Inevitável
Uma certeza que, muitas vezes, ouvimos e que também repetimos é a que todos vamos morrer e que isso é inevitável. Essa fala, no entanto, nunca nos assegurou um adeus, pois quando chega a hora da partida, que é inesperada, nos sentimos sem qualquer preparo administrar a situação que se impõe.
Bate desespero. É horrível.
Nos perguntamos “Por que?” “Como assim?” “De repente?” Diante da angústia, somos atraídos pela possibilidade de negação: “isso não está acontecendo”.
A certeza que tanto afirmamos de que um dia vamos morrer e que isso é inevitável, incomoda, confunde, e dói muito quando perdemos alguém.
Dá um nó na garganta dizer adeus;
Dá um aperto no peito;
Dá uma dor na alma.
No pensamento, passa a retrospectiva de todos os momentos, olhares, sorrisos, comemorações, falas, de toda as presenças. Ao mesmo tempo, aquela certeza que dói - nunca mais voltaremos a nos encontrar, nesse mundo.
E, quando tudo diz ser o fim, a nós que ficamos cabe recomeçar, viver e elaborar o luto. Nesse processo, muitos nos querem ver fortes e sorrindo, mas cabe uma compreensão de que juntar todos os pedaços requer tempo, lágrimas, tristezas, saudades e as falas das repetidas histórias que são questões inevitáveis e necessárias.
Psicóloga Camila Volpini Oliver de Andrade
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