos projetos assumidos pela Arquidiocese de Maringá em
sua última assembléia que aprovou o 24º Plano da Ação Evangelizadora 2017- 2020,foi
o projeto apresentado pelas Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs “Escola de
formação para lideranças”.
Na última reunião das CEBs da Província Eclesiástica de
Maringá uma escola de formação para formadores foi assumida pela província.
As duas escolas têm o mesmo objetivo, apenas denominação
diferente, dar condições as paróquias de ter uma Escola de Formação Permanente
para as lideranças da Base, de nossas Comunidades Eclesiais de Base.
A base de nossas paróquias são as CEBs, onde o povo esta.
Essas comunidades são confiadas á pessoas, para coordenar e animar para que a
ação pastoral da igreja aconteça através das pastorais, movimentos, serviços e
grupos de reflexão organizados em cada uma dessas pequenas comunidades eclesiais
de base. Esse grupo de coordenadoras/es formam o Conselho Pastoral da CEB (CPC),
para qual o nosso Deus confia o seu povo, para serem acolhidos, amados e
cuidados.
As CEBs têm uma mística, uma espiritualidade, uma pedagogia,
um profetismo e um jeito de ser missionária própria dela. Muito dos documentos
da Igreja reconhece e confirmada na prática.
As lideranças da base de nossas paróquias, que compõem o CPC
sabem e compreendem?
É preciso essa compreensão e fomentação para que de fato as
CEBs aconteçam.
Os nossos CPCs têm clareza do cuidado pastoril que a eles são
confiados e sabem como pastoriar na dimensão Igreja ad intra e Igreja ad extra?
O cuidado pastoril do Conselho Pastoral da CEB não restringe
a uma pastoral, movimento ou serviço, más para “tudo” e para “todos às pessoas”
que pertencem as CEB. Ser presença amiga, acolhedora e evangelizadora de “tudo”
e para “todos”, um olhar atencioso para dinamizar e chegar até aquelas e
aqueles que não estão inseridos e para aquelas e aqueles que mais precisam.
Pastorear preparando pessoas, levando-as a serem sujeitos inseridos e
pertencentes à sociedade e nela atuar.
A história está se desenrolando rapidamente e a maneira como
enfrentaremos os desafios desses tempos determinará a evangelização em um mundo
urbanizado. Os desafios são muitos, penso até que eles mudam de face
diariamente, sem uma formação permanente para lideranças corremos o risco não
conseguirmos interpretar os desafios.
Por todos os lados opiniões e conceitos fazendo engolir uma
mentalidade que vai contra o projeto de Deus. O ritmo da cidade dos
trabalhadores, do comércio, das indústrias etc. Diante de tantas “faces” a
Igreja precisa revelar a face que será modelo que irá tocar na insensibilidade
do mundo, sendo um sinal profético – Evangelizar pelo testemunho.
Os tempos são outros, é preciso aprofundar cada vez mais o
modo como as pessoas são recebidas, tratadas, acolhidas. No mundo urbanizado,
informações e opiniões sobre diversos assuntos chega a todos, de fontes
diversas e muitas delas não confiáveis, embora não sabemos de qual fonte bebeu
da água, as pessoas vão tendo seu ponto de vista a respeito de algo, age de
forma particular. Isso precisa ser estudado para que realmente haja uma
acolhida. Muito mais do que exigências autoritárias é preciso dialogar, mostrar
caminhos, acompanhar, ter misericórdia.
É preciso trabalhar pela unidade, acreditar no diálogo
ecumênico e fazer acontecer uma nova face da Igreja de Jesus Cristo no mundo
hoje. A Igreja não está mais separada do mundo. Deverá tornar-se parceira na
luta pública, política.
Nossas lideranças precisam capacitar para construir uma ponte
entre o mundo em que vivemos e o mundo que a maioria das pessoas querem e saber
dar resposta diante dos desafios, em qualquer área.
Para dar resposta é preciso compreender as dimensões da
mulher/homem e a humanidade, conhecer Jesus Cristo, sua personalidade,
história. Conhecer a doutrina da Igreja, seu papel na salvação, sua forma de
relacionar com o mundo, seu papel social. É preciso compreender as políticas
públicas e conselhos, movimentos sociais e populares, associações e
cooperativas, partidos políticos e qual a visão da Igreja a respeito de cada
um.
Opiniões e informações de temas como mudanças climáticas,
pobreza, violência, aborto, maioridade penal, reforma tributária, família e
outros chegam a cada minuto até as pessoas, é só ter um celular na mão. Para
cada tema, defensores e apoiadores. Às vezes surge um momento em que é preciso
como liderança tomar uma decisão, dar uma resposta, assim pensa a Igreja, o
conhecimento fará toda a diferença.
A Igreja tem o dever de ser atenta ao melhor modo de se
comunicar com a humanidade em cada época e cultura. O Concílio Vaticano II, na
década de 60, fez isso, preparando a Igreja para o mundo atual.
A Escola de Formação para Lideranças e/ou Escola de Formação
para Formadores é proposto para somar ao dever da Igreja e aos ideais do
Vaticano II.
Como dizia a Bem-aventurada Santa Teresa de Calcutá, “nós não
somos chamados a fazer sucesso, mas a ser fiéis!”.
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