Brasil de Amor e Esperança
Ao aproximar-se o dia da Pátria, nos recordamos do grito da Independência, nas margens do Rio Ipiranga. Penso que mais que um grito de independência, hoje se faz necessário ouvir um grito de esperança dos excluídos e excluídas.
Não basta cantar:
“ Gigante pela própria natureza,
és belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa grandezaTerra adorada ,entre outra milÉs tu, Brasil. Ó Patria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!”
Um gigante precisa abaixar a cabeça e olhar a realidade onde pisa, e se dar conta que todos são filhos e filhas da mesma mãe Pátria, amada e idolatrada.. Gigante sim, potente e promissor; Pátria de todos; amada por todos; idolatrada por aqueles que descobriram a forma de tirar da mãe, o leite destinado a todos os filhos. Pátria que seria de todos, mas que a maioria levanta a voz, canta e grita: por dignidade, moradia, educação, segurança, saúde, justiça, pão e paz. Que pena ser tão grande e abundante, mas ter em seu seio, tantos excluídos e descartados do processo de construção de um Brasil de amor e esperança.
Como é fácil cantar, fazer desfiles e ostentar a bandeira, enquanto milhões de filhos choram e suam por um pedaço de pão ou um viaduto para morar. Ó Brasil de amor e esperança, que seu hino não seja apenas uma fórmula poética.
O amor à Pátria não se define por promessas em tempo de campanha política. O amor não é apenas programas assistenciais de curto e longo prazos. Não é apenas atenção emergencial, em situações de risco. Quem ama, vê e assume sem medir as conseqüências. Quem ama, sabe partilhar e promover a dignidade. Quem ama, suja a mão na realidade nua e crua dos irmãos excluídos.
Quem ama, sabe chorar e se alegra na dor e na festa dos filhos e irmãos da terra de Santa Cruz. Quem ama, sabe levar a esperança a quem sonha, e faz. O Brasil precisa de homens e mulheres que saibam devolver ao coração de todos, a certeza de que é possível esperar e construir juntos um Brasil de todos e para todos.
Que o dia 7 de setembro seja, para todos, um renovado amor e esperança, pela nossa Pátria amada. Que o amor seja a bandeira número 1 de todos os candidatos a serem eleitos para governar os municípios brasileiros, neste pleito eleitoral, que traz em si o desejo de um processo político, forjado por caras limpas.
Que o amor e a esperança sejam o programa dos programas de todos os partidos políticos, a fim de fazer da “arte política”, uma ação em virtude do bem comum, e não em benefício próprio.
Que o amor e a esperança sejam o emblema a ostentar nos corações de todos os brasileiros e brasileiras, no dia do grito dos excluídos .
Que ao cantar o hino nacional ressoe em nossos corações a fé e a força por um Brasil mais justo e fraterno, onde “um filho teu não foge à luta, nem teme quem te adora, a própria morte, Terra adorada, entre outras mil, és tu Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil. Pátria amada, Brasil!”
Dom Anuar BattistiArcebispo de Maringá
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