15 dezembro, 2008

Preocupação da coordenadora do Observatório das Metrópoles

Caros,
alguns talvez não se lembrem de mim ou, mesmo, não me conheçam. Sou professora na Universidade Estadual de Maringá e trabalho com políticas urbanas, coordenando o núcleo local do Observatório das Metrópoles.
Maringá está adotando uma tecnologia austríaca de tratamento do lixo (BIOPUSTER) sobre a qual não há informações precisas, pois parece que Maringá é o piloto do experimento (campo de teste para o sistema). Mas não é esta a questão. Estou perplexa com a notícia matutina (nas primeiras páginas dos jornais locais) de que esta taxa extra de lixo será cobrada na conta de água, levando aqueles que gastam mais água a pagar mais. Me pergunto como uma administração consegue ser tão desastrada como esta tem sido com as ações dos últimos dias, pois têm sido uma arbitrariedade após a outra. Será que não há nenhuma assessoria paga ou nenhuma voz dentre as "entidades" convidadas a legitimar ações como esta, que não se questionou acerca do seguinte: - nesta cidade para poucos, quem paga taxa integral de água são os que não foram capazes de ter um poço artesiano em seu quintal, como têm o que residem em bairros nobres da cidade, ou em prédio de apartamentos ou, ainda, em enclaves fortificados, também chamados condomínios horizontais. Pois seus registros de água da Sanepar são desligados assim que se alcançam os gastos mínimos. Oras, são exatamente estes cidadãos que têm maior capacidade de consumo, sendo, portanto, os maiores geradores do passivo de lixo nas nossas cidades, que pagarão menos? Alguém, por gentileza, me explique esta equação!
Ana Lúcia Rodrigues
Professora do DCS/UEM e coordenadora do Observatório das Metrópoles-Núcleo Região Metropolitana de Maringá
Av. Colombo, 5790 - Câmpus Universitário87.020-900 Maringá-PR

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