02 outubro, 2008

Política a arte de promover o bem comum

A política é a arte de promover o bem comum e todas as mulheres e homens são responsável por este bem comum, lugar onde todas as cidadãs e todos os cidadãos poderão e deverão ser felizes que é a proposta do Reino de Deus, por isso, compete ao cristão se empenhar para realizá-lo como missão de enviado para fazer acontecer à ação libertadora de Jesus, seu projeto de vida que é a realização plena da justiça.
Mas, infelizmente, nem tudo é tão simples o exercício da cidadania e dos direitos políticos passa, necessariamente, por aqueles instrumentos que temos à nossa disposição para organizar a cidade e a sociedade, tais como os partidos políticos, os cidadãos a eles afiliados e, especialmente, o poder que é o principal responsável pela organização da vida na cidade ou na sociedade.
Infelizmente aí, nos deparamos com as grandes dificuldades, políticos inescrupulosos que fazem de tudo e se servem de todos para se eleger, com a intenção não de servir ao bem comum, mas legislar e executar em causa própria.
Uma minoria, más conscientes com um projeto político sério e comprometido, procurando fazer também dos instrumentos espaços privilegiados de honestidade e coerência.
Esta incerteza conduz à compreensão da razão pela qual a política vem sofrendo, um considerável desgaste e conseqüente descrédito por parte do povo.
A democracia só será consolidada quando o que reza a Constituição acontecer na realidade: “todo poder emana do povo e em seu nome é exercido”.
O compromisso com o fim da miséria e da fome deve ser fruto do envolvimento de todos –governo e povo– para que o alimento, dom de Deus seja, de fato, direito de todos, a fim de que o resgate da dignidade dos pobres cumpra sua finalidade, uma sociedade voltada para o bem comum.
Assim sendo, a massa de empobrecidos que o sistema se encarregou de excluir será, agora, incluída e privilegiada não, por favor, ou generosidade, mas por direito de restituição ao que lhe pertencia e foi roubado, conforme já ensinava Santo Ambrósio: “Ao ser generoso com o pobre, você está dando aquilo que, de direito, lhe pertence. Porque o que você atribui a si, foi dado em comum para o uso de todos. A terra foi dada a todos e não apenas aos ricos”.
A lei 9.840 contra a corrupção eleitoral foi aprovada graças à mobilização e pressão popular, um passo muito importante no contexto do combate aos politiqueiros, oportunistas, desonestos e corruptos.
Outros passos podem e devem ser dados, como por exemplo: acompanhar atentamente as propostas dos candidatos para, depois, verificar se, de fato, elas são colocadas em prática; conhecer e, de preferência escrever, para não esquecer, os nomes dos candidatos que foram merecedores do seu voto para, posteriormente, fiscalizar o seu mandato; criar grupos de “vigilantes” que, em sistema de rotatividade, possa comparecer periodicamente às sessões da Câmara para cobrar o que foi proposto e a atual mobilização para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular, Campanha “Ficha Limpa”, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
Estas iniciativas são condições para que a política seja um serviço ao bem comum.
O cristão autêntico sabe que sua missão não pode estar confinada tão somente ao recinto de uma igreja ou sacristia, mas se realiza no mundo que deve ser transformado para que Deus possa aí reinar. Para atingir esta meta é preciso acreditar, enxergar um novo horizonte, por os pés no chão e sujar as mãos, ser comprometido, protagonista de uma nova história, fazendo acontecer à ação de Deus que liberta de toda a opressão.
Lucimar Moreira Bueno (Lucia)

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