Família e Família CEBs
Família e a Família CEBs, foi o tema trabalhado pelas CEBs
na região Pastoral Santa Cruz, Arquidiocese de Maringá.
Em torno da palavra família o ideal de Deus para o ser
humano, perspectivas, espaço de acolhida, compreensão, respeito, doação. Base
que constitui o ser humano como pessoa e nas relações na sociedade. Aprendemos
na família valores que marca profundamente. Na família promessa implícita.
Estão respondendo a essas promessas?
O tema proposto na Campanha da Fraternidade de 1994 foi “A
Família, como vai?”, trazemos essa pergunta.
Há marcas positivas e negativas na família. Muitos desafios
internos e externos, feridas, frustrações, fracassos, egoísmo, soberba...,
marcas doloridas.
Em torno do plano de Deus, para realizar seu plano Ele conta
coma as famílias. O Evangelho de Mateus e Lucas relata a genealogia de Jesus,
história de geração a geração até chegar a Jesus.
Ao resgatar a genealogia de Jesus, percebemos famílias com
marcas doloridas, problemas e conflitos, famílias muita humana, com ideal de
amor, mas também com situações difíceis e desafiadoras.
Abraão e Sara sua esposa, idade avançada, saem de sua terra,
sem filhos e com a promessa de Deus de gestarem uma grande descendência e formariam
uma grande nação. A impaciência na espera da promessa divina, leva-os a
buscarem a solução, Sara propõe que Abraão seu esposo une com sua escrava Agar
e ele aceita, nasce um menino e depois Deus cumpri com a promessa, fala a
Abraão que Sara vai lhe dar um filho, e Abraão ri, “Eu a abençoarei e também
por meio dela darei a você um filho. Sim, eu a abençoarei e dela procederão nações
e reis de povos". Abraão prostrou-se com o rosto em terra; riu-se e disse
a si mesmo: "Poderá um homem de cem anos de idade gerar um filho? Poderá
Sara dar à luz aos noventa anos?" (Gn 17:16,17). Sara também quando ouve
que terá um filho, não acredita e ri, “Por isso riu consigo mesma, quando
pensou: "Depois de já estar velha e meu senhor já idoso, ainda terei esse
prazer?" (Gn 18:12). E nasce o filho da promessa, Isaque, más toda essa
situação na família, gera inveja, ciúmes, conflitos, uma grande rivalidade
entre Sara e sua escrava Agar.
A família de Isaque viveu conflitos e ciúmes. Isaque na
idade avançada, passou a não enxergar, aproveitando da situação do pai, Jacó
rouba a bênção de seu irmão Esaú.
A história de Tamar casou-se com Er, primeiro filho de Judá,
morreu, deixando Tamar viúva. Ela foi então dada como esposa a Onã, o qual
também agia mal e se recusava a dar filhos a Tamar, também morreu ela continuou
sendo uma viúva sem filhos. Situações difíceis, conflitos e preconceitos.
Recordamos José filho de Jacó, motivados pelo ciúme, os
irmãos de José planejavam matá-lo, impedidos pelo irmão mais velho, então
decidem vendê-lo e o fez.
Dessa genealogia de famílias que viveram vários tipos de
problemas e situações que Deu forma o Povo de Israel, as 12 tribos. Famílias
cheias de problemas, dificuldades, dores, frustrações, erros, más, Deus não as
deixa, vai conduzindo-as. Essas famílias, com todos esses conflitos, formam o
Povo de Israel, conjunto de tribos. Não se conhecem por uma grande nação que
tem um rei a frente. São Clã, Clã Familiar, hoje as CEBs.
Essas comunidades são a Base de Israel. Aliança conjunta de
comunidade onde a base são as famílias, como as nossas, com muitas alegrias,
mas também com muitas dores e conflitos.
Deus não cansa, não se fecha a quem erra, acolhe, corrige,
conduz. Raab uma prostituta, reconheceu Deus, salvou o povo de Israel, com
atitude de não entregar ao rei de Jericó dois espiões israelitas enviado por
Josué, o líder do povo, para recolher informação sobre a terra que iriam
conquistar salvando o povo de Israel. Rute uma mulher moabita que decidiu
seguir a Deus e cuidar de sua sogra, ela foi mais fiel do que qualquer outro.
Lembremos que, muitos achavam que Jesus estava louco.
Ameaças envolvem as famílias, fora do ambiente de
casa/família e internas provocadas por nós mesmas, incoerência, pecado, o jeito
de ser. Incontestável, a família faz parte do Plano de Deus, faz sermos o que
somos, muitas coisas bonitas, muitas experiências lindas más também difíceis.
A família de Jesus parte de uma pequena comunidade Nazaré,
frequenta o templo, escuta a Palavra. Atos dos Apóstolos, as famílias fazem
parte de uma comunidade, são à base da comunidade. Encontram-se nas casas, a
igreja doméstica. Essas famílias também vivem conflitos e desafios, Carta aos
Colossenses e Efésios nos leva ver essa situação “Suportando-vos uns aos
outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro;
assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” (Colossenses 3:13), “Mas
Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando
nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo“ (Efésios
2:4,5)
A conversão não acontece simultaneamente a todos os membros
da família, com a vivência e acolhida na comunidade um ou outro membro da
família vão assumindo um ideal de vida nova, comprometem com a Palavra de Deus.
Para as famílias feridas, elas encontram apoio em Deus na
comunidade com outras famílias. Percebemos que muitas famílias, movidas pelo
dever, mesmo sem afeto e carinho mantiveram unidas e superaram, outras não
conseguiram, fracassaram, separadas, irmãos sem diálogo, dores e sofrimento.
Para muitas famílias o amor era vivido pelo dever, dever de
dar comida, dar estudo, entre outros. Essas famílias também vieram de famílias
sem afeto e ternura. Muitos experimentaram o afeto e a ternura no grupo de
jovens, na comunidade, levando-as a viver esse afeto e ternura na família,
fortalecendo o laço de dever e ternura antes não vividos. Com a comunidade
aprendem a dialogar.
Muitas famílias não sentem esse amor com Deus, experiência
para poder superar as feridas e serem mais fortes e muitas não alcançam essa
experiência antes de fracassar e vão vivendo experiências difíceis, duas, três
união.
Mas nem por isso as famílias deixam de ser parte do Plano de
Deus. O amor de Deus pode curar minha, a sua e as feridas das famílias.
Somos chamados, as Comunidades Eclesiais de Base são
chamadas a comprometer-se, porque é a Igreja que mais esta perto das famílias.
Deus confia as Famílias as CEBs. Hoje é preciso perguntar: CEBs, como esta as
famílias?
As CEBs como sendo a Igreja mais perto das famílias precisam
continuar sendo o canal de esperança para recuperar as famílias que precisam
ser recuperadas, ser o sustento para manter aquelas que estão bem.
Canal de esperança, que acolhe sem julgamento; que se faz
próximo para acompanhar; para alcançar discernimento, caminhos e integrar as
famílias na comunidade, conforme pede papa Francisco na exortação “Amoris
Laetitia: sobre o amor na família”.
Que as CEBs não intimidam ao ouvir “santo de casa não faz
milagre” – “para mudar tem que ser com gente de fora”, porque as pessoas
conhecem nossas fraquezas e fragilidades. E a pergunta – santo de fora faz
milagre? Nenhum santo faz milagre, quem transforma a realidade é Deus. Santos
amparam com seus exemplos e orações.
Nós também e as CEBs também, apoiamos, nos colocamos a
disposição de Deus, nossa fé e nossa vida. Maria foi capaz de ver a água
transformar em vinho porque acreditou. As CEBs precisam assumir e estar a
serviço das famílias.
Quem esta mais perto é o responsável, mas não só perto,
estar aberto pra Deus conduzir. O primeiro responsável é quem esta mais perto e
consciente da tarefa. As CEBs precisam criar mecanismo, meios para encorajar as
pessoas a estar a serviço da família que mais perto dela geograficamente esta e
Deus da os meios e a força. Encorajar as pessoas não baseado em cobranças,
afirmar e motivar que podemos fazer, Deus vai ajudar, vamos conseguir.
As CEBs não pode fechar-se para nenhuma configuração e
situação de família. Não pode ver uma família e dizer essa não, renunciar, mas
a partir da realidade, manter-se aberta para acolher. A nós cabe levar conhecer
Jesus.
As CEBs não podem se fechar diante das novas configurações
familiares, seja elas homoafetivas ou não.
Essas configurações ameaçam a configuração mais de acordo com a fé judaica cristã, não cabe a CEBs julgar. É
preciso postura de abertura, acolhida, acompanhamento e discernimento
comunitário, pelo Conselho Pastoral da CEB, o CPC, pelo Conselho Pastoral Paroquial,
o CPP e o padre, para integrar, essa
deve ser a postura.
As CEBs precisam continuar sendo uma Igreja em saída, que
«primeireiam», que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam.” (EG
24). Não intimidar, “Ousemos um pouco mais no tomar iniciativa!”, como nos pede
papa Francisco no Evangelii Gaudium.
Data da formação: 15 de junho de 2019
Eu, Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário