14 novembro, 2008

CEBs o braço da Igreja que alcança todo o povo de Deus

O que torna as CEBs o braço da Igreja que alcança todo o povo de Deus é a territorialidade, não são pessoas que se reúnem, convivem, se relacionam no dia a dia só por afinidade, mas porque pertencem a uma comunidade que está situada num território geográfico específico, que proporciona que se conheçam e que estabeleçam relações e contatos e se tornam “Base” porque é uma concentração de pessoas em um condomínio, edifício, povoado ou em um bairro. As experiências históricas mostram que, muitas vezes, foram essas comunidades que ajudaram a reivindicar serviços básicos, como água, luz e esgoto e a reorganizar a vida do bairro.

O que sustenta as Comunidades Eclesiais de Base é o elemento Grupos de Reflexão, é a Igreja nas casas, são células vivas das CEBs: grupos de crianças e de adolescentes através da catequese; grupos de jovens; grupos do material ninguém cresce sozinho (subsídio da Arquidiocese de Maringá); grupos de estudo bíblico; grupo do Apostolado da Oração; grupo dos agentes da pastoral do dizimo; grupos da reza do terço; grupo das agentes da promoção humana; grupos para ação social e política; grupo das agentes da pastoral dos enfermos; grupo da pastoral familiar; grupo das agentes da pastoral do idoso; grupos da equipe de acolhida; grupo da equipe de liturgia; grupos de estudo dos documentos da Igreja; outros grupos de pastoral e movimento.
As CEBs tem necessidade de grupo.
Ser de grupo é uma forma de ser do mundo e da sociedade.
E desta relação cria a sua identidade, o seu protagonismo, a idéia da organização da vida política, comunitária, social.
Jesus mesmo viveu em grupo. O grupo dos doze apóstolos. (cf Mt 1,16-20)
Na vivência grupal esta o Reino de Deus:
“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estou no meio deles” (Mt 18,20).
A AMIZADE é uma realidade teológica muito presente na Bíblia.
Através do elemento Grupos de Reflexão, acontece a grande riqueza encontrada nas CEBs, a AMIZADE.
É a maneira mais terna de sair de si mesma e deixar que o outro penetre em seu interior.
“Quem encontrou um amigo terá encontrado um tesouro”. (Ecl 6,14)
No Evangelho de João tem uma expressão que demonstra a relação de Jesus com as pessoas:
“Já não vos chamo de crianças nem de servos, mas de amigos...” (cf Jo 5,15).
A AMIZADE é uma realidade teológica muito presente na Bíblia.
CEBs também é festa. A festa é encontro, é prazer, é sentido.
A festa é memória (Ex 12,21-28)
Onde há comunidade organizada há alegria e celebração.
O ser humano não só trabalha e pensa, ele canta, dança, ri, conta casos, joga, representa.
O Salmo 150 sintetiza isso: a vida é uma festa a Deus.
Jesus estava na festa das bodas de Caná (cf Jo 2,1-12).
Quando as CEBs reúne os membros de todos os grupos de reflexão para celebrar, confraternizar, visitar as famílias, realizar uma ação social, avaliar a caminhada e propor ações ela chega a todas pessoas que geograficamente pertence a ela, é uma verdadeira manifestação do Reino de Deus que acolhe a todas e a todos, sem excluir ninguém.
Sem a participação do povo também não há possibilidade de transformação social e as CEBs trazem o desafio das nossas estruturas e realizarmos a transformação da sociedade.
Nas CEBs todo o povo é chamado a “fermentar” a nova massa.

Lucimar Moreira Bueno (Lucia)
Coordenadora das CEBs na Arquidiocese e Província Eclesiástica de Maringá

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