10 janeiro, 2020

Papa Francisco: É mentiroso quem diz que ama a Deus e não ama a irmã e o irmão




A primeira carta de João, fala do amor, nosso querido papa Francisco explica que o apóstolo, afirmou, entendeu o que é o amor, o experimentou, e entrando no coração de Jesus, entendeu como se manifestou. A sua carta nos diz, portanto, como se ama e como fomos amados.

Francisco explica que o início do amor vem de Deus “Eu começo a amar, ou posso começar a amar, porque sei que Ele me amou por primeiro, nós amamos Deus porque Ele nos amou por primeiro, se Ele não nos tivesse amado, certamente nós não poderíamos amar”.

Para nos levar a entender, Francisco diz Se uma criança recém-nascida, de poucos dias, pudesse falar, certamente explicaria esta realidade: “Sinto-me amada pelos pais”. E aquilo que os pais fazem com o filho, Deus fez conosco: nos amou por primeiro. E isso faz nascer e crescer a nossa capacidade de amar. Esta é uma definição clara do amor: nós podemos amar a Deus porque Ele nos amou por primeiro.

É mentiroso quem diz que ama a Deus e não ama a irmã e o irmão, explica o papa, o apóstolo afirma “Se alguém diz que ama a Deus, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso”. O papa vai além e afirma, João não diz que é um mal-educado ou que errou, mas que é um mentiroso, e também nós devemos aprender isto:

Eu amo a Deus, rezo, entro em êxtase e tudo… e depois descarto os outros, odeio os outros ou não os amo, simplesmente, ou sou indiferente aos outros… Não diz “você errou”, mas “você é mentiroso”. E esta palavra na Bíblia é clara, porque ser mentiroso é justamente o modo de ser do diabo: é o Grande Mentiroso, nos diz o Novo Testamento, é o pai da mentira. Esta é a definição de Satanás que a Bíblia nos dá. E se você diz amar a Deus e odeia o seu irmão, você está do outro lado: é um mentiroso. Nisto não há concessões.

Francisco coloca que muitos podem encontrar justificativas para não amar, alguém pode dizer: "Eu não odeio, padre, mas existem tantas pessoas que fazem mal para mim ou que não posso aceitar porque são mal-educadas ou rudes".

E o papa nos remete ao amor indicado por João quando escreve: “Aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” e afirma: "Se você não é capaz de amar as pessoas, dos mais próximos aos mais distantes com quem convive, você não pode nos dizer que ama a Deus: você é um mentiroso."

Para Francisco o amor "se expressa praticando o bem" no dia a dia, não há somente o sentimento, o ódio, pode existir o desejo de não "se envolver" nas coisas dos outros.

Se uma pessoa diz: "Eu, para estar bem limpo, só bebo água destilada": você morrerá! Porque isso não serve para a vida. O verdadeiro amor não é água destilada: é água todos os dias, com os problemas, com os afetos, com os amores e com os ódios, mas é isso. Amar a concretude, o amor concreto: não é um amor de laboratório. Isso nos ensina o apóstolo, com essas definições assim tão claras. Mas existe uma maneira de não amar a Deus e de não amar o próximo um pouco escondido, o que é indiferença. "Não, eu não quero isso: eu quero água destilada. Eu não me envolvo com o problema dos outros." Você deve, para ajudar, para rezar.

Francisco traz presente uma expressão de São Alberto Hurtado, que dizia: "É bom não fazer o mal; mas é mal não fazer o bem”. O verdadeiro amor "deve levar a praticar o bem (...), a sujar as mãos nas obras de amor". Não é fácil, mas por esse caminho de fé existe a possibilidade de vencer o mundo, a mentalidade do mundo que "nos impede de amar."

Papa Francisco apresenta o cominho “aqui não entram os indiferentes, aqueles que lavam as mãos dos problemas, aqueles que não querem envolver-se nos problemas para ajudar, para fazer o bem; não entram os falsos místicos, aqueles com o coração destilado como a água, que dizem amar a Deus, mas não amam o próximo".

"Que o Senhor nos ensine estas verdades: a segurança de termos sido amados por primeiro e a coragem de amar os irmãos".

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