Fio lilás, máquinas, ritmos, dons, ano 1857.
Incansáveis, mulheres teciam fios para o seu sustento. Opacas
janelas, portas fechadas, ambiente insalubre, úmido. São oprimidas; ir ao
banheiro, beber água, não podiam. Luz apagada, agonia, tristeza, dor. Insensíveis
às reivindicações, os patrões, lacraram as portas da fábrica, atearam fogo;
asfixiadas, morrem carbonizadas. Só queriam viver dignamente, estar com seus
filhos e maridos, poder respirar e amar. Seu último labor, tecer o fio lilás, o
fio da morte.
(Janira Carneiro Silva, IM em Vila Floresta, 3ª RE)
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