Coordenar uma Comunidades Eclesial de Base (CEBs)
A coordenadora, o coordenador, de uma CEB deve ser aquela e aquele, que é apaixonado por elas ou em processo de apaixonamento, porque acredita que elas são para a Igreja, resposta pastoral, em todos os tempos para a Ação Evangelizadora, resposta essa dada pelo Concílio Vaticano II.
Coordenar uma CEB, significa está estreitamente ligado ao desafios e alegria do seguimento de Jesus. Sua ação é a de articular, animar, defender e alimentar a ação evangelizadora da comunidade que coordena, em comunhão com a paróquia e com as demais CEBs paroquial.
É função de quem coordena uma CEB, organizar, articular, animar o Conselho Pastoral da Comunidade (CPC), criando comunhão, e fazer o encaminhamento do planejamento, as decisões e as deliberações.
O Conselho Pastoral da CEB (CPC) é a coordenação da comunidade, responsável a dar vida a ela, aí está o desafio da pessoa que coordena a CEB, porque a coordenação deve ser mais alegria que sofrimento, porque a palavra “Evangelho”, em si, é “Boa Notícia”, e um CPC estressado, desanimado ou acomodado, não consegue anunciá-lo bem à comunidade.
Ao Conselho Pastoral da Comunidade (CPC), cabe fomentar seu protagonismo e ousadia. Estar atento a sua realidade local e responder à luz do Evangelho. Daí vem seu protagonismo: da responsabilidade amorosa pelo cuidado das pessoas e o anúncio do evangelho. A frase dita por Jesus aos discípulos hoje Ele diz ao CPC: “Vocês é que têm de lhes dar de comer.”
É preciso o protagonismo e ousadia do CPC pela denúncia e pelo anúncio. Denuncia de toda estrutura injusta e Anúncio do Evangelho – as maravilhas de Deus, anúncio de um jeito amoroso de ser e de viver.
Ao CPC, cabe fazer com que a CEB, seja a casa da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária. Estar com as portas abertas para acolher, acolher sem julgamento e portas abertas para ir ao encontro, principalmente dos que mais precisam.
O CPC precisa fomentar as CEB para que seja lugar do olhar, do abraço e do afeto, sem discriminar, vencendo os preconceitos para olhar o outro, sentir suas alegrias e angústia e juntos buscar resposta.
Sair, ir ao encontro de cada pessoa, de cada família, para sentir quanto que ela é humana, sentir sua fragilidade, ser uma porta de esperança "ir ao encontro das famílias, com atenção especial e ternura de quem coloca uma ovelha ferida no colo" ( DGAE).
Ao resgatar a genealogia de Jesus, percebemos famílias com marcas doloridas, problemas e conflitos, famílias muita humana, com ideal de amor, mas também com situações difíceis e desafiadoras. E nem por isso Deus desistiu delas, com elas forma o povo de Israel.
As CEBs como sendo a Igreja mais perto das famílias precisam continuar sendo o canal de esperança para recuperar as famílias que precisam ser recuperadas, ser o sustento para manter aquelas que estão bem.
O CPC precisa descobrir as famílias, que mais precisam aproximar e acolher, e para isso o caminho é ver quem está mais perto, a família que está mais perto dessa família para responsabilizar-se com ela. Mas não só perto, está família que pode ser o braço amigo da CEB a outra família, deve estar aberto para Deus conduzir.
O primeiro responsável é quem está mais perto e consciente da tarefa. A CEB precisa criar mecanismo, meios para encorajar as pessoas a estar a serviço da família que mais perto dela geograficamente está, e Deus da os meios e a força. Encorajar as pessoas, não baseado em cobranças, mas sim, animar as pessoas afirmando e motivando que elas podem fazer, que Deus vai ajudar, e que irá conseguir.
A CEB não pode se fechar diante das novas configurações familiares, seja elas homoafetivas ou não. Essas configurações ameaçam a configuração mais de acordo com a fé judaica cristã, não cabe a CEBs julgar. É preciso postura de abertura, acolhida, acompanhamento e discernimento comunitário, pelo Conselho Pastoral da CEB (CPC), pelo Conselho Pastoral Paroquial (CPP), e o padre, para integrar. Essa deve ser a postura.
As CEBs precisam continuar sendo uma Igreja em saída, que «primeireiam», que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam.” (EG 24). Não intimidar, “Ousemos um pouco mais no tomar iniciativa!”, como nos pede papa Francisco no Evangelii Gaudium.
Cada Comunidade Eclesial de Base de uma paróquia, são chamadas por Jesus, para segui-lo e segui-lo onde Ele deseja ir, e não onde muitas vezes os membros dos CPCs desejam ir. Descobrir onde Jesus quer os membros dos CPCs, junto com quem, com quais pessoas afastadas Jesus deseja estar, é com essas pessoas que a paróquia via suas CEBs precisa estar em comunhão e sentar-se à mesa. Mesmo com o risco de as CEBs não serem compreendidas.
Enquanto Comunidades Eclesiais de Base a vocação é comunhão, unidade, aplicar-se a guardar a unidade do Espírito pelo vinculo da paz, porque há um só corpo e um só espírito. O mais importante em cada trabalho é, aquelas e aqueles, que reconhece que todas e todos recebem a graça na medida em que cristo concede. Uns apóstolos, outros profetas, outros ainda evangelistas, outros pastores e mestres. Mas Ele capacita a todas e a todos, para edificar o corpo da igreja, o corpo de Cristo.
Seguir Jesus, seguir Jesus aonde e para onde? Pergunta que a pessoa que coordena uma CEB deve levar o Conselho Pastoral da CEB (CPC), a perguntar e abrir-se ao Espírito Santo para dar resposta através de ações na comunidade.
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Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)
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