IA não pode ocupar o lugar da participação!
Jesus andou com o povo, sentou-se à mesa, escutou as dores, partilhou o pão e chamou cada pessoa pelo nome, não enviou somente os doze, mas setenta e dois discípulas/os conforme o capítulo 10 do Evangelho de Lucas, quase a totalidade dos que o seguiam naquele tempo. Assim, nos ensinou que o conhecimento que liberta nasce da convivência, do serviço partilhado e da solidariedade.
Hoje a Inteligência artificial (IA), com apenas uma palavra, ela transforma essa palavra em texto para diversos objetivos, orações, reflexões, enfim, ela é realidade e deve ser usada como instrumento de apoio ao conhecimento, más não deve ser substituta daquilo que é essencialmente humano, daquilo que é a essencial dos primeiros cristãos, essência presente principalmente nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Ela pode organizar informações, ampliar o acesso ao saber e facilitar processos, mas não pode ocupar o lugar da participação, da partilha e do trabalho humano, que são espaços de encontro, escuta, criatividade e responsabilidade.
A tecnologia pode gerar isolamento, autossuficiência, dependência e até exclusão se deixar-se envolver e ficar no esquecimento que o conhecimento verdadeiro nasce do diálogo, da experiência vivida, do trabalho coletivo e do compromisso com a realidade, especialmente numa perspectiva comunitária e social, como a das CEBs, da educação popular ou da ação pastoral.
As lideranças, agentes de pastorais, cada pessoa precisa com consciência compreender que a IA só faz sentido quando: fortalece a participação, e não a passividade; estimula a partilha, e não o individualismo; valoriza o trabalho humano, e não o descarta; serve à vida e à justiça, e não ao lucro ou ao controle.
O Reino de Deus se constrói com gente, com presença, com mãos que se estendem e corações que partilham. A tecnologia deve estar a serviço do ser humano, e nunca o contrário. Por isso, somos chamados a usar a IA com consciência e responsabilidade, porque é na relação entre as pessoas que a vida acontece.
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Eu, Lucimar Moreira Bueno

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