06 agosto, 2008

POS-ASSEMBLEIA (1)

Já tinha oportunidade de escrever antes da assembléia na serie “Tempo de Assembléia” com a participação de varias pessoas; escrevi também um comentário bem positivo sobre o andamento da Assembléia em sim neste Blog, que está se tornando sempre mais um Blog que analisa a igreja e o mundo lá fora da ótica da mística das CEBs. Agora, o tempo é de pós-assembléia, tempo muito importante, porque agora devemos construir a nova cara da arquidiocese, para assim dizer.

A minha primeira colocação é sobre:

“A Participação dos Leigos na Arquidiocese”

Tudo mundo aceita que nas paróquias “o protagonismo dos leigos” é tranqüilo e se é para dar uma nota sobre a participação dos mesmos, de um a dez, acho que as paróquias ganham nota oito tranquilamente – até mais. Mas isto não se verifica nos Conselhos importantes em redor do Arcebispo. Vou explicar por que.

Dando uma olhada ao organograma de 2007, você vai achar, por exemplo, que o Conselho de Consultores é composto só de padres! Será que entre os consultores não podem ser convidados dois ou três leigos de comprovada experiência, discernimento e lealdade?

Depois no organograma vem o Conselho Presbíteral, e claro, como deve ser é composto só de padres.

Depois vem no numero sete o Conselho Arquidiocesano de Pastoral Ampliado (CAAP) onde você encontra representantes de todos os movimentos e pastorais, inclusive a Conferencia dos Religiosos, amplamente representados.

Antes disso, mas, no numero seis você encontra Conselho de Pastoral que mais outra vez é composto só de padres. (Na verdade, acho, numero seis deve ser o CAAP ampliado, e depois numero sete o Conselho de Pastoral. A ordem como está da impressão errada que para a diocese o Conselho de Pastoral deve ser composto de padres, depois num segundo momento ampliamos este conselho de pastoral para os leigos! Não acha?).

Como esta as coisas este Conselho – numero seis no organograma de 2007 - deve servir, entendo eu, tipo de executiva, para assim dizer, do Conselho ampliado (CAAP)! Se for assim, este Conselho deve ser formado também de padres e leigos!

Ou, talvez fosse melhor, podemos unir os que hoje aparecem em numero seis e sete num só Conselho de Pastoral! Aí sim, seria ótimo! O CAAP segundo o calendário esta encontrando quatro vezes no ano, - e isto é altamente positivo - então não precisa dois Conselhos!

Suspeito, que os dois Conselhos foram criados por razões de praticidade, mas pensando melhor, seria mais bonito juntar os dois Conselhos. Agora se a experiência mostrou que precisa dos dois, então no Conselho de Pastoral que se encontra em numero seis, volto a repetir, devem ser incluídos dois ou três leigos representando o CAAP. Como estão as coisas, tem certo paralelismo.

Mais uma coisa: neste Conselho Arquidiocesano de Pastoral devem ser convidadas as escolas católicas que tem uma responsabilidade tremenda na diocese. Na Assembléia eles nem estavam presentes. Entendo eu nem foram convidados!

E para coroar tudo devemos convidar também os Irmãos da Santa Casa que muito podem enriquecer a discussão quando se trata de saúde como pastoral e como assunto de gestão pública!

Estamos analisando a presença ou falta de presença dos leigos em redor do bispo em certos conselhos. Agora esta falta de presença é claríssima no Conselho de
Assuntos Econômicos que até 2007 era composto só de padres sem nenhum leigo! Agora em 2008 foram escolhidos dois diáconos, um empresário e outro engenheiro – algo positivo abre um pouco – representante do escritório da contabilidade da mitra que como auditor eu acho não precisa fazer parte do Conselho, mas sim chamado periodicamente segundo o assunto, e justamente, a secretária eficiente da diocese.

Mas a base leiga que tanto trabalha para nós organizando o dízimo porta por porta, vem chuva vem sol, - trabalho, se diz de passagem, fruto da mística da caminhada das CEBs (não dependemos mais do boi do fazendeiro mas do tostão de cada cristão, uma verdadeira revolução) não está presente. Acho que nada impede de incluir no CAE, a Coordenação Arquidiocesana da Pastoral do Dízimo. Como está não deve ficar. Mais outra vez tem um certo paralelismo entre quem trabalha e quem decide. Alguém pode nos acusar de clericalismo, quando de fato como a Assembléia mostrou isto não é verdade. Somos uma diocese que assumiu o protagonismo dos leigos! O que precisa é mostrar mais coragem e cuidar de colocar os leigos não só nas coordenações responsáveis pelo trabalho na base, mas também onde as decisões são tomadas.

Eu acredito que a diocese está num momento muito bom, o bispo está mostrando que ele quer discutir tudo numa diocese verdadeira participativa. Por causa disso nada impede que á luz da Assembléia, com um espírito autentico e evangélico de critica-auto-critica analisar um pouco melhor as coisas, e com tempo, arrumamos melhor as nossas estruturas. Cabe a cada um de nós padres e leigos, participar neste debate e não deixar o espírito otimista que a Assembléia criou baixar. Isto não vai acontecer porque o Arcebispo que preside a diocese sabe ouvir, tem discernimento, e ele quer levar a diocese onde o argumento leva! Já deu varias provas disso! Obrigado.

Pe. João Caruana
Arquidiocese de Maringá

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