O mês de junho é marcado pelas festas juninas. Em muitas cidades do Brasil, o povo costuma se reunir para festejar Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo. É neste mês que acontece um fenômeno natural interessante: no hemisfério sul, o dia é mais curto e a noite mais longa e no hemisfério norte, o contrário, o dia é mais longo e a noite mais curta. Tal fenômeno era motivo de celebrações em meio aos povos antigos, que pediam colheita farta e aproveitavam para agradecer as já realizadas.
No encontro com as diversas tradições regionais, as festas juninas foram adquirindo contornos característicos. No Brasil, tornou-se tradição, por exemplo, o erguimento do mastro, o estender bandeirinhas e pendurar balões coloridos, o forró e os fogos de artifício. As comidas típicas em sua maioria derivam do milho: canjica, bolos, pamonha, pipoca. No entanto, é na região Nordeste que os festejos populares ganham maior expressão.
Campina Grande (PB), por exemplo, é conhecida por ter o maior São João do mundo. É por lá que inclusive é desenvolvido um projeto em parceria com a prefeitura municipal, o “Fé e Cultura”. “A festa junina é um patrimônio cultural importante para nosso povo, no sentido de que atravessaram gerações, conservando as danças próprias que são as quadrilhas, as fogueiras, o colorido das bandeirinhas e o forró que anima nossos parques, ruas e salões”, explica padre Luciano Guedes, pároco da Catedral de Campina Grande.
Coordenador do projeto Fé e Cultura, padre Luciano explica que o surgimento da iniciativa é uma cooperação entre a diocese e a prefeitura, para dar à festa realizada no Parque do Povo uma visibilidade maior na dimensão religiosa, especialmente sobre a origem do São João. “Neste espaço instalou-se uma cidade cenográfica, com réplica da Catedral de Nossa Senhora da Conceição e de outros prédios históricos da cidade. Aproveita-se este cenário para exposições e narrativas da nossa cultura religiosa local, enfatizando os santos e seus significados. Dessa forma, indicamos referenciais para recordar aos paraibanos e ao nosso turista visitante, a identidade da festa de São João”, sublinha.
Outra cidade conhecida por ter uma grande organização em torno deste tipo de comemoração é Caruaru (PE). Por lá a tradição é forte e todos os anos a cidade recebe um grande fluxo de turistas. O bispo diocesano, dom Bernardino Marchió, garante que não se pode imaginar Caruaru sem a festa de São João e as suas feiras: “A cidade foi se desenvolvendo ao redor destes dois elementos que movem a sua economia e as festas (…). Tem as promessas a Santo Antônio para arranjar um casamento, em frente às casas não pode faltar a fogueira de São João e São Pedro é respeitado no seu dia 29 de junho como feriado municipal”.
No entanto, dom Bernardino faz ainda uma consideração, ele diz que a religiosidade popular pode ter suas tradições, mas garante que não deve-se confundir com festas religiosas: “Todos os padres tem a impressão de que o mês de junho é o mês com menos frequência na missa e nas celebrações dos sacramentos. Tirando os casamentos matutos, raramente há casamentos religiosos neste período. As famílias estão ocupadas em receber familiares e amigos que vem de longe ou na preparação das comidas gigantes como pamonha, canjica e pé de moleque!”, finaliza.
Fonte: CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário