“Nós nos sentimos acolhidas sem preconceitos”
O Papa Francisco recebeu seis mulheres transgênero entre as quais Alessia Nobile, que relatou à Fanpage.it como o Papa recomendou não se deixar envolver pelo preconceito em relação à Igreja.
A reportagem é de Alessia Rabbai, publicada por Fanpage, 23-06-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Foi emocionante, nos sentimos acolhidas". Alessia Nobile contou à Fanpage.it como foi ficar cara a cara com o Papa Francisco. Ontem, o Santo Padre recebeu seis mulheres transgênero, uma italiana e cinco estrangeiras, de diferentes idades e histórias e a mãe de um jovem transgênero. Um encontro inesperado com forte valor simbólico, se considerarmos que aconteceu justamente durante o mês do Orgulho Gay, das manifestações e das cores do arco-íris.
Alessia, formada em Ciências Sociais, é autora do livro ‘La bambina invisibile' publicado pela Castelvecchi em fevereiro passado. Ela não foi sozinha a São Pedro, mas levou consigo aquele livro de que fala nas escolas e nas prisões onde leva informação. Um livro que conta sobre sua vida e seu caminho para a formação da pessoa que é hoje, da realidade das pessoas transgênero e o colocou nas mãos do Pontífice.
Um dia organizado pela Irmã Genevier, uma freira que vive em um parque de diversões perto de Roma, que reúne e cuida dos últimos. Ela propôs o encontro ao Papa, explicando, no entanto, que não era apenas uma pessoa e ele respondeu: "Traga todas". "Nos reunimos no Vaticano junto com a irmã e um sacerdote, que faz parte do grupo Cristiani lgbt + Nazionale TRANSizioni - projeto de La Tenda di Gionata. O Papa nos recebeu individualmente e eu fui a primeira - explica Alessia com emoção - Entregar meu livro para ele foi um sonho que se tornou realidade".
Alessia explicou como foi o encontro com o Papa: "Ele não queria que eu me ajoelhasse, apertou minha mão e quando me apresentei como uma mulher trans, ele me respondeu que não importava o que eu era, que temos um único Pai, como se quisesse me dizer: você é uma irmã".
Alessia presenteou seu livro ao Papa: "Ele o pegou e me disse, ótimo, você fez muito bem em escrever sua história. Depois ele me recomendou ser sempre eu mesma, mas não me deixar envolver pelo preconceito contra a Igreja. Muitas vezes nós, pessoas trans, vítimas de preconceito, também nutrimos preconceitos em relação aos outros e pensamos, partindo de preconceitos, que a Igreja não nos aceita de qualquer forma e nem procuramos um encontro. Eu, ao contrário, me senti acolhida, tomada pela mão e abraçada. No mês do Orgulho Gay acredito que esta é uma mensagem importante. A melhor coisa de ter falado com o Papa Francisco é que foi simplesmente um confronto entre pessoas e não sobre nossa diversidade".
Fonte: IHU
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