31 outubro, 2022

NOVEMBRO: PELAS CRIANÇAS QUE SOFREM

 


Intenção do Papa Francisco para o mês de novembro

Pelas Crianças que sofrem!

Há ainda milhões de crianças que sofrem e vivem em condições muito semelhantes à escravidão.

Não são números: são seres humanos com um nome, com um rosto, com uma identidade dada por Deus.

Muitas vezes esquecemos a nossa responsabilidade e fechamos os olhos à exploração destas crianças que não têm direito de brincar, nem de estudar, nem de sonhar. Elas nem sequer têm o calor de uma família.

Cada criança marginalizada, abandonada por sua família, sem escolaridade, sem cuidados médicos, é um grito! Um grito que se eleva a Deus e acusa o sistema que nós, adultos, construímos.

Uma criança abandonada é culpa nossa.

Não podemos continuar a permitir que se sintam sozinhas e abandonadas; elas precisam receber uma educação e sentir o amor de uma família para saberem que Deus não as esquece.

Rezemos para que as crianças que sofrem, as crianças que vivem nas ruas, as vítimas da guerra e os órfãos, possam ter acesso à educação e possam redescobrir o afeto de uma família.

Pe. João Caruana pilar da construção social e política!

Pe. João Caruana 
pilar da construção social e política!


“Somos um único país, um único povo, uma grande nação ”

“Somos um único país, um único povo, uma grande nação ” (Lula)



30 outubro, 2022

Lula Presidente!


 

Vejam!


 

Fora PRF deixem o Nordeste e o Brasil Votar

https://noticias.uol.com.br/

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) intimou o diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, a explicar, com urgência, as razões pelas quais estão sendo realizadas operações policiais nos estados.

Ontem, em suas redes sociais, o diretor-geral da PRF postou um vídeo em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

As operações estariam sendo realizadas mesmo após a proibição de qualquer operação que afete o transporte público dos eleitores, determinada por Moraes na noite de ontem.

despacho publicado neste domingo cita um vídeo na qual um usuário do Twitter afirma que a PRF está fazendo blitz na entrada de Cuité (PB), município a 219 quilômetros de João Pessoa.


29 outubro, 2022

Não Sabemos o que é Desistir!


 

É isso aí Flamengo!

Hoje Libertadores.

Aguenta coração, a véspera de votar 13.


28 outubro, 2022

Oração pela Paz!

Senhor Deus de Paz, escutai a nossa súplica!

Tentamos tantas vezes e durante tantos anos resolver os nossos conflitos com as nossas forças e também com as nossas armas; tantos momentos de hostilidade e escuridão; tanto sangue derramado; tantas vidas despedaçadas; tantas esperanças sepultadas... Mas os nossos esforços foram em vão. Agora, Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: «nunca mais a guerra»; «com a guerra, tudo fica destruído»! Infundi em nós a coragem de realizar gestos concretos para construir a paz. Senhor, Deus de Abraão e dos Profetas, Deus Amor que nos criastes e chamais a viver como irmãos, dai-nos a força para sermos cada dia artesãos da paz; dai-nos a capacidade de olhar com benevolência todos os irmãos que encontramos no nosso caminho. Tornai-nos disponíveis para ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em confiança e as nossas tensões em perdão. Mantende acesa em nós a chama da esperança para efectuar, com paciente perseverança, opções de diálogo e reconciliação, para que vença finalmente a paz. E que do coração de todo o homem sejam banidas estas palavras: divisão, ódio, guerra! Senhor, desarmai a língua e as mãos, renovai os corações e as mentes, para que a palavra que nos faz encontrar seja sempre «irmão», e o estilo da nossa vida se torne: shalom, paz, salam! Amen.

Papa Francisco
Invocação pela Paz, Jardins do Vaticano, 8 de junho de 2014

26 outubro, 2022

A espiritualidade das CEBs e a mística que nos motiva!


Por mim, Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)


A espiritualidade das CEBs e a mística que nos motiva!

A espiritualidade da CEBs é o seguimento de Jesus, percorrer seu caminho. E a mística das CEBs é a motivação que nos faz viver a causa até o fim, o Reino de Deus.

A mística é um mistério e para a mística mistério é saber a razão porque no agir comprometido com o seguimento de Jesus em Comunidades Eclesiais de Base, com pequenos gestos as coisas extraordinárias acontecem.

"O Espírito do Senhor está sobre mim. Ele me escolheu para anunciar a Boa-Notícia aos pobres e me mandou anunciar a liberdade aos presos, dar vistas aos cegos, por em liberdade os que estão sendo oprimidos, e anunciar o ano em que o Senhor vai salvar o seu Povo." (Lc 4. 18-19).

“Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36 Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. 37 Então Jesus disse a seus discípulos: «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! 38 Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita.»”. (Mt 9,35-38)

Dar testemunho de vida é, como Jesus, amar o próximo comprometendo-se com a sua libertação. É fazer a opção pelo empobrecido, abraçando sua causa. É amar a Deus, assumindo a concretização de seu Reino de Amor.

A experiência do encontro com Jesus, com seu estilo de vida, com sua pessoa, permite reproduzir novas formas de vivência e prática. O exemplo de vida de Jesus permite reinterpretar a Igreja, partindo da "prática" dos pobres, como propunham os bispos de Medellín e Puebla.

Isto significa hoje algo de muito concreto:

Ir à periferia, ir a base, ir aonde não há poder, porque "pobre" significa "sem poder", Jesus era de Nazaré da Galiléia, filho de uma família humilde. Morava no campo. Tornou-se carpinteiro. Prestava serviços em troca de moeda ou alimentos para sua subsistência.

Ele escolheu seus discípulos entre os humildes e marginalizados. As mulheres e homens que com Jesus estavam eram gente sofrida. Jesus era um homem do povo. Um povo analfabeto e desprezado. Participava das festas (Lc. 2,41; Jo 5,1).

Jesus foi ao casamento de amigos (Jo 2,1-2). Estava sempre cercado pela multidão (Mc 3,8; Lc 21,38; Mc 6,31). Jesus era um homem aberto, compreensível, acolhedor... e condenava todo o tipo de discriminação.

Ele era um homem intimamente liberto, autêntico, transparente e extremamente coerente com seu próprio discurso. Ele buscou a justiça, foi formador e formando, teve amigos, questionou os poderosos da época.

O Evangelho demonstra que não eram os discursos de Jesus o que mais impressionava e, sim, sua coerência e seu testemunho de vida.

"Verdadeiramente este homem é justo" (Lc 23,47) Jesus propôs o "novo" em oposição às estruturas sociais e políticas de seu tempo. Isto gerou repulsa, rejeição, criou o conflito.

E Jesus, coerentemente, enfrentou as diversas instâncias de poder do seu tempo. Conheceu a difamação, a crítica, a perseguição e a ameaça de morte. Sua prisão, tortura, condenação e crucificação foram consequências de sua prática e de sua vida.

Jesus é um homem de ligação íntima com o Pai. Toda sua vida é constante louvor e referência ao Pai. Ele buscava a vontade do Pai como "alimento". Esta união e abertura ao Pai é a condição para viver uma vida nova "em Deus".

Jesus era um homem de muita alegria. Tinha amigos. Apresentava palavras de consolo e de esperança para todos (cf. Lc 12, 22-26). Nunca perdia o ânimo frente as provações e dificuldades. Admirava a natureza. Andava muito. Pescava com os discípulos. Apreciava a ternura das crianças e sabia ver o bom que existia no coração das pessoas (cf. Mc 10, 21).

Ele era, também, um homem do perdão. Perdoou a muitos, como Zaqueu (Lc 19, 1-10) e Madalena (Jo 8, 3-11) e disse aos discípulos que perdoassem quantas vezes fosse necessário.

O projeto de Jesus possui dois pontos importantes: a "libertação dos oprimidos" (cf. Lc 4,18) e o "reino", "a chegada de tempos novos" (cf. Lc 4,19).

Este projeto se resume em levar as mulheres e os homens a uma libertação integral, pessoal e social, através da construção do Reino de Deus, que passa necessariamente pela construção de uma sociedade igualitária e fraterna onde não haja explorados nem exploradores.

O tempo atual exige ir ao encontro das Galileias de tantas pessoas, considerando que a Galileia nos tempos de Jesus era um lugar afastado do centro de poder, cabe a Igreja, as CEBs alcançar também essas periferias.

Os galileus no tempo de Jesus eram considerados sem prestígio, era um lugar de excluídas e excluídos. Jesus, também chamado de o Galileu, sentiu na pele os preconceitos e fez sua opção pelas empobrecidas e pelos empobrecido, seguiu alargando fronteiras e vencendo barreiras.

Essa opção de Jesus, abrindo mão de si em prol do próximo, deve ser repetida também em nosso dia a dia, nas situações mais complexas e nas mais corriqueiras.

Dar testemunho de vida é, como Jesus, amar o próximo comprometendo-se com a sua libertação. É fazer a opção pelo empobrecido, abraçando sua causa. É amar a Deus, assumindo a concretização de seu Reino de Amor.

A espiritualidade da CEBs é o seguimento de Jesus, percorrer seu caminho. E a mística das CEBs é a motivação que nos faz viver a causa até o fim, o Reino de Deus.

A mística é um mistério e para a mística mistério é saber a razão porque no agir comprometido com o seguimento de Jesus em Comunidades Eclesiais de Base, com pequenos gestos as coisas extraordinárias acontecem.

Laiá..Laiá...Vote Lula!


 

24 outubro, 2022

A GRAVIDADE DO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES 2022



A GRAVIDADE DO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES 2022


Irmãos e irmãs,

Somos bispos da Igreja Católica de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em plena comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB que, no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Lideramos a escrita de uma primeira Carta ao Povo de Deus, em julho de 2020. Diante da gravidade do momento atual, nos dirigimos novamente a vocês.

O segundo turno das eleições presidenciais de 2022 nos coloca diante de um dramático desafio. Devemos escolher, de maneira consciente e serena, pois não cabe neutralidade quando se trata de decidir sobre dois projetos de Brasil, um democrático e outro autoritário; um comprometido com a defesa da vida, a partir dos empobrecidos, outro comprometido com a “economia que mata” (Papa Francisco, A Alegria do Evangelho, 53); um que cuida da educação, saúde, trabalho, alimentação, cultura, outro que menospreza as políticas públicas, porque despreza os pobres. Os dois candidatos já governaram o Brasil e deram resultados diferentes para o povo e para a natureza, os quais podemos analisar.

Iluminados pelas exigências sociais e políticas de nossa fé cristã e da Doutrina Social da Igreja Católica, precisamos falar de forma clara e direta sobre o que realmente está em jogo neste momento. Jesus nos mandou ser “luz do mundo” e a luz não deve ficar escondida (Mt 5,15).

Somos testemunhas de que o atual Governo, que busca a reeleição, virou as costas para a população mais carente, principalmente no tempo da pandemia. Apenas às vésperas da eleição, lançou um programa temporário de auxílio aos necessitados. A 59ª Assembleia Geral da CNBB constatou “os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas […]. Entre outros aspectos destes tempos, estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos. A fome é certamente o mais cruel e criminoso deles, pois a alimentação é um direito inalienável” (Mensagem da CNBB ao Povo Brasileiro sobre o Momento Atual). A vida não é prioridade para este governo.

O chefe de Governo e seus apoiadores, principalmente políticos e religiosos, abusaram do nome de Deus para legitimar seus atos e ainda o usam para fins eleitorais. O uso do nome de Deus em vão é um desrespeito ao 2º mandamento. O abuso da religião para fins eleitoreiros foi condenado em nota oficial da presidência da CNBB (11/10/2022), para a qual “a manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil”.

Enquanto dizia “Deus acima de tudo”, o Presidente ofendia as mulheres, debochava de pessoas que morriam asfixiadas, além de não demonstrar compaixão alguma com as quase 700 mil vidas perdidas para a covid-19 e com os 33 milhões de pessoas famintas em seu país. Lembramos que o Brasil havia saído do mapa da fome em 2014, por acerto dos programas sociais de governos anteriores. Na prática, esse apelo a Deus é mentiroso, pois não cumpre o que Jesus apresentou como o maior dos mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mt 22, 37). Quem diz que ama a Deus, mas odeia o seu irmão é “mentiroso” (1Jo 4,20).

Os discursos e as medidas que visam armar todas as pessoas e eliminar os opositores estão em contradição tanto com o 5º mandamento, que diz “não matarás”, quanto com a Doutrina Social da Igreja, que propõe o desarmamento e diz que “o enorme aumento das armas representa uma ameaça grave para a estabilidade e a paz” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 508).

Vivemos quatro anos sob o reinado da mentira, do sigilo e das informações falsas. As fake news (notícias falsas veiculadas como se fossem verdades) se tornaram a forma “oficial” de comunicação do Governo com o povo. Isso fere o 8º mandamento, de não levantar falso testemunho, mas mostra também quem é o verdadeiro “senhor” dos que, perversamente, se dedicam a espalhar falsidades e ocultar informações de interesse público. Jesus diz que o Diabo é o pai da mentira (Jo 8, 44), enquanto Ele é o “caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).

A Mensagem ao Povo Brasileiro, da 59ª Assembleia Geral da CNBB, alertou-nos, também, de que “nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional”. No entanto, o atual governo e os parlamentares que o apoiam ameaçam modificar a composição do Supremo Tribunal Federal para criar uma maioria de apoio aos seus atos. O controle dos poderes Legislativo e Judiciário sempre foi o passo determinante para a implantação das ditaturas no mundo.

Os cristãos têm capacidade para analisar qual dos dois projetos em disputa está mais próximo dos princípios humanistas e da ecologia integral. Basta analisar com dados e números e perguntar: qual dos candidatos concorrentes valorizou mais a saúde, a educação e a superação da pobreza e da miséria e qual retirou verbas do SUS, da educação e acabou com programas sociais? Quem cuidou da natureza, principalmente, da Amazônia e quem incentivou a queima das florestas, o tráfico ilegal de madeiras e o garimpo em terras indígenas?

Não se trata de uma disputa religiosa, nem de mera opção partidária e, tampouco, de escolher o candidato perfeito, mas de uma decisão sobre o futuro de nosso país, da democracia e do povo. A Igreja não tem partido, nem nunca terá, porém ela tem lado, e sempre terá: o lado da justiça e da paz, da verdade e da solidariedade, do amor e da igualdade, da liberdade religiosa e do Estado laico, da inclusão social e do bem viver para todos. Por isso, seus ministros não podem deixar de se posicionar, quando se trata de defender a vida do ser humano e da natureza. Nossa motivação é ética e não decorre do seguimento de um líder político, nem de preferências pessoais, mas vem da fidelidade ao Evangelho de Jesus, à Doutrina Social da Igreja e ao magistério profético do Papa Francisco.

Deus abençoe o povo brasileiro e o Espírito Santo de sabedoria e verdade ilumine nossas mentes e corações, na hora de votarmos nesse segundo turno das eleições de 2022. Vejamos Jesus no rosto de cada pessoa, especialmente dos pobres que sofrem e não em autoridades humanas que os manipulam em nome de um projeto ideológico de poder político e econômico.


Em 24 de outubro de 2022, Memória de Santo Antônio Maria Claret, bispo.

Bispos do Diálogo pelo Reino




21 outubro, 2022

Para que tenhamos uma sociedade justa e fraterna mudanças são necessárias e dependem da política!






Para que tenhamos uma sociedade justa e fraterna mudanças são necessárias e dependem da política.

A mulher e o homem não podem ficar isento politicamente principalmente numa sociedade em que as estruturas econômicas e políticas perdem significativamente suas referências éticas.

Cristãs e Cristãos pelo batismo são à luz da fé chamados a serem “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14), na Igreja e na sociedade.

Cristãs e Cristãos não devem ficar isento politicamente, especialmente em um momento em que a realidade aponta riscos à democracia; risco em relação à educação; risco em relação a ciência, risco em relação a cultura, risco ao meio ambiente; riscos as conquistas trabalhistas; riscos em relação à assistência e previdência social.

Não se pode passar por cima das conquistas trabalhistas, muitas delas conquistadas a preço de sangue. Os direitos trabalhistas são garantias e proteções asseguradas a trabalhadora e ao trabalhador em uma relação de emprego, como salário, férias, 13º salário e FGTS.

As cidadãs e os cidadãos têm que ser garantido o direito à assistência e previdência social relacionados morte, idade e doenças; o valor mensal tem que ser suficiente para assegurar a vida.

A trabalhadora e ao trabalhador precisa ser garantido um salário mínimo justo suficiente para suprir as despesas de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O valor do salário mínimo não supre que prega o artigo 6º da constituição federal:

Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária (Incluído pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021)

Não se pode deixar pôr-se em risco a democracia, está no teor da constituição federal que um Estado Democrático assegura o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.

Papa Francisco afirma que “Um político nunca deve semear ódio e medo, mas esperança”.

Rezemos juntos pelo Brasil.

20 outubro, 2022

19 outubro, 2022

Um vez Flamengo sempre Flamengo!

Campeão!





"A história da humanidade mostra que muitas vezes o povo cegado, em atitude suicida, elegeu seus próprios algozes"

"Neste 2º turno, votar em Lula, com apoio de uma ampla Frente Democrática é optar pela vida, amor, paz e esperança."

Epidemia de ‘cegueira’ e 2º turno das eleições

Antes de votar, reflita! Sua vida e da sua família melhoraram ou pioraram nos últimos quatro anos? Como estão os preços? Os aumentos têm sido contínuos? E os preços dos alimentos? Qual a diferença entre trabalhar com carteira assinada ou ter o mercado como regulador? Lula construiu 18 novas universidades e 422 Institutos Federais de educação, realizou muitas políticas sociais… Enfim, Lula não é perfeito, mas é mil vezes melhor para o povo brasileiro e para o meio ambiente, sob todos os aspectos. A escolha é entre democracia e fascismo, entre vida com dignidade e barbárie.

Neste 2º turno, votar em Lula, com apoio de uma ampla Frente Democrática é optar pela vida, amor, paz e esperança. Que o Deus da vida nos inspire e nos abençoe na nossa escolha!

Clique aqui e leia o texto na íntegra



Senhor, o Deus dos pobres!

Senhor, o Deus dos pobres, do povo sofredor, aqui nos reuniu para cantar o seu louvor.

Para nos dar esperança e contar com sua mão, na construção do Reino, Reino novo, povo irmão.

Sua mão sustenta o pobre, ninguém fica ao desabrigo. Dá sustento a quem tem fome com a fina flor do trigo.

Alimenta os nossos sonhos, mesmo dentro da prisão; ouve o grito do oprimido, que lhe toca o coração.

Cura os corações feridos, mostra ao pobre seu poder. Dos pequenos a defesa: deixa a vida florescer.

18 outubro, 2022

Uma iniciativa dos Padres da Caminhada, dos Padres contra o Fascismo!

Lula pede ajuda dos padres e religiosas para poder fazer políticas públicas diferentes.

Uma iniciativa dos Padres da Caminhada, dos Padres contra o Fascismo, somando mais de 500 padres, e um grupo de religiosas, motivou um encontro com Luiz Inácio Lula da Silva. Visto por Gilberto Carvalho como uma iniciativa para mobiliar energia positiva, espiritual na reta final da campanha das eleições 2022, que no segundo turno enfrenta o atual presidente com aquele que foi presidente de 2003 a 2010, o ex-ministro do governo Lula afirmou que o que une aos presentes no encontro são “os pobres, aqueles que são as principais vítimas desse sistema que nós pretendemos ver abolido”.

Carvalho quis fazer uma homenagem ao Padre Zezinho, perseguido injustamente nas redes sociais nas últimas semanas, “pelo único crime de ser profeta, de denunciar aquilo que atinge a humanidade”. Um encontro em favor do futuro do Brasil, onde foi mostrado que aqueles que convocaram o encontro acreditam no projeto do candidato Lula, um projeta em favor dos empobrecidos, vendo sua vitória no dia 30 de outubro como “a vitória do povo brasileiro, da democracia, dos pobres deste país”.

Um momento para mostrar a Lula o que esperam dele, onde o Padre Dário Bossi disse trazer “a energia do Sínodo da Amazônia, que nos reuniu com o Papa Francisco, e ele chamou à Mãe Amazônia de região de territórios roubados”. O missionário comboniano, naturalizado brasileiro, lembrou o grito das comunidades e da natureza na Amazônia, denunciando a violência e impunidade, ainda hoje na Amazônia, onde nos últimos dias foram assassinados 7 líderes indígenas por estarem defendendo seus territórios.

O Padre Bossi destacou a importância de acreditar na ciência, de apoiar os cientistas, os pesquisadores e as universidades da Amazônia, insistindo em que “os caminhos para a cura e o cuidado da Amazônia estão em nossas mãos”. Ele destacou o ensinamento dos povos originários e comunidades tradicionais nesse sentido, e as pautas necessárias para salvar a Amazônia, que definiu como “um bem comum e não uma despensa para o extrativismo predatório”. Por isso, o religioso comboniano insistiu ao candidato Lula em que “vocês têm a capacidade de oferecer uma política melhor para a Amazônia”, agradecendo-o por acreditar nos povos originários.

Em nome de muitas mulheres falou a Ir. Rosa Martins, enumerando uma larga lista de coletivos. Denunciando que “a democracia nunca foi algo pleno no Brasil”, algo que faz com que “boa parte da população sempre teve e tem muita dificuldade no exercício de direitos”, e junto com isso “se sinta muito distante da possibilidade de participar dos destinos do país”. A religiosa scalabriniana mostrou ao presidente Lula alguns sonhos: um presidente que não permita a concretização dos ideias de autoritarismo; uma comunicação ao serviço da paz, da fraternidade, da comunhão, da participação do serviço, da sinodalidade, que não permita mentiras; um presidente que escute os clamores, lutas e esperanças da sociedade; um país menos racista; um país que garanta o trabalho dos jornalistas; o fim do feminicídio; acolhida, proteção e promoção dos migrantes e refugiados; o fim da exploração sexual e laboral infantil. Sonhos que a Ir. Rosinha resumiu em três sonhos basilares para ter um país onde a liberdade seja garantida: educação, saúde e trabalho.

No meio de inúmeras tensões e agressões, onde resulta difícil defender a vida, o Padre Márcio Fabri denunciou realidades presentes no Brasil. O teólogo moralista lembrou as palavras de Dom Orlando Brandes na última festa de Aparecida, onde falou dos muitos dragões que precisam ser vencidos, chamando a vencer aquilo que alimenta o dragão, buscando as causas de uma civilização desagregada. O Padre Fabri denunciou alguns atentados contra a vida no Brasil, dentre eles o desmonte do SUS, a dilapidação do mundo científico, da educação, o quadro ambiental.

Também destacou a importância da espiritualidade e “os estragos gravíssimos que estão acontecendo no espírito brasileiro, um espírito que está invadido pelo ódio, pela violência, pela própria banalização da responsabilidade social”. Ele chamou Lula a “restituir a esperança de nossos jovens”, lembrando em palavras de Teodoro Adorno que “deixar falar o sofrimento é razão de toda a verdade”. Por isso chamou Lula a ouvir o sofrimento do povo brasileiro e ter uma resposta de dignidade e esperança.

Agentes de pastoral inseridos nas realidades mais gritantes do país que conhecem de perto o clamor e o grito dos pobres, segundo afirmou o Padre Edegard Silva Junior. O religioso saletino disse trazer “dois gritos que vem de todas as partes do Brasil: a pobreza e a fome”, que é real e “não são apenas números”. Uma pobreza que “tem cor, rosto e classe” e que faz parte do capitalismo, “que tem nos levado a uma vida mais precarizada”, denunciando a privatização dos serviços e o retorno do país ao mapa da fome.

Frente a isso, o missionário no Moçambique destacou a solidariedade e a partilha, chamando a enfrentar este flagelo com ações políticas. O Padre Edegard lembrou as palavras do Papa Francisco: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra e nenhum trabalhador sem direitos”. Daí ele chamou a um novo pacto econômico, a uma economia solidária, a Economia de Francisco e Clara.

Foi entregue uma carta ao candidato, onde denuncia o atual presidente e seu governo: “a manipulação da população através de Fake News, a instrumentalização da religião para fins eleitorais, os discursos de ódio e repletos de preconceitos e a marginalização dos pobres”. Diante disso, a carta insiste em que “democracia é sinônimo de justiça social. Democracia é inclusão. Democracia é bem-comum. Democracia significa direitos iguais. Democracia é o fim da miséria”.

A carta mostra a confiança em Lula para “nos reacender a esperança de que essa democracia ainda pode ser construída e de que o nosso povo pode voltar a sonhar com um futuro melhor”. Também lembra os reais problemas do Brasil: o aumento da miséria e o grande desafio da superação da pobreza e da fome; um autêntico cuidado com a vida do seu início ao seu fim natural e a garantia de que todas as famílias brasileiras tenham a dignidade de trabalho, moradia, saúde e educação; a já citada defesa da democracia e a superação de todas as formas de preconceito; o cuidado com a casa comum, em especial com a Amazônia e nossos povos originários e quilombolas”.

O encontro contou com a presença dos candidatos a governador de São Paulo, Fernando Haddad, neto de um migrante que chegou no Brasil em busca de liberdade religiosa, dizendo lhe doer a alma quando vê um brasileiro agredir uma outra religião, um país onde os migrantes encontram paz, respeito e tolerância, e sua vice-governadora Luzia França, que destacou a importância da Igreja católica em sua vida e disse que o encontro lhe enche de esperança. Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente destacou a importância do encontro, “porque ele está no espírito da vida pública, que é amor ao próximo”.

Lula agradeceu a oportunidade do encontro, em um momento diferente na história do Brasil, “um Brasil tomado pelo ódio”, lembrando de “padres atacados durante a missa porque estão falando da fome, porque estão falando da pobreza, porque estão falando da democracia”, inclusive com tentativas de agredi-los. Ele repassou o vivido nos seus mandatos como presidente, afirmando que “esse país chegou a um momento de rara felicidade” e denunciando o incómodo que provocou no Brasil a ascensão social dos pobres, um preconceito no Brasil.

O candidato pelo Partido dos Trabalhadores disse que “só tem sentido eu estar nessa disputa se a gente tiver como obrigação que o povo decida as políticas que a gente vai colocar em prática neste país. Se não, a gente não muda nada”. Ele lembrou sua proposta de criar em seu governo o Ministério dos Povos Originários, “para que os indígenas possam ter o direito de se organizar e o direito de determinar um pouco as coisas que têm que fazer”, reclamando o protagonismo indígena no Brasil.

Lula pediu a ajuda dos padres e religiosas para poder fazer políticas públicas diferentes, chamando a mudar a realidade do país desde a organização da sociedade, defendendo a introdução do orçamento participativo e denunciando a gravidade da fome em um país que é o terceiro produtor de alimentos do mundo e o primeiro produtor de carne. Por isso afirmou que “se eu voltar à presidência e esse povo voltar a tomar café, almoçar e jantar, eu já fiz a missão da minha vida”.

Também abordou a questão climática, insistindo na necessidade do ser humano assumir a responsabilidade de cuidar do Planeta, chamando a respeitar a Amazônia, não derrubar uma árvore para poder produzir, insistindo em que “é a nossa vida a que está em jogo”. Junto com isso afirmou explicitamente: “não haverá mais garimpo ilegal em terra indígena, não haverá mais ocupação em terra indígena”, defendendo também a legalização dos quilombos e a facilitação da organização da sociedade por parte do Estado, afirmando que as igrejas podem suprir uma deficiência do Estado.

15 outubro, 2022

A ternura Deus para comigo - minha Borboletinha!

A ternura Deus para comigo!

Minha Borboletinha!



A ternura Deus para comigo - minha Borboletinha!

Essa pequena borboletinha, no amanhã de hoje passou a fazer parte de minha história.

Por volta das dez horas, estava eu limpando a frente de minha casa quando avistei essa borboletinha no chão, quase passei a vassoura por cima dela.

Ao vê-la fiquei a olhar e de ternura meu coração foi preenchido. Ela não voou e subiu no dedinho do meu pé. Aí dei a ela um dos meus dedos da mão e ela subiu, batia as asinhas e não voava. Fiquei um pouquinho com ela contemplando-á e como não voou a coloquei em uma das folhinhas da arvorezinha que tem na calçada da rua à frente de minha casa.

Agora a pouco, por volta das quatorze estava a lavar a louça do almoço pensando na borboletinha, seu gesto de subir em meu pé, de aceitar um dos dedos de minha mão, o balançar das asinhas, o não voar, só balançar suas asinhas.

Acabando de lavar as louças, fui até a porta da cozinha, ali fiquei parada, estava ouvindo uma linda música e a borboletinha que havia deixado na arvorezinha na rua à frente de minha casa, subiu novamente no dedinho do meu pé, agora não mais na rua, na porta de minha casa que não fica perto de onde havia colocada. Novamente, dei um dos meus dedos da mão, ela subiu, bateu as asinhas e novamente não voou. Fiquei olhando-a, tentando compreender o sinal, entender a ternura que me envolvia o momento, aí busquei meu celular com ela pousada em meu dedo, a coloquei sobre minha perna, registrei com uma foto, a levei no fundo de minha casa, e a deixei sobre uma folha de uma flor.

Esse momento foi, a ternura de nosso Deus para comigo, é parte de minha história e será, em momentos difíceis e não difíceis a ternura, o mistério que me faz caminhar, ... .

Maringá, 15 de outubro de 2022.

Essa linda experiência, torna-se parte de um dos momentos mais ternos de minha vida, da vida de Lucimar Moreira Bueno, a Lúcia, como assim muitos me chamam.

14 outubro, 2022

"Bolsonaro e seus seguidores estão já fazendo horrores"


 

Dia "D" das Comunidades - 𝐌𝐞𝐦ó𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐈𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐜𝐥𝐞𝐬𝐢𝐚𝐢𝐬 – 2005 a 2018


Os Intereclesiais apresentam o que as CEBs têm de melhor: articulação das comunidades e partilha das experiências. Neste DIA D das Comunidades vamos fazer memória dos Intereclesiais aconteceram entre os anos de 2005 a 2018.

Dia 15 de outubro às 19h (horário de Mato Grosso) e 20h (horário de Brasília)

Presenças confirmadas: Leila Regina, Eloia Duarte Rodrigues, Dirceu Luiz Fumagalli, Pe. Vileci Vidal, Neuza Mafra, Edward Guimarães e Maria de Jesus.

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13 outubro, 2022

O sistema capitalista leva Destruição da Vida!

Rezemos jutos,

Pelas famílias que estão perdendo suas filhas, seus filhos, um ente querido pelas fortes chuvas no Paraná e em outros estados de nosso pais, que já tão machucado está.

O sistema econômico capitalista leva a sociedade a seguir um caminho que não prioriza a preservação e alternativas sustentáveis e leva a destruição da vida.

A destruição de um habitat acontece quando grandes transformações ocorrem em um ambiente. Geralmente os principais fatores que causam a destruição de um habitat são o desmatamento, queimadas, pecuária, agricultura. A sequeira da ganancia.

12 outubro, 2022

DAI-NOS A BÊNÇÃO, OH MÃE QUERIDA

Peçamos a Nossa Senhora Aparecida que interceda em favor de todas as Crianças e do povo brasileiro, o qual vive uma situação complicada e difícil de polarizações e divisões que não geram vida e constroem a paz social.


DAI-NOS A BÊNÇÃO, OH MÃE QUERIDA
NOSSA SENHORA APARECIDA

SOBRE ESSE MANTO O AZUL DO CÉU
GUARDAI-NOS SEMPRE NO AMOR DE DEUS

EU ME CONSAGRO AO VOSSO AMOR
OH MÃE QUERIDA DO SALVADOR

SOIS NOSSA VIDA SOIS NOSSA LUZ
OH MÃE QUERIDA DO MEU JESUS.

11 outubro, 2022

Sessenta anos abertura do Concílio Vaticano II

Sessenta anos atrás, Concílio Vaticano II iniciou seus trabalhos em 11 de outubro de 1962.

A ‘carícia’ de João XXIII? “Não deve ser reduzida a um refrão vazio”

O bisneto do Pontífice, Emanuele Roncalli destacou o risco de transformar o "discurso da lua" em uma simples anedota cujo significado mais autêntico não é compreendido.

Celebrando essa data tão importante, um texto que foi publicado pelo IHU em nove de julho de 2020. Leia aqui




07 outubro, 2022

Rezemos juntos!

Rezemos juntos,
Pela dor e sofrimento dos familiares e amigos das vítimas do massacre ocorrido, na quinta-feira, 06 de outubro, numa creche de uma pequena localidade rural, na Tailândia, onde um ex-policial matou trinta e sete pessoas.
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Segundo informações nas redes sociais, um ex-policial matou 37 pessoas, incluindo 22 crianças. A agressão ocorreu com arma e faca. Depois, o assassino matou a esposa e o filho a tiros em sua casa antes de se suicidar.

06 outubro, 2022

Trabalhando um pouco. 21h - 06/10/2022!

Trabalhando um pouco. 21h - 06/10/2022!




05 outubro, 2022

Nem só vitória nem só derrota - A eleição da contradição

"Outra coisa interessante é ver os mapas de votação. No Nordeste e em quase todo o Norte dá Lula. No Centro-Oeste, na maior parte do Sudeste e no Sul deu Bolsonaro. Dentro dos estados, as regiões mais empobrecidas, como a metade sul do RS, votam no Lula. As mais ricas, como a Serra Gaúcha, votam no Bolsonaro. Dentro das cidades, a questão de classe é muito nítida também. Em geral, bairros muito ricos elegem Bolsonaro; bairros pobres elegem Lula com uma vantagem enorme. Não são as pautas progressistas que dividem o país, pelo contrário. A gente vive num país dividido, absurdamente desigual, de gente muito rica de um lado e muito pobre de outro, de muito racismo, de feminicídio, LGBTQIA+fobia. Lutar contra essas coisas nos coloca, de fato, contra quem pratica essas coisas. Porque somos, insisto, um país desigual.


Se Lula de fato se eleger, como tudo leva a crer, seu governo não vai ser fácil. Lula vai enfrentar um Congresso conservador e uma economia mundial em crise. Mas é um recomeço. É o começo do fim do pesadelo."



Texto recebido por e-mail - Brasil de Fato


A eleição da contradição
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Quarta-feira, 05 de outubro de 2022

Nem só vitória nem só derrota: a esquerda (e o Brasil) teve ambas.

Estamos, na verdade, num cenário cheio de contradições.

Por um lado, é inegável que o PT foi o partido que mais foi alvo de ataques, de todos os lados, desde que surgiu lá nos anos 1980. Desde 2015, foi massacrado. Lula foi preso. Foi tirado da disputa eleitoral que liderava, depois de um processo judicial conduzido pelo juiz que viria a ser ministro de seu principal adversário. Desde então, a imprensa decretou várias vezes o fim do PT. E o partido está aí garantindo que o atual presidente não vá para o segundo turno na frente, o que nunca antes tinha acontecido, e quase elegendo um presidente da República.

Por outro lado, a gente viu a desgraça tomar conta do país nos últimos anos, viu presidente debochando de gente morrendo, viu discurso de ódio pra todo lado, viu violência pra caramba, e a gente achou que depois de tudo isso o bolsonarismo seria enterrado, o que não aconteceu. O bolsonarismo não só colocou Bolsonaro no segundo turno com uma votação considerável como elegeu muita gente, com muito mais votos do que a gente pensava. Ver o tamanho e a força do bolsonarismo é, sim, frustrante e assustador.

A direita tradicional à míngua

Enquanto isso, partidos de direita tradicionais, como o PSDB e o MDB, encolheram muito.

Não há dúvida de que todo o mundo que está no front democrático tem que se unir diante do bolsonarismo. O que talvez seja um pouco mais difícil é saber quem está no front democrático. Políticos históricos entenderam a importância desse posicionamento. Está aí Fernando Henrique Cardoso, adversário histórico de Lula, declarando apoio ao petista, pra não me deixar mentir.

Mas temos ao mesmo tempo o apoio "incondicional" de Rodrigo Garcia a Tarcísio e Bolsonaro, o desdém de Eduardo Leite ao PT e o anúncio bizarro de José Serra de que apoia Lula e Tarcísio ao mesmo tempo.

Talvez eles e outros estejam também iludidos pela força ainda grande do bolsonarismo, ao qual tentam se agarrar para sobreviver. Ou seja, parte do PSDB não está exatamente no front democrático. O PSDB está confuso. Está no meio de dois fronts. O que ele talvez não enxergue é que quem fica ali no meio é abatido e acaba morrendo.

O que nos leva à consolidação de uma mudança em uma das características principais da política nacional desde 1994. O pêndulo da polarização mudou. Ela deixou de ser entre esquerda e direita (PT e PSDB) e passou a ser entre a centro-esquerda e a extrema direita (o PT e o bolsonarismo). Diante disso, é preciso que se diga: posicionar-se neste momento não é só importante, é um imperativo ético.

O domínio das tais pautas morais

Insisto: essa é uma eleição de contradições. Temos Lula e Zema eleitos em MG. Lula quase eleito presidente enquanto governadores de extrema direita crescem em estados importantes. O deputado federal mais votado do Brasil é um guri ultraconservador do PL. Mas também temos Guilherme Boulos com uma votação histórica. Suplicy. Erundina, Benedita. Mulheres indígenas. Aumento do número de mulheres e de pessoas negras (que são, ambos, ainda baixo demais) no Congresso. Duas deputadas federais trans. Você deve ter visto circulando por aí uma lista de vitórias da esquerda nas urnas. Se não viu, clique aqui.

Enfim, a dialética.

Mas é interessante olhar onde se dá a disputa. Quando a gente fala de direita ultraconservadora, vem forte a lembrança da tal pauta de costumes. É, de fato, onde ela tem maior incidência. No bandido bom é bandido morto. Na criminalização do aborto, mesmo que crianças estupradas morram no caminho porque não conseguiram acessar o direito à interrupção da gravidez, pra eles não importa.

E isso cola numa sociedade empobrecida e esfacelada. Numa população que está sofrida. É muito mais difícil falar pra população que é um absurdo ela pagar mais caro pela comida e que pra que isso mude tem que mudar a política de preços da Petrobras. É mais fácil ver a luta contra o bandido, é mais próximo (mesmo que amanhã o filho dela seja morto pelo policial que o confundiu com um bandido e achou que tinha o direito de matar, mas quem acredita que isso vai acontecer com seu filho até que aconteça?). E isso não significa, em absoluto, que a população não sabe tomar decisões. Significa antes que o país está passando por uma profunda crise.

Ainda que fake news continuem circulando bastante nessas eleições, parece que elas pesaram muito menos do que no pleito de 2018. Não tivemos uma mamadeira de piroca ou kit gay, mesmo que o presidente continue propagando mentiras a rodo. O que se nota é que o bolsonarismo está mais consolidado pelo conservadorismo de suas pautas e talvez precise menos de fake news pra se sustentar. O que fazer com isso é outro problema.

Ao mesmo tempo (olha a contradição), a esquerda elegeu duas mulheres trans, como eu falava. Levou ao Congresso mulheres que defendem o direito da mulher ao seu próprio corpo. Ampliou a representação não só feminina, mas feminista. Mas sempre tendo que afirmar que Lula é cristão e não odeia evangélicos para que possa se eleger.

Isso tudo nos diz que a luta vai ser dificílima. Dificilmente essas representações progressistas vão nos conseguir fazer avançar de fato nas pautas mais progressistas, mas vão estar lá, tensionando, construindo e, acima de tudo, evitando retrocessos. É, infelizmente, um tempo de recuperar o básico e de reconstruir para no futuro avançar para um programa mais amplo de direitos.

A frente é ampla. E daí?

Faz falta conseguir enxergar na esquerda lideranças mais jovens que possam vir a construir uma alternativa para a Presidência no futuro (ainda que a luta seja coletiva, é fato que vivemos num sistema político ainda muito baseado em figuras individuais) pare que ela não precise depender apenas de Lula no processo eleitoral. Espero que já existam algumas se consolidando e que em breve sejam mais evidentes. Ao mesmo tempo, é ruim que não haja muitos nomes além do Lula, mas, ao mesmo tempo, felizmente há o Lula, porque sem ele é melhor nem imaginar.

A frente ampla que o Lula construiu nessa eleição é uma coisa inédita na história do Brasil. Ele colocou a Luciana Genro e o Henrique Meirelles sentados na mesma mesa. Isso não é pouco, e não é qualquer um que consegue aglutinar tantos setores da sociedade. Trouxe Marina Silva, Cristovam Buarque, Alckmin, as alas mais à esquerda do PSOL. Todo o campo democrático estava com Lula.

O ruim aí não é o Lula, é esse tanto de gente do campo democrático estar junta e ainda assim o bolsonarismo ter essa força que tem. E aí dialogo com José Genoino na mais recente edição do podcast Três por Quatro, que recomendo fortemente (é só clicar aqui pra ouvir no Spotify ou buscar em seu tocador preferido). O Lula articulou a frente ampla, importantíssima para recompor as forças democráticas e aproximar setores resistentes, mas quantos votos, no concreto, traz Henrique Meirelles? Talvez tenha faltado rua e redes, corpo a corpo. Ou talvez a força do discurso da extrema direita tenha sido maior do que o esperado mesmo. Talvez os setores democráticos tenham menos incidência na sociedade hoje.

Mas vale dizer ainda que a força da extrema direita é assustadora, mas também não é exclusividade do Brasil. A extrema direita está forte nos EUA, em diversos países da Europa, no mundo todo, o que talvez seja mais assustador ainda. Mas é isso, não se destrói o fascismo em quatro anos. Mas se vence. Esse dia vai chegar. O cenário, aliás, já é bem melhor do que era quatro anos atrás.

Nós contra eles?

Outra coisa interessante é ver os mapas de votação. No Nordeste e em quase todo o Norte dá Lula. No Centro-Oeste, na maior parte do Sudeste e no Sul deu Bolsonaro. Dentro dos estados, as regiões mais empobrecidas, como a metade sul do RS, votam no Lula. As mais ricas, como a Serra Gaúcha, votam no Bolsonaro. Dentro das cidades, a questão de classe é muito nítida também. Em geral, bairros muito ricos elegem Bolsonaro; bairros pobres elegem Lula com uma vantagem enorme. Não são as pautas progressistas que dividem o país, pelo contrário. A gente vive num país dividido, absurdamente desigual, de gente muito rica de um lado e muito pobre de outro, de muito racismo, de feminicídio, LGBTQIA+fobia. Lutar contra essas coisas nos coloca, de fato, contra quem pratica essas coisas. Porque somos, insisto, um país desigual.

Se Lula de fato se eleger, como tudo leva a crer, seu governo não vai ser fácil. Lula vai enfrentar um Congresso conservador e uma economia mundial em crise. Mas é um recomeço. É o começo do fim do pesadelo.



Cris Rodrigues
Coordenadora de redes sociais