Segue um pequeno texto que escrevi.
“só peca aquele que não tem medo de se arriscar e comprometer pelos ‘sujos’”
A utopia conquistada pouco a pouco, a cada dia em meios a questionamentos; angústias; inquietações; diante de tantas falas absurdas; diante do conservadorismo; de um fascismo impregnado em nosso país. Mesmo com a cegueira diante da fome; da redução do salário mínimo; do desemprego e informalidade; do desmonte dos serviços públicos em saúde e educação; da perca dos direitos trabalhistas da previdência; da inflação; da exclusão; do preconceito e diante da morte.
Não deixar manipular, não deixar que assustem e como ensina Carlos Mesters, “reencantar-se com a Esperança na vida”. O Livro de Ester revela que em rodas de conversa e celebrações a fé, a esperança e a força do povo manteve-se vivas em épocas de perseguição. História de resistência, de ousadia, de teimosia e coragem de criticar opiniões diferentes.
E um contexto parecido como nosso de hoje, de perigo iminente do extermínio do povo o livro de Ester mostra que em rodas de conversa a luta pela justiça ganha espaço e o povo oprimido ganha esperança de viver. Em rodas de conversa os oprimidos se conscientizam e se preparam para agir. É através da persistência teimosa dos justos que Deus inverte o sujeito da história, para criar uma nova sociedade, onde a justiça triunfa, no entanto, para que todos tenham vida é preciso denunciar a perversidade do sistema opressor.
O livro de Ester é uma provocação e uma luz, uma líder forte, que soube agir, aproveitar as oportunidades, para garantir que seu povo tivesse o direito à vida plena e, em rodas de conversa, a resistência e com ela os oprimidos, sem medo de falar vai desmascarando o opressor.
Que Igreja queremos?
Chega de boas intenções, belas palavras, belos pronunciamentos, como Papa Francisco ensina, não é falar de missão, é viver a missão, em sua mensagem enviada aos bispos latino-americanos Francisco incentiva a não ter medo “da lama da história” nem de se sujar pelo povo de Deus, pois “só peca aquele que não tem medo de se arriscar e comprometer pelos ‘sujos’”, sujar-se para renovar a esperança.
Queremos Igreja que assume as Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs, que é a Igreja comprometida com as pessoas e tudo o que as envolvem, o social, político, econômico e cultural, sem medo de sujar-se, sem medo de assumir e formar consciência social. É preciso perceber a sociedade ao redor e que como as ações individuais afetam os outros e a empatia, tão importante principalmente nos dias atuais, se não despertarmos para à capacidade de se colocar no lugar do outro, como será o amanhã?
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