Anciãos cada vez mais vulneráveis na sociedade!
"É preciso promover o respeito pela dignidade dos anciãos, que são uma fonte de riqueza para a sociedade."
Foi uma das prioridades indicadas pelo observador permanente da Santa Sé na Onu, em Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento no grupo de trabalho em andamento até esta-sexta-feira (07/07) cujas atividades centralizam-se na questão do envelhecimento da população mundial.
Detendo-se sobre o tema da contribuição das pessoas anciãs para o desenvolvimento social, o arcebispo filipino ressaltou que a atenção para com essas pessoas é cada vez mais crítica porque o número de anciãos cresce rapidamente.
Prioridade: direitos dos anciãos sejam tutelados
Responder às exigências dos anciãos e desenvolver medidas concretas para assegurar que seus direitos sejam tutelados e protegidos são prioridades urgentes, acrescentou o representante vaticano.
Em seguida, o núncio apostólico recordou a afirmação do Papa Francisco na audiência geral de 4 de março de 2015:
Respeitar fragilidade e dignidade do ancião
“Graças aos progressos da medicina a vida se alongou: mas a sociedade não se ‘alargou’ para a vida! O número de anciãos multiplicou-se, mas nossas sociedades não se organizaram suficientemente a fim de dar lugar para eles, com justo respeito e concreta consideração por sua fragilidade e sua dignidade” – disse o Pontífice naquela ocasião.
Os anciãos – disse Dom Auza – são mais vulneráveis sob vários aspectos, entre os quais aqueles que estão relacionados à pobreza, ao isolamento e à saúde. Também catástrofes naturais, conflitos armados e crises financeiras comportam efeitos ainda mais críticos porque o acesso aos serviços de emergência, para as pessoas anciãs, encontra maiores limites devido, por exemplo, à idade avançada e a uma reduzida mobilidade.
Políticas e comportamentos podem excluir idosos
O prelado observou ainda que os anciãos são muitas vezes excluídos da participação ativa na sociedade. Políticas e comportamentos podem colocar à margem pessoas que já estiveram no centro de nossas comunidades.
Na realidade – como disse o Santo Padre –, são “a reserva sapiencial de nosso povo”, prosseguiu Dom Auza citando mais uma vez o Pontífice:
Sociedade programada sobre a eficiência ignora anciãos
“Enquanto somos jovens, somos levados a ignorar a velhice, como se fosse uma doença da qual manter-se distante; depois, quando nos tornamos anciãos, especialmente se somos pobres, se somos doentes sozinhos, experimentamos as lacunas de uma sociedade programada sobre a eficiência, que consequentemente ignora os anciãos” (Audiência geral de 4 de março de 2015).
Incluir anciãos nos processos de decisão
Por conseguinte, afirmou o representante vaticano, é um imperativo trabalhar para promover políticas e práticas que reforcem o envolvimento das pessoas anciãs na política e nos processos de decisão. É também necessário assegurar uma aposentadoria adequada e o acesso a uma formação permanente.
Os anciãos atingidos por doenças, por limites físicos e déficit cognitivos e aqueles que vivem numa situação de isolamento encontram-se numa fase de grande necessidade. É nessas circunstâncias que devemos demonstrar-lhes nosso amor e respeito, ressaltou por fim o arcebispo. (RL)
Fonte: Radio Vaticano
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