24 novembro, 2008

As camélias e a história escravavacrata do Brasil


O Plantio das Camélias no dia da Consciência Negra, no jardim que está localizado na parte central do campus da Praça da Liberdade do Instituto Metodista de Minas, Izabela Hendrix foi marcado por um momento celebrativo e litúrgico:

As camélias eram o símbolo do movimento abolicionista.Os abolicionistas usavam-nas na lapela, reuniam-nas em ramalhetes ou cultivavam-nas nos jardins, para sugerir a adesão à causa... A flor servia, inclusive, como uma espécie de código por meio do qual os abolicionistas podiam ser identificados, principalmente quando empenhados em ações mais perigosas, ou ilegais, como o apoio a fugas e a obtenção de esconderijo para os fugitivos. A camélia era, também, o símbolo da Confederação Abolicionista e de seus métodos de ação direta. O quilombo abolicionista, apoiado ou mesmo patrocinado por militantes abolicionistas - quer dizer, gente livre, muitas vezes figuras de destaque na sociedade -, era um centro de acolhimento do escravo fugido mas, ao mesmo tempo, uma trincheira de luta pela abolição.

A liturgia no Instituto Metodista Izabela Hendrix relembrou que o Brasil foi :
• A segunda maior nação escravista da era moderna
• O último país do mundo ocidental a abolir a escravidão (1888)
• O penúltimo país da América a abolir o tráfico de escravos (1850)
• O maior importador de toda a história do tráfico atlântico
O Brasil tem hoje:
• A segunda maior população negra (afrodescendente) do mundo, com cerca de 80 milhões de indivíduos, só sendo superado pela Nigéria.
• Na origem das extremas desigualdades raciais observadas no Brasil está o fato óbvio de que os africanos e muitos dos seus descendentes foram incorporados à sociedade brasileira na condição de escravos.
• A chamada “escravidão moderna” foi uma das formas mais radicais de exclusão econômica e social já inventadas pelo humano.
• As desigualdades entre as raças observadas no Brasil de hoje nada mais são, portanto, que o resultado cumulativo das desvantagens iniciais transmitidas através das gerações.
• As políticas de “ação afirmativa” ou “discriminação positiva” são instrumentos de que a sociedade dispõe para compensar essas desvantagens impostas às vítimas da escravidão e seus descendentes, com o objetivo de colocá-los na mesma condição competitiva que os outros segmentos da sociedade.
• Numa linguagem bem direta, pode-se dizer que se trata apenas de “pagar os atrasados” ou de “recuperar o tempo perdido”.
• “Tratar desigualmente os desiguais para promover a igualdade”

Toda a pessoa tem capacidade para gozar os direitos e liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. (Artigo 2 – Declaração Universal dos Direitos Humanos)
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. Nelson Mandela.
Naquela época, como infelizmente ainda hoje, a camellia japonica era e é uma planta relativamente rara no Brasil...
Informes: De Jaider Batista - Izabela Hendrix – Divulgado Por Maria Newnum

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